quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Um breve resumo de como os Farroupilhas sulistas recrutaram e depois descartaram seus soldados negros.
Durante a chamada Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul (1835-45), quando um homem livre era chamado a servir tanto nas forças rebeldes quanto nas imperiais, podia enviar em seu lugar (ou no lugar de um filho seu) um de seus trabalhadores escravizados. Em alguns casos, o alforriavam e alistavam. Também foi prática comum buscar atrair ou tomar cativos das tropas inimigas, trazendo-os para seu lado. O primeiro exército a utilizar negros escravizados como soldados foram os imperiais. Precisando também formar uma infantaria e sobretudo preferindo enviá-los como bucha-de-canhão, morrendo na frente em seu lugar, farrapos também os alistaram: eram os famosos Lanceiros Negros. Ambos, farrapos ou imperiais, prometiam também liberdade aqueles que desertassem das tropas rivais, mudando de lado.
A maioria dos cativos que combateu nesta guerra foi obrigada a fazê-lo diante das condições impostas. Por outro lado, apesar da guerra ser horrível e violenta, era até preferível a vida militar, com seus esporádicos combates, do que as agruras diárias da escravidão. A promessa de liberdade após o fim da luta certamente pode ter influenciado em muito o recrutamento daqueles homens. Uma promessa, aliás e como veremos, jamais cumprida.
Não havia igualdade nas tropas farroupilhas, muito menos democracia racial. Negros e brancos marchavam, comiam, dormiam, lutavam e morriam separadamente. Os oficiais dos combatentes negros eram brancos, e jamais um negro chegou a um posto significante, mesmo que intermediário, de comando. Aos Lanceiros Negros era vedado o uso de espadas e armas de fogo de grande porte. Não lutavam a cavalo, como costumam mostrar nos filmes e mini-séries de TV, mas sim a pé, pois havia o risco de se rebelar ou fugir. Sua arma principal era a grande lança de madeira que lhes deu nome e fama, algumas facas, facões, pequenas garruchas, os pés descalços, a bravura e o anseio pela liberdade prometida.
Seria anacronismo se quiséssemos que líderes farroupilhas tivessem um comportamento ou posições políticas avançadas e assim diferentes das existentes em seu tempo, mas defesa da Abolição da escravidão era bem conhecida e nada alienígena na época. Uma Abolição começou a ser decretada em Portugal em 1767, proibindo que fossem enviados para o reino mais cativos vindos da África, e em 1773 foi decretada uma Lei do Ventre Livre naquele país. Na Dinamarca, isso se deu em 1792. Na França, em 1794 (ainda que Napoleão tenha tentado restabelecer a escravidão no Haiti em 1802). No México, uma primeira tentativa de Abolição foi feita em 1810, mas foi finalmente vitoriosa em 1829. Bolívar libertou cativos em 1816-7, durante suas lutas por independência, e finalmente aboliu a escravatura em 1821. A Inglaterra, que havia findado a escravidão pouco antes da Revolta dos Farrapos, pressionava o Brasil pelo fim do tráfico negreiro desde 1808. Willian Wilbeforce, um dos maiores abolicionistas da história, morreu em 1833, ou seja, dois anos antes da guerra no Sul do Brasil. Farrapos, portanto, conheciam, sim, e muito bem o abolicionismo.
Entretanto,os principais chefes farrapos, Bento Gonçalves, Canabarro, Gomes Jardim e até Netto, dentre outros, eram todos ferrenhos escravistas. Quando aprisionado e enviado para a Corte no Rio de Janeiro, Bento Gonçalves teve o direito de levar consigo um de seus cativos para lhe servir. Ao morrer, o mais conhecido líder farroupilha deixou terras, gado e quase cinqüenta trabalhadores escravizados de herança aos seus familiares. Bem diferente do que fizera Artigas no Uruguai anos antes, os farrapos jamais propuseram uma reforma agrária ou mesmo uma distribuição de terras entre seus soldados, mesmo os brancos pobres, que dirá os negros. A defesa da escravidão era tão clara entre os chefes farrapos a ponto deles jamais sequer terem mencionado o fim do tráfico negreiro.
Ao fim da guerra e já quase totalmente derrotados, os farrapos incluíram entre suas exigências para o Império o cumprimento da promessa de liberdade que haviam feitos aos Lanceiros (principalmente porque temiam que eles formassem uma guerrilha negra na província já que a quebra da promessa os faria se rebelar ou fugir para o Uruguai, destino comum de diversos cativos fugitivos na época). Queriam entregar-se ao Império, acabar a guerra, voltar à normalidade, mas tinham os Lanceiros e a promessa que lhes haviam feito, e o Império, escravista até a medula, não queria cumprir essa parte do acordo.
Que fazer então? A questão foi resolvida na madrugada de 14 de novembro de 1844, quando o general farrapo David Canabarro entregou seus Lanceiros desarmados ao inimigo, tudo previamente combinado com Caxias. E no serro de Porongos, hoje região de Pinheiro Machado (interior do Rio Grande do Sul), foi dizimada quase toda a infantaria negra, enterrando de vez a preocupação dos farrapos e acelerando assim a paz com o Império. A instrução de Caxias a um de seus comandados foi clara e objetiva: a batalha teria que ser conduzida de forma tal que poupar apenas e dentro do possível o sangue de brasileiros (e o negro era então tratado como africano, mesmo que já nascido no Brasil).
Alguns historiadores apologistas ou folcloristas de CTGs consideraram aquela traição como Surpresa, já que pela primeira vez que o então vigilante Davi Canabarro teria sido surpreendido pelo inimigo. Conversa fiada! Enquanto dispôs suas tropas negras de tal maneira que ficassem desarmadas e descobertas, algo que até então nunca havia feito, Canabarro se encontrava bem longe e seguro do local, nos braços de Papagaia, alcunha de uma amante sua.
Após o combate, um relato oficial avisou a Caxias que pelo menos 80% dos corpos caídos no campo de Porongos eram de homens negros. Calcula-se que, nos últimos anos daquela conflito, os farrapos ao todo somavam uns cinco mil homens, sendo que algo em torno de mim eram Lanceiros Negros. Após o Massacre de Porongos, porém, restaram apenas uns 120 deles, feridos, alguns mutilados, e que foram primeiramente enviados para uma prisão no centro do país e depois dispersados para outras províncias, ainda mantidos como cativos.
Feito isso, deu-se a chamada rendição e paz do Poncho Verde, onde senhores escravistas dos dois lados trocaram abraços e promessas de lealdade e, logo depois, marcharam juntos e sob a mesma bandeira imperial contra o Uruguai, Argentina e Paraguai.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Bactéria encontrada na Sibéria pode ser a chave para o 'elixir da vida'

