CONCEITO DE NACIONALISMO
Ideologia
segundo a qual o indivíduo deve lealdade e devoção ao Estado nacional –
compreendido como um conjunto de pessoas unidas num mesmo território por
tradições, língua, cultura, religião ou interesses comuns, que constitui uma
individualidade política com direito de se autodeterminar. O nacionalismo
assume inúmeras formas e pode-se originar com base em diversas necessidades: de
uma comunidade étnica, religiosa ou cultural, sob dominação, tornar-se
independente; de um grupo ou comunidade impor sua nacionalidade e se
transformar em soberano no Estado; ou de o próprio Estado-Nação impor seus
ideais aos cidadãos como forma de sobreviver como unidade. O sentimento
nacionalista tem suas raízes na Revolução Francesa. A burguesia volta-se contra
a nobreza e o clero e proclama que o poder não emana de Deus nem do soberano,
mas do povo e da nação. A lealdade ao rei é substituída pela lealdade à pátria.
No final do século XVIII e no decorrer do XIX, a ascensão do sentimento
nacionalista coincide com a Revolução Industrial, que promove o desenvolvimento
da economia nacional, o crescimento da classe média, a exigência popular de um
governo representativo e o desejo imperialista.
O
nacionalismo também encontra ressonância no populismo da América Latina, em
especial no governo de Juan Domingo Perón, na Argentina; nos de Getúlio Vargas
e João Goulart, no Brasil; e no de Lázaro Cárdenas, no México (1934-1940). Com
o fim da Guerra Fria e o desmantelamento da URSS, projetos de autonomia
nacional são despertados em diversas partes do mundo, como a recusa das
repúblicas bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia) em se integrar à Comunidade
dos Estados Independentes (CEI) e as lutas separatistas no Timor Leste, no País
Basco, na Irlanda do Norte e no Tibet, entre outros. Além disso, como forma de
reafirmar distinções em Estados cada vez mais multiétnicos, explodem movimentos
nacionalistas dentro de vários Estados e movimentos de grupos de identidade,
como o da comunidade negra. Em muitos países ressurge o nacionalismo
autoritário: é o neonazismo na Áustria, na França e na Itália e o movimento dos
skinheads na Inglaterra, na Alemanha e no Brasil.
Conclusão,
o Nacionalismo é até certo ponto o característico sentimento da lealdade
política ocidental. No entanto há quem o distinga perfeitamente de patriotismo
sendo este o sentimento de lealdade às terras e ao grupo e o nacionalismo mais
um sentimento de superioridade étnico-cultural.
Nacionalismo brasileiro
É o
movimento de pessoas que amam o Brasil, sua cultura, sua diversidade e sua
gente. É a união de pessoas que, por seu sentimento de amor a Pátria, farão
tudo o que estiver ao alcance de suas mãos por um Brasil melhor, menos desigual
e mais justo.
O
verdadeiro nacionalismo brasileiro não é um sentimento hipócrita que leva as
pessoas às lágrimas ao som do hino nacional, nem tampouco é o sentimento perene
que surge nas épocas de grandes eventos esportivos ou de grande comoção
nacional.
O
nacionalismo brasileiro é o sentimento capaz de entristecer, indignar e levar a
despertar nas pessoas o desejo de mudança quando vemos crianças a vender balas
ou a fazer malabarismos nos faróis, brasileiros dormindo ao relento, sem casa,
sem comida e sem esperança. É o sentimento que nos causa revolta quando sabemos
de um pai de família que saiu de casa para trabalhar e não mais voltou, mas foi
encontrado morto em uma guia de rua.
É o
sentimento que nos faz indignar quando vemos que não há dinheiro suficiente
para uma educação de qualidade, mas sobra para a corrupção. É o mesmo
sentimento que nos faz tremer de raiva ao ver à falência do INSS, do sistema
público de saúde e os deputados e senadores terem direito a carros zero,
combustível de graça e até auxílio-paletó.
O nacionalismo
brasileiro é o sentimento que não aceita o nepotismo, não aceita o pagamento
absurdo de juros aos credores da divida externa, enquanto aposentados tem de esmolar
nas ruas e nos semáforos.
Nesse
sentimento de amor a Pátria não há espaço para violência, ódios, preconceitos
ou rancores. Amamos também a democracia e os direitos que a liberdade nos dá.
Nacionalistas são todos aqueles que jamais criarão ou apoiarão qualquer lei ou
medida que venha a prejudicar o Brasil, os Estados, as Cidades e suas
populações. Entretanto, é importante ressaltar que os nacionalistas brasileiros
não têm ódio aos outros povos e suas culturas.
Respeitamos
a cultura de outras nações e seus valores. Os verdadeiros nacionalistas do
Brasil não só respeitam, mas são capazes de aprender e assimilar as boas
experiências das outras nações e adapta-las a nossa realidade. O sentimento do
nacionalista brasileiro é como o sentimento de um pai e uma mãe em relação a
sua casa e seus filhos.
