terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Como calcular fusos horários?

O cálculo dos fusos horários pode ser efetuado em três simples passos.

Como calcular fusos horários? 
Mapa com os fusos horários do mundo
Audima
Os fusos horários formam uma divisão em que o globo terrestre é “fatiado” em vinte e quatro pedaços, com cada um medindo 15º de longitude. Assim, cada fuso equivale à uma hora e, à medida que nos deslocamos entre cada uma dessas faixas, o horário se altera. Os fusos são medidos em GMT, sigla para "Greenwich Mean Time".
Sendo a Terra uma esfera (ainda que não uma esfera perfeita, devido ao seu formato geoide), ela é dividida em 360º, ficando 180º para o hemisfério oeste e 180º para o hemisfério leste. O marco zero, ou seja, o ponto que separa um hemisfério do outro é o Meridiano de Greenwich, conforme podemos observar na figura presente no início do texto.
Dessa forma, à medida que nos deslocamos para o oeste do planeta, temos que diminuir as horas e, à medida que nos deslocamos para o leste, aumentamos o valor da medida dos horários.
Por exemplo: se na cidade de Nova York – localizada no fuso -5GMT – são 8h, na cidade de Brasília – que está localizada no fuso -3GMT, são 10h, pois a capital brasileira encontra-se dois fusos a leste da cidade estadunidense. Observe:
Veja que o deslocamento ocorre em direção a leste
Nesse exemplo, é simples visualizar a diferença de horários, pois nos deslocamos dois fusos em direção a leste, então é só aumentar duas horas. Mas e quando a diferença envolve fusos localizados em uma distância maior ou em hemisférios diferentes? Existe uma maneira ou uma fórmula mais simples de se calcular isso?
Para cálculos mais complexos, recomendamos a realização de três diferentes passos. O primeiro seria identificar os fusos de origem e de destino; o segundo seria calcular a diferença entre eles, já o terceiro seria verificar se os horários deverão ser adiantados ou adiados. Vamos considerar o Exemplo 01 para explicar mais detalhadamente cada um deles.

Exemplo 01: uma pessoa encontra-se na cidade de São Paulo, localizada no fuso horário -3GMT, e resolve fazer uma ligação, às 9h da manhã, para um amigo que se encontra em Tóquio, no fuso 9GMT. A que horas o amigo atenderá a ligação?
1º passo: Identificar os fusos. Nesse caso, eles foram fornecidos no enunciado da questão, mas nem sempre isso acontece, como veremos no próximo exemplo. Assim,
Fuso de origem: –3GMT
Fuso de destino: +9GMT
2º passo: calcular a diferença entre os fusos. Basta subtrair o fuso da cidade de destino pelo da cidade de origem. Caso eles se encontrem em hemisférios diferentes, terão sinais diferentes e, inevitavelmente, serão somados.
9GMT – (-3GMT) = 12GMT
Portanto, a diferença entre São Paulo e o Japão é de 12 fusos, ou seja, 12 horas.
3º passo: verificar se os fusos serão somados ou subtraídos ao horário de origem. Sabemos que a ligação foi realizada às 9h da manhã e que a diferença das localidades é de 12 horas. Mas devemos somar ou subtrair esse horário em relação ao original? Para responder a essa pergunta e finalizar o exercício, basta observar em que direção a ligação está sendo direcionada.
Em direção a leste, soma. Em direção a oeste, diminui.
Assim, como o Japão fica a leste de Greenwich e São Paulo fica a oeste, então somamos:
9h + 12h = 21h – a pessoa atendeu a ligação em Tóquio às 21 horas.

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Vamos resolver, agora, o exemplo 02. Nele, não serão fornecidos os fusos, mas as longitudes. Além disso, faremos um deslocamento, cuja duração deverá ser levada em conta.
Exemplo 02: José Carlos atualmente mora e trabalha na cidade de Roma, localizada a 15º a leste do Meridiano de Greenwich. Certo dia, ele resolveu ir para o Brasil, na cidade de Brasília, visitar a sua família, a 45º de longitude a oeste de Greenwich. Saindo da Itália às 15h e com um tempo de viagem de 11h, ele chegou ao seu destino em que horário?
1º passo: identificar os fusos. Aqui, os fusos não estão expressos no enunciado, então teremos que calculá-los. Como afirmamos no início do texto, cada fuso possui 15º de longitude. Dessa forma, para transformar as longitudes em fusos, basta dividi-las por 15.
Cidade de origem: 15º ÷ 15 = 1GMT
Cidade de destino: -45º ÷ 15 = -3GMT
2º passo: calcular a diferença entre os fusos. Agora basta repetir o mesmo procedimento do exemplo 01, diminuindo o fuso de destino pelo fuso de origem.
-3GMT - 1GMT: -4GMT
Portanto, a diferença entre o local de origem e o local de destino é de 4 horas.
3º passo: verificar se somamos ou diminuímos os fusos. Como José Carlos está se deslocando do leste em direção ao oeste, então devemos diminuir os fusos em relação ao horário de origem. No entanto, não podemos nos esquecer de somar o tempo de viagem, que é de 11 horas. Assim,
15h (hora local de partida) – 4h (diferença entre os fusos) + 11h (tempo de viagem) = 22h
Portanto, José Carlos chegou a Brasília às 22h.

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Nos exemplos citados, não levamos em consideração a hora legal das regiões (que nem sempre coincide com a hora real) e também não consideramos o horário de verão que existe em diversas localidades do mundo. Portanto, o estudante deve ficar sempre atento a esses detalhes, principalmente no vestibular.

Geografia 3° Ano - 2019 - Prof. Edson

Cartografia: a Representação do Espaço Geográfico

    1. ORIENTAÇÃO
O conceito de orientação está associado à determinação da posição do elemento no espaço geográfico e de sua relação com os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais.
Esses pontos chaves da orientação são graficamente representados pela Rosa-dos-Rumos ou Rosa-dos-ventos.
Os sistemas de orientação terrestre evoluíram tecnologicamente na mesma proporção do crescimento populacional e da circulação de pessoas e mercadorias. Desse modo, a orientação que antes era feita apenas por meio de astros e estrelas evoluiu para bússola, astrolábio, rádio, radares e computadores de última geração.
    1. LOCALIZAÇÃO
Coordenadas Geográficas
As coordenadas geográficas foram convencionadas com base no sistema cartesiano, considerando a Terra uma esfera quase perfeita, tendo os pólos como intercessores do eixo de rotação terrestre e a linha do Equador como raio máximo da esfera.
As linhas que cruzam no sentido Norte/Sul (meridianos) e leste/Oeste (paralelos) facilitam a localização de qualquer ponto na superfície terrestre.
۞ Os paralelos são círculos imaginários traçados em igual medida, do Equador (0°) ao Pólo Norte (90°) e do Equador (0°) ao Pólo Sul (90º), sendo o Hemisfério Sul de 0° a 90° Sul e o Hemisfério Norte de 0° a 90° Norte. Os paralelos indicam a latitude de um lugar. À medida que se afastam do Equador, eles diminuem gradualmente de tamanho até se formar um ponto (pólos).
Latitude – distância em graus de qualquer ponto da Terra até a linha do Equador. (0° a 90°).
Paralelos de referência
  • Equador
  • Trópicos de Câncer e de Capricórnio
  • Círculos Polares Ártico e Antártico
۞ Os meridianos são círculos imaginários traçados perpedicularmente aos paralelos de um pólo ao outro, entrecruzando-se.
Figura p06
O meridiano inicial, ou seja 0° é denominado de Greenwich. Ao contrário dos paralelos, todos os meridianos têm a mesma medida e , oposto a eles, temos o antimeridiano, chamado de Linha Internacional de Data (180°).
Os meridianos indicam a longitude.
Longitude – distância em graus de qualquer ponto da Terra até Greenwich (0° a 180°, sendo que esse número servirá tanto para leste como para oeste).
Concluindo: Latitude ou longitude são a distância angular de qualquer ponto da Terra até o paralelo ou meridiano de referência (0°) e constituem as coordenadas geográficas.
Antípoda - Cada latitude ou longitude tem o seu antípoda (contrário – hemisfério diferente, mas o mesmo n° de graus), que deve ser localizado da seguinte forma:
- Latitude: manter a coordenada e inverter os hemisférios. Ex.: coordenada/antípoda de Belo Horizonte 20° Lat.Sul / 20° Lat. Norte
- Longitude: inverter os hemisférios e calcular o arco suplementar, que é igual a 180°. Ex.: de Belo Horizonte 44° Long. Oeste / 136° Long. Leste

Etimologia

O termo antípoda designa tradicionalmente na Europa as regiões situadas do outro lado da Terra, como a Oceania e vem do plural Antípodas. Este termo virá de uma expressão grega significando literalmente "pés opostos" (as pessoas que habitariam nos antípodas caminhariam "ao contrário"). Antípoda é um abuso de linguagem, já que o singular de antipodes é, em grego, antipous. Sobre a Terra, apenas 4% da superfície possui pontos antipodais situados ambos em terras emersas. Em 46% dos casos, ambos os pontos antipodais são situados nos oceanos, e os restantes 50% são mistos.

Pontos Antípodes
Fonte:Imagens google, 2009.
Mapa-múndi (vermelho) ao qual se sobrepôs um mapa antipodal (amarelo) a fim de fazer sobressair o antípoda de cada ponto do globo.
    1. MOVIMENTOS
Dos quatorze movimentos que a Terra executa, dois têm maior importância:
Rotação – O movimento de rotação se dá de oeste para leste, a uma velocidade variável de 1670 Km/h em aproximadamente 24h (23 horas 6 minutos e 4 segundos exatamente), no qual a terra gira em torno de seu eixo imaginário. E é em conseqüência dele que temos dias e noites em horários deferentes, o abaulamento (curvatura) da região do Equador e o achatamento polar, o desvio para oeste, verificado na circulação atmosférica e nas correntes marinhas.
Translação – É o movimento realizado pelos planetas do mesmo sistema em volta do Sol e, entre eles, a Terra, a uma velocidade de 30 Km/s, em aproximadamente 365 dias e 5 horas e 48 minutos. A cada quatro anos temos um ano chamado bissexto, para compensar as horas anuais que sobram.
O percurso da Terra nesse movimento ao redor do Sol constitui uma órbita também denominada elíptica. O eixo da Terra, linha imaginária em torno da qual nosso planeta realiza sua rotação, forma com o plano de sua órbita um ângulo de 23,5°, ao qual denominamos obliqüidade da elíptica.
Como conseqüência dessa obliqüidade e das diferentes posições que a Terra ocupa em relação ao Sol no seu movimento de translação, a iluminação e o recebimento de calor sofrem variações nos diversos pontos da superfície terrestre, proporcionando os solstícios e os equinócios. Os solstícios determinam o início do inverno e verão; os equinócios, o início da primavera e outono. Nas regiões próximas ao equador, quase não se percebem as mudanças de estação; já nas regiões temperadas, essas mudanças são muito evidentes.
  • Solstício – iluminação desigual nos dois hemisférios terrestres, ocasionando diferenças de duração entre os dias e as noites, sendo os dias mais longos no solstício de verão e as noites mais longas nos solstícios de inverno.
  • Equinócio – período em que o Sol, passando pelo Equador, ilumina igualmente os dois hemisférios; os dias são iguais às noites.
☻Curiosidade: Devido a forma elíptica da órbita da Terra, a sua distância do Sol não é igual durante o movimento de translação: Ora se afasta mais (afélio – 02 de julho), ora se aproxima mais (periélio – 02 de janeiro)
A Terra e seus 14 movimentos
Os movimentos executados pela Terra são:
  1. Movimento de Rotação. Ele se dá em torno do eixo polar, produzindo a alternância entre o dia e a noite, em aproximadamente 24 horas.
  2. Movimento de Translação. Ocorre no período de um ano, quando o planeta dá uma volta em torno do Sol.
  3. Precessão dos Equinócios. É o movimento que determina a variação do eixo polar da Terra no espaço. O período desse movimento é de aproximadamente 26 mil anos.
  4. Nutação. O movimento é parecido com o anterior, porém em escala bem menor. Também se refere à variação do eixo polar terrestre, com um ciclo de 18,6 anos, sendo causada pela força gravitacional da Lua sobre a Terra.
  5. Deslocamento do Periélio.  Que vem de peri (à volta, perto) e hélio (Sol). Refere-se ao deslocamento da posição de mínima distância entre a Terra e o Sol.
  6. Obliqüidade da Elíptica. Diz respeito à variação do ângulo entre o plano orbital da Terra e o Equador terrestre.
  7. Variação da Excentricidade Orbital. Trata-se da alteração da órbita terrestre, conforme o planeta se movimenta ao redor do Sol.
