Aula de Filosofia 2º Ano Ensino Médio e Normal: M, T e N.
Teoria do conhecimento:
Epistemologia
A teoria do conhecimento, também conhecida por epistemologia
(termo derivado do grego) é um ramo da filosofia cujas preocupações são a
natureza e as limitações do conhecimento. De modo geral a epistemologia quer
saber o que é o conhecimento, como ele é adquirido pelo homem. Também se
procura conhecer a natureza daquilo que se conhece e como se conhece o
conhecimento.
Grande parte dos estudos na área está voltada à análise da
natureza do conhecimento de modo geral, e de como isso se liga a noções
relacionadas como a verdade, a crença e a justificação. A epistemologia também
lida com produção de conhecimento e com as posições céticas sobre o
conhecimento. Este campo de estudos foca-se, de modo geral, na origem, métodos,
estrutura e valor de verdade do conhecimento.
De modo geral, são distintos dois tipos de conhecimento:
“saber que” e “saber como”. O primeiro caso é também chamado de conhecimento
proposicional, e o exemplo mais comum é a soma 2 + 2 = 4. Nessa proposição,
entretanto, está envolvido também o “saber como”, que nesse caso é o
conhecimento em realizar a adição entre dois números.
Assim, há quem prefira manter a distinção clara entre o
“saber que” e o “saber como”, sendo que a epistemologia foca o “saber que”
especificamente.
Não há um consenso sobre as origens da epistemologia, mas
assume-se que começou com o filósofo Platão. Tendo vivido no século IV antes de
Cristo, o pensador propunha que havia uma oposição entre o que se considerava
opinião/crença e o conhecimento propriamente.
Para o filósofo grego, a crença era caracterizada como uma
visão pessoal, enquanto que o conhecimento era a crença efetivamente
verdadeira.
Na visão de Platão, a importância está no “saber como” acima
referido, ou seja, no conhecimento teórico das coisas. Trata-se do conjunto das
informações que descrevem e potencialmente explicam o universo social e natural
de que o ser humano faz parte.
Sob a perspectiva platônica, o conhecimento é uma forma
descritiva, explicativa e preditiva da realidade. Em outras palavras, serve às
dimensões observacionais e descritivas das coisas, bem como a análise do seu
modo de funcionamento e, com base nisso, antecipa passos futuros. Essa visão,
naturalmente, não pode comportar integralmente a dimensão do “saber que”
mencionada anteriormente.
A teoria do conhecimento também se ocupa da natureza da evidência.
Tomada como prova, a evidência é um dos critérios para reconhecer a verdade.
Segundo a epistemologia, há diversas posições que um dado
sujeito pode aderir quando surge a possibilidade do conhecimento. Algumas delas
são as seguintes:
Posição dogmática, em que o sujeito pode obter conhecimentos
seguros e de validade universal e de inquestionável certeza;
Posição cética, em que o sujeito levanta dúvida sobre a
existência de um conhecimento certo e inquestionável, submetendo as verdades a
testes de evidência;
Posição relativista, em que se nega a verdade de valor
absoluto e defende-se que todo indivíduo pode ter sua verdade única e
individual. Essa posição foi defendida pelos sofistas;
Posição perspectivista, em que existiria uma verdade de fato
absoluta, embora o indivíduo ou grupo de indivíduos não seja capaz de obtê-la
integralmente. Todo indivíduo teria acesso a fragmentos ou perspectivas de uma
verdade única;
Pelo que se disse neste artigo, ficam elencadas, em resumo,
as principais formas de atuação e perspectivas do amplo campo da teoria do
conhecimento, também denominada de epistemologia nos meios acadêmicos.
Referências Bibliográficas:
BUTCHVAROV, P. “The Concept of Knowledge”.
Evanston: Northwestern University Press, 1970.
BOMBASSARO, L. C. “As fronteiras da
Epistemologia”. 3a. ed. Petrópolis: Vozes, 1993.
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