Um
pai zeloso, uma mãe zelosa, jamais tomariam atitudes que venham a prejudicar
seu lar, sua família e seus filhos. Mas, mantem um bom relacionamento com os
seus vizinhos também. O nacionalismo brasileiro é o sentimento de amor a
Pátria, mas não tem o Brasil como religião, todo nacionalista tem direito a sua
crença seja ela qual for, o que nos une é o amor a Pátria.
O
verdadeiro nacionalismo não prega o ódio, o racismo, o preconceito, a
violência, a luta armada, a ditadura, a segregação, o fisiologismo, o nepotismo
e nem tampouco a divisão dos Estados da Federação. Somos a favor da unidade,
pois unidos somos mais fortes.
Nacionalismo
é amar a terra-mãe, tratar a ela e a seus filhos com dignidade e respeito.
Lutar contra as injustiças, indignar-se contra a roubalheira, os escândalos, as
mentiras, a corrupção e aqueles políticos que legislam em causa própria.
Nacionalismo é dar valor ao comércio e a indústria do Brasil, fazendo com que
sejam capazes de concorrer em condições de igualdade com o que há de melhor no
mundo, gerando empregos e divisas para o Brasil.
POPULISMO
O
populismo foi um tipo de situação política experimentada na América Latina
entre as décadas de 1930 e 1960, que teve como grande contexto propulsor a
crise de 1929. Nessa época, várias das nações latinas – vistas como portadoras
de uma economia periférica – viveram uma fase de desenvolvimento econômico
seguido pelo crescimento dos centros urbanos e a rearticulação das forças
sociais e políticas. Foi em meio a essas transformações diversas que a prática
populista ganhou terreno.
A
política populista é marcada pela ascensão de líderes carismáticos que buscam
sustentar sua atuação no interior do Estado através do amplo apoio das
maiorias. Muitas vezes, abandona o uso de intermediários ideológicos ou
partidários para buscar na “defesa dos interesses nacionais” uma alternativa às
tendências políticas de sua época, sejam elas tradicionalistas, oligárquicas,
liberais ou socialistas. De diferentes formas, propaga a crença em um líder
acima de qualquer outro ideal.
No
campo de suas ações práticas, a tendência populista prioriza o atendimento das
demandas das classes menos favorecidas, colocando tal opção como uma
necessidade urgente frente aos “inimigos da nação”. De fato, o populismo
permitiu a participação política de grupos sociais que historicamente foram completamente
marginalizados das arenas políticas latino-americanas. Contudo, esse tipo de
ação das camadas populares junto ao Estado não pode ser confundida com o
exercício da democracia plena.
Uma
das contradições mais marcantes do populismo consiste em pregar a aproximação
ao povo, mas, ao mesmo tempo, estabelecer mecanismo de controle que não
permitam o aparecimento de tendências políticas contrárias ao poder vigente. De
tal maneira, os governos populistas também são marcados pela desarticulação das
oposições políticas e a troca dos “favores ao povo” pelo apoio incondicional ao
grande líder responsável pela condução do país.
Além
do autoritarismo e do assistencialismo, os governos populistas também tem
grande preocupação com o uso dos meios de comunicação como instrumento de
divulgação das ações do governo. Por meio da instalação ou do controle desses
meios, o populismo utiliza de uma propaganda oficial massiva que procura se
disseminar entre os mais distintos grupos sociais através do uso irrestrito de
rádios, jornais, revistas e emissoras de televisão.
A
ascensão dos regimes populistas sempre foi vista com certa desconfiança por
determinados grupos políticos internos ou estrangeiros. A capacidade de
mobilização das massas estabelecidas por tais governos, o apelo aos interesses
nacionais e a falta de uma perspectiva política clara poderia colocar em risco
os interesses defendidos pelas elites que controlavam a propriedade das terras
ou das forças produtivas do setor industrial.
Dessa
forma, podemos compreender que o populismo entrou em crise no momento em que
não conseguiu mais negociar os interesses – muitas vezes antagônicos – das
elites econômicas e das classes trabalhadoras. Quando as tensões políticas e
sociais chegaram a tal ponto, podemos ver que grupos nacionais conservadores
buscaram apoio político internacional, principalmente dos Estados Unidos, para
varrer o populismo por meio da instalação de ditaduras que surgiram entre as
décadas de 1950 e 1970.
Na
América Latina, os exemplos de experiência populistas podem ser compreendidos
na ascensão dos governos de Juan Domingo Perón (1946 – 1955/1973 – 1974), na
Argentina; Lázaro Cárdenas (1934 – 1940), no México; Gustavo Rojas Pinilla
(1953 – 1957), na Colômbia; e Getúlio Vargas (1930 – 1945/ 1951 – 1954), no
Brasil. Apesar de se reportar a uma prática do passado, ainda hoje podemos
notar a presença de algumas práticas populistas em governos estabelecidos na
América Latina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário