segunda-feira, 10 de março de 2014

Aula de Filosofia 2º Ano Ensino Médio e Normal: M, T e N.

Teoria do conhecimento: Epistemologia

A teoria do conhecimento, também conhecida por epistemologia (termo derivado do grego) é um ramo da filosofia cujas preocupações são a natureza e as limitações do conhecimento. De modo geral a epistemologia quer saber o que é o conhecimento, como ele é adquirido pelo homem. Também se procura conhecer a natureza daquilo que se conhece e como se conhece o conhecimento.
Grande parte dos estudos na área está voltada à análise da natureza do conhecimento de modo geral, e de como isso se liga a noções relacionadas como a verdade, a crença e a justificação. A epistemologia também lida com produção de conhecimento e com as posições céticas sobre o conhecimento. Este campo de estudos foca-se, de modo geral, na origem, métodos, estrutura e valor de verdade do conhecimento.
De modo geral, são distintos dois tipos de conhecimento: “saber que” e “saber como”. O primeiro caso é também chamado de conhecimento proposicional, e o exemplo mais comum é a soma 2 + 2 = 4. Nessa proposição, entretanto, está envolvido também o “saber como”, que nesse caso é o conhecimento em realizar a adição entre dois números.
Assim, há quem prefira manter a distinção clara entre o “saber que” e o “saber como”, sendo que a epistemologia foca o “saber que” especificamente.
Não há um consenso sobre as origens da epistemologia, mas assume-se que começou com o filósofo Platão. Tendo vivido no século IV antes de Cristo, o pensador propunha que havia uma oposição entre o que se considerava opinião/crença e o conhecimento propriamente.
Para o filósofo grego, a crença era caracterizada como uma visão pessoal, enquanto que o conhecimento era a crença efetivamente verdadeira.
Na visão de Platão, a importância está no “saber como” acima referido, ou seja, no conhecimento teórico das coisas. Trata-se do conjunto das informações que descrevem e potencialmente explicam o universo social e natural de que o ser humano faz parte.
Sob a perspectiva platônica, o conhecimento é uma forma descritiva, explicativa e preditiva da realidade. Em outras palavras, serve às dimensões observacionais e descritivas das coisas, bem como a análise do seu modo de funcionamento e, com base nisso, antecipa passos futuros. Essa visão, naturalmente, não pode comportar integralmente a dimensão do “saber que” mencionada anteriormente.
A teoria do conhecimento também se ocupa da natureza da evidência. Tomada como prova, a evidência é um dos critérios para reconhecer a verdade.
Segundo a epistemologia, há diversas posições que um dado sujeito pode aderir quando surge a possibilidade do conhecimento. Algumas delas são as seguintes:
Posição dogmática, em que o sujeito pode obter conhecimentos seguros e de validade universal e de inquestionável certeza;
Posição cética, em que o sujeito levanta dúvida sobre a existência de um conhecimento certo e inquestionável, submetendo as verdades a testes de evidência;
Posição relativista, em que se nega a verdade de valor absoluto e defende-se que todo indivíduo pode ter sua verdade única e individual. Essa posição foi defendida pelos sofistas;
Posição perspectivista, em que existiria uma verdade de fato absoluta, embora o indivíduo ou grupo de indivíduos não seja capaz de obtê-la integralmente. Todo indivíduo teria acesso a fragmentos ou perspectivas de uma verdade única;
Pelo que se disse neste artigo, ficam elencadas, em resumo, as principais formas de atuação e perspectivas do amplo campo da teoria do conhecimento, também denominada de epistemologia nos meios acadêmicos.

Referências Bibliográficas:
BUTCHVAROV, P. “The Concept of Knowledge”. Evanston: Northwestern University Press, 1970.

BOMBASSARO, L. C. “As fronteiras da Epistemologia”. 3a. ed. Petrópolis: Vozes, 1993.

Nenhum comentário:

Postar um comentário