Dicas para o Enem
As provas costumam dar prioridade para temas relacionados a questões
ambientais, sociais e políticas. Impactos da tecnologia na sociedade, questões
de cidadania, História do Brasil, problemas urbanos e, meio-ambiente caem
bastante nas provas de História, Geografia, Sociologia e Filosofia. "A
prova de Português exige bastante interpretação de texto, conhecimento de
gêneros textuais, de figuras e funções de linguagem, literatura e
gramática", comenta Guilherme. Já para os testes de língua estrangeira, é
importante estar atento à gramática e também à interpretação de texto.
Redação
É importante que o aluno esteja acompanhando as notícias e treinando a
escrita com frequência. "Nossa experiência com os alunos do curso
preparatório para o Enem mostra que muitos assuntos se repetem, mas é
importante se manter atualizado no que está acontecendo no mundo", diz
Guilherme Maynard.
Para quem vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a
preparação para a redação é fundamental. Isso porque essa prova vale 1000
pontos, enquanto nas outras áreas de conhecimento, o valor varia por conta da Teoria
de Resposta ao Ítem (TRI), método que dá pesos diferentes para as questões de
acordo com o número de erros e acertos.
A exemplo dos últimos anos, a redação do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) deste ano deve continuar tratando de temas sociais. “A gente
especula que a prova continue tratando de algum tema de grande abrangência e
polêmica social, como tem sido nos últimos anos”, avalia o professor de
sociologia e filosofia de uma escola particular do Rio de Janeiro Leandro
Vieira, que também dá aula de atualidades para alunos que se preparam para a
prova.
Entre as apostas do professor estão a questão ambiental e a mobilidade
urbana, com foco no transporte público nas grandes cidades. “Esse tem sido um
grande tema, desde os grandes eventos como a Copa e as Olimpíadas, e costuma
ser cobrado na redação do Enem”, diz. Ele também lembra do assunto liberdade de
expressão. “Nos últimos anos tem havido um grande debate sobre o que pode ou
não ser dito, os limites para a liberdade de expressão”, diz.
A professora do laboratório de redação de um colégio particular de São
Paulo Maria Aparecida Custódio elaborou uma lista com cerca de 30 temas
possíveis para a prova deste ano. Entre os destaques estão os caminhos para
combater a homofobia no Brasil, a gravidez na adolescência, os hábitos
alimentares relacionados à obesidade infantil, o bullying e a violência nas
escolas. Entre os temas ambientais, a professora destaca como possíveis
assuntos a serem abordados na prova as crises hídrica e energética, o marco da biodiversidade,
a produção de lixo e o consumo sustentável. “São assuntos da atualidade, que
mobilizam a opinião pública e que são de interesse de todos nós”, diz.
Maria Aparecida lembra que os temas do Enem são predominantemente
nacionais e sempre temas sociais, ambientais e relativos a direitos humanos.
“São assuntos que de alguma maneira representam um problema que exige uma
possível intervenção”, diz. Segundo a professora, o Enem sempre propõe temas
que envolvem tanto a participação do Estado como da sociedade.
A coordenadora de redação de uma escola de Brasília Carolina Darolt
também aposta que a redação do Enem deve continuar abordando a temática social
e comportamental, como nos últimos cinco anos. Ela também cita a questão
ambiental, com foco na escassez da água e na Floresta Amazônica. Mobilidade
urbana e bullying também são possíveis temas, segundo a professora.
No entanto, para Carolina, o aluno não deve perder tempo tentando
adivinhar um possível tema da redação. “Estar preparado para receber qualquer
tema é mais importante que acertar o tema. Ele deve pensar em referências
textuais que poderiam permear muitos temas”, diz.
Enem 2017 vai
concentrar prova da área de humanas em temas sociais
Pelo menos 6,5 milhões de brasileiros estão inscritos no Exame
Nacional do Ensino Médio deste ano, com o objetivo de concorrer a uma vaga em
instituições de ensino superior. Os números são do último relatório parcial
divulgado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Com as inscrições encerradas desde a última sexta-feira (19), a
próxima etapa é a preparação dos alunos, que deve acontecer de forma contínua
ao longo do ano.
Com o objetivo de auxiliar nesse processo, o NOVO consultou
professores de todas as áreas de conhecimento abordadas na prova e preparou um
guia com dicas que devem ser colocadas em prática a partir de agora para
garantir um bom desempenho em novembro, quando as provas serão aplicadas em
todo Brasil.
Para a primeira matéria da série, consultamos o professor de história
do colégio CEI Mirassol, Wellington Albano, que informa o que e como estudar
para conquistar uma vaga nos cursos da área de ciências humanas, em especial o
mais concorrido deles: direito.
Dentre as principais recomendações do professor, está a elaboração de
um calendário de estudos diário, com pelas menos quatro horas diárias. O
professor também cita recursos tecnológicos que podem ser úteis para
aprendizagem, como vídeo aulas, e realização de simulados.
O professor também definiu uma diretriz com temas recorrentes nas
últimas provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias e alerta que os alunos
devem ficar atentos a conjuntura social, política e econômica no Brasil e no
mundo.
“Muitos alunos pensam que estudar é se encher de aulas, mas, na
verdade, o estudante precisa de tempo para colocar os assuntos em dia e fixar
os conteúdos vistos em sala de aula”.
