REVISÃO DE HISTÓRIA 1º ANO ENSINO MÉDIO.
CIVILIZAÇÃO MESOPOTAMICA
A civilização mesopotâmica
desenvolveu-se mais ou menos ao mesmo tempo em que a egípcia. Esta região
recebeu o nome de Mesopotâmia - que significa "terra entre rios" - e
compreendia os vales e planícies irrigados pelos rios Tigre e Eufrates.
Atualmente este território corresponde ao Iraque e terras próximas. Podemos
apontar como seus limites ao norte as montanhas da Armênia; ao sul, os desertos
da Arábia; a leste, o Planalto Persa; e a oeste, os desertos da Síria.
Comparando a civilização
mesopotâmica com a egípcia, encontramos traços comuns como a aridez do clima e
a fertilidade provocada pelos rios. Porém, ao contrário do Egito, cujo deserto
do Saara constituía-se numa proteção natural contra os invasores, a Mesopotâmia
constituía-se numa passagem natural entre o Mediterrâneo e a Ásia e por isso as
invasões foram constantes e duradouras, imprimindo um caráter peculiar a esta
civilização.
Foi na região da Mesopotâmia, por
volta do quarto milênio a.C, que foram construídas as primeiras cidades, os
primeiros Estados e as primeiras formas de escritas ideográficas.
A civilização mesopotâmica também
pode ser enquadrada dentro do modo de produção asiático (ou modo de produção despótico-tributário),
que se caracteriza pela passagem de uma sociedade comunitária para uma
sociedade de classes, e onde o poder estatal assume o papel de classe
exploradora. E o Estado o "dono" das terras e o governante divinizado
explora, através de trabalhos forçados e da cobrança de tributos, as
comunidades aldeãs.
A Mesopotâmia foi ocupada por
diversos povos: sumérios, acádios, amorritas, assírios e caldeus.
Não possuíam uma unidade
política. A região era povoada de diversas cidades-estados independentes que
periodicamente exerciam forte hegemonia sobre toda a Mesopotâmia. Além de
independentes politicamente, estes pequenos Estados eram independentes na
economia, o que gerava um dinâmico processo de trocas.
1. Os Sumérios (3.500 a.C. - 2.550 a.C.)
Eram originários do Planalto do
Irã, fixaram-se na Caldéia (Média e Baixa Mesopotâmia) e fundaram diversas
cidades-estados como Ur, Uruk, Nipur e Lagash. Cada cidade-Estado era dirigida
por um patesi (vigário de Deus) que detinha poderes político, militar e
religioso, auxiliado por uma aristocracia, constituída de sacerdotes e
burocratas.
São atribuídos aos Sumérios
várias realizações, como o aperfeiçoamento das técnicas de irrigação,
arquitetura, desenvolvimento da escrita e a invenção da roda. A escrita era
conhecida como escrita Cuneiforme: sinais abstratos, em forma de cunha, feitos
em "tábuas" de argila. Utilizavam essa escrita para contabilizar a
produção dos camponeses. Mais tarde também foi utilizada para o registro de
textos religiosos, literários e jurídicos[1].
2. Os Acádios (2.550
a.C- 2400 a.C.)
Os acádios eram um povo que
habitava a cidade de Acad. Liderados pelo rei Sargão I, conquistaram as cidades
sumerianas e promoveram a unificação política da região. Deste modo, fundaram o
primeiro Império Mesopotâmico que abrangia uma região do Golfo Pérsico até o
norte da Mesopotâmia.
O enfraquecimento do Império
Acádio ocorre devido a revoltas das cidades sumerianas e ataques de povos
estrangeiros. Por volta de 2.150 a.C, os guti dominavam os acádios.
3. Os Amorritas
(2.000 a.C - 1.750 a.C.)
Este povo era originário do
deserto da Arábia. Estabeleceram-se na cidade da Babilônia e fundaram o
primeiro Império Babilônico.
Dentre os imperadores amorritas
destaca-se Hamurabi, que ficou conhecido na História como um dos primeiros
legisladores. Este soberano foi o autor do primeiro código de leis escrito que
a História registra, o Código de Hamurabi que é baseado na pena de talião
"olho por olho, dente por dente" (cada crime deveria ser punido com
prática idêntica ao delito cometido).
Após a morte de Hamurabi, o
Império entrou em decadência devido principalmente às invasões de povos como os
cassitas e hititas, que utilizavam o cavalo para fins militares.
Os cassitas dominaram esta região
por cerca de 400 anos. Depois foram submetidos ao poder dos assírios.
4. Os Assírios (1.300
a.C - 612 a.C)
Os assírios habitavam o norte da
Mesopotâmia, uma região de passagens. Talvez pelo fato da Assíria ficar numa
região de passagem, este povo desenvolveu um espírito belicoso e uma forte
tendência militarista. Ficaram famosos pela crueldade com que tratavam os
vencidos: mutilações, torturas, deportação. O exército assírio viajava com o
produto dos saques efetuados (bois, cereais, metais preciosos) e, por onde
passavam, deixavam multidões de mortos empalados e cabeças cortadas. As
rebeliões que ocorriam devido a esta crueldade eram resolvidas com deportação
para a Assíria, onde estes vencidos eram utilizados como escravos.
