terça-feira, 25 de agosto de 2015

CONCEITO DE NACIONALISMO

Ideologia segundo a qual o indivíduo deve lealdade e devoção ao Estado nacional – compreendido como um conjunto de pessoas unidas num mesmo território por tradições, língua, cultura, religião ou interesses comuns, que constitui uma individualidade política com direito de se autodeterminar. O nacionalismo assume inúmeras formas e pode-se originar com base em diversas necessidades: de uma comunidade étnica, religiosa ou cultural, sob dominação, tornar-se independente; de um grupo ou comunidade impor sua nacionalidade e se transformar em soberano no Estado; ou de o próprio Estado-Nação impor seus ideais aos cidadãos como forma de sobreviver como unidade. O sentimento nacionalista tem suas raízes na Revolução Francesa. A burguesia volta-se contra a nobreza e o clero e proclama que o poder não emana de Deus nem do soberano, mas do povo e da nação. A lealdade ao rei é substituída pela lealdade à pátria. No final do século XVIII e no decorrer do XIX, a ascensão do sentimento nacionalista coincide com a Revolução Industrial, que promove o desenvolvimento da economia nacional, o crescimento da classe média, a exigência popular de um governo representativo e o desejo imperialista.
O nacionalismo também encontra ressonância no populismo da América Latina, em especial no governo de Juan Domingo Perón, na Argentina; nos de Getúlio Vargas e João Goulart, no Brasil; e no de Lázaro Cárdenas, no México (1934-1940). Com o fim da Guerra Fria e o desmantelamento da URSS, projetos de autonomia nacional são despertados em diversas partes do mundo, como a recusa das repúblicas bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia) em se integrar à Comunidade dos Estados Independentes (CEI) e as lutas separatistas no Timor Leste, no País Basco, na Irlanda do Norte e no Tibet, entre outros. Além disso, como forma de reafirmar distinções em Estados cada vez mais multiétnicos, explodem movimentos nacionalistas dentro de vários Estados e movimentos de grupos de identidade, como o da comunidade negra. Em muitos países ressurge o nacionalismo autoritário: é o neonazismo na Áustria, na França e na Itália e o movimento dos skinheads na Inglaterra, na Alemanha e no Brasil.
Conclusão, o Nacionalismo é até certo ponto o característico sentimento da lealdade política ocidental. No entanto há quem o distinga perfeitamente de patriotismo sendo este o sentimento de lealdade às terras e ao grupo e o nacionalismo mais um sentimento de superioridade étnico-cultural.
Nacionalismo brasileiro
É o movimento de pessoas que amam o Brasil, sua cultura, sua diversidade e sua gente. É a união de pessoas que, por seu sentimento de amor a Pátria, farão tudo o que estiver ao alcance de suas mãos por um Brasil melhor, menos desigual e mais justo.
O verdadeiro nacionalismo brasileiro não é um sentimento hipócrita que leva as pessoas às lágrimas ao som do hino nacional, nem tampouco é o sentimento perene que surge nas épocas de grandes eventos esportivos ou de grande comoção nacional.
O nacionalismo brasileiro é o sentimento capaz de entristecer, indignar e levar a despertar nas pessoas o desejo de mudança quando vemos crianças a vender balas ou a fazer malabarismos nos faróis, brasileiros dormindo ao relento, sem casa, sem comida e sem esperança. É o sentimento que nos causa revolta quando sabemos de um pai de família que saiu de casa para trabalhar e não mais voltou, mas foi encontrado morto em uma guia de rua.
É o sentimento que nos faz indignar quando vemos que não há dinheiro suficiente para uma educação de qualidade, mas sobra para a corrupção. É o mesmo sentimento que nos faz tremer de raiva ao ver à falência do INSS, do sistema público de saúde e os deputados e senadores terem direito a carros zero, combustível de graça e até auxílio-paletó.
O nacionalismo brasileiro é o sentimento que não aceita o nepotismo, não aceita o pagamento absurdo de juros aos credores da divida externa, enquanto aposentados tem de esmolar nas ruas e nos semáforos.
Nesse sentimento de amor a Pátria não há espaço para violência, ódios, preconceitos ou rancores. Amamos também a democracia e os direitos que a liberdade nos dá. Nacionalistas são todos aqueles que jamais criarão ou apoiarão qualquer lei ou medida que venha a prejudicar o Brasil, os Estados, as Cidades e suas populações. Entretanto, é importante ressaltar que os nacionalistas brasileiros não têm ódio aos outros povos e suas culturas.
Respeitamos a cultura de outras nações e seus valores. Os verdadeiros nacionalistas do Brasil não só respeitam, mas são capazes de aprender e assimilar as boas experiências das outras nações e adapta-las a nossa realidade. O sentimento do nacionalista brasileiro é como o sentimento de um pai e uma mãe em relação a sua casa e seus filhos.
Um pai zeloso, uma mãe zelosa, jamais tomariam atitudes que venham a prejudicar seu lar, sua família e seus filhos. Mas, mantem um bom relacionamento com os seus vizinhos também. O nacionalismo brasileiro é o sentimento de amor a Pátria, mas não tem o Brasil como religião, todo nacionalista tem direito a sua crença seja ela qual for, o que nos une é o amor a Pátria.
O verdadeiro nacionalismo não prega o ódio, o racismo, o preconceito, a violência, a luta armada, a ditadura, a segregação, o fisiologismo, o nepotismo e nem tampouco a divisão dos Estados da Federação. Somos a favor da unidade, pois unidos somos mais fortes.
Nacionalismo é amar a terra-mãe, tratar a ela e a seus filhos com dignidade e respeito. Lutar contra as injustiças, indignar-se contra a roubalheira, os escândalos, as mentiras, a corrupção e aqueles políticos que legislam em causa própria. Nacionalismo é dar valor ao comércio e a indústria do Brasil, fazendo com que sejam capazes de concorrer em condições de igualdade com o que há de melhor no mundo, gerando empregos e divisas para o Brasil.

