1ª Aula de História – 3º Ano Ensino Médio-2017
Neocolonialismo e a descolonização.
Esta aula tratará de dois processos: primeiramente o processo do neocolonialismo, iniciado no século XIX. Em seguida, o processo de descolonização, efetivado com o final da Segunda Guerra Mundial.
O Neocolonialismo
O século XIX vai conhecer uma nova corrida colonial. Este processo histórico está diretamente relacionado com a chamada Segunda Revolução Industrial – ocorrida na Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos.
A Segunda Revolução Industrial provocou um enorme aumento na capacidade produtiva das indústrias, fazendo-se necessário uma ampliação do mercado consumidor e do mercado fornecedor. A disputa por novos mercados resulta no imperialismo e, posteriormente, na Primeira Guerra Mundial.
O Antigo Sistema Colonial e o Neocolonialismo.
O Antigo Sistema Colonial ocorreu entre os séculos XVI e XVIII. A preocupação fundamental era o fornecimento de gêneros tropicais e de metais preciosos para a Europa, bem como o consumo de produtos manufaturados europeus, por parte das colônias.
A mão-de-obra utilizada era a escrava (negra ou indígena), a política econômica que norteava as relações era o Mercantilismo – com a necessidade de acumulação de capitais, daí a existência dos monopólios.
A área geográfica do Antigo Sistema Colonial era a América- podendo-se encontrar colônias de exploração e colônias de povoamento.
Já no Neocolonialismo a área geográfica passou a ser a África e a Ásia. A política econômica que predomina será o liberalismo e o fator básico da colonização é econômico, ou seja, necessidade de matérias-primas industriais, tais como carvão, ferro, petróleo. A área colonial receberá os excedentes industriais e será local para investimentos de capitais disponíveis na Europa.
As novas áreas coloniais também auxiliarão as tensões sociais da Europa: novas terras para receber população europeia, tornando-se uma válvula de escape às pressões demográficas.
O regime de trabalho será o assalariado – garantindo assim o mercado consumidor. A mão-de-obra barata das áreas coloniais interessava às grandes industriais, pois o trabalhador europeu recebia altos salários, em razão de sua organização sindical e de partidos políticos que lutavam pelos direitos trabalhistas.
A propaganda que defendia o imperialismo denominava-se “darwinismo social”. Baseada em ideias pseudocientíficas, afirmava ser a sociedade europeia (branca) mais civilizada que outras sociedades (não brancas).
Assim, cabia à sociedade europeia a missão de “civilizar” as demais, o conhecido “fardo do homem branco”.
Porém, o neocolonialismo foi estritamente econômico, satisfazendo os interesses dos grandes grupos econômicos – cartéis, trustes e holdings – e beneficiando a alta burguesia. Por conta disto, o neocolonialismo alterou o capitalismo que, de concorrencial passou a ser monopolista: o capital concentrado em grandes grupos econômicos financiados por grandes bancos. Desenvolve-se então uma nova modalidade de capitalismo, o capitalismo financeiro.
O imperialismo na Ásia
A revolução Industrial e a expansão das indústrias têxtil inglesa torna a Ásia uma consumidora de produtos europeus, especialmente britânicos.
Uma das regiões mais disputadas na Ásia foi a Índia que, ao longo dos séculos XVI ao XIX ficará sob o controle da Inglaterra. A Índia será administrada pela Companhia das Índias Orientais.
Em 1857 ocorre a Revolta dos Sipaios (revolta Indiana), última tentativa de resistência ao domínio britânico e, em 1876 a rainha Vitória foi coroada imperatriz da Índia.
O imperialismo na China ligava-se aos interesses econômicos do chá, seda e outras mercadorias.
Entre 1840 e 1842 ocorreu a Guerra do Ópio, em razão da destruição de carregamentos de ópio para a China. A vitória inglesa no conflito resultou na assinatura do Tratado de Nanquim, onde Hong Kong é incorporado à Inglaterra e cinco portos foram abertos ao comércio inglês – com destaque para os portos de Xangai e Nanquim.
Após esta abertura forçada, a China será alvo de outras nações imperialistas, como o Japão, Alemanha, França, Itália e Estados Unidos. Como reação ao domínio estrangeiro surge uma sociedade nacionalista secreta – a Sociedade dos Boxers – promovendo ataques e sabotagens aos estrangeiros. Surge então a Guerra dos Boxers, cuja derrota chinesa às potências estrangeiras culminou com novas concessões econômicas.
