Aula de Filosofia 2º Ens. Médio - M,T e N
A
passagem do helenismo grego ao helenismo romano
As escolas que se desenvolveram no Império romano, marcando o
helenismo romano, renovaram o helenismo grego ao estabelecer novas formas de
pensar.
Observando o cenário grego que estabeleceu o helenismo e
a evolução do pensamento de cada escola (estoica, epicureia e pirrônica),
tem-se certa decaída nos últimos séculos da era pagã, mas que no início da era
cristã vemos sua ascensão: adotaram um caráter mais espiritual e pragmático,
preocupando-se com os problemas da alma, elevando categoricamente a importância
da ética. Porém, cada escola conduziu essa influência de forma avessa, dadas as
próprias diferenças originárias do pensamento. Das escolas existentes,
sobressaiu a importância do diálogo entre os estoicos e os epicuristas.
O epicurismo romano foi implantado, de fato,
após a disseminação do poema filosófico de Lucrécio, o qual cantava a física de
Epicuro, relevando o pessimismo da natureza na qual o homem bom tem grande
dificuldade em sobreviver, mas que por sua própria capacidade e pela sabedoria
do mestre Epicuro (sem a interferência de qualquer ser divino) conseguiria
viver, acima de tudo, tranquilo e feliz. Em consequência dos cânones
estabelecidos por Epicuro, o novo epicurismo fundou-se basicamente no
seguimento das máximas instituídas pelo fundador, visto que acreditavam que,
pela sabedoria encontrada nelas, qualquer pessoa poderia curar as paixões da
alma. Assim, o epicurismo romano não mudou as bases doutrinais estabelecidas
por Epicuro, mas fortificou-as magistralmente. Percebemos isto no Pórtico erguido
por Diógenes de Enoanda, onde se escreveu nas paredes toda a doutrina
epicurista, pois se acreditava ser ela a única capaz de dar aos homens a
felicidade desejada.
Já o estoicismo romano teve algumas mudanças em
relação ao grego, dada a influência de alguns pensamentos como o ecletismo e
o cristianismo. Porém, os fundamentos principais de suas
teorias foram mantidos, todavia com uma ampla carga moral e educacional, isto
é, o estoicismo romano estava disposto a mostrar aos indivíduos que é
extremamente importante determinar a conduta moral, buscando sempre o que para
nós é um bem e abominando tudo que ultrapassasse a utilidade, sendo que todo
bem e todo mal se encontram naquelas coisas que estão em nosso poder. Assim, o
que está em nosso poder (o pensamento, o justo apetecer, a justa aversão, etc.)
e deve ser bem recebido e sempre acolhido, e o que é dado exteriormente (luxo,
glória, títulos, etc.) não se deve escolher, tanto que se têm como
representantes do estoicismo romano o imperador Marco Aurélio, o senador Sêneca
e o escravo Epicteto.
Portanto, em linhas gerais, as escolas que se desenvolveram na
época do império romano foram o estoicismo e o epicurismo, renovando o
pensamento helenístico e sincretizando-se com novas formas de pensar, próprias
do período do império.
Por João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
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