  8. Perturbações Planetárias. Referem-se às interferências gravitacionais sofridas pela Terra em seu movimento de translação, provocadas por outros planetas, principalmente Vênus e Júpter.
  9. Movimentos do Centro de Massa. O centro de massa do sistema formado pela Terra e a Lua gira em torno do Sol, e a Terra e a Lua giram em torno desse centro.
  10. Movimento em torno do Centro de Massa do sistema solar: movimento de revolução ou translação que a Terra faz em torno do centro de massa do sistema solar (centro de massa que existe entre o Sol e todos os seus planetas).
  11. Movimento de marés: trata-se da contração e descontração do globo terrestre em razão da força gravitacional da Lua e do Sol.
  12. Rotação junto com a galáxia: a Via-Láctea gira em torno de seu centro, fazendo uma volta completa em torno de 250 milhões de anos. Assim, o Sol e todos os planetas (inclusive a Terra) giram também em volta do centro da galáxia.
  13. Revolução (expansão) junto com a galáxia: como todo o universo está em expansão, nossa galáxia também viaja no espaço. Assim, a Terra e todos os demais planetas, inclusive Lua e Sol, estão se deslocando junto com a Via-Láctea.
  14. Variação dos Pólos. Os pólos geográficos da Terra variam continuamente, segundo uma série de causas: deslocamento das placas tectônicas, correntes marítimas, marés, evaporação das águas oceânicas, erosão etc.
Fonte: Masavoshi Tsuchida, astrônomo do Istituto Astrônomo e Geofísico da Universidade de São Paulo.
    1. FUSOS HORÁRIOS
O homem vem criando formas diferentes de medir o tempo, à medida que promove o avanço tecnológico. No ano 700 a.C., foi criado o relógio de Sol (na mesopotâmia); posteriormente, surgiu o relógio de água ou Clepsidra (Karnak, no Egito) e, nas áreas desérticas foi criado o relógio de areia ou ampulheta. Na Era Moderna, foram criados os relógios de corda e de ponteiro.
Porém, a hora não era unificada, e cada cidade, região ou país determinavam seu tempo. Com a velocidade das comunicações em todo o mundo, a necessidade de unificação tornou-se premente.
Em 1884, foi realizado um congresso em Washington (EUA), com a presença de 36 países, do qual resultou a adoção do sistema de fusos horários para a determinação das horas nos diferentes lugares da Terra.
Cada fuso horário é regido pela hora de seu meridiano central (7°30’), sendo que o meridiano inicial para a marcação de horas é o Greenwich Meridian, daí falar-se GMT (do inglês Greenwich Meridian Time). O fuso 0 (zero) ou de Londres vai de 7°30’ oeste a 7°30’ leste do meridiano de Greenwich, totalizando 15°.
Os fusos horários são controlados a partir do fuso Zero (Londres), considerando-se que a Terra gira de oeste para leste. Como o Sol surge antes nos lugares situados a leste, sempre que caminhamos nessa direção, as horas aumentam. Em sentido oposto, sempre que vamos para o oeste, as horas diminuem. Portanto, todos os fusos a leste de Greenwich Têm horas adiantadas; e a oeste, têm horas atrasadas. O emprego de a.m. e p.m. em relógios digitais de 12 horas, se deve ao fato da posição da localidade perante o Sol. Quando o Sol está “a pino” (12:00h) é a hora exata que o Astro está passando sobre o meridiano correspondente deste local. Daí a.m. do Latim Ante Meridium (antes do meridiano) manhã, e Post Meridium (pós meridiano) tarde.
Alguns países alteram o fuso horário para evitar problemas no comércio, bancos, meios de transporte e equacionar a vida de seus habitantes.
Para economizar energia, alguns países no verão adiantam sua hora legal, alterando ainda mais as diferenças entre os fusos.
Cálculos de Fusos Horários
(
Lembrete: Quando sobrar “resto” na divisão de fusos, basta multiplica-lo por 4 e se tem a diferença dada em minutos, porque 15° é ¼ de 1 h.
Regras básicas)
1° passo: estabelecer a distância em graus.
Hemisférios = (-)
Hemisférios = (+)
2° passo: estabelecer a diferença em horas.
Produto divide por 15°
3° observação da direção (leste / oeste)
Para leste soma
Para oeste subtrai
    1. LINHA INTERNACIONAL DE MUDANÇA DE DATA (LID)
