quarta-feira, 27 de julho de 2016


AULA DE HISTÓRIA  3º ANO EM - MAPA MENTAL DA REVOLUÇÃO RUSSA
RESUMO DA REVOLUÇÃO MARXISTA RUSSA:
ANTES: Ditadura autocrática Czarista
DEPOIS: Ditadura monopartidária comunista

ANTES: Regime Opressor
DEPOIS: Regime Opressor

ANTES: Não havia democracia
DEPOIS: Não havia democracia

ANTES: Não havia liberdade de expressão
DEPOIS: Não havia liberdade de expressão

ANTES: Muita corrupção e privilégios da nobreza
DEPOIS: Muita corrupção e privilégios da Nomenklatura




9ª Aula de Sociologia 1º Ano Ensino Médio
A CONTRIBUIÇÃO DO ÍNDIO NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
ALGUNS SITES SOBRE A CULTURA INDÍGENA:

1 - POVOS INDÍGENAS DO BRASIL:
http://pib.socioambiental.org/pt

2 - FUNAI:
http://www.funai.gov.br/

3 - LÍNGUAS INDÍGENAS BRASILEIRAS:
http://www.indios.info/

4 - FAMALIÁ:
http://www.famalia.com.br/

5 - VIVA BRAZIL - CULTURA INDÍGENA:
http://www.vivabrazil.com/CulturaIndigena.htm

A CONTRIBUIÇÃO DO ÍNDIO NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA

 Na Idade Média, a palavra "índio" era empregada para designar as pessoas que viviam nas Índias, ou seja, no oriente. Ao chegar às Américas, Colombo pensou que   havia chegado as Índias e resolveu chamar os nativos de índios. O conceito de "índio" é, portanto, uma invenção europeia. Além disso, os índios nunca foram e jamais se enxergaram como um povo uno. Pelo contrário, diferentes grupos indígenas nutriam grande animosidade e constantemente guerreavam entre si (historicamente, os índios brasileiros foram classificados segundo os principais troncos linguísticos, que são: Tupi-guarani, Macro-jê, Aruak e Karib. Inicialmente, os grupos que tiveram maiores contatos (nem sempre amistosos) com os portugueses foram os do tronco tupi ou tupi-guarani (tupiniquins, tupinambás, tamoios, caetés, potiguaras e tabajaras quase sempre aparecem citadas como as principais). Já os grupos que não eram do citado tronco tupi-guarani, foram chamados de Tapuias (geralmente povoavam o interior do Brasil). Mas os tupis não eram uma nação indígena homogênea, pois tinham grandes rivalidades internas que acabaram sendo exploradas pelos europeus que tentavam colonizar a região. Ainda hoje os historiadores não chegaram a um consenso sobre a melhor maneira de separar as principais tribos tupis e também para delimitar a área exata que cada uma delas ocupava no litoral. À medida que adentravam o vasto território, os portugueses perceberam que haviam centenas de povos com línguas, costumes e hábitos diferentes. Estima-se que na época eram faladas cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes. Estima-se ainda que havia cerca de 3 milhões de indígenas nos primeiros anos da colonização, os quais viviam ainda num processo de transição do paleolítico para o neolítico, dependendo da caça, pesca, coleta, e iniciando uma agricultura, ainda muito rudimentar. Os portugueses, inicialmente, estabeleceram um sistema de trocas e favores com os índios, para tentar conquistar sua confiança, mas logo passaram a tentar dominar as terras e escravizar os nativos, os quais oferecerem bastante resistência por meio de fugas e de guerras contra o colonizador. Devido a resistência do índio, já em 1536, os portugueses deram início ao tráfico de escravos africanos. Nem todos os índios eram hostis ao colonizador. Em Casa Grande & Senzala, Gilberto Freyre comenta a respeito de etnias amigáveis, que contribuíram deliberadamente, principalmente através das índias que entregavam seus corpos aos prazeres do lusitano sedento de prazer, principalmente pela quase total ausência de mulheres brancas no Brasil (era uma reclamação constante dos governadores e donatários, pedindo mulheres brancas, pois a promiscuidade era enorme).

“Híbrida desde o início, a sociedade brasileira é de todas da América a que se constituiu mais harmoniosamente quanto às relações de raça: dentro de um ambiente de quase reciprocidade cultural que resultou no máximo de aproveitamento dos valores e experiências dos povos atrasados pelo adiantado; no máximo de contemporização da cultura adventícia com a nativa, da do conquistador com a do conquistado. Organizou-se uma sociedade cristã na superestrutura, com a mulher indígena, recém-batizada, por esposa e mãe de família; e servindo-se em sua economia e vida doméstica de muitas das tradições, experiências e utensílios da gente autóctone. Mesmo que não existisse entre a maior parte dos portugueses o pendor para a ligação, livre ou sob a bênção da Igreja com as caboclas, a ela teriam sido levados pela força das circunstâncias, gostassem ou não de mu­lher exótica. Simplesmente porque não havia na terra quase nenhuma branca; e sem a gentia era impossível povoar tão larga costa. O historiador Zacarias Wagner observaria no século XVII que entre as filhas das caboclas iam buscar esposas legítimas muitos portugueses, mesmo dos mais ricos, e até "alguns neerlandeses abrasados de paixões”. Já não seria então, como no primeiro século, essa união de europeus com índias, ou filhas de índias, por escassez de mulher branca, mas por deci­dida preferência sexual. Já o historiador Varnhagen chega a insinuar que, por sua vez, a mulher indígena, "mais sensual que o homem como em todos os povos primi­tivos [...] em seus amores dava preferência ao europeu, talvez por considerações priápicas". Capistrano de Abreu sugere, po­rém, que a preferência da mulher gentia pelo europeu teria sido por motivo mais social que sexual: "da parte das índias a mes­tiçagem se explica pela ambição de terem filhos pertencentes à raça superior, pois segundo as ideias entre eles correntes só valia o parentesco pelo lado paterno".
Para colonizar o enorme território, teve Portugal de valer-se no século XVI do resto de homens que lhe deixara a aventura da índia. E não seria com esse sobejo de gente, quase toda miúda, em grande parte plebeia e, além do mais, moçárabe, isto é, com a consciência de raça ainda mais fraca que nos portugueses fidalgos ou nos do Norte, que se estabeleceria na América um domínio portu­guês branco ou rigorosamente europeu. A tran­sigência com o elemento nativo se impunha à política colonial portuguesa: as circunstâncias facilitaram-na. A luxúria dos indi­víduos, soltos sem família, no meio da indiada nua, vinha servir a poderosas razões de Estado no sentido de rápido povoamento mestiço da nova terra. O certo é que sobre a mulher gentia fundou-se e desenvolveu-se através dos séculos XVI e XVII o grosso da sociedade colonial, num largo e profundo mestiçamento, que a interferência dos padres da Companhia salvou de resolver-se todo em libertinagem para em grande parte regu­larizar-se em casamento cristão.
O ambiente em que começou a vida brasileira foi de quase intoxicação sexual. O europeu saltava em terra escorregando em índia nua; os próprios padres da Companhia precisavam descer com cui­dado, senão atolavam o pé em carne. Muitos clérigos, dos outros, deixaram-se contaminar pela devassidão. As mulheres eram as primeiras a se entregarem aos brancos, as mais arden­tes indo esfregar-se nas pernas desses que supunham deuses. Davam-se ao europeu por um pente ou um caco de espelho. A mulher gentia temos que considerá-la não só a base física da família brasileira, aquela em que se apoiou, robuste­cendo-se e multiplicando-se, a energia de reduzido número de povoadores europeus, mas valioso elemento de cultura, pelo me­nos material, na formação brasileira. Por seu intermédio enriqueceu-se a vida no Brasil, como adiante veremos, de uma série de alimentos ainda hoje em uso, de drogas e remédios casei­ros, de tradições ligadas ao desenvolvimento da criança, de um conjunto de utensílios de cozinha, de processos de higiene tropi­cal - inclusive o banho frequente ou pelo menos diário, que tanto deve ter escandalizado o europeu porcalhão do século XVI. Ela nos deu ainda a rede em que se embalaria o sono ou a volúpia do brasileiro; o óleo de coco para o cabelo das mulhe­res; um grupo de animais domésticos amansados pelas suas mãos.
Da cunhã é que nos veio o melhor da cultura indígena. O asseio pessoal. A higiene do corpo. O milho. O caju. O min­gau, O brasileiro de hoje, amante do banho e sempre de pente e espelhinho no bolso, o cabelo brilhante de loção ou de óleo de coco, reflete a influência de tão remotas avós. O índio contribuiu na obra de conquista dos sertões, de que ele foi o guia, o canoeiro, o guerreiro, o caçador e pescador. Muito auxiliou o índio ao bandeirante mameluco, os dois excedendo ao português em mobilidade, atre­vimento e ardor guerreiro; Na obra de sertanismo e de defesa da colônia contra espanhóis, contra tribos inimigas dos portugueses, contra corsários.
Índios e mamelucos formaram a muralha movediça, viva, que foi alargando em sentido ocidental as fronteiras coloniais do Brasil ao mesmo tempo que defenderam, na região açucareira, os estabelecimentos agrários dos ataques de piratas estrangeiros. Cada engenho de açúcar nos séculos XVI e XVII precisava de manter em pé de guerra suas centenas ou pelo menos dezenas de homens prontos a defender contra selvagens ou corsários a casa de vivenda e a riqueza acumulada nos armazéns: esses homens foram na sua quase totalidade índios ou caboclos de arco e flecha.
A enxada é que não se firmou nunca na mão do índio nem na do mameluco; nem o seu pé de nômade se fixou nunca em pé-de-boi paciente e sólido. Do indígena quase que só aproveitou a colonização agrária no Brasil o processo da coivara, que infelizmente viria a empolgar por completo a agricultura colonial. O conhecimento de sementes e raízes, outras rudi­mentares experiências agrícolas, transmitiu-as ao português me­nos o homem guerreiro que a mulher trabalhadora do campo ao mesmo tempo que doméstica. Se formos apurar a colaboração do índio no trabalho pro­priamente agrário, temos que concluir... pela quase insignifi­cância desse esforço. O que não é de estranhar, se considerar­mos que a cultura americana ao tempo da descoberta era a nômade, a da floresta, e não ainda a agrícola; que o pouco da lavoura - mandioca, cará, milho, jerimum, amendoim, mamão - praticado por algumas tribos menos atrasadas, era trabalho desdenhado pelos homens - caçadores, pescadores e guerreiros - e entregue às mulheres, diminuídas assim na sua domesticidade pelo serviço de campo tanto quanto os homens nos hábitos de trabalho regular e contínuo pelo de vida nômade. Daí não terem as mulheres índias dado tão boas escravas do­mésticas quanto as africanas, que mais tarde as substituíram como cozinheiras e amas de menino do mesmo modo que os negros aos índios corno trabalhadores de campo.”
(Freyre, Gilberto. Casa Grande & Senzala, trechos do capítulo II).

Da culinária, herdamos dos índios as culturas do caju, goiaba, guaraná, palmito, mandioca, macaxeira, milho, inhame, cará, jeri­mum, pimenta, etc., os quais substituíram a falta do trigo. Da mandioca se extraía um veneno que, se ingerido, provocava a morte. O indígena sabia processar a mandioca para extrair dela a massa e a goma para fazer tapiocas, beijus, farinha, bolos, etc. Também o milho, um cereal totalmente americano, era muito utilizado para diversas utilidades.
Para cada doença, o indígena tinha um chá ou uma bebida especial. Unindo superstição ao conhecimento empírico, os nativos desenvolveram uma medicina natural que hoje em dia tem servido de base para muitas pesquisas médicas, algumas já comprovadas. Ainda hoje, nos mercados populares do país, encontram-se ervas para todos os males, das dores de barriga até a inapetência sexual.
De todos os hábitos, porém, o do banho diário foi o que mais escandalizou o português. Considerado até prejudicial à saúde, o português com dificuldade se adaptou ao regime higiênico da colônia, cujo calor era causa principal dos quase 15 banhos diários tomados pelos índios que os cronistas coloniais registraram.
Em relação ao idioma, os índios enriqueceram a língua portuguesa, através de diversas palavras incorporadas ao vocabulário tais como Açucena, abacaxi, caboclo, gambá, catapora, Morumbi, macaxeira, jabiraca, Jacarepaguá, Jaguar, Jiboia, Copacabana, Ipanema, carioca, Ceará, Paraíba, Pará, Capibaribe, Beberibe, Jaguaribe, Camaragibe, Araraquara, Piracicaba, Paraná, Pernambuco, toró, sagui, saci, etc.
Em relação à religiosidade imposta pelo branco, o catolicismo não sairia ileso do contato cultural com o nativo. Não deixou de existir uma fusão das crenças indígenas com o catolicismo, o qual tornou-se mais folclórico, menos ritualístico, cheio de superstições. A própria umbanda, adaptação da religião dos negros à realidade da colônia, possui algumas influências indígenas, como o caboclo e ervas para tirar maus espíritos. De raiz totêmica e fetichista, a religião primitivista dos índios, que levava em conta o culto aos elementos da natureza, teve dificuldade em se submeter ao catolicismo. A única aproximação possível foi a veneração aos santos, levando mesmo assim, em conta os rituais próprios dos índios, que reverenciavam suas entidades com festas, sacrifícios, deles recebendo curas e ações sobrenaturais por meio dos pajés ou feiticeiros das tribos. Muitas dessas práticas ainda resistem ao tempo, no Sertão, por meio das rezadeiras, que não deixam de constituir um ritual mágico de pedir a saúde.

QUESTIONÁRIO
1- Por que a palavra índio é uma construção europeia?
2 – Comente o texto: “Híbrida desde o início, a sociedade brasileira é de todas da América a que se constituiu mais harmoniosamente quanto às relações de raça: dentro de um ambiente de quase reciprocidade cultural que resultou no máximo de aproveitamento dos valores e experiências dos povos atrasados pelo adiantado; no máximo de contemporização da cultura adventícia com a nativa, da do conquistador com a do conquistado.
3 – Havia diferenças entre os grupos indígenas? Comente.
4 - O índio contribuiu para a expansão e defesa territorial do Brasil? comente.
5 – Em relação a mestiçagem, a mesma servia aos interesses da Coroa portuguesa? Comente.
6 – Comente a respeito da luxúria abordada no texto de Casa Grande & Senzala.
7– Em relação aos costumes e a culinária, comente a contribuição indígena.
8 – O vocabulário português foi influenciado pela cultura indígena? Comente.
9 – A religiosidade brasileira sofreu influência indígena? Comente.
10 – Analisando o texto, pode-se afirmar que o índio era preguiçoso, ou isso é uma visão preconceituosa? Comente.

11– A contribuição indígena na formação da sociedade brasileira foi importante?
9ª AULA DE FILOSOFIA 2º ANO ENSINO MÉDIO
AXIOLOGIA - FILOSOFIA DOS VALORES

O que é melhor: vingança ou justiça? Ódio ou perdão?
É melhor ser pobre honesto ou rico ladrão? É Melhor ser autêntico ou falso? Como escolher minha profissão? Pelo status e dinheiro (mesmo sem ser o que gostaria) ou devo seguir aquilo que sempre gostei, mesmo que ganhe pouco?
Viver é estar sempre fazendo algo, é estar escolhendo dentre as inúmeras possibilidades, qual caminho seguir. Estas escolhas pautam-se nos valores que nós identificamos como melhores para a nossa vida. 
O Que É Valor? do grego axio "valor" + logia "estudo, tratado “.
Há várias definições para os valores:
- Valor é tudo aquilo que acreditamos ser importante para nós (isso varia de pessoa para pessoa)
- Valor é uma qualidade que concedemos aos objetos, às ações ou às pessoas, seja ela positiva ou negativa.
-Valor é o que me agrada e o que me desagrada.
-Valor também pode ser aquilo que não tenho e que desejo.
IMPORTÂNCIA DOS VALORES:
Representam coisas em direção das quais nos aproximamos ou afastamos. São as coisas, os IMPULSOS pelas quais desejamos despender esforços e recursos.
É aquilo que nos motiva. Fornecem critérios para avaliarmos nossas ações como boas ou ruins. Dirigem nossos propósitos na vida.
O valor é o princípio norteador das escolhas humanas (os fins), o desejável, o preferível.
O valor é o guia, a norma das escolhas, por isso carece da consciência e da liberdade do ser humano.
Tipos de valores: sensíveis, econômicos, éticos/morais, espirituais, sagrados, políticos
VALORES SENSÍVEIS: Os valores do agradável e do prazer, hedônicos. Abrangem não apenas as sensações de prazer e satisfação, como tudo aquilo que é apto a provocá-las (paixão, sexo, comida, bebida, etc.). Exemplo: o hedonismo do alcoólatra, do fumante, do torcedor fanático por futebol, etc.
VALORES ECONÔMICOS: Referem-se aos valores materiais e bens de consumo: dinheiro, habitação, carro, terreno, etc. Na sociedade capitalista, estes são os valores mais levados em conta, os que dominam o cenário mundial. São de extrema importância, pois necessitamos dele para a nossa sobrevivência, mas o problema está na supervalorização do mesmo sobre os demais, levando muita gente a abandonar princípios éticos ou sagrados, trocando-os pelos econômicos.
VALORES ÉTICOS/MORAIS: a) Referem-se às normas ou critérios de conduta que afetam todas as áreas da nossa vida. Exemplos: Solidariedade, Honestidade, Verdade, Lealdade, Bondade, Perdão.
VALORES ESPIRITUAIS: Caracterizam-se pela sua imaterialidade e durabilidade: Inteligência, Conhecimento, Sabedoria, Razão, etc.
VALORES SAGRADOS/TEOLÓGICOS: Referem-se a nossa relação com o que consideramos sagrado, as divindades, a transcendência, a religiosidade
VALORES POLÍTICOS: nossa relação com o próximo e a sociedade: exemplos: justiça, igualdade respeito, liberdade, direitos humanos, responsabilidade, etc...
Como classificamos esses valores em nossa vida?
De acordo com os que consideramos mais e menos importantes, ou seja, varia de pessoa para pessoa.

JUÍZO DE FATO E JUÍZO DE VALOR:
Se dissermos: “Está chovendo”, estaremos enunciando um acontecimento constatado por nós e o juízo proferido é um juízo de fato.
Se, porém, falarmos: “A chuva é boa para as plantas” ou “A chuva é bela”, estaremos interpretando e avaliando o acontecimento, ou seja, é um juízo de valor.
Qual é a diferença entre os dois tipos de juízos? A diferença é entre a Natureza (EX: CHUVA) e a Cultura (A CHUVA É BOA PARA A AGRICULTURA).
JUÍZOS DE FATO: Juízos de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e por que são.
JUÍZOS DE VALOR: Juízos de valor avaliam coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos, sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões como bons ou maus, desejáveis ou indesejáveis.

A DISTORÇÃO DOS VALORES: Nossos valores não são baseados apenas na razão, mas também nas emoções, no fanatismo, alienação, na falta de esclarecimento e informação (essenciais para a tomada de decisão mais correta), ou seja, poderão estar distorcidos, nos levando ao engano e aos prejuízos ao longo da vida. Exemplo: alguém que foi criado numa cultura machista e reproduz seu comportamento contra sua esposa. Alguém que é fanático por futebol chegando ao ponto de usar (ou sofrer) violência pelo seu time (ou até vir a ser preso ou morrer). 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VALORES: Polaridade, Hierarquização, Historicidade, Perenidade, Absolutividade/relatividade.
POLARIDADE: Há sempre um polo positivo e um polo negativo (bem/mal; belo/feio; sagrado/profano), etc.
1-(POLARIDADE) VALORES ÚTEIS: CARO X BARATO, CAPAZ X INCAPAZ, ABUNDANTE X ESCASSO, ADEQUADO X INADEQUADO, CONVENIENTE X INCOVENIENTE.
2 -(POLARIDADE) VALORES VITAIS: FORTE X FRACO, SAUDÁVEL X DOENTIO, ENÉRGICO X INERTE.
3-(POLARIDADE) VALORES LÓGICOS: VERDADE X FALSIDADE, CONHECIMENTO X DESCONHECIMENTO, CERTO X ERRADO, EVIDENTE X IMPROVÁVEL.
4 -(POLARIDADE) VALORES ESTÉTICOS: BELO X FEIO, ELEGANTE X DESELEGANTE, HARMONIOSO X DESARMONIOSO, SUBLIME X RIDÍCULO.
5-(POLARIDADE) VALORES ÉTICOS/MORAIS: BOM X MAU, JUSTO X INJUSTO, LEAL X DESLEAL, PIEDOSO X IMPIEDOSO.
6-(POLARIDADE) VALORES RELIGIOSOS/SAGRADOS: SANTO X PROFANO, DIVINO X DIABÓLICO, TERRENO, ESPIRITUAL X CARNAL, MILAGROSO X MECÂNICO
HIERARQUIA DOS VALORES: Ordenam-se de acordo com o grau da sua importância que damos aos mesmos, ou seja é pessoal. 
HISTORICIDADE DOS VALORES: caráter temporal e relativo de alguns valores; padrões valorativos próprios de uma época. No passado, por exemplo, a poluição era vista como sinal de progresso, a terrível escravidão era valorizada, assim como o desmatamento, etc. O casamento duradouro era valorizado, mesmo que o casal vivesse uma relação apenas de fachada, pois a mulher desquitada era desvalorizada e mal vista pela sociedade hipócrita e machista.
PERENIDADE DOS VALORES: caráter intemporal de alguns valores; valores que não sofrem alterações nem mudam ao longo da história. Exemplo: a saúde, a felicidade, a verdade, a inteligência, a confiança, a qualidade, a ética, as normas, o trabalho, etc.
ABSOLUTIVIDADE/RELATIVIDADE: Os valores estão sujeitos a dependência histórica e cultural dos povos. Exemplo: a mulher muçulmana em geral veste-se cobrindo todo o corpo e a cabeça, enquanto a mulher ocidental, mesmo religiosa, usa roupas bem mais decotadas (há exceções).
COMO ADQUIRIMOS OS NOSSOS VALORES? Eles são inconscientemente adquiridos através da família, escola, religião, amigos, mídia, sociedade, etc.
AS PESSOAS USAM A AXIOLOGIA PARA ESCOLHER SUA PROFISSÃO? Em geral, sim: escolhemos uma profissão baseados em valores, nossos ou os de mercado. Nem sempre é fácil escolher uma profissão: alguns escolhem baseados no status da mesma. Exemplo: alguém pode escolher ser médico por ostentação ou dinheiro. Outros “escolhem” por pressão da família para ser engenheiro, advogado, médico, etc., mesmo que não seja a ideal.  
Outros escolhem a profissão baseando-se na sua vocação. É importante saber suas vocações. É claro que com trabalho árduo e dedicação podemos ser bem sucedidos, mas possuímos vocações distintas que podem ajudar na escolha da carreira. Procure saber quais são suas vocações.

