quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Queridos alunos estamos em GREVE, não por que o salário é baixo ou porque se trabalha muito sem as devidas condições. Estamos em greve por que a Educação é sem sombra de dúvida a atividade mais importante de uma Nação. Quando um povo tem Educação competente, ele se torna crítico e exigente, seus valores morias e éticos tornam-se prioritários e suas revindicações justas. Saberá escolher com parcimônia seus Governantes bem como os representantes da vontade do povo, como também saberá a hora de afastá-los do Poder quando não estiverem cumprindo suas obrigações. Um povo educado e culto não se cala, não se abaixa, não permite que a soberania do país seja aviltada. Um povo culto  e educado sabe o valor da trabalho e não permitirá jamais a exploração. Um povo educado é livre para fazer escolhas e mudar toda vez que algo estiver errado. Precisamos de mais escolas e mais professores e menos políticos e partidos políticos. Está na hora de termos uma educação de primeiro mundo, e não estádios de futebol. O jovem é a promessa deste país, porém sem educação não há esperança para o futuro. Pense nisto e nos apoiem. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Aula de Filosofia do 2º Ano Ensino Médio
Escolas filosóficas do período helenístico
 
Período em que a filosofia se expandiu para Roma
A palavra “helenística” deriva de helenismo, termo que corresponde ao período que vai de Alexandre Magno, o macedônico, até o da dominação romana (fim do séc. IV a. C. ao fim do séc. I d.C.). Alexandre foi o grande responsável por estender a influência grega desde o Egito até a Índia.
A filosofia helenística corresponde a um desenvolvimento natural do movimento intelectual que a precedeu e torna a defrontar-se muitas vezes com temas pré-socráticos; porém, sobretudo ela é profundamente marcada pelo espírito socrático. A experiência com outros povos também lhe permitiu desempenhar certo papel no desenvolvimento da noção de cosmopolitismo, isto é, da ideia de homem como cidadão do mundo.
As escolas helenísticas têm em comum a atividade filosófica, como amor e investigação da sabedoria, sendo esta um modo de vida. Elas não se diferenciavam muito na escolha da forma de sabedoria. Todas elas definiam a sabedoria como um estado de perfeita tranquilidade da alma. Nesse sentido, a filosofia é uma terapêutica dos cuidados, das angústias e da miséria humana, miséria resultante das convenções e obrigações sociais.
Todas as escolas helenísticas trazem certa herança socrática ao admitir que os homens estão submersos na miséria, na angústia e no mal, porque estão na ignorância; o mal não está nas coisas, mas no juízo de valor que os homens atribuem a elas. Disso decorre uma exigência: que os homens cuidem de mudar radicalmente seus juízos de valor e seu modo de pensar e ser. E isso só é possível mediante a paz interior e a tranquilidade da alma.
Mas se há semelhanças entre as escolas quanto ao modo de conceber a filosofia como terapia da alma, há também diferenças significativas. Há os dogmáticos, para os quais a terapia consiste em transformar os juízos de valor e há os céticos cínicos, para os quais se trata de suspender todos os juízos. Dentre as dogmáticas, que concordam que a escolha filosófica fundamental deve corresponder a uma tendência inata do homem, dividem-se em epicurismo, que entende que é a investigação do prazer que motiva toda atividade humana, e o platonismo, o aristotelismo o estoicismo, para os quais, segundo a tradição socrática, o amor do Bem é o instinto primordial do ser humano.
O estoicismo e o epicurismo distinguem-se da filosofia platônico-aristotélica por uma consciência da urgência da decisão moral, mas têm diferenças e semelhanças na forma de conceber o método de ensino. Platonismo, aristotelismo e estoicismo têm em comum a missão de formar os cidadãos para serem dirigentes políticos. Essa formação visa atingir uma habilidade para o uso da palavra por meio de numerosos exercícios retóricos e dialéticos, extraindo os princípios da ciência política. Por essa razão, vários homens vão à Atenas, vindos da África, da Itália, etc., para aprender a governar. Mas antes precisam aprender a governar a si mesmo, para depois aprender a governar os outros. Exercitam a sabedoria para assimilar intelectual e espiritualmente os princípios de pensamento e de vida contida nela. O diálogo vivo e a discussão entre mestre e discípulo são os meios indispensáveis.
