sábado, 27 de abril de 2013


REVISÃO DE HISTÓRIA 1º ANO ENSINO MÉDIO.
CIVILIZAÇÃO MESOPOTAMICA

A civilização mesopotâmica desenvolveu-se mais ou menos ao mesmo tempo em que a egípcia. Esta região recebeu o nome de Mesopotâmia - que significa "terra entre rios" - e compreendia os vales e planícies irrigados pelos rios Tigre e Eufrates. Atualmente este território corresponde ao Iraque e terras próximas. Podemos apontar como seus limites ao norte as montanhas da Armênia; ao sul, os desertos da Arábia; a leste, o Planalto Persa; e a oeste, os desertos da Síria.
Comparando a civilização mesopotâmica com a egípcia, encontramos traços comuns como a aridez do clima e a fertilidade provocada pelos rios. Porém, ao contrário do Egito, cujo deserto do Saara constituía-se numa proteção natural contra os invasores, a Mesopotâmia constituía-se numa passagem natural entre o Mediterrâneo e a Ásia e por isso as invasões foram constantes e duradouras, imprimindo um caráter peculiar a esta civilização.
Foi na região da Mesopotâmia, por volta do quarto milênio a.C, que foram construídas as primeiras cidades, os primeiros Estados e as primeiras formas de escritas ideográficas.
A civilização mesopotâmica também pode ser enquadrada dentro do modo de produção asiático (ou modo de produção despótico-tributário), que se caracteriza pela passagem de uma sociedade comunitária para uma sociedade de classes, e onde o poder estatal assume o papel de classe exploradora. E o Estado o "dono" das terras e o governante divinizado explora, através de trabalhos forçados e da cobrança de tributos, as comunidades aldeãs.
A Mesopotâmia foi ocupada por diversos povos: sumérios, acádios, amorritas, assírios e caldeus.
Não possuíam uma unidade política. A região era povoada de diversas cidades-estados independentes que periodicamente exerciam forte hegemonia sobre toda a Mesopotâmia. Além de independentes politicamente, estes pequenos Estados eram independentes na economia, o que gerava um dinâmico processo de trocas.
1. Os Sumérios (3.500 a.C. - 2.550 a.C.)
Eram originários do Planalto do Irã, fixaram-se na Caldéia (Média e Baixa Mesopotâmia) e fundaram diversas cidades-estados como Ur, Uruk, Nipur e Lagash. Cada cidade-Estado era dirigida por um patesi (vigário de Deus) que detinha poderes político, militar e religioso, auxiliado por uma aristocracia, constituída de sacerdotes e burocratas.
São atribuídos aos Sumérios várias realizações, como o aperfeiçoamento das técnicas de irrigação, arquitetura, desenvolvimento da escrita e a invenção da roda. A escrita era conhecida como escrita Cuneiforme: sinais abstratos, em forma de cunha, feitos em "tábuas" de argila. Utilizavam essa escrita para contabilizar a produção dos camponeses. Mais tarde também foi utilizada para o registro de textos religiosos, literários e jurídicos[1].
2.            Os Acádios (2.550 a.C- 2400 a.C.)
Os acádios eram um povo que habitava a cidade de Acad. Liderados pelo rei Sargão I, conquistaram as cidades sumerianas e promoveram a unificação política da região. Deste modo, fundaram o primeiro Império Mesopotâmico que abrangia uma região do Golfo Pérsico até o norte da Mesopotâmia.
O enfraquecimento do Império Acádio ocorre devido a revoltas das cidades sumerianas e ataques de povos estrangeiros. Por volta de 2.150 a.C, os guti dominavam os acádios.
3.            Os Amorritas (2.000 a.C - 1.750 a.C.)
Este povo era originário do deserto da Arábia. Estabeleceram-se na cidade da Babilônia e fundaram o primeiro Império Babilônico.
Dentre os imperadores amorritas destaca-se Hamurabi, que ficou conhecido na História como um dos primeiros legisladores. Este soberano foi o autor do primeiro código de leis escrito que a História registra, o Código de Hamurabi que é baseado na pena de talião "olho por olho, dente por dente" (cada crime deveria ser punido com prática idêntica ao delito cometido).
Após a morte de Hamurabi, o Império entrou em decadência devido principalmente às invasões de povos como os cassitas e hititas, que utilizavam o cavalo para fins militares.
Os cassitas dominaram esta região por cerca de 400 anos. Depois foram submetidos ao poder dos assírios.
4.            Os Assírios (1.300 a.C - 612 a.C)
Os assírios habitavam o norte da Mesopotâmia, uma região de passagens. Talvez pelo fato da Assíria ficar numa região de passagem, este povo desenvolveu um espírito belicoso e uma forte tendência militarista. Ficaram famosos pela crueldade com que tratavam os vencidos: mutilações, torturas, deportação. O exército assírio viajava com o produto dos saques efetuados (bois, cereais, metais preciosos) e, por onde passavam, deixavam multidões de mortos empalados e cabeças cortadas. As rebeliões que ocorriam devido a esta crueldade eram resolvidas com deportação para a Assíria, onde estes vencidos eram utilizados como escravos.