O imperialismo na África.
Um dos pioneiros na conquista da África foi a França que, em 1830 ocupou a Argélia; em 1844 conquistou o Marrocos e em 1854 o Senegal. No ano de 1910 foi formada a África Ocidental Francesa, composta pelos territórios da Guiné, Gabão, parte do Congo e do Sudão. Ainda parte do império colonial contava-se a Madagascar e a Tunísia.
A Inglaterra teve sua colonização na África impulsionada pela construção do canal de Suez, no Egito. Em 1888 a companhia dirigida por Cecil Rhodes conquistou a Rodésia. Entre os anos de 1888 e 1891 foram incorporados ao império britânico o Quênia, a Somália e Uganda. Outros territórios britânicos foram a União Sul-Africana, Nigéria, Costa do Ouro e Serra Leoa. A Alemanha conquistou o Camarão, África Sudoeste e África Oriental. A Itália anexou a Líbia, Somália e Eritréia.
Portugal anexou Moçambique, Angola, Guiné Portuguesa; a Espanha com o Marrocos Espanhol, Guiné Espanhola e Rio do Ouro.
A região central da África era objeto de disputa por várias nações europeias. Para resolver a questão foi organizada a Conferência de Berlim (1884/85), que contou com a participação da Rússia e dos Estados Unidos. A conferência estimulou a corrida sobre os poucos territórios livres que existiam no continente africano.
O Japão adota posturas imperialistas a partir da década de 1860, início do período de modernização do Japão, conhecido como “Era Meiji”. O imperialismo japonês ocorrerá sobre a China, Coréia e Formosa (Taiwan).
O imperialismo na América Latina será exercido pelos Estados Unidos: México, após a guerra de 1848. A partir de 1870 o domínio norte-americano se fará na região do Caribe.
A parte sul do continente americano terá o predomínio da Inglaterra.
Consequências do neocolonialismo
O mundo será partilhado entre as grandes potências industriais. A tentativa de ampliar as áreas de dominação provocará o choque imperialista. Este choque vai deflagrar a Primeira Guerra Mundial.
A descolonização.
Causas da descolonização
A descolonização da Ásia e da África está relacionada com a decadência da Europa, motivada pela Primeira Guerra Mundial, pela crise de 1929 e Segunda Guerra Mundial.
Outro fator será o despertar do sentimento nacionalista na Ásia e na África, impulsionado pela decadência da Europa e pela Carta da ONU, que, em 1945, reconheceu o direito dos povos colonizados à autodeterminação. O ponto máximo do nacionalismo será a Conferência de Bandung (1955), ocorrida na Indonésia que estimulou as lutas pela independência.
A guerra fria e a polarização entre EUA (capitalismo) e a URSS (socialismo) também contribuíram para o fim dos impérios coloniais. Cada uma das superpotências via na descolonização uma oportunidade de ampliar suas influências políticas e econômicas.
A Descolonização da Ásia.
O processo de independ6encia das áreas coloniais asiáticas foi por meio da guerra ou pacífica.
Independência da Índia
O processo de independência da Índia teve seu início na década de 1920, através do Partido do Congresso, sob a liderança de Mahatma Gandhi e Jawarhalal Nerhu.
A campanha de Gandhi foi caracterizada pela desobediência civil, não violência e resistência passiva.
Em 1947, os ingleses reconheceram a independência da Índia. Em face das rivalidades religiosas o território foi dividido: a maioria hinduísta, governada por Nerhu formará a União Indiana; a parte islâmica, governada por Ali Junnah, formará o Paquistão. Em 1971 o Paquistão Oriental proclama sua independência do Paquistão Ocidental, surgindo a República do Bangladesh.
Independência da Indonésia
O movimento de independência da Indonésia foi conduzido por Sukarno. A luta estendeu-se até 1949, quando a Holanda reconheceu a independência.
Independência da Indochina
No ano de 1941, como resistência a ocupação japonesa, formou-se um movimento nacionalista – Vietminh – dirigido por Ho Chi Minh. Após a derrota japonesa na guerra foi proclamada a independência da República Democrática do Vietnã ( parte norte).