O ensino estoico segue tanto a dialética quanto a retórica, enquanto os discursos epicuristas seguiam uma forma resolutamente dedutiva, isto é, partiam dos princípios para chegar à conclusão.
O esforço estoico para apresentar a sua filosofia num corpo sistemático exigia de seus discípulos que tivessem sempre presente no espírito, por um trabalho constante da memória, o essencial de seus dogmas. A noção de sistema para estoicos e epicuristas não tem a ver com a construção conceitual, desprovido da intenção vital. O sistema tem como finalidade reunir sob forma condensada os dogmas fundamentais que não dispensam uma argumentação rigorosa, formulada em sentenças curtas (máximas) para ganhar força persuasiva e maior eficácia mnemotécnica (memória). Estas escolas têm o sistema como conjunto coerente de dogmas que estão intimamente ligados ao modo de vida praticado.
As escolas estoica e epicurista são consideradas dogmáticas por seguirem uma série de fórmulas construídas num corpo coerente que são essencialmente ligadas à vida prática. As escolas platônicas e aristotélicas são reservadas a uma elite que vive no ócio e tem tempo para estudar, investigar e contemplar, as escolas estoica e epicurista adotaram o espírito popular e missionário de Sócrates, dirigindo-se a todos os homens, ricos ou pobres, homens ou mulheres, livres ou escravos. Qualquer um que adote o seu modo de vida será considerado filósofo, mesmo que não desenvolva, por escrito ou oralmente, um discurso filosófico.
O ceticismo e o cinismo são também uma filosofia popular e missionária, de certo modo exagerado em suas tendências: o primeiro suspende o juízo sobre a realidade, duvidando de que seja possível algum conhecimento seguro e estável ou verdadeiro absolutamente; o segundo refere-se à total indiferença ao mundo e a si mesmo, promovendo um estado de tranquilidade interior e imperturbabilidade. Ambas dirigem-se a todas as classes da sociedade, instruindo com a própria vida, denunciando as convenções sociais e propondo um retorno à simplicidade da vida conforme a natureza.

Prof. Edson de Souza Couto – Pós Graduando em Filosofia e Sociologia.
Aula de Filosofia - Diógenes de Sinope
Cinismo 

O modo de pensar dos cínicos é apenas mais um dos vários que surgiram no período helenístico. Juntamente com epicuristas e estoicos, o cinismo é considerado como escola filosófica e não por ser constituído por uma doutrina sistemática, mas pela opção de um modo de vida que se manifestava contra as transformações ocorridas na Grécia no período do domínio macedônico.
Não se tem certeza sobre quem fundou o cinismo, Diógenes certamente foi sua figura mais marcante. Seu estilo de vida opõe-se tanto ao dos não filósofos quanto ao dos filósofos. O cínico rejeita o modo de vida que se baseia na investigação científica, bem como também aquilo que os homens em geral consideram indispensável: as regras, a vida em sociedade, a propriedade, o governo, a política, etc.
A prática de vida dos cínicos baseia-se no impudor deliberado: fazem sexo em locais públicos, comem sem utensílios e sem preparar os alimentos, não usam vestimentas, etc., isto é, não se adaptam às conveniências sociais e à opinião. Desprezam o dinheiro, mendigam, não querem posição estável na vida, não têm cidade, nem casa, nem pátria; são miseráveis, errantes, vivem o dia a dia. Têm somente o necessário para sua sobrevivência.
O cinismo pode ser considerado uma escola filosófica, ainda que seus representantes não tenham ministrado qualquer ensino em alguma escola. No entanto, a relação que havia entre mestre e discípulo confere ao cinismo um caráter escolar. Porém, o teor filosófico da escola cínica tem pouca expressão. Os cínicos não se atêm às construções teóricas sob qualquer tema: quando se afirmava que o movimento não existia, Diógenes, por exemplo, contentava-se em ficar de pé e andar. A filosofia cínica é unicamente uma escolha de vida, a escolha da liberdade total e absoluta ou da independência das necessidades inúteis, da recusa ao luxo e da vaidade presentes na vida social.