As constantes revoltas dos povos
vencidos acabaram por enfraquecer o Império Assírio que, por volta de 612 a.C,
foi dominado pelos caldeus.
5. Os Caldeus (612 a.C. - 539 a.C.)
Os caldeus, habitantes da
Caldéia, na Baixa Mesopotâmia, transformaram a Babilônia na capital da
Mesopotâmia e fundaram o Segundo Império Neobabilônio ou Babilônio.
O apogeu do Império Caldeu (ou
Babilônio) ocorreu no governo de Nabucodonosor que reergueu a Babilônia,
construiu os famosos Jardins Suspensos da Babilônia e a Torre de Babel. Este
soberano sitiou e dominou a cidade de Jerusalém deportando sua população para a
Babilônia. Esse episódio ficou conhecido como Cativeiro Babilônico. Por meio de
campanhas militares os caldeus conquistaram boa parte da Palestina, Síria e
Fenícia.
A esplêndida porta de Babilônia.
Após a morte de Nabucodonosor,
houve uma série de disputas pelo trono, o que enfraqueceu o poder real. Os
sacerdotes dos templos aproveitaram estas disputas para aumentar seu poder.
Em 539 a.C, o rei persa Ciro I
conquistou esta região e a Mesopotâmia passou a pertencer ao Império Persa.
Economia e Sociedade
Havia necessidade de controlar as
cheias dos rios Tigre e Eufrates e construir sistemas de irrigação, por isso, a
necessidade de uma organização coletiva onde homens livres e escravos
trabalhavam nestas obras. Deste modo, ocorria o desenvolvimento da agricultura
(cevada, trigo, árvores frutíferas, legumes, etc), sua principal atividade
econômica.
De modo geral, a propriedade da
maioria das terras era dos templos e do Estado e por eles distribuídos em troca
de aluguel, produtos e serviços.
Apesar da, agricultura ser a principal atividade econômica,
também o artesanato (cerâmica, tecidos,
metais, etc) e o comércio atingiram grande desenvolvimento. Devido ao intenso
comércio surgem padrões de medidas, de troca, peso, empréstimos a juro, leis
escritas que normatizam as relações comerciais, etc.
A estrutura social mesopotâmica
tinha no topo uma pequena elite poderosa, concentradora de privilégios e força.
Esta casta privilegiada era formada pelos governantes, sacerdotes, militares e
comerciantes. O restante da população, a maioria, era formada por camponeses,
artesãos e escravos (geralmente prisioneiros de guerra), submetidos à servidão,
cujo trabalho sustentava as camadas superiores.
Cultura e Religião
Enquanto que no Egito, o faraó
era visto como um deus, na Mesopotâmia o chefe de Estado era apenas um
representante dos deuses na terra. Ele mantinha um grupo de sacerdotes para
ajudá-lo a administrar a cidade. Havia, portanto, uma íntima relação entre o
poder político e religioso.
A religião mesopotâmica era politeísta e antropomórfica. Tinha
inúmeros deuses que representavam fenômenos da natureza e era vista como meio
de obter recompensas terrenas imediatas, pois, ao contrário dos egípcios, os
mesopotâmicos não acreditavam na vida após a morte. Tinham como principais
deuses: Anu (deus do céu); Ishtar (deusa do amor); Shamash (deus do sol e da
justiça).
O centro de toda religiosidade
eram os templos que podiam abrigar também o celeiro e as oficinas.
Os mesopotâmicos sobressaíram-se nas ciências, na arquitetura e na
literatura.
A fim de prever as
cheias e as vazantes dos rios Tigre e Eufrates, fundamentais para a
sobrevivência ' na região, desenvolveram a astrologia e a astronomia: movimento
de planetas, e estrelas, previsão de eclipses, etc. Foram os criadores do
zodíaco e horóscopo.
Astrônomos babilônicos a observar
o céu, à procura de possíveis
sinais reveladores do destino de um homem. Desenvolveram também a matemática pela própria necessidade de sua vida
econômica. Foram os inventores da álgebra, desenvolvendo cálculos de divisão e
multiplicação, incluindo a criação da raiz quadrada e cúbica. Dividiram o círculo
em 360 graus e criaram um calendário de doze meses, com semanas de sete dias.
Era muito tênue o limite que
separava a medicina da magia. Os sacerdotes que a praticavam, muitas vezes se
utilizavam de poderes mágicos que acreditavam possuir para a cura das doenças e
dos males sociais.
Na arquitetura destaca-se
a construção de palácios com paredes em alto-relevo. Apresentam técnica
inovadora: aplicação de arcos. Destacam-se os zigurates, as construções de
vários andares, cada um menor que o anterior, como a Torre de Babel.
A "Torre de Babel (ou de
Babilônia), descrita na Bíblia, simbolizava um imenso zigurate. Na escultura e
pintura sobressaem a estatuária e os baixos-relevos com sentido decorativo. Na
literatura destacam-se os poemas e narrativas épicas. Principal obra: a Epopéia
de Gilgamés, a mais antiga narrativa sobre o dilúvio e o Mito da Criação. Na
história do Direito podemos destacar o Código de Hamurabi.
[1] Graças a esta inscrição, trilíngüe
(babilônio, elamita epersa) encontrada no rochedo de Behistum, Rawlinson
estabeleceu as regras para ler os caracteres cuneiformes.
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