Os franceses não reconheceram a independência e tentaram, a partir de 1946, recolonizar a Indochina, tendo início a Guerra da Indochina. Em 1954, na Conferência de Genebra foi reconhecida a independência da Indochina, dividida em Laos, Camboja e Vietnã (parte norte e parte sul).
A mesma conferência estabeleceu que o paralelo 17 dividisse o Vietnã. Em 1956 formou-se a Frente de Libertação Nacional, contra o governo de Ngo Dinh Diem – apoiado pelos EUA. A Frente contou com o apoio do Vietcong (exército guerrilheiro). O cancelamento das eleições de 1960 deu início à guerra do Vietnã. O Vietcong contou com o apoio do Vietnã do Norte, e o governo de Ngo Dinh Diem dos EUA.
A guerra perdurou até 1975, quando os Estados Unidos retiraram-se da região.
A Descolonização da África.
Independência do Egito
O Egito era um protetorado inglês (a região possuía autonomia, supervisionada pela Inglaterra). O domínio inglês terminou em 1936, porém o canal de Suez continuou sob controle britânico.
Independência da Argélia
O movimento nacionalista argelino começou em 1945. Liderada por muçulmanos este movimento inicial foi reprimido.
As manifestações intensificaram-se após a fundação da Frente Nacional de Libertação – influenciada pelo fundamentalismo islâmico. A guerra de independência começou em 1954. Em 1957 ocorreu a Batalha de Argel – duramente reprimida pelo exército francês. No ano de 1962 houve a assinatura do acordo de Evian, ocorrendo o reconhecimento da independência argelina.
O fim do império colonial português.
Durante a década de 1950 começaram a se organizar movimentos separatistas em Angola, Moçambique e Guiné portuguesa.
Em 1956 foi criado o Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA), sob a liderança de Agostinho Neto. Posteriormente surgiram a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
Após a independência de Angola, mediante o Acordo de Alvor em 1975, os três grupos acima iniciaram uma guerra civil, na disputa pelo poder.
A independência de Moçambique foi patrocinada pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), tendo como líder Samora Machel – que em 1960 iniciou um movimento de guerrilha. Portugal reconheceu a independência em 1975.
No ano de 1956, Amílcar Cabral fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). No ano de 1974 foi reconhecida a independência da Guiné; em 1975 do Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe.
Um importante fato que contribuiu para o fim do império colonial português foi a Revolução dos Cravos, que ocorreu em 25 de abril de 1974 e que marcou o fim do regime fascista (imposto por Oliveira Salazar e continuado por Américo Tomás e seu primeiro-ministro Marcelo Caetano). O novo governo de Portugal não ofereceu resistência para o reconhecimento da independência das colônias.
As consequências da descolonização.
Entre as consequências do processo de descolonização afro-asiática enumeramos o surgimento de novos países que, ao lado das nações latino-americanas, formaram o bloco do Terceiro Mundo. Este bloco fica sob a dependência dos países capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) ou de países socialistas (Segundo Mundo).
A dependência deste bloco será responsável pela concentração de renda nos países ricos e pelo crescente endividamento externo dos países subdesenvolvidos, apresentando sérios problemas de saúde, educação, desnutrição, entre outros.
Prof. Edson Couto
quarta-feira, 4 de março de 2015
1ª Aula de História – 3º Ano Ensino Médio-2015
Neocolonialismo e a descolonização.
Esta aula tratará de dois processos: primeiramente o processo do neocolonialismo, iniciado no século XIX. Em seguida, o processo de descolonização, efetivado com o final da Segunda Guerra Mundial.
O Neocolonialismo
O século XIX vai conhecer uma nova corrida colonial. Este processo histórico está diretamente relacionado com a chamada Segunda Revolução Industrial – ocorrida na Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos.
A Segunda Revolução Industrial provocou um enorme aumento na capacidade produtiva das indústrias, fazendo-se necessário uma ampliação do mercado consumidor e do mercado fornecedor. A disputa por novos mercados resulta no imperialismo e, posteriormente, na Primeira Guerra Mundial.
O Antigo Sistema Colonial e o Neocolonialismo.