O QUE É VOCAÇÃO? Ação ou efeito de chamar, de invocar, de denominar(-se).
- Tendência (s) ou inclinação (s) natural ou simpatia que nos direciona para uma atividade, função ou profissão. Exemplo: quem tem facilidade com cálculos já tem um indicativo de profissão na área de exatas, assim como quem tem facilidade na área de humanas, letras, artes, biologia, etc.
Mesmo com a vocação, há o problema da dúvida e da indecisão. Quem não sabe pra onde quer ir não chega a lugar nenhum. Uma dica é escrever os assuntos (as matérias, os temas, as atividades) que mais te motivam e ver as carreiras que mais se relacionam com os mesmos.
CONFLITO DE VALORES: Os valores podem se interpor no caminho das mudanças que desejamos realizar.
EX: casamento ou carreira profissional, ser médico ou advogado, abandonar um bom emprego para abrir uma empresa, etc.
Se há dois valores em conflito, isto pode gerar uma crise, através da indecisão, incerteza, decisão precipitada / adiada, frustração por não saber se tomou a decisão correta, arrependimento, etc.

QUESTIONÁRIO:
1- Coloque numa escala de importância (do maior para o menor) os seguintes valores: sensíveis, econômicos, éticos/morais, espirituais, sagrados e políticos. Justifique sua resposta.
2- As questões emocionais, a falta de informação e o fanatismo podem nos enganar em relação a escolha de nossos valores?
3 – Os valores são absolutos ou podem ser relativos? Comente.
4 – Há valores que são perenes? Comente.
5 – Os valores políticos devem estar ligados aos valores éticos? Comente.
6 – como escolher uma profissão usando a axiologia?
7 – Classifique as afirmações como juízo de fato ou de valor:
a-     O hidrogênio é um elemento químico (                              );
b-     O revólver é uma arma (                              );
      c-  A pena de morte é injusta (                            );
      d – O réu foi condenado (                            );
      e – o réu foi injustamente condenado (                            );
      f – o réu mereceu ser condenado (                            );
      g – você deveria ter pagado a dívida (                            );

      h – você não pagou a dívida (                            );
9ª Aula de SOCIOLOGIA  3ºs ANOS Ensino Médio - MUDANÇA SOCIAL
Conceito geral: é toda transformação observável no tempo que afeta, de maneira não provisória nem efêmera, a estrutura ou o funcionamento da organização social de determinada coletividade, modificando o curso de sua história.
De uma maneira geral, a ideia de mudança social está fortemente associada às de progresso, desenvolvimento e evolução, embora isso nem sempre ocorra. As mudanças sociais podem ocorrer também para piorar a situação de uma sociedade.
Exemplo: a vinda dos europeus para as Américas provocou a desorganização e a desestruturação dos povos ameríndios, muitos dos quais acabaram sendo escravizados ou mortos. Outros acabaram associando-se ao colonizador, renunciando à sua cultura e seus valores.

A sociedade é uma realidade em constante mudança; As mudanças ocorrem devido a um conjunto de fatores morais, culturais, econômicos e institucionais que interagem entre si para produzir o processo de mudança. As sociedades urbanas se transformam com maior velocidade do que as sociedades rurais ou tribais; mesmo assim, todas as sociedades estão sempre se transformando. Toda mudança social implica em mudança cultural e vice-versa, pois a cultura engloba todos os domínios da vida social e o nosso comportamento está ligado aos modos culturalmente estabelecidos de perceber a realidade.
As formas de organização da sociedade podem ser substancialmente alteradas por mudanças sociais. A partir dessas mudanças, a história das sociedades vai assumindo formas próprias, específicas de cada sociedade. Moderno versus arcaico, dinâmico versus conservador.  Uma das capacidades mais marcantes da sociedade moderna tem sido sua capacidade de produzir e absorver as mudanças sociais. Cada mudança social representa uma ruptura com a tradição.

FATORES DE MUDANÇA SOCIAL: Não há um padrão fixo referente ao assunto. Em geral, são os seguintes:
- GEOGRÁFICOS: condições climáticas, cataclismas, disponibilidade de recursos naturais (petróleo, minérios, etc.), ou escassez (ex: seca) têm sido causa de mudança social. A seca no Nordeste brasileiro é um exemplo, pois provoca a desarticulação de várias famílias de baixa renda, através da migração forçada, temporária ou permanente de famílias inteiras ou de seus membros isoladamente.

- LIDERANÇAS CARISMÁTICAS: Moisés, Maomé, Jesus, Calvino, Lênin, Gandhi, Vargas, Marx, etc., podem ser apontados como personalidades que, através de suas qualidades de liderança, provocaram mudanças.
Em alguns casos, a mudança não foi mérito das qualidades pessoais do líder, pois, se por um lado ele possui qualidades, por outro lado, elas são resultado de mudanças sociais da própria sociedade, ou seja, a cultura e a sociedade atuaram sobre o líder, ou seja, ele também é fruto da mudança cultural.
Portanto, as mudanças sociais são causadas pela atuação de líderes carismáticos e pelas forças socioculturais que agem sobre eles. Exemplo: a legislação trabalhista que Vargas implantou não foi um presente que ele deu ao Brasil, mas foi o resultado da pressão social então existente: a intensa luta do proletariado urbano em busca de melhores condições de vida levou Vargas a promover a introdução das leis trabalhistas.

- IDEOLÓGICOS (Inclui o econômico, social e cultural): através da difusão cultural (exemplo: literatura), a ideologia passa a ser divulgada, podendo provocar mudança social. exemplos: a divulgação do marxismo na Rússia e em outros países levou à revolução socialista. A ética calvinista estimulou o avanço do capitalismo nos países de maioria protestante. Por outro lado, o islamismo no mundo árabe é um fator de manutenção dos valores tradicionais, onde as mudanças sociais ocorrem de maneira mais devagar.

- INVENÇÕES E DESCOBERTAS (inclui forças endógenas): descoberta é a anunciação ou revelação de princípio cientifico até então desconhecido, mas que já existia na ordem natural. Invenção é a criação de algo até então inexistente, permitindo aplicação prática ao princípio cientifico. As descobertas só se tornam causa de mudança social quando são transformadas em invenções. Ex: a máquina a vapor só existiu por causa dos conhecimentos da física, assim como a lâmpada só foi inventada após a descoberta da eletricidade.
As invenções podem ser materiais e sociais. Exemplos de invenções sociais: bancos, leis, religiões, sindicatos, voto secreto, democracia, o princípio da divisão dos poderes do Estado, etc.
Obs: Nem toda invenção de normas legais implica em mudança social; A mudança depende da sua divulgação e de sua coercibilidade, seja pela sua aceitação, seja pela fiscalização do seu cumprimento. Na maioria dos casos, descobertas e invenções não são feitas por acaso, mas surgem como resposta a necessidades, por um lado, e por outro, quando existem condições socioculturais para o seu surgimento. Ex: a máquina a vapor e o tear mecânico só foram inventados porque havia a necessidade de se produzir mais em menos tempo com menor custo para vencer a concorrência, dando início à revolução industrial.

-DIFUSÃO (inclui forças exógenas ou externas, globalização): é considerada o mais importante fator de mudança social, pois é através do contato entre sociedades que as descobertas e invenções são difundidas e incorporadas.  Exemplos:
a) a invenção do papel e da tipografia foram responsáveis pela ampla difusão de ideias, muitas das quais eram tidas como perigosas para os governantes. No Brasil colônia era proibido ter imprensa, para evitar a propagação das ideias consideradas subversivas à Coroa.
b) a expansão marítima, fruto do avanço na tecnologia das naus, levou o europeu a invadir e colonizar as Américas, promovendo ampla mudança social na vida dos povos ameríndios.
c) As cidades e os portos abertos (no Brasil colônia, os portos eram fechados) foram grandes promotores de novas ideias de mudança social.
d) na atualidade, os meios de comunicação de massa são os mais eficientes instrumentos de mudança social.

RITMO DE MUDANÇA E DEFASAGEM CULTURAL
O ritmo da mudança social não é homogêneo em todas as sociedades. Há segmentos sociais que mudam mais rapidamente do que outros. As instituições econômicas, por exemplo, mudam mais rapidamente do que os padrões de organização familiar. Essa diferença no ritmo de mudanças recebe o nome de defasagem cultural. As áreas institucionais às quais pertencem os valores básicos e as normas consideradas sagradas da sociedade (ex: família e religião) são mais resistentes às mudanças.
Religião e mudança social: No mundo muçulmano, mais conservador, a mudança social é muito mais lenta do que no cristianismo ocidental. Isto também se deve à questão da inexistência de democracia no mundo islâmico, onde prevalecem ditaduras, sultanatos, teocracias ou monarquias absolutistas.
Família e mudança social: Ao longo das últimas décadas, vários países do ocidente, incluindo o Brasil (principalmente nas grandes cidades) passaram por mudanças nos padrões familiares, algo inimaginável para gerações anteriores. A grande diversidade de famílias e formas de agregados familiares tornou-se um traço distintivo da época atual. As pessoas têm menos probabilidades de se virem a casar como ocorria no passado, e quando casam, fazem-no numa idade mais tardia. O índice de divórcios subiu significativamente, contribuindo para o crescimento das famílias monoparentais (comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes)". São famílias recompostas a partir de segundos casamentos, ou através de novas relações que envolvem filhos de relações anteriores. As pessoas optam cada vez mais por viver juntos antes do casamento, ou como alternativa ao casamento. O mundo familiar é hoje muito diferente do que era há cinquenta anos atrás. Apesar das instituições do casamento e da família ainda existirem e serem importantes nas nossas vidas, o seu caráter mudou radicalmente.
O maior número de divórcios alterou o comportamento e o modo de vida de muitos filhos de casamentos desfeitos. Os filhos podem então, perder o referencial sobre o que é casamento e família.
MUDANÇA SOCIAL SEGUNDO AUGUSTE COMTE. Para Comte, a mudança social era determinística, pois pressupunha um progresso contínuo e linear, pelo qual todas as sociedades passariam necessariamente, assim como todas as ciências atravessaram os três estágios da humanidade (teológico, metafísico e positivo).  Para Comte, a mudança (sempre associada à ideia de progresso) só ocorreria através do avanço da ciência, mas para isso, era necessário que a situação vigente (ordem) não fosse alterada. Comte afirmava que a desarmonia social era resultado da incapacidade de os homens se adequarem a uma nova ordem representada pela sociedade industrial em expansão. Ele acreditava que através de valores como a ciência, a moral, a ordem e o progresso, a sociedade seria reformada. Seu ponto de partida era a reforma intelectual e moral do homem.
MUDANÇA SOCIAL SEGUNDO DURKHEIM
Em sua análise sobre as mudanças sociais, Durkheim observou que na história das sociedades houve uma evolução da solidariedade mecânica para a orgânica por causa da crescente divisão do trabalho. Isso se deveu a fatores demográficos: o aumento da população ocasionou intensidade de interações, complexidade de relações sociais e aumento da qualidade desses vínculos.
Solidariedade Mecânica: é característica das sociedades ditas "primitivas" ou "arcaicas", ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs. Nestas sociedades, os indivíduos que a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais tanto no que se refere às crenças religiosas como em relação aos interesses materiais necessários a subsistência do grupo (coletivismo). É essa igualdade de ideias, funções, interesses e valores que asseguram a coesão social.
Solidariedade orgânica: predomina nas sociedades "modernas" ou "complexas", onde há maior diferenciação individual e social. Além de não compartilharem dos mesmos valores e crenças sociais, os interesses individuais são bastante distintos e a consciência de cada indivíduo é mais acentuada (individualismo). A divisão econômica do trabalho social é mais desenvolvida e complexa e se expressa nas diferentes profissões e variedade das atividades industriais. Durkheim concebe as sociedades complexas como grandes organismos vivos, onde os órgãos são diferentes entre si (que neste caso corresponde à divisão do trabalho), mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento do ser vivo. A crescente divisão social do trabalho faz aumentar também o grau de interdependência entre os indivíduos.
Para garantir a coesão social, que não está baseada em igualdade de crenças, valores, usos e costumes, é obrigatório o uso da coerção e punição, através de códigos, regras, direitos, deveres, aparelhos repressores e punitivos, através do Direito e do Estado.
A MUDANÇA SOCIAL SEGUNDO MAX WEBER
Para Weber, o Protestantismo foi uma das principais causas para o avanço do capitalismo e para o surgimento da Revolução Industrial. Weber afirmava que os valores protestantes, como a frugalidade, o pensamento independente e a autossuficiência, foram necessários à criação e crescimento do pensamento capitalista e às ações conducentes à Revolução Industrial. Essas observações estão em sua grande obra "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo".

A MUDANÇA SOCIAL SEGUNDO KARL MARX

Para Marx e Engels, as sociedades mudavam a partir das transformações ocorridas na infraestrutura econômica e na superestrutura. Para Marx, "todas as sociedades estão baseadas nas forças econômicas (a infraestrutura) e as mudanças nesta tendem a comandar as alterações na superestrutura (instituições políticas, culturais, legais, etc.). Para Marx, o materialismo dialético e histórico era o motor da história humana, onde as transformações ocorriam através de processos de transformação social profundos (as revoluções).
3º Ano EM. Atividade Avaliativa sobre : TIPOS DE CONHECIMENTOS
FILOSOFIA: Os diversos tipos de conhecimentos
Conhecer é elaborar um modelo de realidade (criar, aperfeiçoar, etc.), passar a entender aquilo que gostaríamos de saber e "projetar ordem onde havia caos". 
Conhecer e pensar: Nós os humanos nos diferenciamos dos animais porque temos inteligência simbólica (ou abstrata). É através dela que o múltiplo ganha uma unicidade, a diversidade recebe certa harmonia e o vazio é preenchido por um sentido, sendo o principal deles o sentido existencial, a razão de ser da vida, o motivo pelo qual nós pensamos. A partir da abstração, passamos à prática, a materialização do que imaginamos.
Os diversos tipos de conhecimentos: Ao longo da vida, nos deparamos com esses conhecimentos. São eles:
a) O Senso Comum: é o conhecimento usado sem a necessidade de escola, curso ou universidade, sendo obtido através de experiências práticas. Engloba costumes, hábitos, tradições, normas, éticas, etc. sua importância está na praticidade, por isso é chamado também de conhecimento empírico, vulgar ou senso comum. Não é um saber descartado pela ciência. Ex: o conhecimento que um pescador tem sobre os melhores dias para pescar ou a sua localização no mar sem uso de nenhum instrumento; o conhecimento que um caboclo da Amazônia tem sobre plantas, o qual é aproveitado pela ciência.
Seu lado negativo está em não ser crítico (é acrítico): aceita o que aprendeu como verdade. Não questiona nem dúvida. Dessa maneira, incorpora atitudes e comportamentos intolerantes tais como o racismo, o Bullying, a homofobia, o machismo, etc. obs.: nem todos os que usam o senso comum são assim, isto é uma visão generalizada.
b) O conhecimento mítico: é baseado na crença de que existem modelos naturais e sobrenaturais dos quais brota o sentido de tudo o que existe. Ele ajudou e ajuda o ser humano a tentar entender um mundo onde não havia ciência para tentar explicar os assustadores fenômenos da natureza. Este conhecimento criou representações para dar um sentido a tudo, onde seres fantásticos foram os responsáveis pela razão da nossa existência. Esse conhecimento não segue uma lógica ou uma sistematização. Outro tipo de mito é o de figuras famosas da história, do bem ou do mal, dependendo da opinião individual, a quem atribui-se poderes ou dons especiais. Ex: Getúlio Vargas, Tiradentes, Hitler, Stálin, Mao Tse Tung, etc.
C) Conhecimento teológico: Diferente do mítico, o conhecimento teológico parte da compreensão e da aceitação da existência de um Deus ou de deuses, os quais constituem a razão de ser de todas as coisas. Esses seres "revelam-se" aos humanos, dando-lhes as suas verdades, as quais devem ser indiscutíveis, inquestionáveis. Se assim são, a razão é usada para compreender e divulgar esses dogmas. Esse conhecimento também serve de guia e consolo para milhões de pessoas atribuladas pelos mais diversos tipos de problemas, tais como dependência de drogas e demais vícios, doenças, miséria, desespero, desilusão da vida, etc.
d) Conhecimento filosófico: É um conhecimento baseado na especulação em torno da realidade, tendo como objetivo a busca da verdade. Por isso, diz-se que é uma atitude. Deve procurar ir à raiz das coisas, seguindo o rigor lógico que a razão exige de um conhecimento que se quer buscando a verdade. A filosofia deve buscar os "porquês" de tudo o que existe. É ativo, pois coloca o humano em busca de respostas para as inúmeras perguntas que ele próprio pode formular.
e) Conhecimento científico: É racional e produzido mediante a investigação da realidade, seja por meio de experimentos seja por meio da busca do entendimento lógico de fatos, fenômenos, relações, coisas, seres e acontecimentos que ocorrem na realidade cósmica, humana e natural.
É um conhecimento sistemático e metódico, usando a experimentação, validação e comprovação daquilo a que se quer comprovar. Seu ponto negativo é não poder afirmar como verdade muita coisa do que pesquisou com esse intuito, pois uma nova pesquisa pode reprovar ou alterar a anterior. O maior exemplo está na área da medicina, onde determinada medicação ou cirurgia, que até certo tempo atrás eram tidas como as melhores, hoje já não são mais devido ao avanço das pesquisas. Esse conhecimento também dá ao homem a possibilidade de elaborar instrumentos, os quais são utilizados para intervir na realidade e transformá-la para melhor ou para pior. Ex: bomba atômica e armas cada vez mais letais.
f) Conhecimento técnico: Seu fundamento é o saber fazer da melhor forma possível; almeja o domínio do mundo e da natureza. É especializado na aplicação de todos os outros saberes que lhe podem ser úteis. É o saber que nos auxilia a agir no mundo, levando-nos às mais diversas atividades visando à produção técnica da vida. É considerado por muitos como o conhecimento mais importante para o ser humano. Ex: os médicos, engenheiros, advogados, etc., usam esse conhecimento, ou seja, conhecimento técnico não significa um saber mediano ou de quem tem apenas o ensino médio técnico.
g) O conhecimento estético ou artístico: valorizam os sentimentos e a emoção, ou seja, busca a beleza em todos os seus sentidos, seja na aparência, na moda, música, beleza dos objetos, etc. através da busca deste saber, podemos refinar nosso gosto através das questões jamais resolvidas entre belo ou feio, brega ou chique, bom gosto ou mau gosto, bem vestido ou mal vestido, discreto ou ridículo, etc. Experimentar ou aprender sobre este conhecimento é a finalidade maior de tudo aquilo que se produz em termos de artes e sem as quais o ser humano se menos enriquecido culturalmente.

EXERCÍCIOS:
1) Classifique as ações abaixo: senso comum (use letra a) ou científico (use letra b):
(   ) o uso de chás e remédios caseiros.
(   ) A produção da vacina de prevenção ao vírus H1N1.
(   ) A descoberta da ação das bactérias nos organismos dos animais.
(   ) A crença da força da Lua influenciando o crescimento dos cabelos.
Assinale a alternativa que traz a relação correta:
a) a, b, b, a                        
b) a, a ,b ,b                        
c) a, b, b, b
d) b, a, b, a                        
e) a, b, a, a

2) Leia os tipos de conhecimentos descritos abaixo e no final assinale a alternativa correta:
I) Conhecimento que se apoia em doutrinas que contêm proposições sagradas, por terem sido reveladas pelo sobrenatural. Parte do princípio de que as verdades tratadas são infalíveis e indiscutíveis.”
II) “Conhecimento transmitido de geração em geração por meio da educação informal e baseado na imitação e na experiência pessoal.”
III) “Conhecimento que procura responder às grandes indagações do espírito humano, buscando até leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência.”
IV) “Conhecimento obtido de modo racional, conduzido por meio de procedimentos científicos. Visa explicar "por que" e "como" os fenômenos ocorrem.”

A alternativa que corresponde aos tipos de conhecimentos descritos de cima para baixo é:
a) teológico, vulgar, filosófico, científico             
b) teológico, mítico, filosófico, científico            
c) mítico, vulgar, estético, técnico
d) mítico, teológico, filosófico, científico             
e) teológico, técnico, estético, científico

3) “Não me sinto obrigado a acreditar que o mesmo Deus que nos dotou de sentidos, de razão e de intelecto possa desejar que deixemos de usá-los” (Galileu Galilei)
A respeito deste pensamento de um dos maiores nomes da ciência, assinale a alternativa correta:
a) Galileu só admitia como verdade o conhecimento científico
b) Galileu não admitia o conhecimento teológico
c) Galileu só admitia o senso comum ou (empírico)
d) Galileu só admitia o conhecimento técnico
e) todas estão incorretas

4) Baseando-se no texto lido, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
a) (    ) O conhecimento é a forma teórico-prática de compreender a realidade.
b) (    ) O conhecimento científico não descarta o uso do senso comum.
c) (    ) O senso comum usa o questionamento e a dúvida.
d) (    ) A ciência pode ser definida como uma forma de investigação metódica e organizada.
e)(    ) A ciência refere-se a investigação racional ou estudo da natureza, direcionada a descoberta da verdade.
Assinale a resposta correta:
a – V V F V V                     
b – V F F V V     
c – V V V F V
d – V F V F V                     
e – V V V V V

5) O mito descreve a maravilha do universo com relatos simbólicos. É incorreto dizer que
a) os mitos nascem em um universo sagrado e encantado.
b) a função do mito é explicar de forma coerente a origem da vida, dos deuses e do universo.
c) a função do mito é acomodar o homem em um mundo assustador.

d) a narrativa mítica é simbólica e necessita ser interpretada.

9ª AULA DE FILOSOFIA 1º ANO ENSINO NORMAL - MAGISTÉRIO






Na idade média, a filosofia foi influenciada pelo cristianismo, através dos períodos chamados de:
a- Patrística (época dos primeiros pais da igreja, os apóstolos, também chamados de padres)
b-Escolástica: ocorrida na baixa idade média, nas escolas monacais e primeiras universidades medievais,
A filosofia medieval caracterizou-se pelo esforço em tentar conciliar o cristianismo  com o pensamento filosófico grego, a fé com a razão, converter os pagãos, combater as heresias (desvios doutrinários), etc. .
OS DOIS PRINCIPAIS FILÓSOFOS DESTA ÉPOCA SÃO:
 1 –PATRÍSTICA: AGOSTINHO DE HIPONA (354-430): Agostinho viveu na época da decadência do império romano, embora o cristianismo já estivesse consolidado como religião oficial do império e fosse considerado como a verdade. Agostinho conseguiu, melhor do que qualquer outro pensador cristão, estruturar sobre uma base racional as  doutrinas cristãs. Antes de ser cristão, foi adepto do Maniqueísmo (uma filosofia religiosa fundada por Maniqueu, que divide o mundo simplesmente entre Bem, ou Deus, e Mal, ou o Diabo; a matéria é má, o espírito é bom). Atualmente, maniqueísmo significa a visão de mundo de muitas pessoas que só enxergam um lado bom e um ruim. ex: ou você é meu amigo ou é inimigo, quem não segue a minha religião está condenado, direita x esquerda, reacionário x progressista, etc.
A INFLUÊNCIA PLATÔNICA NO PENSAMENTO AGOSTINIANO:
Agostinho “cristianizou” Platão, fazendo vários paralelos entre a parte espiritualista dele (que diz existir um mundo transcendente) e as Sagradas Escrituras.
Fez a distinção entre o corpo, sujeito à sorte do mundo, e a alma, que é atemporal, e com a qual se pode conhecer Deus.
FÉ E A RAZÃO : Sem a fé, a razão não é capaz de levar à felicidade. A razão é uma auxiliar da fé, esclarecendo e tornando inteligível aquilo que estamos tentando entender.
Mas a razão precisa da fé para  conseguir entender questões pertinentes à fé em Deus.
FÉ E RAZÃO ANDAM JUNTAS: Sem o uso da razão não há fé… Use a razão para saber em quem você está pondo a sua fé…por isso, sem razão não há fé.”
Ou seja, A RAZÃO NÃO ELIMINA, ANTES ESCLARECE A FÉ.
COMPREENDA PARA CRER: Sem dúvida, a razão deve preceder as verdades de fé para saber se convém crer nelas. É a razão que se encarrega disso.
CREIA PARA COMPREENDER: Usamos a razão que precede a fé, mas é necessário usar a fé para compreender as verdades da fé
Fé e razão se complementam…porque se a fé busca, a inteligência encontra…
Como conhecemos? Através da:
a – Razão Inferior – conhecimento científico (se ocupa do mundo corpóreo) Pelos sentidos – cores, odores, sabores…( sentir não é do corpo – sim da alma)
b – Razão Superior – conhecimento das verdades eternas – obtido pela ILUMINAÇÃO DIVINA.
ILUMINAÇÃO DIVINA:  É uma adaptação cristã da teoria platônica da reminiscência, mas de maneira diferente: enquanto Platão afirmava que viemos de um mundo perfeito onde conhecemos todas as verdades, Agostinho afirmava que nossa alma, por ter vindo de Deus, já possuía dentro de si todas as verdades, pois era uma partícula divina. ou seja, as verdades já estão no interior do ser humano, mas só são conhecidas através da Iluminação Divina no nosso interior.  Como se chega à Iluminação divina? Através da fé em Deus: Assim se chega às verdades eternas, e o intelecto então é capaz de pensar corretamente a ordem natural divina..
A maior indagação é saber : o que Deus é e não se Ele é (se existe ou não):  Para Agostinho, só os homens muito depravados é que não criam na existência de Deus.
Como se prova a existência de Deus? Para Agostinho, somente através de um  encontro com Deus, pois pela razão seria impossível, já que Deus está acima da razão, não sendo possível que o inferior conheça ou julgue o superior. “Eu nunca pensaria que é a razão que funda a existência de Deus e que é o raciocínio que garante que Deus deve existir”, dizia Agostinho.
        - ALMA: A alma é também chamada por Agostinho de homem interior: ela tem origem na  substância divina; por isso, é nela e por meio dela que todo conhecimento deve ser buscado.
•          O HOMEM INTERIOR E O CONHECIMENTO:
•          Para Agostinho, Nenhum conhecimento verdadeiro pode vir de fora da nossa mente, seja ensino, reflexão, etc. O saber sobre as formas dos seres e objetos, sobre a matéria em geral, os conceitos geométricos e matemáticos, as virtudes, as emoções, em resumo, todos os conhecimentos encontram-se na alma, porque ela se origina da substância divina; isso mostra a influencia do platonismo em Agostinho, (embora para Platão, o ser humanorelembrava (reminiscência) o que já havia conhecido antes; no cristianismo, o conhecimento era despertado, pois estava adormecido em seu interior).
•          Os conhecimentos que temos consciência são os que já encontramos em nossas almas, como que ativados em nossa memória. Aquilo que ignoramos também está na alma, e simplesmente precisa ser desperto pela memória, por meio da pesquisa em nosso mundo interior
-  O MUNDO E O TEMPO: AS DÚVIDAS DOS PAGÃOS
Como conciliar a eternidade de Deus com a finitude temporal do mundo?
O que fazia Deus antes de criar o mundo? É imaginável um Deus inativo?
RESPOSTA DE AGOSTINHO: DEUS É ETERNO; ELE ESTÁ FORA DO TEMPO; CRIANDO O MUNDO, CRIOU TAMBÉM O TEMPO. SEM A CRIAÇÃO, O MUNDO JAMAIS TERIA EXISTIDO.
FASES DO TEMPO:
Passado – tempo que não é mais
Futuro – tempo que ainda não é
Presente – É O ÚNICO QUE EXISTE: “O tempo não existe fora de nós”
•          Não existem, fora de nós, nem o passado nem o futuro.
Conclui-se, portanto, que o futuro e passado existem na mente, como o presente.
Sendo o tempo algo característico da natureza finita e, sendo o universo inteiro de natureza finita, segue-se que o mundo teve origem no tempo e não na eternidade.
- BEM, MAL E LIBERDADE: Se Deus é a causa de tudo o que acontece, como se explica o mal? Agostinho afirma que Deus não é a causa do mal:O mal é ausência ou a falta do bem.
•          O mal é privação de uma perfeição que a substância deveria ter.
•          O mal é a falta ou a ausência do Bem
•          O mal se manifesta através de duas formas principais:
o sofrimento e a culpa.  A causa do sofrimento é a culpa. E o responsável pela culpa é o homem.
•          Em que consiste a culpa?
•          Em submeter a razão humana à paixão, em desobedecer às leis divinas, em afastar-se de bem supremo.
O mal consiste em cair, em voltar as costas ao bem superior, ao bem imutável.
De onde vem esta aversão ao bem? Da liberdade: fazemos o mal pelo livre arbítrio da vontade.
Só onde há liberdade é que se pode falar de bem e de mal.
–        LIBERDADE É UM BEM? Sim, é uma condição de moralidade, portanto, deve ser usada para o bem e não para o mal.
      – E A CULPA ? É o mal original: necessita da graça divina para fazer o bem

     – A CIDADE DE DEUS: Foi talvez sua maior obra, onde Agostinho adota a postura de um filósofo em busca de um sentido unitário e profundo da história. Na obra, Agostinho define que existem no mundo duas cidades:
A – A Cidade dos Homens: É a cidade terrena, onde reinam os seres humanos egoístas, avarentos, incrédulos, hipócritas, preconceituosos, intolerantes,  mentirosos, cruéis, blasfemos, ladrões, corruptos, orgulhosos, etc. É a cidade que caminha para a condenação.
B – A cidade de Deus: É a cidade onde os seres humanos são humildes, perdoam, são crédulos, tolerantes, dizem a verdade, são honestos, prestativos, perdoam, etc. é a cidade onde as pessoas amam a Deus até ao desprezo de si mesmos (estes são a cidade de Deus).
ALGUNS PENSAMENTOS DE AGOSTINHO:
•          O orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de todos os vícios.
•          “A medida do amor é amar sem medida
•          Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem.
•          Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem.
•          Se não podes entender, crê para que entendas. A fé precede, o intelecto segue.
•          O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página.
•          A medida do amor é amar sem medida.
•          Tenho mais compaixão do homem que se alegra no vício, do que pena de quem sofre a privação de um prazer funesto e a perda de uma feliceidade ilusória
•          Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade”
•          Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti.