As constantes revoltas dos povos vencidos acabaram por enfraquecer o Império Assírio que, por volta de 612 a.C, foi dominado pelos caldeus.
5. Os Caldeus (612 a.C. - 539 a.C.)
Os caldeus, habitantes da Caldéia, na Baixa Mesopotâmia, transformaram a Babilônia na capital da Mesopotâmia e fundaram o Segundo Império Neobabilônio ou Babilônio.
O apogeu do Império Caldeu (ou Babilônio) ocorreu no governo de Nabucodonosor que reergueu a Babilônia, construiu os famosos Jardins Suspensos da Babilônia e a Torre de Babel. Este soberano sitiou e dominou a cidade de Jerusalém deportando sua população para a Babilônia. Esse episódio ficou conhecido como Cativeiro Babilônico. Por meio de campanhas militares os caldeus conquistaram boa parte da Palestina, Síria e Fenícia.
A esplêndida porta de Babilônia.
Após a morte de Nabucodonosor, houve uma série de disputas pelo trono, o que enfraqueceu o poder real. Os sacerdotes dos templos aproveitaram estas disputas para aumentar seu poder.
Em 539 a.C, o rei persa Ciro I conquistou esta região e a Mesopotâmia passou a pertencer ao Império Persa.
Economia e Sociedade
Havia necessidade de controlar as cheias dos rios Tigre e Eufrates e construir sistemas de irrigação, por isso, a necessidade de uma organização coletiva onde homens livres e escravos trabalhavam nestas obras. Deste modo, ocorria o desenvolvimento da agricultura (cevada, trigo, árvores frutíferas, legumes, etc), sua principal atividade econômica.
De modo geral, a propriedade da maioria das terras era dos templos e do Estado e por eles distribuídos em troca de aluguel, produtos e serviços.
Apesar da,  agricultura ser a principal atividade econômica,  também o artesanato (cerâmica, tecidos, metais, etc) e o comércio atingiram grande desenvolvimento. Devido ao intenso comércio surgem padrões de medidas, de troca, peso, empréstimos a juro, leis escritas que normatizam as relações comerciais, etc.
A estrutura social mesopotâmica tinha no topo uma pequena elite poderosa, concentradora de privilégios e força. Esta casta privilegiada era formada pelos governantes, sacerdotes, militares e comerciantes. O restante da população, a maioria, era formada por camponeses, artesãos e escravos (geralmente prisioneiros de guerra), submetidos à servidão, cujo trabalho sustentava as camadas superiores.
Cultura e Religião
Enquanto que no Egito, o faraó era visto como um deus, na Mesopotâmia o chefe de Estado era apenas um representante dos deuses na terra. Ele mantinha um grupo de sacerdotes para ajudá-lo a administrar a cidade. Havia, portanto, uma íntima relação entre o poder político e religioso.
A religião mesopotâmica era politeísta e antropomórfica. Tinha inúmeros deuses que representavam fenômenos da natureza e era vista como meio de obter recompensas terrenas imediatas, pois, ao contrário dos egípcios, os mesopotâmicos não acreditavam na vida após a morte. Tinham como principais deuses: Anu (deus do céu); Ishtar (deusa do amor); Shamash (deus do sol e da justiça).
O centro de toda religiosidade eram os templos que podiam abrigar também o celeiro e as oficinas.
Os mesopotâmicos sobressaíram-se nas ciências, na arquitetura e na literatura.
A fim de prever as cheias e as vazantes dos rios Tigre e Eufrates, fundamentais para a sobrevivência ' na região, desenvolveram a astrologia e a astronomia: movimento de planetas, e estrelas, previsão de eclipses, etc. Foram os criadores do zodíaco e horóscopo.
Astrônomos babilônicos a observar o céu, à procura de possíveis sinais reveladores do destino de um homem.  Desenvolveram também a matemática pela própria necessidade de sua vida econômica. Foram os inventores da álgebra, desenvolvendo cálculos de divisão e multiplicação, incluindo a criação da raiz quadrada e cúbica. Dividiram o círculo em 360 graus e criaram um calendário de doze meses, com semanas de sete dias.
Era muito tênue o limite que separava a medicina da magia. Os sacerdotes que a praticavam, muitas vezes se utilizavam de poderes mágicos que acreditavam possuir para a cura das doenças e dos males sociais.             
Na arquitetura destaca-se a construção de palácios com paredes em alto-relevo. Apresentam técnica inovadora: aplicação de arcos. Destacam-se os zigurates, as construções de vários andares, cada um menor que o anterior, como a Torre de Babel.

A "Torre de Babel (ou de Babilônia), descrita na Bíblia, simbolizava um imenso zigurate. Na escultura e pintura sobressaem a estatuária e os baixos-relevos com sentido decorativo. Na literatura destacam-se os poemas e narrativas épicas. Principal obra: a Epopéia de Gilgamés, a mais antiga narrativa sobre o dilúvio e o Mito da Criação. Na história do Direito podemos destacar o Código de Hamurabi.


[1] Graças a esta inscrição, trilíngüe (babilônio, elamita epersa) encontrada no rochedo de Behistum, Rawlinson estabeleceu as regras para ler os caracteres cuneiformes.

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