Conta-se a anedota de que estava Diógenes deitado tomando o seu sol quando chegou a ele Alexandre, o Grande (imperador que dominou a Grécia) e dizendo que lhe daria tudo aquilo que ele quisesse, bastava dizer. Diógenes lhe disse, então, que gostaria que o dono do maior império até então conquistado, simplesmente saísse de sua frente, pois estava atrapalhando seu banho de sol, o que mostra o estado de imperturbabilidade em que se propõe o cínico.
Outro grande expoente da escola cínica foi Pirro. Este, contra toda prudência, afrontava todos os tipos de riscos e perigos. Dizem que ele continuava falando mesmo quando seus ouvintes já haviam partido. Conta-se também que certa vez, vendo seu mestre Anaxarco caído num pântano, passou sem socorrê-lo e, depois, o mestre o felicitou, louvando sua indiferença e a impassibilidade.
O comportamento de Pirro corresponde a uma escolha de vida que se resume perfeitamente em uma palavra: a indiferença. Ele não faz distinção entre o que é considerado perigoso ou não, entre o que é bom ou mal. Não dá importância ao estar num lugar ou noutro; não leva em conta os julgamentos que consideram as tarefas superiores ou inferiores; não distingue entre o que se denomina prazer ou sofrimento, a vida e a morte. Tudo isso depende do valor que o homem atribui às coisas e todo valor é fruto de uma convenção. Pouco importa o que se faça desde que se faça com a disposição interior da indiferença. A filosofia de Pirro consiste em firmar-se em um estado de igualdade consigo mesmo, de indiferença total, de independência absoluta de liberdade interior, de impassibilidade, tranquilidade, imperturbabilidade, estados esses que ele considera divino. Para este tipo de filosofia, a virtude é a indiferença absoluta.
Para adquirir tal indiferença é preciso desvencilhar-se, desligar-se completamente da debilidade humana, dos bens materiais, da luxúria, dos prazeres, das ocupações, das convenções e elevar-se até o sobre-humano, que é um estado de simplicidade, de naturalidade. Para Pirro, o ideal do homem é ser um “bom homem”, e este só se alcança pela prática da indiferença, fugindo do homem social, corrompido pelos costumes e pelas convenções.
Por isso, a filosofia de Pirro, semelhante à de Sócrates, é uma filosofia vivida, não contemplativa, um exercício de transformação do modo de viver que promove a verdadeira paz interior, a indiferenciação e a autarquia ou liberdade absoluta do homem.

Prof. Edson de Souza Couto
Resumo das Grandes Navegações - Aula 2º Ano Ens. Medio

Expansão Marítima Europeia.
A expansão marítima europeia, processo histórico ocorrido entre os séculos XV e XVII, contribuiu para que a Europa superasse a crise dos séculos XIV e XV.
Através das Grandes Navegações há uma expansão das atividades comerciais, contribuindo para o processo de acumulação de capitais na Europa.
O contato comercial entre todas as partes do mundo ( Europa, Ásia, África e América ) torna possível uma história em escala mundial, favorecendo uma ampliação dos conhecimentos geográficos e o contato entre culturas diferentes.
Fatores para a Expansão Marítima.
A expansão marítima teve um nítido caráter comercial, daí definir este processo como uma empresa comercial de navegação, ou como grandes empreendimentos marítimos. Para o sucesso desta atividade comercial o fator essencial foi a formação do Estado Nacional.
Formação do Estado Nacional e a centralização política - as Grandes Navegações só foram possíveis com a centralização do poder político, pois se fazia necessário uma complexa estrutura material de navios, armas, homens, recursos financeiros. A aliança rei-burguesia possibilitou o alcance destes objetivos tornando viável a expansão marítima.
Avanços técnicos na arte náutica - o aprimoramento dos conhecimentos geográficos, graças ao desenvolvimento da cartografia; o desenvolvimento de instrumentos náuticos- bússola, astrolábio, sextante - e a construção de embarcações capazes de realizar viagens a longa distância, como as naus e as caravelas.
Interesses econômicos - a necessidade de ampliar a produção de alimentos, em virtude da retomada do crescimento demográfico; a necessidade de metais preciosos para suprir a escassez de moedas; romper o monopólio exercido pelas cidades italianas no Mediterrâneo - que contribuía para o encarecimento das mercadorias vindas do Oriente; tomada de Constantinopla, pelos turcos otomanos, encarecendo ainda mais os produtos do Oriente.
Sociais - o enfraquecimento da nobreza feudal e o fortalecimento da burguesia mercantil.
Religiosos- a possibilidade de conversão dos pagãos ao cristianismo mediante a ação missionária da Igreja Católica.

Expansão marítima portuguesa
Portugal foi a primeira nação a realizar a expansão marítima. Além da posição geográfica, de uma situação de paz interna e da presença de uma forte burguesia mercantil; o pioneirismo português é explicado pela sua centralização política que, como vimos, era condição primordial para as Grandes Navegações.
A formação do Estado Nacional português está relacionada à Guerra de Reconquista - luta entre cristãos e muçulmanos na península Ibérica. A primeira dinastia portuguesa foi a Dinastia de Borgonha ( a partir de 1143 ) caracterizada pelo processo de expansão territorial interna.
Entre os anos de 1383 e 1385 o Reino de Portugal conhece um movimento político denominado Revolução de Avis - movimento que realiza a centralização do poder político: aliança entre a burguesia mercantil lusitana com o mestre da Ordem de Avis, D. João. A Dinastia de Avis é caracterizada pela expansão externa de Portugal: a expansão marítima.
Etapas da expansão
A expansão marítima portuguesa interessava à Monarquia, que buscava seu fortalecimento; à nobreza, interessada em conquista de terras; à Igreja Católica e a possibilidade de cristianizar outros povos e a burguesia mercantil, desejosa de ampliar seus lucros.
A seguir, as principais etapas da expansão de Portugal:
1415 - tomada de Ceuta, importante entreposto comercial no norte da África;
1420 - ocupação das ilhas da Madeira e Açores no Atlântico;
1434 - chegada ao Cabo Bojador;
1445 - chegada ao Cabo Verde;
1487 - Bartolomeu Dias e a transposição do Cabo das Tormentas;
1498 - Vasco da Gama atinge as Índias ( Calicute );
1499 - viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
Expansão marítima espanhola
A Espanha será um Estado Nacional somente em 1469, com o casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Dois importantes reinos cristãos que enfrentaram os mouros na Guerra de Reconquista.
No ano de 1492 o último reduto mouro - Granada – foi conquistado pelos cristãos; neste mesmo ano, Cristóvão Colombo ofereceu seus serviços aos reis da Espanha.
Colombo acreditava que, navegando para oeste, atingiria o Oriente. O navegante recebeu três navios e, sem saber chegou a um novo continente: a América.
A seguir a principais etapas da expansão espanhola:
1492 - chegada de Colombo a um novo continente, a América;
1504 - Américo Vespúcio afirma que a terra descoberta por Colombo era um novo continente;
1519 a 1522 - Fernão de Magalhães realizou a primeira viagem de circunavegação do globo.
As rivalidades Ibéricas
Portugal e Espanha, buscando evitar conflitos sobre os territórios descobertos ou a descobrir, resolveram assinar um acordo – proposto pelo papa Alexandre VI - em 1493: um meridiano passando 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, dividindo as terras entre Portugal e Espanha. Portugal não aceitou o acordo e no ano de 1494 foi assinado o Tratado de Tordesilhas.
O tratado de Tordesilhas não foi reconhecido pelas demais nações europeias.
Navegações Tardias
Inglaterra, França e Holanda.
O atraso na centralização política justifica o atraso destas nações na expansão marítima:
A Inglaterra e França envolveram-se na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e, após este longo conflito, a Inglaterra passa por uma guerra civil - a Guerra das Duas Rosas ( 1455-1485 ); já a França, no final do conflito com a Inglaterra enfrenta um período de lutas no reinado de Luís XI ( 1461-1483).
Somente após estes conflitos internos é que ingleses, durante o reinado de Elizabeth I ( 1558-1603 ); e franceses, durante o reinado de Francisco I iniciaram a expansão marítima.
A Holanda tem seu processo de centralização política atrasado por ser um feudo espanhol. Somente com o enfraquecimento da Espanha e com o processo de sua independência é que os holandeses iniciarão a expansão marítima.

CONSEQÜÊNCIAS
As Grandes navegações contribuíram para uma radical transformação da visão da história da humanidade. Houve uma ampliação do conhecimento humano sobre a geografia da Terra e uma verdadeira Revolução Comercial, a partir da unificação dos mercados europeus, asiáticos, africanos e americanos.
A seguir algumas das principais mudanças:

A decadência das cidades italianas; a mudança do eixo econômico do mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico; a formação do Sistema Colonial; enorme afluxo de metais para a Europa proveniente da América; o retorno do escravismo em moldes capitalistas; o euro-centrismo, ou a hegemonia europeia sobre o mundo; e o processo de acumulação primitiva de capitais resultado na organização da formação social do capitalismo.
AULA DE HISTÓRIA 1º ANO ENSINO MÉDIO M, T, N.

ROMA
A principal característica da história romana foi a sua expansão
territorial. Roma foi o grande império da antiguidade.
A história romana tem a seguinte periodização:
- Monarquia - de 753 a.C. à 509 a.C.
- República - de 509 a.C. à 27 a.C.
- Império - de 27 a.C. à 476 d.C.
MONARQUIA.
É um período caracterizado pelas lendas. A própria fundação da
cidade no ano de 753 a.C. está ligada à uma tradição: Eneias, que
participou da guerra de Troia, chega à Itália e funda uma cidade -
ALBA LONGA. Os gêmeos Rômulo e Remo, descendentes de Eneias,
foram abandonados no rio Tibre. Uma loba os amamenta. Foram
recolhidos por um pastor que os educa e, mais tarde fundaram a
cidade de Roma.
A história, porém, atesta que Roma provavelmente surgiu como
uma fortificação militar - por volta do século VIII a.C. - para
defender-se dos povos etruscos.
A economia no período era baseada na agricultura e no
pastoreio. A estrutura social era formada pelos patrícios, que eram os
grandes proprietários; os clientes, que recebiam amparo e proteção
dos patrícios e os plebeus, que ocupavam a base da sociedade:
artesãos, comerciantes e pequenos proprietários.
Segundo a tradição, houve em Roma sete reis, sendo que o
último - Tarquínio, o Soberbo - foi expulso do poder em virtude de
seu despotismo. Com sua expulsão, inicia-se o período republicano
em Roma.
REPÚBLICA.
A principal instituição de República romana será o Senado,
responsável pela direção de toda política romana. Formado por
patrícios, que ocupavam a função de forma vitalícia, o Senado era o
responsável pela condução da política interna e da política externa.
Escolhia os magistrados, que eram cargos executivos.
Os magistrados eram indicados anualmente e possuíam funções
específicas de natureza judiciária e executiva. A seguir as principais
magistraturas de Roma:
- Consulado: magistratura mais importante, ocupado
por dois militares. Um agia em Roma e outro fora
de Roma. Em casos de extrema gravidade interna
ou externa, esta magistratura - como de resto, as
outras também - era substituída pela DITADURA -
uma magistratura legal com duração de seis
meses.
- Tribunos da plebe: representantes da plebe junto
ao Senado. Possuíam o poder de vetar as decisões
do Senado que afetassem os plebeus, assegurando
assim seus direitos.
- Questor: responsável pela arrecadação de
impostos.
- Pretor: encarregado da justiça civil.
- Censor: zelava pela moral pública ( a censura) e
realizava a contagem da população ( o censo ).
- Edil: cuidava da manutenção pública - obras,
festas, policiamento, abastecimento.
Para completar a organização política, restam as Assembleias
que eram em número de três:
- Assembleia Centuriata: a mais importante da
República. Responsável pela votação de todas as
leis. Monopolizada pelos patrícios.
- Assembleia Tribunícia: composta pelas tribos de
Roma. Aqui a votação era coletiva, pela tribo. O
número de tribos de patrícios era maior do que de
plebeus.
- Assembléia da Plebe: uma conquista dos plebeus.
Tinha por finalidade escolher os tribunos da plebe.
As leis votadas nesta assembléia serão válidas a
todos os cidadãos, trata-se do plebiscito.
A luta entre patrícios e plebeus.
A sociedade romana, como já se observou, era formada por
patrícios, clientes e plebeus.
O monopólio do poder político exercido pelos patrícios,
acompanhado pelas pesadas obrigações, impostas aos plebeus - tais
como o pagamento de impostos, serviço militar obrigatório em época
de guerras e o risco de tornarem-se escravos por dívidas - provocou
enormes tensões sociais entre estas duas classes. Os plebeus
buscavam a igualdade social e política.
Através de conflitos, os plebeus conseguiram várias conquistas,
a saber:
- criação da magistratura do Tribuno da Plebe em
494 a.C..
- Lei das Doze Tábuas em 450 a.C., codificação das
leis.
- Lei Canuleia de 445 a.C. , autorizando o casamento
entre as classes.
- Lei Licínia de 367 a.C. que aboliu a escravidão por
dívidas.
- Lei Hortênsia de 287 a.C. que estabeleceu que as
medidas tomadas na Assembléia da Plebe
tivessem validade política ( plebiscito ).
A expansão territorial romana.
Roma surgiu como uma fortificação para proteger-se das
invasões estrangeiras. A evolução militar romana foi excepcional e,
ao longo da Monarquia e início da República, os romanos já haviam
conquistado toda a península Itálica. Com estas conquistas, Roma
passa a exercer uma política imperialista ( de caráter expansionista ),
entrando em choque com CARTAGO - importante colônia fenícia no
norte da África - que controlava o comércio marítimo no
Mediterrâneo.
O conflito entre Roma e Cartago, as Guerra Púnicas, inicia-se
em 264 a.C., quando Roma anexou a Sicília, e estende-se até o ano
de 146 a.C. quando o exército romano, comandado por Cipião
Emiliano destruiu Cartago.
Atraídos pelas riquezas do oriente, Roma conquista a
Macedônia, a Grécia, o Egito e o Oriente Médio. A parte ocidental da
Europa, a Gália e a península Ibérica também foram conquistadas.
As conseqüências da expansão romana.
A expansão territorial trouxe profundas mudanças na estrutura
social, política, econômica e cultural de Roma.
1. Houve um enorme aumento da escravidão, já que os
prisioneiros de guerra eram transformados em escravos.
2. O surgimento dos latifúndios e a falência dos pequenos
proprietários. As terras anexadas ao Estado, através das
conquistas possuíam o status de "ager publicus", destinadas
aos camponeses. No entanto o patriciado acaba apossando-se
destas terras e ampliando seu poder.
3. Processo de marginalização dos plebeus, resultado do
empobrecimento dos pequenos proprietários e da expansão
do escravismo, deixando esta classe sem terras e sem
emprego.
4. O surgimento de uma nova classe social - os Cavaleiros ou
Homens-novos - enriquecidos pelo comércio e pela
prestação de serviços ao Estado: explorar minas, construir
estradas, cobrar impostos etc...
5. Aumento do luxo e surgimento de novos costumes, em
decorrência da conquista do Império Helenístico. Como
exemplo, o culto do Mitraísmo.
6. Como resultado da marginalização dos plebeus e do
desenvolvimento do escravismo, houve um enorme êxodo
rural, tornando as cidades superpovoadas, contribuindo
para uma onda de fome, epidemias e violência. Para
controlar esta massa urbana, o Estado inicia a Política do
Pão e Circo - a distribuição de alimentos e diversão gratuita.
Com isto, o Estado romano impedia as manifestações em
favor de uma reforma agrária.
7. No plano militar, o cidadão soldado foi substituído pelo
soldado profissional, que passou a ser fiel não ao Estado
mas sim ao seu general. O fortalecimento dos generais
contribuiu para as guerras civis em Roma.