O Antigo Sistema Colonial ocorreu entre os séculos XVI e XVIII. A preocupação fundamental era o fornecimento de gêneros tropicais e de metais preciosos para a Europa, bem como o consumo de produtos manufaturados europeus, por parte das colônias.
A mão-de-obra utilizada era a escrava (negra ou indígena), a política econômica que norteava as relações era o Mercantilismo – com a necessidade de acumulação de capitais, daí a existência dos monopólios.
A área geográfica do Antigo Sistema Colonial era a América- podendo-se encontrar colônias de exploração e colônias de povoamento.
Já no Neocolonialismo a área geográfica passou a ser a África e a Ásia. A política econômica que predomina será o liberalismo e o fator básico da colonização é econômico, ou seja, necessidade de matérias-primas industriais, tais como carvão, ferro, petróleo. A área colonial receberá os excedentes industriais e será local para investimentos de capitais disponíveis na Europa.
As novas áreas coloniais também auxiliarão as tensões sociais da Europa: novas terras para receber população europeia, tornando-se uma válvula de escape às pressões demográficas.
O regime de trabalho será o assalariado – garantindo assim o mercado consumidor. A mão-de-obra barata das áreas coloniais interessava às grandes industriais, pois o trabalhador europeu recebia altos salários, em razão de sua organização sindical e de partidos políticos que lutavam pelos direitos trabalhistas.
A propaganda que defendia o imperialismo denominava-se “darwinismo social”. Baseada em ideias pseudocientíficas, afirmava ser a sociedade europeia (branca) mais civilizada que outras sociedades (não brancas).
Assim, cabia à sociedade europeia a missão de “civilizar” as demais, o conhecido “fardo do homem branco”.
Porém, o neocolonialismo foi estritamente econômico, satisfazendo os interesses dos grandes grupos econômicos – cartéis, trustes e holdings – e beneficiando a alta burguesia. Por conta disto, o neocolonialismo alterou o capitalismo que, de concorrencial passou a ser monopolista: o capital concentrado em grandes grupos econômicos financiados por grandes bancos. Desenvolve-se então uma nova modalidade de capitalismo, o capitalismo financeiro.
O imperialismo na Ásia
A revolução Industrial e a expansão das indústrias têxtil inglesa torna a Ásia uma consumidora de produtos europeus, especialmente britânicos.
Uma das regiões mais disputadas na Ásia foi a Índia que, ao longo dos séculos XVI ao XIX ficará sob o controle da Inglaterra. A Índia será administrada pela Companhia das Índias Orientais.
Em 1857 ocorre a Revolta dos Sipaios (revolta Indiana), última tentativa de resistência ao domínio britânico e, em 1876 a rainha Vitória foi coroada imperatriz da Índia.
O imperialismo na China ligava-se aos interesses econômicos do chá, seda e outras mercadorias.
Entre 1840 e 1842 ocorreu a Guerra do Ópio, em razão da destruição de carregamentos de ópio para a China. A vitória inglesa no conflito resultou na assinatura do Tratado de Nanquim, onde Hong Kong é incorporado à Inglaterra e cinco portos foram abertos ao comércio inglês – com destaque para os portos de Xangai e Nanquim.
Após esta abertura forçada, a China será alvo de outras nações imperialistas, como o Japão, Alemanha, França, Itália e Estados Unidos. Como reação ao domínio estrangeiro surge uma sociedade nacionalista secreta – a Sociedade dos Boxers – promovendo ataques e sabotagens aos estrangeiros. Surge então a Guerra dos Boxers, cuja derrota chinesa às potências estrangeiras culminou com novas concessões econômicas.
O imperialismo na África.
Um dos pioneiros na conquista da África foi a França que, em 1830 ocupou a Argélia; em 1844 conquistou o Marrocos e em 1854 o Senegal. No ano de 1910 foi formada a África Ocidental Francesa, composta pelos territórios da Guiné, Gabão, parte do Congo e do Sudão. Ainda parte do império colonial contava-se a Madagascar e a Tunísia.
A Inglaterra teve sua colonização na África impulsionada pela construção do canal de Suez, no Egito. Em 1888 a companhia dirigida por Cecil Rhodes conquistou a Rodésia. Entre os anos de 1888 e 1891 foram incorporados ao império britânico o Quênia, a Somália e Uganda. Outros territórios britânicos foram a União Sul-Africana, Nigéria, Costa do Ouro e Serra Leoa. A Alemanha conquistou o Camarão, África Sudoeste e África Oriental. A Itália anexou a Líbia, Somália e Eritréia.
Portugal anexou Moçambique, Angola, Guiné Portuguesa; a Espanha com o Marrocos Espanhol, Guiné Espanhola e Rio do Ouro.
A região central da África era objeto de disputa por várias nações europeias. Para resolver a questão foi organizada a Conferência de Berlim (1884/85), que contou com a participação da Rússia e dos Estados Unidos. A conferência estimulou a corrida sobre os poucos territórios livres que existiam no continente africano.
O Japão adota posturas imperialistas a partir da década de 1860, início do período de modernização do Japão, conhecido como “Era Meiji”. O imperialismo japonês ocorrerá sobre a China, Coréia e Formosa (Taiwan).
O imperialismo na América Latina será exercido pelos Estados Unidos: México, após a guerra de 1848. A partir de 1870 o domínio norte-americano se fará na região do Caribe.
A parte sul do continente americano terá o predomínio da Inglaterra.
Consequências do neocolonialismo
O mundo será partilhado entre as grandes potências industriais. A tentativa de ampliar as áreas de dominação provocará o choque imperialista. Este choque vai deflagrar a Primeira Guerra Mundial.
A descolonização.
Causas da descolonização
A descolonização da Ásia e da África está relacionada com a decadência da Europa, motivada pela Primeira Guerra Mundial, pela crise de 1929 e Segunda Guerra Mundial.
Outro fator será o despertar do sentimento nacionalista na Ásia e na África, impulsionado pela decadência da Europa e pela Carta da ONU, que, em 1945, reconheceu o direito dos povos colonizados à autodeterminação. O ponto máximo do nacionalismo será a Conferência de Bandung (1955), ocorrida na Indonésia que estimulou as lutas pela independência.
A guerra fria e a polarização entre EUA (capitalismo) e a URSS (socialismo) também contribuíram para o fim dos impérios coloniais. Cada uma das superpotências via na descolonização uma oportunidade de ampliar suas influências políticas e econômicas.
A Descolonização da Ásia.
O processo de independ6encia das áreas coloniais asiáticas foi por meio da guerra ou pacífica.
Independência da Índia
O processo de independência da Índia teve seu início na década de 1920, através do Partido do Congresso, sob a liderança de Mahatma Gandhi e Jawarhalal Nerhu.
A campanha de Gandhi foi caracterizada pela desobediência civil, não violência e resistência passiva.
Em 1947, os ingleses reconheceram a independência da Índia. Em face das rivalidades religiosas o território foi dividido: a maioria hinduísta, governada por Nerhu formará a União Indiana; a parte islâmica, governada por Ali Junnah, formará o Paquistão. Em 1971 o Paquistão Oriental proclama sua independência do Paquistão Ocidental, surgindo a República do Bangladesh.
Independência da Indonésia
O movimento de independência da Indonésia foi conduzido por Sukarno. A luta estendeu-se até 1949, quando a Holanda reconheceu a independência.
Independência da Indochina
No ano de 1941, como resistência a ocupação japonesa, formou-se um movimento nacionalista – Vietminh – dirigido por Ho Chi Minh. Após a derrota japonesa na guerra foi proclamada a independência da República Democrática do Vietnã ( parte norte).
Os franceses não reconheceram a independência e tentaram, a partir de 1946, recolonizar a Indochina, tendo início a Guerra da Indochina. Em 1954, na Conferência de Genebra foi reconhecida a independência da Indochina, dividida em Laos, Camboja e Vietnã (parte norte e parte sul).
A mesma conferência estabeleceu que o paralelo 17 dividisse o Vietnã. Em 1956 formou-se a Frente de Libertação Nacional, contra o governo de Ngo Dinh Diem – apoiado pelos EUA. A Frente contou com o apoio do Vietcong (exército guerrilheiro). O cancelamento das eleições de 1960 deu início à guerra do Vietnã. O Vietcong contou com o apoio do Vietnã do Norte, e o governo de Ngo Dinh Diem dos EUA.
A guerra perdurou até 1975, quando os Estados Unidos retiraram-se da região.
A Descolonização da África.
Independência do Egito
O Egito era um protetorado inglês (a região possuía autonomia, supervisionada pela Inglaterra). O domínio inglês terminou em 1936, porém o canal de Suez continuou sob controle britânico.
Independência da Argélia
O movimento nacionalista argelino começou em 1945. Liderada por muçulmanos este movimento inicial foi reprimido.
As manifestações intensificaram-se após a fundação da Frente Nacional de Libertação – influenciada pelo fundamentalismo islâmico. A guerra de independência começou em 1954. Em 1957 ocorreu a Batalha de Argel – duramente reprimida pelo exército francês. No ano de 1962 houve a assinatura do acordo de Evian, ocorrendo o reconhecimento da independência argelina.
O fim do império colonial português.
Durante a década de 1950 começaram a se organizar movimentos separatistas em Angola, Moçambique e Guiné portuguesa.
Em 1956 foi criado o Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA), sob a liderança de Agostinho Neto. Posteriormente surgiram a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
Após a independência de Angola, mediante o Acordo de Alvor em 1975, os três grupos acima iniciaram uma guerra civil, na disputa pelo poder.
A independência de Moçambique foi patrocinada pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), tendo como líder Samora Machel – que em 1960 iniciou um movimento de guerrilha. Portugal reconheceu a independência em 1975.
No ano de 1956, Amílcar Cabral fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). No ano de 1974 foi reconhecida a independência da Guiné; em 1975 do Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe.
Um importante fato que contribuiu para o fim do império colonial português foi a Revolução dos Cravos, que ocorreu em 25 de abril de 1974 e que marcou o fim do regime fascista (imposto por Oliveira Salazar e continuado por Américo Tomás e seu primeiro-ministro Marcelo Caetano). O novo governo de Portugal não ofereceu resistência para o reconhecimento da independência das colônias.
As consequências da descolonização.
Entre as consequências do processo de descolonização afro-asiática enumeramos o surgimento de novos países que, ao lado das nações latino-americanas, formaram o bloco do Terceiro Mundo. Este bloco fica sob a dependência dos países capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) ou de países socialistas (Segundo Mundo).
A dependência deste bloco será responsável pela concentração de renda nos países ricos e pelo crescente endividamento externo dos países subdesenvolvidos, apresentando sérios problemas de saúde, educação, desnutrição, entre outros.
Prof. Edson Couto
segunda-feira, 14 de julho de 2014
AULA DE HISTÓRIA 3º ANO ENSINO MÉDIO
O Mundo Pós-Guerra Fria
1. INTRODUÇÃO
Na época da Guerra Fria, o poder das armas valia mais que o poder do dinheiro. O cenário mundial estruturava-se em torno das grandes potências termonucleares. O ocidente - essa expressão geopolítica que abarca os Estados de economia de mercado tanto ocidentais como orientais organizava-se em torno da hegemonia dos Estados Unidos, cuja liderança militar formava par com o seu incontrastável poderio econômico.
O fim da Guerra Fria embaralhou as cartas do jogo planetário. A dissolução do bloco soviético, uma aparente vitória da superpotência da América do Norte, descortinou realidades novas, que prefiguram o próximo século. O poder mundial tende a se concentrar em macroáreas do hemisfério norte que aglutinam a riqueza e a capacidade de inovação tecnológica. A economia mundial globalizava-se e, simultaneamente, fragmentava-se em blocos regionais. A partilha do mercado mundial envolve as estratégias das grandes corporações econômicas e as políticas externas dos Estados.
A geometria de poder mundial em rearranjo faz emergirem megablocos econômicos regionais, como a União Europeia, o Nafta e a Bacia do Pacífico. Esse movimento de integração e abertura de mercados repercute sobre áreas do mundo subdesenvolvido, assumindo formas e expressões variadas. O México integra-se ao bloco comercial liderado pelos EUA; os novos países industrializados do leste asiático estreitam seus laços com o Japão; os antigos satélites da ex-União Soviética no leste europeu reestruturam as suas economias à sombra da Alemanha unificada.