Por  | Super Incrível – 19 horas atrás
 
(Foto: The Siberian Times)(Foto: The Siberian Times)O homem desde os primórdios sonha com a mítica poção conhecida como elixir da vida, capaz de dar a quem bebê-la vida eterna. Este desejo, apesar de parecer fantasioso, pode se tornar uma realidade após o trabalho de um grupo de cientistas russos.

A equipe do professor Sergey Petrov, pesquisador chefe do Centro Científico Tyumen, obteve progresso nas análises de uma bactéria “eterna” de 3,5 milhões de anos conhecida como Bacillus F. De acordo com o estudo, ela é capaz de aumentar exponencialmente a longevidade dos humanos.

Após meses de tentativa, os cientistas conseguiram acessar o DNA da bactéria e começam a entender os genes que permitiram que ela tenha sobrevivido por tantos anos nas geleiras da Sibéria.

A bactéria foi encontrada em 2009 na região de Yakutia, conhecida como um sítio arqueólogico riquíssimo. Testes da bactéria em organismos vivos como células humanas, ratos, moscas de frutas e cereais obtiveram resultados positivos.

(Foto: The Siberian Times)(Foto: The Siberian Times)

“Em todas as experiências, a Bacillus F estimulou o desenvolvimento do sistema imunológico e ainda o reforçou”, disse o professor Sergey Petrov. “Os testes em eritrócitos humanos e leucócitos também foram muito promissores”, continuou.

Entretanto, mesmo com o resultado positivo, o grupo de cientistas crê que ainda há muito o que fazer para a utilização da bactéria em testes com humanos. “A bactéria de fato tem um impacto na longevidade e na fertilidade das cobaias. Mas não sabemos ainda como ela de fato age. Não entendemos o mecanismo, mas entendemos seu impacto”, completou Petrov.

Viktor Chernyavsky, epidemiologista do Centro Científico Tyumen, se mostrou esperançoso no uso da bactéria para benefício humano.

“A bactéria cria substâncias biologicamente ativas durante toda a vida do animal, ativando seu sistema imunológico. Ratos já idosos tiveram uma melhora significativa na saúde e alguns deles até chegaram a acasalar e produzir filhotes”, continuou.  Desta forma, Viktor crê que a bactéria pode ser a chave para o desenvolvimento de um “elixir da vida”, capaz de melhorar a saúde dos seres humanos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Legado Romano para a Humanidade - Aula 