É a linha em que se faz a mudança de data de um dia para outro e corresponde ao meridiano de 180° (que é o antípoda de Greenwich, que é 0°), portanto, enquanto em Greenwich for 12h, na Linha será 24h..
A linha Internacional de Data atravessa o Oceano Pacífico, apresentando vários desvios, para não passar por nenhum lugar habitado. Passa pelo estreito de Bering, leste da península de Kamtchatka, entre as ilhas Aleutas e Samoa, daí até o Pólo Sul.
Quando se cruza a Linha no sentido leste-oeste, subtraí-se um dia, e quando se cruza no sentindo oeste-leste acrescenta-se um dia,. Por convenção internacional, o meridiano de 180° não coincide com a Linha Internacional de Mudança de Data.
Linha Internacional de Data / Fonte: google
A primeira observação relacionada à LID ocorreu na expedição realizada por Fernão de Magalhães (1519-1522), a primeira a circunavegar o planeta. Os marinheiros sobreviventes, no retorno a Espanha, tinham a certeza de qual era o dia da semana, como confirmado por vários registros de navegação. Entretanto, os que estavam em terra insistiam que o dia era diferente. Embora possamos hoje entender o que ocorreu, o fenômeno causou grande surpresa na época, que fez com que fosse enviada uma delegação especial ao Vaticano para contar ao Papa a odisséia temporal ocorrida.
Curiosidades:
A linha de data é um argumento central no livro A Ilha do Dia Anterior, de Umberto Eco, que mostra um protagonista repousando num navio próximo a uma ilha do outro lado da Linha Internacional de Data. Incapaz de nadar, o personagem incorre em especulações físicas, metafísicas e religiosas acerca da Linha de Data.
"Meia-noite de sexta-feira, aqui no navio, é meia-noite de quinta-feira na ilha. Se da América para a Ásia viajas, perdes um dia; se, no sentido contrário viajas, ganhas um dia: eis o motivo por que o [navio] Daphne percorreu o caminho da Ásia, e vós, estúpidos, o caminho da América. Tu és agora um dia mais velho do que eu! Não é engraçado?"
Antes de Eco, o fenômeno da mudança de data foi explorado por Júlio Verne em "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias", em que Phileas Foggre torna a Londres após uma viagem ao redor do mundo. Viajando no sentido contrário de Fernão de Magalhães, o viajante pensa estar num dia posterior à data verdadeira. Um episódio semelhante ocorre no livro "Os Vinte e Um Balões".
    1. – REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA
1.6.1 Projeções Cartográficas
Todo mapa é uma deformação, pois a Terra é uma “esfera” e o mapa é desenhado em um plano, por isso o globo é a forma que mais se aproxima da realidade.
Podemos projetar a geoide de forma plana (mapas) ou de forma esférica (o globo).
Na construção de um mapa, é necessário utilizar as projeções cartográficas, ou seja, projetar no “plano” os paralelos e meridianos da região a ser representada. À distância, a forma e os ângulos são elementos essenciais na elaboração de todos os tipos de mapas, mas nenhuma projeção consegue unir os três ao mesmo tempo, e cada uma privilegia um determinado elemento, sendo que a transferência da superfície curva para plana (dos trópicos para os pólos)é a projeção com o maior grau de imperfeição.
Tipos de Projeções
As projeções costumam ser reunidas em três tipos básicos: Cilíndricas, Cônicas e Azimutais. Essas projeções utilizam figuras geométricas que são respectivamente o cilindro, o cone e o plano.
Representação Cilíndrica:
  • Apenas o Equador tangencia a superfície e é a única linha projetada que conserva a dimensão original.
  • Paralelos e meridianos formam ângulos retos (90°) e as regiões de altas latitudes apresentam deformações.
  • Distâncias lineares.
  • Bastante utilizada na navegação e confecção de mapas-múndi.
Representação Cônica:
  • A esfera projeta-se a partir do pólo e se apresenta distorcida.
  • Só pode representar um hemisfério.
  • É muito utilizada na projeção de regiões ou países.
  • Se projetada dos pólos retrata melhor as zonas temperadas.
  • Apenas nos pontos que se tangenciam não apresenta desproporções.
  • Os países com maiores distorções são aqueles localizados próximos ao Equador.
Representação Plana Azimutal, Zenital ou Polar: Azimutes = direções