2. ORDEM MUNDIAL DA GUERRA FRIA
2.1 - Quadro Resumo
Marco Inicial (1947) – Doutrina Truman
Marco Final (1989) – Queda do Muro de Berlim
Geopolítica – Bipolar
Poder Político – Militar
Potências – EUA x URSS
Oposição – Capitalismo (países ocidentais ou do leste) x Socialismo (países orientais ou do oeste)
Corrida Armamentista
Cenário Principal – Europa
País síntese – Alemanha
Cidade síntese – Berlim
Construção do Muro de Berlim – evitar a passagem de mão-de-obra de Berlim oriental socialista para Berlim ocidental capitalista
Criação de Planos Econômicos pelos EUA: Plano Marshall (Europa Ocidental) e Colombo (Ásia – principalmente para o Japão) – recuperação econ6omica para conter o avanço do socialismo
Bipartição do espaço europeu: Europa ocidental capitalista x Europa oriental socialista
"Cortina de Ferro" – Fronteira entre capitalismo x socialismo na Europa
Descolonização afro-asiática – a Europa perde as suas colônias
Nacionalismo Emancipador – as colônias passa a ser nações
Aumento da situação de subdesenvolvimento
Conferência de Bandung – reunião das ex-colônias africanas e asiáticas. Movimento dos países não alinhados – 3º mundo – equidistância das grandes potências (EUA e URSS)
Neocolonialismo: dominação econômica, financeira e tecnológica
Criação de organizações econômicas: MCE (Mercado Comum Europeu) ou CEE (Comunidade Econômica Européia) x COMECON
Criação de organizações político – militares: OTAN x PACTO DE VARSÓVIA
2.2 – A Crise Soviética
A URSS era um país socialista localizado na Europa e na Ásia, que era constituído por 15 repúblicas, onde a maior e mais importante era a Rússia (onde fica a capital do país – a cidade de Moscou)
A crise da URSS assinalou a crise no socialismo, a queda do Muro de Berlim, o fim da Guerra e consequentemente a passagem de um mundo bipolar para multipolar (pós – Guerra Fria).
Em 1985, Mikhail Gorbatchev assume o governo soviético e estabelece mudanças, como a Glasnost (abertura política) e a Perestroika (reestruturação econômica), porém não teve sucesso devido a diversidade étnica e a oposição dos burocratas.
A crise soviética provocou grande crise no socialismo do leste europeu, o que acabou causando a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria
2.2.1 – Fragmentação da URSS
Esta começa em Setembro de 1991 com a independência das Repúblicas Bálticas (Lituânia, Letônia e Estônia). Após este acontecimento a URSS passou a ser formada por 12 repúblicas. Em 08 de Dezembro de 1991, foi assinado o Acordo de Minsk por Rússia, Ucrânia e Bielorússia (Bielorus) formado a CEI (Comunidade dos Estados Independentes). Em 14 de Dezembro de 1991 teve a adesão de 8 países.
A CEI não funciona como país, pois é formada por países - membros, que têm leis e nacionalidade próprias.
2.3 – Queda do Muro de Berlim e Reunificação Alemã
No pós – 2º guerra, o território da Alemanha foi dividido em 2 partes: Alemanha ocidental – ocupada por EUA, França e Grã Bretanha (Capitalista) e Alemanha oriental – ocupada por URSS (Socialista).
A queda do Muro de Berlim (Novembro/89) foi o marco inicial da reunificação alemã, em Outubro de 1990. Agora, temos um país capitalista, cuja capital é Berlim.
A queda do Muro de Berlim estabelece o fim da Guerra (fim do mundo bipolar), abrindo espaço para o início do mundo multipolar, com a formação de blocos econômicos.
3. ORDEM MUNDIAL PÓS-GUERRA FRIA
3.1 – Quadro Resumo: Geopolítica da Multipolaridade
Forma de Poder: Econômico – Tecnológico – Comercial
Oposição: Países do Norte Ricos x Países do Sul Pobres
Potências: EUA, Japão e Alemanha
Formação dos Megablocos econômicos: União Europeia, Nafta e Bloco Oriental
Revigoramento: Neoliberalismo e do Neocolonialismo (separatista)
Tendências no Mercado: Regionalização e Globalização (mundialização)
Problemas: Xenofobia e racismo, fundamentalismo, questão ecológica, monopólio tecnológico com instrumento de dominação dos países do norte, narcotráfico e fome.