Estudos regulares
O curso de direito está entre os mais concorridos pelos alunos que
enveredam na área das ciências humanas. No último Sisu, a nota de corte para o
curso foi 716,60 pontos em Natal e 819,37 pontos em Caicó.
De acordo com o professor de história do CEI Mirassol, Wellington
Albano, um aluno que deseja concorrer a uma vaga no curso tem que ter uma
rotina intensa de estudos em casa, além da carga horária escolar.
Ele afirma que a primeira coisa que os estudantes precisam fazer agora
é organizar um horário de estudos para revisar os conteúdos e fazer atividades
em casa e recomenda pelo menos quatro horas de estudos por dia de segunda a
sexta-feira.
“Muitos alunos pensam que estudar é se encher de aulas, mas, na
verdade, o estudante precisa de tempo para colocar os assuntos em dia e fixar
os conteúdos vistos em sala de aula” ressalta o professor.
Ele afirma que para concorrer a uma vaga em cursos muito disputados,
como direito, a carga horária de estudos deve ser de 4h diárias e recomenda que
esse estudo seja feito em casa, de forma individual, revisando e praticando os
conteúdos vistos em sala de aula.
O que estudar?
O professor avalia que a prova do Enem tem um perfil sócio cultural no
campo das Ciências Humanas e suas Tecnologias.
Na prova de história, por exemplo, grande parte das questões são a
cerca de hábitos cotidianos, conquistas sociais, políticas afirmativas, grupos
étnicos, políticas de gênero e aspectos culturais da sociedade. A preparação
para essa prova consiste em um estudo frequente da história cotidiana e
contemporânea, com foco na conjuntura política, econômica e social do Brasil e
do mundo.
Ainda de acordo com Wellington Albano, as questões de história estão
em diálogo com outras disciplinas de ciências humanas a ponta de ser difícil
identificar o limite entre as matérias em algumas questões.
Em sociologia, a prova costuma abordar conflitos sociais, que também
são abordados nas provas de história e geografia. O professor também alerta
que, nos últimos anos, novas tecnologias de informação e comunicação foram
temas recorrentes nas provas de sociologia.
No que diz respeito as questões de geografia, o professor alerta para
os conteúdos relacionados a meio ambiente e trabalho.
Prática
O professor ressalta também a necessidade constante de praticar as
teorias estudadas em sala de aula e conta que reserva um momento ao final de
todas as aulas para um “exercício de fixação”, com cinco questões, para
esclarecer possíveis dúvidas e aprofundar o tema com os alunos.
“Se considerarmos apenas esses pequenos exercícios, ao final de dez
aulas, o aluno terá feito 150 questões. Acredito que cumprindo essa prática
diária o aluno estará bem preparado ao final do ano”, exemplifica Wellington
Albano.
Além das atividades de fixação em sala de aula, seus alunos também
recebem uma lista com dez atividades para serem feitas em casa e debatidas na
aula seguinte.
A prática também acontece através das avaliações regulares e dos
simulados, que acontecem nos domingos à tarde, reproduzindo todas as condições
de provas do ENEM.
Metodologia escolar
Nos últimos anos da vida escolar, os alunos do Cei Mirassol tem uma
rotina de estudos preparatória para o ENEM, que pode ser dividida em diversos
aspectos.
O primeiro contato com os conteúdos acontecem através de materiais
didáticos e artigos científicos – que além de informar sobre o tema também desenvolve
competências necessárias para a redação.
Além do estudo dos textos, o conteúdo é aprofundado através de
recursos audiovisuais, como trechos de filmes e documentários, e aulas
expositivas em que a teoria é trabalhada junto com a prática.
Os alunos também tem acesso a um sistema online que disponibiliza vídeo
aulas, banco de dados, simulados e listas de exercícios para facilitar o estudo
em casa.
No que diz respeito ao uso do celular, o professor Wellington Albano
afirma que é um desafio constante, pois tira a atenção dos alunos na aula, mas
que também pode ser usado de forma positiva, estimulando pesquisas momentâneas
sobre o tema debatido em sala de aula.
Interdisciplinaridade
A prova do Enem tem como característica a relação entre conhecimentos
de diversas disciplinas para resolução das questões. A partir desse aspecto,
Wellington Albano ressalta a importância de que as escolas trabalhem os
conteúdos de forma interdisciplinar, com aulas temáticas em que o mesmo assunto
é abordado por diferentes professores. O professor exemplifica a experiência do
CEI Mirassol, onde as aulas temáticas acontecem uma vez por semana com uma
média de três professores para cada assunto.
A Revolução Francesa, por exemplo, pode ser trabalhada em aulas
conjuntas de história, geografia e sociologia. A Revolução Industrial, por sua
vez, pode ser debatida entre os professores de história, física e química para
que o primeiro aborde aspectos sociais enquanto os outros dois podem falar
sobre o funcionamento das máquinas.
“Já ministrei aulas em conjunto até com um professor de biologia.
Fizemos um estudo sobre doenças e enquanto ele lecionava a parte biológica, eu
trabalhava o contexto em que a população foi atingida pela gripe espanhola ou
pela epidemia de cólera”, relata o professor de história.