quarta-feira, 2 de abril de 2014

Aula de Filosofia do 3º Ano Ensino Médio Politécnico - M, T, N.

Teoria do Utilitarismo
O Utilitarismo  é uma escola filosófica que nasceu no século XVIII, na Inglaterra. Ela estabelece a prática das ações de acordo com sua utilidade, baseando-se para tal em preceitos éticos. Assim, uma atitude só deve ser concretizada se for para a tranquilidade de um grande número de pessoas. Portanto, antes da efetivação de uma ação, ela deve ser avaliada sob o ponto de vista dos seus resultados práticos.
Esta expressão foi plasmada por Jeremy Bentham, na primeira metade do século XIX, em referência à essência desta doutrina. Mas ela foi usada originalmente por Stuart Mill, que estendeu o uso desta filosofia aos aspectos consistentes da sociedade, tais como sistema político, legislação, Justiça, política econômica, liberdade sexual, entre outros. Ele também idealizou a fundação de uma Sociedade Utilitarista.
Pode-se dizer que do ponto de vista filosófico o Utilitarismo visa alcançar o maior valor da existência humana, a felicidade, não no sentido meramente individual, mas no aspecto coletivo. Economicamente, é também a vantagem de todos que deve servir de parâmetro para se tomar ou não uma decisão, ciente de que ela é ou não correta. Assim, ele é oposto ao cultivo do egoísmo e à tomada de atitudes impulsivas, que não medem as consequências. Segundo esta doutrina, a ação não depende da motivação de quem a pratica, pois uma intenção negativa pode gerar consequências úteis e benéficas.
De certa forma, pode-se afirmar que esta linha filosófica já era cultivada na Antiguidade, principalmente por Epicuro e seus discípulos, na Grécia Antiga. Além disso, alguns pesquisadores apontam a existência, no século XVII, de traços do Utilitarismo na filosofia moralista do Bispo Richard Cumberland. Pouco tempo depois, Francis Hutcheson defendeu que “a melhor ação é a que busca a maior felicidade para o maior número de indivíduos". David Hume também tentou compreender a fonte das virtudes do ponto de vista da sua utilidade.
O Utilitarismo tem um aspecto moral que procura entender a natureza do homem, e para isso leva em conta o fato de que o indivíduo está sempre em busca do prazer, ao mesmo tempo em que tenta fugir da dor. É neste ponto que esta doutrina intervém, pois sua função é propiciar às pessoas o máximo de satisfação e alegria, e por outro lado impedir o sofrimento. Portanto, ser útil é o valor moral mais elevado.
Esta escola filosófica também foi conhecida como radicalismo filosófico, pelo seu empenho em restabelecer os valores éticos e, muitas vezes, em transformar a própria sociedade. A utilidade, para ela, é inclusive sinônimo de felicidade. Há uma diferença, porém, entre os pensamentos de Bentham e Stuart Mill. O primeiro propõe uma visão quantificada das ações, cabendo a seus agentes medir a quantidade de prazer que pode resultar delas, para então decidir se as atitudes devem ou não ser concretizadas.
Já Stuart Mill não concorda com esta racionalização, apostando por sua vez na qualidade, tanto quanto na quantidade. Assim, deve-se perceber, entre os vários tipos de prazer, quais são os melhores e mais valorosos. Desta forma, este filósofo cria uma espécie de hierarquia dos prazeres, na qual os intelectuais e afetivos estão acima dos sensíveis.
Atualmente o Utilitarismo se desdobra em várias direções. Seus principais seguidores, do século XVIII até nossos dias, são James Mill, discípulo de Bentham e genitor de John Stuart, Henry Sidgwick, J. C. Smart, Moore, Singer, Karl Popper e J. Rawls, além dos já citados.

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