2 – A ESCOLÁSTICA:
ANTES DE INICIARMOS, É PRECISO ESCLARECER QUE A IDADE MÉDIA NÃO FOI JAMAIS A IDADE DAS TREVAS. A História, assim como a Filosofia e todas as ciências tem um compromisso com a verdade e não com as ideologias de um determinado grupo de pensadores ou com o que o Senso Comum afirma.
A Igreja, durante a Idade média, teve seus erros (mas, afinal quem é que não erra?). O que muitos não sabem, ou sabem e não querem divulgar ou reconhecer é que a Igreja (na época não se chamava Igreja Católica, apenas Igreja), contribuiu significativamente para o avanço da ciência e do progresso material.
Durante a Idade média, no período chamado de baixa idade média, houve  vários avanços tecnológicos tais como:
-o uso de ferraduras
-a introdução do arado de ferro
-a invenção dos óculos, da aquicultura, do afolhamento trienal (rotação de culturas), o relógio mecânico, notação musical, arquitetura gótica, tintas a óleo, escolas, universidades, início da pesquisa científica, etc.
Além disso, as mulheres tinham também seu espaço, pois passaram a estudar nas escolas, aprendendo letras, medicina, grego, hebraico, gramática, aritmética, geometria, música e até cirurgia.
A Idade Média deu o impulso para o aprofundamento do saber científico. Por determinação do Concílio de Latrão (1179), toda Igreja estava obrigada a ter, junto de si, uma escola, que se encarregava de preparar a criança para o ingresso na Universidade.
A primeira universidade do mundo foi fundada pela Igreja em Bolonha (1088); Outra famosa universidade de origem católica foi a de Paris, fundada em 1200.
•Até 1440 foram erigidas na Europa 55 Universidades e 12 Institutos de ensino superior, onde se ministravam cursos de Direito, Medicina, Línguas, Artes, Ciências, Filosofia e Teologia, todas fundadas pela Igreja
A ESCOLÁSTICA surge nessa época, onde havia muitas divergências a respeito de questões de ordem teológicas (ou não). Foi esse espírito do debate que acabou dando origem à corrente de atividades intelectuais, artísticas e filosóficas a que se convencionou chamar de Escolástica (do latim schola)
É no século 12 que vê essa valorização do saber refletida na criação das universidades e na ascensão da classe letrada. O monge agostiniano santo Anselmo desponta como o primeiro escolástico, seguido por Pedro Abelardo, Pedro Lombardo e Hugo de São Vítor.Os estudantes das principais universidades precisavam passar por exames que envolviam a disputa oral de argumentos, sempre regida pelo uso da lógica formal e intermediada por um mestre. Pedro Abelardo se inspirou nesse método dialético e o aprofundou em sua obra Sic et Non, que virou referência para a resolução de problemas a partir da sucessão de afirmações e negações sobre um mesmo tópico.
Na segunda metade do século 12 chegam às universidades as traduções hispânicas de versões árabes das obras de Aristóteles.
É o grande choque cultural que muda o rumo do Ocidente e que catapulta a Escolástica para a sua “era de ouro” no século 13. Os mestres universitários adquirem fama e importância, os livros se multiplicam…a ciência toma novo impulso…Robert Grosseteste e seu discípulo Roger Bacon trabalham a ideia de pesquisa científica, idealizando experimentos.
1 – OBSERVAÇÕES DE AQUINO SOBRE FÉ E RAZÃO: Tomás de Aquino é considerado o maior representante da Escolástica. Para Aquino, fé e razão são modos diferentes de conhecer. A razão aceita a verdade por causa de suas evidências lógicas. A Fé aceita a verdade por causa da autoridade de Deus revelante. Portanto, a filosofia e a teologia, embora diferentes, não podem contradizer-se, porque Deus é autor de ambas. Logo, verdade e razão não podem entrar em conflito com a verdade revelada.
Existe um domínio comum à fé e à razão. Este domínio é a realidade do mundo sensível (o mundo em que nós vivemos), morada humana, que a razão pode conhecer, porque a realidade  sensível oferece à razão os vestígios, mesmo que imperfeitos, da substância de Deus.
A verdade jamais pode contradizer a verdade. Para Aquino, é possível, através da razão, chegar ao conhecimento de Deus.
- DUPLA NATUREZA HUMANA: Na hierarquia das criaturas, o homem é um ser dotado de duplo compromisso: Possuindo alma, pertence aos seres  imateriais, mas não é uma inteligência pura pois encontra-se ligado a um corpo
A alma humana é, assim, um horizonte onde se tocam o mundo dos corpos e o dos espíritos.      Por essa dupla natureza é que o homem pode conhecer (já que é alma), mas não pode ter contato direto com o inteligível (pois é também corpo).Deus, como Ser Absoluto, sem nenhum limite, não é alcançado devidamente pela  inteligência humana
2 – A QUESTÃO DA EXISTÊNCIA EM ATO E POTÊNCIA (inspirado em Aristóteles): Todas as criaturas existem em ato e potência
ATO: Consiste na existência de uma coisa. É a atualidade de uma matéria, isto é, sua forma num dado instante do tempo;É a forma que atualiza uma potência  contida na matéria.
Exemplos: você existe em ato como jovem adolescente. Como você tem potencial para amadurecer, daqui a dez anos, existirá em ato como jovem adulto. Hoje, você é estudante de um curso técnico, amanhã será um técnico; hoje você estásolteiro(a), amanhã estará casado(a).
OUTRO EXEMPLO: Dois contrários não podem existir em ato, segundo a lei da não contradição. O BEM NÃO PODE SER BEM E MAL AO MESMO TEMPO.
POTÊNCIA: uma matéria só poderá se transformar em outra mediante uma movimentação impulsionada por uma energia (potência)
POTÊNCIA é a aptidão de um ser para tornar-se ou receber qualquer coisa.
Exemplos: Você tem potencial para mentir ou dizer a verdade, mas não pode estar mentindo e dizendo a verdade ao mesmo tempo.
A criança tem potência para ser um adulto; a água em aquecimento está em potência para tornar-se vapor. Você tem o potencial para envelhecer e morrer
OBS: Em Deus não há potência; Deus não pode mudar, não pode hoje falar a verdade e amanhã mentir. Ele é ato perfeito, puro, motor imóvel; Deus não é  Potência porque é imutável.
Deus, como Ser Absoluto, sem nenhum limite, não é alcançado devidamente pela inteligência humana, senão  por  meio de analogias
AS CINCO VIAS DE TOMÁS DE AQUINO: Aquino formulou cinco vias para tentar provar a existência de Deus através do uso da razão. São elas:
1ª- O PRIMEIRO MOTOR: No universo existe movimento.  Todo movimento tem uma causa, que podemos chamar de motor. Por outro lado, o próprio motor deve ser movido por um outro, este por um terceiro, e assim por diante.
Nessas condições é necessário admitir que:
1 – ou a série de motores  é infinita, ou seja, sempre esteve em movimento (o que é Impossível);
2 – ou que a série é finita e seu primeiro motor é Deus.2ª- CAUSA EFICIENTE: Todas as coisas ou são causas, ou são efeitos; Nenhum ser pode ser a causa de si mesmo. Nesse caso, ela seria causa e efeito ao mesmo tempo, sendo, assim, anterior e posterior, o que seria absurdo.
Toda causa, por sua vez, é causada por outra, e esta por uma terceira, e assim sucessivamente. Conclui-se que exista uma primeira causa não causada (Deus), ou aceitar uma série infinita e não explicar a causalidade.
3ª- SER NECESSÁRIO E SERES CONTINGENTES (ETERNO E TEMPORÁRIOS): Todos os seres mudam (ser e não ser, existir e não existir). Hoje nós existimos, mas amanhã estaremos mortos. Se hoje eu existo e amanhã não, significa que sou contingente (passageiro, temporário). Logo, é impossível que algum ser contingente tenha sempre existido.  Logo, é preciso que haja um ser que nunca tenha deixado de existir para que fundamente a existência dos seres contingentes.
4ª – GRAUS DE PERFEIÇÃO: Há uma ordem hierárquica de perfeição nos objetos e seres criados. Por exemplo: as plantas são mais Perfeitas que os minerais, os animais são mais perfeitos que as plantas; os  homens são mais perfeitos que os animais. Portanto, “ao querer a diversidade dos seres, Deus quis simultaneamente a perfeição do  mundo em seu conjunto”. Entre dois produtos iguais, preferimos o que tem melhor qualidade, entre dois trabalhos, valorizamos mais o melhor, entre dois profissionais, também. Ou seja, trazemos conosco essa busca pela Perfeição, seja justiça, honestidade, verdade, ética, etc. Se nós, que somos seres imperfeitos e falhos, temos esse ideal, de  onde ele teria vindo, Senão de Deus, que é perfeito?
5ª – INTELIGÊNCIA ORDENADORA (FINALIDADE): A Natureza e o universo não possuem inteligência, mas agem como se tivessem, ou como se tivessem uma determinada finalidade; Existe algo como uma inteligência movendo-a, controlando-a para que atue sempre da mesma maneira. Ora, tudo o que não tem inteligência não pode se mover em direção a um fim, a menos que seja dirigido por algum ser ou algum comando previamente dado. Por isso existe algum ser inteligente que dirige todas as coisas para o seu fim. Este ser nós chamamos Deus