3.2 – Multipolaridade
A nova ordem mundial é marcada não mais pelo poder das armas, mas pelo poder do dinheiro, as relações econômicas estão mais intensas e não estão mias apoiadas em dois polos, mas sobre os megablocos econômicos e geopolíticos.
Serão citadas algumas mudanças com o aparecimento dessa ordem multipolar:
Neoliberalismo
Surgiu como doutrina econômica sistematizada no final da década de 1930.
Os princípios defendidos por seus teóricos são basicamente os mesmos do liberalismo, diferindo apenas naquilo que a nova realidade do capitalismo impõe. A supressão de livre – concorrência, determinada pela formação dos monopólios, oligopólios, trustes, etc. trouxe à baila a necessidade de intervenção do Estado na economia. Para os neoliberais, portanto, os mecanismos de mercado são capazes de organizar a vida econômica, política e social, desde que sob a ação disciplinadora do Estado.
Na prática do Estado neoliberal há uma redução dos gastos públicos em educação, saúde e habitação, enfim, seguridade social.
Globalização
É a mundialização do capitalismo, onde a competição e a competitividade entre as empresas tornaram-se questões de sobrevivência.
A globalização pode ser resumida em duas características: internacionalização da produção e das finanças e, o Estado passa de protetor de economias nacionais é provedor do bem-estar social, a adaptar-se à economia mundial ou às transformações do mundo que ela própria e a exaltação do livre mercado provocam.
Regionalização
Na época da Guerra Fria tudo girava entre dois polos, ou duas potências, EUA e URSS, com a nova ordem internacional o eixo econômico passou a ser outros países que se estruturaram em megablocos, a economia ficou em regiões, em blocos.
UNIÃO EUROPÉIA – Europa
NAFTA – (Acordo de livre comércio da América do Norte) – América do Norte + México
BLOCO ORIENTAL
MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) – América do Sul
ALCA (Área de livre comércio das Américas) – América (Todas)
APEC (Ásia – Pacífico)
Tigres Asiáticos
Os Tigres Asiáticos são formados por 3 países (Coréia do Sul, Formosa ou Taiwan e Singapura) e uma ex-possessão britânica (Hong – Kong: devolvida em 1997 para China Popular)
China Popular
Teve abertura econômica (capitalismo), mas não política. Assim poderá ser a potência das próximas décadas.
Xenofobia
Quando a economia dos países desenvolvidos estava em expansão, a presença da mão-de-obra do imigrante era bem vinda. Porém, diante da recente recessão, os trabalhadores imigrantes passaram a concorrer pelo mercado de trabalho com os trabalhadores locais, o que provocou uma aversão ao estrangeiro (xenofobia).
Neo-Nacionalismo: Separatista
Com todo esse avanço há povos que querem se separa de seus países dentre alguns temos:
Quebec – Canadá
País Basco – Espanha / França
Caxemira – Índia / Paquistão
Tchetchênia – Rússia
Kosovo – Iugoslávia
Tibete – China Popular
Curdos – Turquia, Iraque, Irã, Síria e outros
Daguestão – Rússia
Países Emergentes:
Grupo de país subdesenvolvidos favoráveis aos investimentos estrangeiros. Ex.: Brasil, México, Argentina, China e África do Sul.
Fundamentalismo:
Ato de seguir fielmente as diretrizes impostas pelas potências; utilizando aqui no sentido de fazer política usando a religião como instrumento. Ex.: grupos islâmicos extremistas, principalmente no Oriente Médio e na Argélia (GIA – Grupo Islâmico Armado).
A Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica
A ciência, no estágio atual da terceira revolução industrial, está estreitamente ligada à atividade industrial e às outras atividades econômicas: agricultura, pecuária, serviços. É um componente fundamental, pois, para as empresas, o desenvolvimento científico e tecnológico é revertido em novos produtos e em redução de custos. Permitindo a elas maior capacidade de competição num mercado cada vez mais disputado.
A microeletrônica, o microcomputador, o software, a telemática, a robótica, a engenharia genética e os semicondutores são alguns símbolos dessa nova etapa.
A Revolução técnico-científica, movida pela produtividade, ao mesmo, tempo em que pode gerar mais riquezas e ampliar as taxas de lucros, é também responsável pelo emprego de centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.
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