Os conhecimentos deixados por Roma Antiga para as civilizações posteriores, línguas, literatura, direito romano, engenharia, artes, cultura, resumo, alfabeto, números romanos
Introdução
Vários aspectos culturais que surgiram em Roma Antiga foram absorvidos pelos reinos germânicos que foram formados na Idade Média, após as invasões bárbaras dos séculos IV e V. Muitos aspectos culturais romanos foram preservados na Europa Medieval e, a partir do século XVI (época das Grandes Navegações e Descobrimentos), difundidos pela América, África e algumas regiões da Ásia. O legado romano é uma marca fortemente presente nas culturas ocidentais da atualidade, principalmente nas áreas jurídica e linguística.
Legado Romano para a humanidade
Direito
Para administrar o gigante império e ainda criar ordem dentro das cidades, os romanos desenvolveram leis, que deram origem posteriormente aos Códigos Jurídicos. Surgiu assim o Direito Romano que foi usado como base para as futuras sociedades do ocidente, chegando até os dias atuais com, evidentemente, diversas modificações e adaptações.
Havia basicamente três categorias do Direito Romano: Direito Privado (leis voltadas para as famílias); Direito Estrangeiro (leis para os estrangeiros) e Direito Público (leis para os cidadãos romanos). Deste último, surgiu o Código Civil, muito presente nos países ocidentais da atualidade.
Muitas expressões jurídicas usadas atualmente na legislação ocidental (entre elas a brasileira) tem origem no Direito Romano e, por isso, são escritas em latim (língua oficial do Império Romano). Entre elas, podemos citar: habeas corpus, habeas data, ad hoc, stricto sensu, vacatio legis e juris tantum.
Línguas
A língua falada e escrita em Roma Antiga era o latim. Após a queda do Império Romano e a invasão dos germânicos na Europa, várias línguas se originaram do latim. Estas línguas existem até os dias atuais, sendo as principais: Português, Francês, Italiano, Espanhol e Romeno.
Alfabeto e números romanos
O alfabeto romano é utilizado até hoje na maioria dos países do mundo. Até mesmo línguas que não são de origem latina (alemão, por exemplo), utilizam o alfabeto romano.
Os números (algarismos) romanos, criados e utilizados em Roma Antiga, também chegaram até nós. Porém, utilizamos atualmente eles mais para fazer referência aos séculos. O sistema de numeração romana é composto por sete letras, representadas em maiúsculas, do alfabeto latino: I, V, X, L, C, D e M.
Arquitetura e Engenharia
Os romanos desenvolveram várias técnicas arquitetônicas para construir grandes templos, palácios, estádios, aquedutos, anfiteatros e prédios públicos. A eficiência construtiva foi tão grande, que muitos destas construções chegaram até os dias atuais.
Os romanos também se destacaram na construção de estradas, ligando Roma a diversas províncias sob seu controle.
Estas técnicas de arquitetura e engenharia civil foram muito utilizadas pelas sociedades seguintes, sendo que muitas delas estão presentes até hoje nas construções de prédios, casas, igrejas e etc.
Artes Plásticas
Os romanos foram fortemente influenciados pelas Artes Plásticas da Grécia Antiga. Entre as principais características artísticas dos gregos, que chegaram aos romanos, foi a busca pela reprodução do corpo humano e dos elementos da natureza de forma real. O realismo nas esculturas e pinturas, embora tenha sido deixado de lado na Idade Média, foi resgatado na época do Renascimento e preservado por várias correntes e escolas artísticas posteriores, chegando até os dias de hoje.

Bibliografia
Roma Antiga (coleção O Cotidiano da História)
Autor: Feijó, Martin Cezar
Editora: Ática

Temas: História de Roma Antiga, Império Romano, História Geral

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

7 práticas que tornam você mais inteligente

Tocar um instrumento, meditar e aprender novas línguas são mais eficazes do que você imagina

 
 
