Resumo
das Grandes Navegações - Aula 2º Ano Ens. Medio
Expansão
Marítima Europeia.
A expansão marítima europeia,
processo histórico ocorrido entre os séculos XV e XVII, contribuiu para que a
Europa superasse a crise dos séculos XIV e XV.
Através das Grandes
Navegações há uma expansão das atividades comerciais, contribuindo para o
processo de acumulação de capitais na Europa.
O contato comercial entre
todas as partes do mundo ( Europa, Ásia, África e América ) torna possível uma
história em escala mundial, favorecendo uma ampliação dos conhecimentos
geográficos e o contato entre culturas diferentes.
Fatores
para a Expansão Marítima.
A expansão marítima teve um
nítido caráter comercial, daí definir este processo como uma empresa comercial
de navegação, ou como grandes empreendimentos marítimos. Para o sucesso desta
atividade comercial o fator essencial foi a formação do Estado Nacional.
Formação
do Estado Nacional e a centralização política - as Grandes
Navegações só foram possíveis com a centralização do poder político, pois se
fazia necessário uma complexa estrutura material de navios, armas, homens,
recursos financeiros. A aliança rei-burguesia possibilitou o alcance destes
objetivos tornando viável a expansão marítima.
Avanços
técnicos na arte náutica - o aprimoramento dos conhecimentos
geográficos, graças ao desenvolvimento da cartografia; o desenvolvimento de
instrumentos náuticos- bússola, astrolábio, sextante - e a construção de
embarcações capazes de realizar viagens a longa distância, como as naus e as
caravelas.
Interesses
econômicos - a necessidade de ampliar a produção de alimentos, em
virtude da retomada do crescimento demográfico; a necessidade de metais
preciosos para suprir a escassez de moedas; romper o monopólio exercido pelas
cidades italianas no Mediterrâneo - que contribuía para o encarecimento das
mercadorias vindas do Oriente; tomada de Constantinopla, pelos turcos otomanos,
encarecendo ainda mais os produtos do Oriente.
Sociais -
o enfraquecimento da nobreza feudal e o fortalecimento da burguesia mercantil.
Religiosos- a
possibilidade de conversão dos pagãos ao cristianismo mediante a ação
missionária da Igreja Católica.
Expansão
marítima portuguesa
Portugal foi a primeira
nação a realizar a expansão marítima. Além da posição geográfica, de uma
situação de paz interna e da presença de uma forte burguesia mercantil; o
pioneirismo português é explicado pela sua centralização política que, como
vimos, era condição primordial para as Grandes Navegações.
A formação do Estado
Nacional português está relacionada à Guerra de Reconquista - luta entre
cristãos e muçulmanos na península Ibérica. A primeira dinastia portuguesa foi
a Dinastia de Borgonha ( a partir de 1143 ) caracterizada pelo processo de
expansão territorial interna.
Entre os anos de 1383 e
1385 o Reino de Portugal conhece um movimento político denominado Revolução de
Avis - movimento que realiza a centralização do poder político: aliança entre a
burguesia mercantil lusitana com o mestre da Ordem de Avis, D. João. A Dinastia
de Avis é caracterizada pela expansão externa de Portugal: a expansão marítima.
Etapas
da expansão
A expansão marítima
portuguesa interessava à Monarquia, que buscava seu fortalecimento; à nobreza,
interessada em conquista de terras; à Igreja Católica e a possibilidade de
cristianizar outros povos e a burguesia mercantil, desejosa de ampliar seus lucros.
A seguir, as principais etapas
da expansão de Portugal:
1415 - tomada de Ceuta, importante
entreposto comercial no norte da África;
1420 - ocupação das ilhas
da Madeira e Açores no Atlântico;
1434 - chegada ao Cabo
Bojador;
1445 - chegada ao Cabo
Verde;
1487 - Bartolomeu Dias e a
transposição do Cabo das Tormentas;
1498 - Vasco da Gama atinge
as Índias ( Calicute );
1499 - viagem de Pedro
Álvares Cabral ao Brasil.
Expansão
marítima espanhola
A Espanha será um Estado Nacional
somente em 1469, com o casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão.
Dois importantes reinos cristãos que enfrentaram os mouros na Guerra de
Reconquista.
No ano de 1492 o último
reduto mouro - Granada – foi conquistado pelos cristãos; neste mesmo ano, Cristóvão
Colombo ofereceu seus serviços aos reis da Espanha.
Colombo acreditava que, navegando
para oeste, atingiria o Oriente. O navegante recebeu três navios e, sem saber
chegou a um novo continente: a América.
A seguir a principais
etapas da expansão espanhola:
1492 - chegada de Colombo a
um novo continente, a América;
1504 - Américo Vespúcio afirma
que a terra descoberta por Colombo era um novo continente;
1519 a 1522 - Fernão de
Magalhães realizou a primeira viagem de circunavegação do globo.
As
rivalidades Ibéricas
Portugal e Espanha,
buscando evitar conflitos sobre os territórios descobertos ou a descobrir,
resolveram assinar um acordo – proposto pelo papa Alexandre VI - em 1493: um
meridiano passando 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, dividindo as
terras entre Portugal e Espanha. Portugal não aceitou o acordo e no ano de 1494
foi assinado o Tratado de Tordesilhas.
O tratado de Tordesilhas
não foi reconhecido pelas demais nações europeias.
Navegações
Tardias
Inglaterra,
França e Holanda.
O atraso na centralização
política justifica o atraso destas nações na expansão marítima:
A Inglaterra e França envolveram-se
na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e, após este longo conflito, a Inglaterra
passa por uma guerra civil - a Guerra das Duas Rosas ( 1455-1485 ); já a
França, no final do conflito com a Inglaterra enfrenta um período de lutas no reinado
de Luís XI ( 1461-1483).
Somente após estes
conflitos internos é que ingleses, durante o reinado de Elizabeth I ( 1558-1603
); e franceses, durante o reinado de Francisco I iniciaram a expansão marítima.
A Holanda tem seu processo
de centralização política atrasado por ser um feudo espanhol. Somente com o
enfraquecimento da Espanha e com o processo de sua independência é que os
holandeses iniciarão a expansão marítima.
CONSEQÜÊNCIAS
As Grandes navegações
contribuíram para uma radical transformação da visão da história da humanidade.
Houve uma ampliação do conhecimento humano sobre a geografia da Terra e uma verdadeira
Revolução Comercial, a partir da unificação dos mercados europeus, asiáticos,
africanos e americanos.
A
seguir algumas das principais mudanças:
A decadência das cidades
italianas; a mudança do eixo econômico do mar Mediterrâneo para o oceano
Atlântico; a formação do Sistema Colonial; enorme afluxo de metais para a
Europa proveniente da América; o retorno do escravismo em moldes capitalistas;
o euro-centrismo, ou a hegemonia europeia sobre o mundo; e o processo de
acumulação primitiva de capitais resultado na organização da formação social do
capitalismo.
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