  • Projeta-se apenas um hemisfério com grandes deformações.
  • A área representada é projetada sobre um plano tangencial (o centro do mapa).
  • À medida que se afastam do ponto de tangência – o pólo- o espaçamento e as dimensões dos paralelos e dos meridianos crescem rapidamente.
  • As áreas próximas do ponto de tangência ficam bem representadas.
  • É boa para se estudar a América do Norte, a Europa e o norte da Ásia.
  • Facilita as visualizações para os mapas de linhas aéreas internacionais.
  • Ótima para mapas publicitários e geoestratégicos mundiais.
  • Umas desvantagens: as áreas distantes do ponto de tangencia ficam muito distorcidas e a região Polar Ártica fica muito deformada e a Antártida nem aparece (quando o mapa for produzido visando o Norte).
1.6.2 Classificação das Projeções Cartográficas
As projeções cartográficas devem cumprir determinadas condições, objetivando a construção do mapa ideal podendo ser classificadas em:
    1. a) Conformes: não deformam os ângulos, nem pequenas áreas (ex. formas dos continentes). Os paralelos e os meridianos se interceptam em ângulos retos.
    2. b) Equivalentes: Têm a propriedade de não deformar as áreas, conservando, quanto à área (dimensões), uma relação constante com suas correspondentes na superfície da Terra. Para conseguir a equivalência de áreas, a forma será sacrificada, sendo deformada.
    3. c) Azimutais Eqüidistante: resolvem apenas um problema, aquele que nenhuma projeção equivalente ou conforme soluciona: cartografar as direções da superfície terrestre. Apresenta a Terra como se fosse vista a grande distância. Não apresentam deformações lineares, isto é, os comprimentos são representados em escala uniforme.
    4. d) Afiláticas: também conhecidas como arbitrárias, não possuem nem uma das propriedades dos outros tipos de projeções.
1.6.3 Projeções Mais Usadas em Cartografia
1 – Mercator
Mercator, cartógrafo holandês, viveu no século XVI e utilizou a projeção cilíndrica para construir mapas da navegação, pois facilita traçar rotas em linha reta. Mas ela favorece o Eurocentrismo por ampliar as áreas do Hemisfério Norte, principalmente a Europa. Geralmente utilizada para representar mapas em livros e Atlas, é uma projeção cilíndrica de conformidade (não deforma os ângulos).
2– Projeção de Peters/Gall
Criada em 1973 pelo alemão Arno Peters, procura representar com maior fidelidade as áreas continentais e oceânicas. Em contrapartida, as formas foram sacrificadas, alongando em excesso África e América do Sul. É uma projeção cilíndrica de equivalência. Na verdade essa projeção foi criado por Gall no séc. XIX.
3- Mollweide
Projeção equivalente e não conforme, sendo apresentada em formato elíptico. Nela, as formas são menos distorcidas, mas se apresenta afilática, sendo a projeção usada em Atlas geográfico.
4- Projeção de Goode ou Interrompida
Tem o objetivo de mostrar a equivalência entre as áreas oceânicas e continentais. Os mapas mostram áreas interrompidas. Projeção afilática.
5- A Projeção de Robinson
É uma projeção não conforme e não equivalente desenvolvida por Arthur H. Robinson em 1961. É baseada em coordenadas e não em formulação matemática e foi concebida para minimizar as distorções angulares e de área. A Projeção de Robinson foi criada para melhorar as características de projeções existentes como a de Mercator. É uma combinação das situações positivas de várias outras projeções resultando em distorção mínima da maioria das massas de terra do globo.
Antártica é bem distorcida e as massas de terra mais ao norte também sofrem distorção, mas esta projeção é considerada uma das que melhor representam o tamanho e a forma dos países e continentes.
6-Projeção de Holzel 
Projeção equivalente, seu contorno elipsoidal faz referência à forma aproximada da Terra que tem um ligeiro achatamento nos pólos.
7- Projeção Central ou Gnomônica :é a projeção de uma esfera sobre um plano tangente a partir do seu centro.A propriedade notável desta projeção é que as geodésicas (que, na esfera, são os círculos máximos) são representadas como retas.