POPULISMO
O populismo foi um tipo de situação política experimentada na América Latina entre as décadas de 1930 e 1960, que teve como grande contexto propulsor a crise de 1929. Nessa época, várias das nações latinas – vistas como portadoras de uma economia periférica – viveram uma fase de desenvolvimento econômico seguido pelo crescimento dos centros urbanos e a rearticulação das forças sociais e políticas. Foi em meio a essas transformações diversas que a prática populista ganhou terreno.
A política populista é marcada pela ascensão de líderes carismáticos que buscam sustentar sua atuação no interior do Estado através do amplo apoio das maiorias. Muitas vezes, abandona o uso de intermediários ideológicos ou partidários para buscar na “defesa dos interesses nacionais” uma alternativa às tendências políticas de sua época, sejam elas tradicionalistas, oligárquicas, liberais ou socialistas. De diferentes formas, propaga a crença em um líder acima de qualquer outro ideal.
No campo de suas ações práticas, a tendência populista prioriza o atendimento das demandas das classes menos favorecidas, colocando tal opção como uma necessidade urgente frente aos “inimigos da nação”. De fato, o populismo permitiu a participação política de grupos sociais que historicamente foram completamente marginalizados das arenas políticas latino-americanas. Contudo, esse tipo de ação das camadas populares junto ao Estado não pode ser confundida com o exercício da democracia plena.
Uma das contradições mais marcantes do populismo consiste em pregar a aproximação ao povo, mas, ao mesmo tempo, estabelecer mecanismo de controle que não permitam o aparecimento de tendências políticas contrárias ao poder vigente. De tal maneira, os governos populistas também são marcados pela desarticulação das oposições políticas e a troca dos “favores ao povo” pelo apoio incondicional ao grande líder responsável pela condução do país.
Além do autoritarismo e do assistencialismo, os governos populistas também tem grande preocupação com o uso dos meios de comunicação como instrumento de divulgação das ações do governo. Por meio da instalação ou do controle desses meios, o populismo utiliza de uma propaganda oficial massiva que procura se disseminar entre os mais distintos grupos sociais através do uso irrestrito de rádios, jornais, revistas e emissoras de televisão.
A ascensão dos regimes populistas sempre foi vista com certa desconfiança por determinados grupos políticos internos ou estrangeiros. A capacidade de mobilização das massas estabelecidas por tais governos, o apelo aos interesses nacionais e a falta de uma perspectiva política clara poderia colocar em risco os interesses defendidos pelas elites que controlavam a propriedade das terras ou das forças produtivas do setor industrial.
Dessa forma, podemos compreender que o populismo entrou em crise no momento em que não conseguiu mais negociar os interesses – muitas vezes antagônicos – das elites econômicas e das classes trabalhadoras. Quando as tensões políticas e sociais chegaram a tal ponto, podemos ver que grupos nacionais conservadores buscaram apoio político internacional, principalmente dos Estados Unidos, para varrer o populismo por meio da instalação de ditaduras que surgiram entre as décadas de 1950 e 1970.

Na América Latina, os exemplos de experiência populistas podem ser compreendidos na ascensão dos governos de Juan Domingo Perón (1946 – 1955/1973 – 1974), na Argentina; Lázaro Cárdenas (1934 – 1940), no México; Gustavo Rojas Pinilla (1953 – 1957), na Colômbia; e Getúlio Vargas (1930 – 1945/ 1951 – 1954), no Brasil. Apesar de se reportar a uma prática do passado, ainda hoje podemos notar a presença de algumas práticas populistas em governos estabelecidos na América Latina.

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