cérebro; mente; pensamento (Foto: Thinkstock)
Por muito tempo, acreditou-se que as pessoas já nasciam com um certo nível de inteligência e que o melhor que podíamos fazer pela nossa vida era cumprirmos esse potencial. Novos estudos, no entanto, têm mostrado que é, sim, possível melhorar esse potencial. E que aprender novas habilidades ajuda o cerébro a criar novas conexões que nos fazem mais rápidos e eficazes. A revista Inc. apontou sete hobbies que ajudam nesse sentido. Confira abaixo:
1. Tocar um instrumento 
A música ajuda na criatividade, em habilidades analíticas e motoras, línguas e matemática. Tocar instrumentos leva à criação de novas conexões no cérebro, melhorando a execução de certas atividades, a memória e a resolução de problemas - não importa a sua idade
2. Ler
Os benefícios da leitura são os mesmo se você está lendo Game of ThronesHarry Potter ou a última edição doWall Street Journal. Ler reduz o estresse e melhora a inteligência. Como resultado, a leitura leva à uma facilidade maior na resolução de problemas, a reunir diversos conhecimentos obtidos no dia a dia da vida, a detectar padrões, a entender processos e a interpretar de modo mais preciso os sentimentos de outras pessoas
3. Exercitar-se regularmente
Exercícios ocasionais não funcionam. A máxima já é batida: é a regularidade do exercício que traz os benefícios, não a intensidade. Quando nos exercitamos regularmente, as células são inundadas com BDNF, uma proteína que auxilia na memória, no aprendizado, foco, concentração e raciocínio
4. Aprender uma nova linguagem
Esqueça a ideia de que resolver quebra-cabeças vai te ajudar a melhorar sua memória. Opte por aprender uma língua estrangeira no lugar. Novos estudos mostram que as pessoas que são bilíngues são melhores resolvendo quebra-cabeças do que quem fala apenas uma língua. Aprender com êxito novas línguas ajuda o cérebro a melhorar a performance na resolução de tarefas e em habilidades específicas, como planejamento e resolução de problemas
5. Cultive o seu conhecimento acumulado
Muitos estudantes considerados inteligentes no colégio, na realidade, estão apenas preparados para "os testes finais". O problema é que eles tendem a decorar tópicos específicos para a prova com a mesma facilidade que esquecem aquele conhecimento. Essa é uma das razões pelas quais estudar uma nova língua ajuda a ficar mais inteligente, porque requer "conhecimento acumulativo". Nós precisamos aprender em cima do que foi aprendido e a gramática e o vocabulário são repetidos diversas vezes, à medida que as habilidades vão aumentando. Portanto, procure novos atalhos para seus caminhos, faça observações, escreva, mantenha o pedaço de um jornal que traz uma informação que lhe chamou atenção. Comece a integrar todo o conhecimento - acumulando-o

6. Faça seu cérebro trabalhar
Sudoku, quebra-cabeças, jogos de tabuleiro, videogames e outras atividades similares. Elas ajudam a promover uma maior variedade e mudanças nas conexões neurais e nas sinapses, ou seja, na habilidade do cérebro de se organizar. Com isso, tornamos-nos conscientes de novos padrões e nossas habilidades cognitivas são aprimoradas
7. Meditação
A meditação tornou-se interessante para as pessoas ambiciosas, pois estudos mostram que podemos controlar nossas próprias ondas cerebrais e sentir o que nós queremos sentir sempre que queremos. Isso significa que podemos nos sentir mais poderosos antes de uma negociação, mais confiantes ao pedir um aumento e mais convincentes durante uma chamada de vendas. Focar no melhoramento do cérebro é uma boa ideia para quem sente que está acomodado profissionalmente, para profissionais ambiciosos e diversos empreendedores que procuram melhorar seu potencial

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

AULA DE HISTÓRIA 1º ANO ENSINO MÉDIO M, T, N.
ROMA
A principal característica da história romana foi a sua expansão
territorial. Roma foi o grande império da antiguidade.
A história romana tem a seguinte periodização:
- Monarquia - de 753 a.C. à 509 a.C.
- República - de 509 a.C. à 27 a.C.
- Império - de 27 a.C. à 476 d.C.
MONARQUIA.
É um período caracterizado pelas lendas. A própria fundação da
cidade no ano de 753 a.C. está ligada à uma tradição: Eneias, que
participou da guerra de Troia, chega à Itália e funda uma cidade -
ALBA LONGA. Os gêmeos Rômulo e Remo, descendentes de Eneias, foram abandonados no rio Tigre. Uma loba os amamenta. Foram recolhidos por um pastor que os educa e, mais tarde fundaram a cidade de Roma.
A história, porém, atesta que Roma provavelmente surgiu como
uma fortificação militar - por volta do século VIII a.C. - para
defender-se dos povos etruscos.
A economia no período era baseada na agricultura e no pastoreio. A estrutura social era formada pelos patrícios, que eram os grandes proprietários; os clientes, que recebiam amparo e proteção dos patrícios e os plebeus, que ocupavam a base da sociedade:
artesãos, comerciantes e pequenos proprietários.
Segundo a tradição, houve em Roma sete reis, sendo que o
último - Tarquínio, o Soberbo - foi expulso do poder em virtude de
seu despotismo. Com sua expulsão, inicia-se o período republicano
em Roma.
REPÚBLICA.
A principal instituição de República romana será o Senado,
responsável pela direção de toda política romana. Formado por
patrícios, que ocupavam a função de forma vitalícia, o Senado era o
responsável pela condução da política interna e da política externa.
Escolhia os magistrados, que eram cargos executivos.
Os magistrados eram indicados anualmente e possuíam funções
específicas de natureza judiciária e executiva. A seguir as principais
magistraturas de Roma:
- Consulado: magistratura mais importante, ocupado por dois militares. Um agia em Roma e outro fora de Roma. Em casos de extrema gravidade interna ou externa, esta magistratura - como de resto, as outras também - era substituída pela DITADURA - uma magistratura legal com duração de seis meses.
- Tribunos da plebe: representantes da plebe junto ao Senado. Possuíam o poder de vetar as decisões do Senado que afetassem os plebeus, assegurando assim seus direitos.
- Questor: responsável pela arrecadação de impostos.
- Pretor: encarregado da justiça civil.
- Censor: zelava pela moral pública ( a censura) e realizava a contagem da população ( o censo ).
- Edil: cuidava da manutenção pública - obras, festas, policiamento, abastecimento. Para completar a organização política, restam as Assembleias que eram em número de três:
- Assembleia Centuriata: a mais importante da República. Responsável pela votação de todas as leis. Monopolizada pelos patrícios.
- Assembleia Tribunícia: composta pelas tribos de Roma. Aqui a votação era coletiva, pela tribo. O número de tribos de patrícios era maior do que de plebeus.
- Assembleia da Plebe: uma conquista dos plebeus. Tinha por finalidade escolher os tribunos da plebe. As leis votadas nesta assembleia serão válidas a todos os cidadãos, trata-se do plebiscito.
A luta entre patrícios e plebeus. A sociedade romana, como já se observou, era formada por patrícios, clientes e plebeus. O monopólio do poder político exercido pelos patrícios, acompanhado pelas pesadas obrigações, impostas aos plebeus - tais como o pagamento de impostos, serviço militar obrigatório em época de guerras e o risco de tornarem-se escravos por dívidas - provocou
enormes tensões sociais entre estas duas classes. Os plebeus buscavam a igualdade social e política.
Através de conflitos, os plebeus conseguiram várias conquistas,
a saber:
- criação da magistratura do Tribuno da Plebe em 494 a.C..
- Lei das Doze Tábuas em 450 a.C., codificação das leis.
- Lei Canuleia de 445 a.C. , autorizando o casamento entre as classes.
- Lei Licínia de 367 a.C. que aboliu a escravidão por dívidas.
- Lei Hortênsia de 287 a.C. que estabeleceu que as medidas tomadas na Assembleia da Plebe tivessem validade política ( plebiscito ).
A expansão territorial romana.
 
Roma surgiu como uma fortificação para proteger-se das invasões estrangeiras. A evolução militar romana foi excepcional e, ao longo da Monarquia e início da República, os romanos já haviam conquistado toda a península Itálica. Com estas conquistas, Roma
passa a exercer uma política imperialista (de caráter expansionista),
entrando em choque com CARTAGO - importante colônia fenícia no norte da África - que controlava o comércio marítimo no
Mediterrâneo.
O conflito entre Roma e Cartago, as Guerra Púnicas, inicia-se em 264 a.C., quando Roma anexou a Sicília, e estende-se até o ano de 146 a.C. quando o exército romano, comandado por Cipião Emiliano destruiu Cartago.
Atraídos pelas riquezas do oriente, Roma conquista a Macedônia, a Grécia, o Egito e o Oriente Médio. A parte ocidental da Europa, a Gália e a península Ibérica também foram conquistadas.
As consequências da expansão romana.
A expansão territorial trouxe profundas mudanças na estrutura
social, política, econômica e cultural de Roma.
1. Houve um enorme aumento da escravidão, já que os prisioneiros de guerra eram transformados em escravos.
2. O surgimento dos latifúndios e a falência dos pequenos proprietários. As terras anexadas ao Estado, através das conquistas possuíam o status de "ager publicus", destinadas aos camponeses. No entanto o patriciado acaba apossando-se destas terras e ampliando seu poder.
3. Processo de marginalização dos plebeus, resultado do empobrecimento dos pequenos proprietários e da expansão do escravismo, deixando esta classe sem terras e sem emprego.
4. O surgimento de uma nova classe social - os Cavaleiros ou Homens-novos - enriquecidos pelo comércio e pela prestação de serviços ao Estado: explorar minas, construir estradas, cobrar impostos etc...
5. Aumento do luxo e surgimento de novos costumes, em decorrência da conquista do Império Helenístico. Como exemplo, o culto do Mitraísmo.
6. Como resultado da marginalização dos plebeus e do desenvolvimento do escravismo, houve um enorme êxodo rural, tornando as cidades superpovoadas, contribuindo para uma onda de fome, epidemias e violência. Para controlar esta massa urbana, o Estado inicia a Política do Pão e Circo - a distribuição de alimentos e diversão gratuita.
Com isto, o Estado romano impedia as manifestações em favor de uma reforma agrária.
7. No plano militar, o cidadão soldado foi substituído pelo soldado profissional, que passou a ser fiel não ao Estado mas sim ao seu general. O fortalecimento dos generais contribuiu para as guerras civis em Roma.

A crise republicana

A) Os irmãos Graco.
A situação de marginalidade dos plebeus, o aparecimento dos latifúndios; levaram alguns tribunos da plebe a proporem uma reforma agrária: foram os irmãos Tibério e Caio Graco.
Os irmãos Graco tentaram melhorar as condições de vida dos plebeus por meio de uma reforma agrária e de uma lei frumentária.
As terras públicas ( o Ager publicus ) seriam utilizadas para transformar o pobre urbano em camponês, bem como a ampliação da distribuição de alimentos. Mediante estas reformas, acreditavam
os tribunos, as tensões sociais diminuiriam. Os dois irmãos foram assassinados...
B) Os generais Mário e Sila.
O desaparecimento do cidadão soldado veio fortalecer o poder individual de alguns generais, que se utilizavam da popularidade
diante de seus soldados para manterem-se no poder. Destaque para o general Mário e o general Sila que levam seus exércitos a conflitos pela disputa do poder político. Estes conflitos políticos, com fortes conotações sociais estão na origem das chamadas guerras civis.
Durante estas guerras internas, outros generais destacaram-se como Pompeu e Júlio César.
C) Triunvirato.
Período em que o governo de Roma estava dividido entre três generais.
O primeiro Triunvirato foi composto por César, Pompeu e Crasso. Com a morte de Crasso, César e Pompeu travam uma disputa pelo poder, resultando na vitória de Júlio César e no início de seu poder pessoal, que dura até o ano de 44 a.C., ano de seu assassinato.
O segundo Triunvirato era formado por Caio Otávio ( sobrinho de Júlio César ), Marco Antônio e Lépido. Aqui também haverá uma
intensa disputa pelo poder pessoal. No ano de 31 a.C., com a vitória
de Caio Otávio sobre Marco Antônio tem início o poder pessoal de
Otávio, que se tornará o primeiro imperador romano.
 
IMPÉRIO.

A principal característica do Império Romano é a centralização do poder nas mãos de um só governante. O longo período das guerras civis, contribuiu para enfraquecer o Senado e fortalecer o exército.
Caio Otávio será o primeiro imperador de Roma e receberá uma série de títulos, tais como: Augusto ( honra dada somente aos deuses), Tribuno da Plebe vitalício e Príncipe ( o primeiro cidadão do Senado). O seu governo vai do ano 31 a.C. até o ano 14 d.C. Realizou reformas que contribuíram para a sua popularidade: ampliou a distribuição gratuita de trigo para a plebe e de espaços para a diversão pública ( a famosa Política do Pão e Circo ), efetuou uma distribuição de terras aos soldados veteranos e foi um protetor dos artistas romanos.
Seu período é conhecido como a PAX ROMANA, dado ao fortalecimento do exército, a amenização das tensões sociais - graças à política do pão e circo - e a pacificação das províncias do império.
O período imperial romano é dividido em dois momentos: o Alto Império, marcado pelo apogeu de Roma; e pelo Baixo Império, que
representa a decadência e queda de Roma.
A) ALTO IMPÉRIO.
Formado pelas chamadas dinastias de ouro. É o momento de grandiosidade de Roma tendo as seguintes dinastias:
a) Júlio-Claúdios ( 14 - 68 )
b) Flávios ( 69 - 96 )
c) Antoninos ( 96 -192)
d) Severos (193-235).
À partir do ano de 235, inicia-se um período de crises em virtude do enorme custo para a manutenção do exército. Os gastos militares minavam as finanças do Estado, que era obrigado a aumentar os impostos. Esta política provoca tumultos e revoltas nas  províncias.
A crise militar acarreta o fim do expansionismo romano, contribuindo - a médio prazo e de forma contínua - para diminuir a
entrada de mão-de-obra escrava em Roma. A chamada crise do escravismo está na raiz da queda de Roma.
 
A crise e a queda De Roma.

Toda a riqueza do Império Romano advinha do uso da mão-deobra
escrava, conseguida pela expansão territorial. À partir do século III, como forma de conter os excessivos gastos militares, Roma cessou suas conquistas territoriais, acarretando uma diminuição no número de escravos e, consequentemente, uma expressiva queda na produção agrícola.
Como resultado desta crise econômica o Estado romano passa a aumentar, de forma sistemática, os impostos. O aumento dos impostos reflete em um aumento no preço das mercadorias, gerando
um processo inflacionário. Diante desta situação, a política de pão e
circo deixa de existir - pois o Estado não pode mais arcar com a distribuição gratuita de alimentos - contribuindo para aumentar as
tensões sociais.
Como se não bastasse tudo isto, as fronteiras do Império Romano começam a serem invadidas pelos chamados povos bárbaros, trazendo um clima de insegurança e pânico a todos.
 
Consequências da crise imperial.

-ÊXODO URBANO: uma saída da população urbana para o campo, fugindo da crise econômica e dos bárbaros. No campo, esta população tinha uma oportunidade de trabalho pois, em virtude da diminuição do número de escravos, os grandes proprietários passam
a necessitar de força de trabalho.
-O COLONATO: como solução para a falta de força de trabalho e de uma forte onda inflacionária, desenvolve-se no campo o regime de colonato, onde o grande proprietário arrenda lotes de terras para os camponeses que, em troca, trabalhavam e produziam para o grande proprietário. O colono passa a ser um homem preso à terra. A economia passa a ser auto-suficiente.
-INFLAÇÃO: com a queda da produção agrícola, o Estado tem sua arrecadação de impostos diminuída e, em contrapartida, um aumento das despesas - como a manutenção do exército para a defesa das fronteiras dos ataques bárbaros. Na falta de dinheiro, o Estado passa a exercer uma política emissionista ( emissão de moeda) provocando uma desvalorização do dinheiro. Sem dinheiro, o Estado inicia a sua falência.
-CRISE MILITAR: sem recursos para manter o exército, o Estado romano passa a recrutar bárbaros para defender as suas fronteiras, que em troca do serviço prestado recebiam terras.
No campo, a ausência militar e a necessidade de garantir a propriedade, leva o grande proprietário a contratar mercenários para a defesa da terra, criando um exército pessoal.
-O CRISTIANISMO: um outro elemento que contribuiu para a crise de Roma foi a difusão da religião cristã. O fortalecimento do cristianismo ocorria, simultaneamente, com o enfraquecimento de Roma. Os cristãos não aceitavam as instituições romanas, ligadas ao
paganismo; não reconheciam a divindade do imperador e não aceitavam a escravidão.
As autoridades romanas iniciam uma política de perseguição sistemática aos cristãos, considerando-os culpados por todas as calamidades que ocorriam. No entanto, quanto mais os cristãos eram perseguidos e torturados, maior o número de adeptos.
Reformas do Baixo Império.
Procurando evitar o colapso político-administrativo total do Império, alguns imperadores empreenderam algumas reformas, com
o objetivo de reestruturar o império.
DIOCLECIANO: dividiu o poder imperial em quatro parte - a tetrarquia - procurando aumentar a eficiência administrativa ao descentralizar a organização do Estado; reintroduziu o serviço militar obrigatório; incentivou o regime de colonato; editou a lei do Preço Máximo, para combater a inflação; ampliou a perseguição aos cristãos.
CONSTANTINO: sucessor de Diocleciano, realizando a reunificação do Império e transferindo a capital de Roma para Bizâncio na parte oriental do Império ( futura Constantinopla ); o Édito de Milão (313) , legalizando o cristianismo. Esta medida tinha
também um interesse econômico. O pagão, de perseguidor passa a ser perseguido, e seus bens ( maiores que os do cristão ) confiscados pelo Estado, constituindo assim, uma forma de aumentar o erário estatal.
TEODÓSIO: realizou a divisão do Império romano em duas partes:
Império romano ocidental - Roma
Império romano oriental - Constantinopla

À partir do século IV a pressão dos bárbaros sobre as fronteiras de Roma aumenta. Uma imensa onda de tribos - fugindo dos Hunos - inicia a penetração na parte ocidental de Roma.
Por conta da fraqueza interna, Roma foi saqueada e dominada no ano de 476 por Odoacro, que se declarou rei da Itália. Esta data é considerada o ponto final da história romana. Quanto ao lado oriental de Roma, este sobrevivi até o ano de 1453 com o nome de Império Bizantino.
Cultura romana.
A cultura romana foi profundamente influenciada pela cultura grega. O teatro será um dos divertimentos de Roma. Os romanos gostavam ainda das lutas de gladiadores e corridas de biga. O martírio dos cristãos também servia de entretenimento.
Na literatura - cuja época de ouro foi o período de Augusto - destacam-se Horácio, Virgílio e Tito Lívio autor de "A História de Roma".
A principal contribuição dos romanos para a posteridade foi, sem dúvida alguma, no campo do Direito. O Direito romano continua a ser a base da ciência do Direito ainda hoje.
Outro importante legado é o latim, origem de muitas línguas modernas, tais como o português, o italiano, o francês e o espanhol. Para finalizar, o grande desenvolvimento de Roma - em todos os aspectos, assim como o grego - só foi possível graças ao uso do trabalho escravo.
Exercícios.
1) (FUVEST) O Estado Romano no Baixo Império caracterizou-se pela:
a) aceitação do princípio da intervenção do Estado na vida social e econômica:
b) tentativa de conduzir os negócios públicos exclusivamente a partir de um determinado grupo social;
c) estabilidade nas relações entre o poder central e os governos provinciais;
d) perfeita harmonia dos órgãos legislativos quanto às ideias de expansão territorial;
e) absoluta identidade de pensamento quanto às atitudes frente ao problema religioso.
2) (UEMS) Entre as reformas introduzidas em Roma por Augusto, podemos citar:
a) o estabelecimento do divórcio;
b) a drástica redução dos efetivos militares;
c) a restauração do antigo sistema de cobrar os impostos provinciais;
d) a criação de um sistema centralizado nos tribunais;
e) a redução da autonomia das províncias.
3) (FUVEST) Diocleciano ( 284-304 ) e Constantino ( 312-337) destacaram-se no história do Império Romano por terem:
a) conquistado e promovido a romanização da Lusitânia, incorporando-a ao Império;
b) introduzido em Roma costumes religiosos e políticos dos etruscos;
c) concedido à plebe defensores especiais - os tribunos da plebe - que protegiam seus direitos;
d) consolidado o Direito Romano na chamada Lex Duodecim Tabularum;
e) estabelecido medidas visando deter a crise que abalava o Império.
4)(PUC) Os irmãos Graco:
a) defenderam os camponeses sem terra contra a aristocracia;
b) foram os conquistadores de Cartago;
c) eram os principais líderes do partido aristocrático;
d) elaboraram a primeira lei escrita de Roma;
e) foram os autores da Lei das Doze Tábuas.
5) (FUVEST) A expansão de Roma durante a República, com o conseqüente domínio da Bacia do Mediterrâneo, provocou sensíveis transformações sociais e econômicas, entre as quais:
a) um marcante processo de industrialização, êxodo urbano e endividamento do Estado;
b) o fortalecimento da classe plebéia, expansão da pequena propriedade e propagação do cristianismo;
c) o crescimento da economia agropastoril, intensificação das exportações e aumento do trabalho livre;
d) o enriquecimento do Estado Romano, aparecimento de uma poderosa classe de comerciantes e aumento do número de escravos;
e) a diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo inflacionário e escassez de mão-de-obra escrava.
6) (UnB) A República foi um dos mais significativos períodos da
história romana, marcado por:
(0) intensas lutas sociais envolvendo patrícios e plebeus;
(1) uma tendência ao expansionismo, cuja primeira etapa foi a conquista da Itália;
(2) uma forte presença do Senado que, entre outras funções,  administrava as províncias, supervisionava as finanças públicas e conduzia a política externa;
(3) uma vitória decisiva sobre Cartago ( Guerras Púnicas ), que abriu as portas do Mediterrâneo à dominação romana;
(4) uma equiparação da elite patrícia com a classe plebéia,
em termos de poder político e de força econômica, como decorrência de suas conquistas.
7) (OSEC) Sobre a ruralização da economia ocorrida durante a crise do Império Romano, podemos afirmar que:
a) proporcionou ao Estado a oportunidade de cobrar mais eficientemente os impostos;
b) foi a causa principal da falta de escravos;
c) foi conseqüência da crise econômica e da insegurança provocada pela invasões dos bárbaros;
d) incentivou o crescimento do comércio;
e) proporcionou às cidades o aumento de suas riquezas.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Escultura de madeira russa é duas vezes mais antigas que as Pirâmides do Egito

 
(Reprodução/Wiki)(Reprodução/Wiki)Uma misteriosa escultura em madeira foi datada como tendo 11 mil anos de acordo com um novo teste. O objeto deve ter sido feito durante o período Mesolítico e contém um código indecifrável.

Em análises anteriores, ela foi dada como tendo 9,5 mil anos, porém o teste era controverso e, por isso, foi refeitos utilizando uma técnica mais moderna, a espectrometria de massa acelerada.

A imagem de Shigir, como foi nomeada, é duas vezes mais antiga que as Pirâmides e o Stonehenge e, sem dúvidas, a mais antiga estrutura de madeira já encontrada em todo o mundo.

Seu aparecimento aconteceu no final do século 17 em um pântano na Rússia. As condições do local preservaram tão bem a raridade que não somente o rosto esculpido é bastante visível, mas também uma série de linhas e rabiscos ao longo dos seus 9 metros de comprimento.

O professor Mikhail Zhilin, da Academia Russa de Ciência disse que "o ornamento é coberto de informações criptofrafadas. As pessoas da época passavam conhecimento com a ajuda de imagens".

Desenho do arqueólogo Vladimir Tolmachev, ainda durante o período soviético. (Reprodução/ Tolmachev V.Y.)Desenho do arqueólogo Vladimir Tolmachev, ainda durante o período soviético. (Reprodução/ Tolmachev V.Y.)