A crise republicana
A) Os irmãos Graco.
A situação de marginalidade dos plebeus, o aparecimento dos
latifúndios; levaram alguns tribunos da plebe a proporem uma
reforma agrária: foram os irmãos Tibério e Caio Graco.
Os irmãos Graco tentaram melhorar as condições de vida dos
plebeus por meio de uma reforma agrária e de uma lei frumentária.
As terras públicas ( o Ager publicus ) seriam utilizadas para
transformar o pobre urbano em camponês, bem como a ampliação
da distribuição de alimentos. Mediante estas reformas, acreditavam
os tribunos, as tensões sociais diminuiriam.
Os dois irmãos foram assassinados...
B) Os generais Mário e Sila.
O desaparecimento do cidadão soldado veio fortalecer o poder
individual de alguns generais, que se utilizavam da popularidade
diante de seus soldados para manterem-se no poder. Destaque para
o general Mário e o general Sila que levam seus exércitos a conflitos
pela disputa do poder político. Estes conflitos políticos, com fortes
conotações sociais estão na origem das chamadas guerras civis.
Durante estas guerras internas, outros generais destacaram-se
como Pompeu e Júlio César.
C) Triunvirato.
Período em que o governo de Roma estava dividido entre três
generais.
O primeiro Triunvirato foi composto por César, Pompeu e
Crasso. Com a morte de Crasso, César e Pompeu travam uma disputa
pelo poder, resultando na vitória de Júlio César e no início de seu
poder pessoal, que dura até o ano de 44 a.C., ano de seu
assassinato.
O segundo Triunvirato era formado por Caio Otávio ( sobrinho
de Júlio César ), Marco Antônio e Lépido. Aqui também haverá uma
intensa disputa pelo poder pessoal. No ano de 31 a.C., com a vitória
de Caio Otávio sobre Marco Antônio tem início o poder pessoal de
Otávio, que se tornará o primeiro imperador romano.
IMPÉRIO.
A principal característica do Império Romano é a centralização
do poder nas mãos de um só governante. O longo período das
guerras civis, contribuiu para enfraquecer o Senado e fortalecer o
exército.
Caio Otávio será o primeiro imperador de Roma e receberá uma
série de títulos, tais como: Augusto ( honra dada somente aos deuses
),
Tribuno da Plebe vitalício e Príncipe ( o primeiro cidadão do Senado).
O seu governo vai do ano 31 a.C. até o ano 14 d.C. Realizou
reformas que contribuíram para a sua popularidade: ampliou a
distribuição gratuita de trigo para a plebe e de espaços para a
diversão pública ( a famosa Política do Pão e Circo ), efetuou uma
distribuição de terras aos soldados veteranos e foi um protetor dos
artistas romanos.
Seu período é conhecido como a PAX ROMANA, dado ao
fortalecimento do exército, a amenização das tensões sociais - graças
à política do pão e circo - e a pacificação das províncias do império.
O período imperial romano é dividido em dois momentos: o Alto
Império, marcado pelo apogeu de Roma; e pelo Baixo Império, que
representa a decadência e queda de Roma.
A) ALTO IMPÉRIO.
Formado pelas chamadas dinastias de ouro. É o momento de
grandiosidade de Roma tendo as seguintes dinastias:
a) Júlio-Claúdios ( 14 - 68 )
b) Flávios ( 69 - 96 )
c) Antoninos ( 96 -192)
d) Severos (193-235).
À partir do ano de 235, inicia-se um período de crises em
virtude do enorme custo para a manutenção do exército. Os gatos
militares minavam as finanças do Estado, que era obrigado a
aumentar os impostos. Esta política provoca tumultos e revoltas nas
províncias.
A crise militar acarreta o fim do expansionismo romano,
contribuindo - a médio prazo e de forma contínua - para diminuir a
entrada de mão-de-obra escrava em Roma. A chamada crise do
escravismo está na raiz da queda de Roma.
A crise e a queda De Roma.
Toda a riqueza do Império Romano advinha do uso da mão-deobra
escrava, conseguida pela expansão territorial.
À partir do século III, como forma de conter os excessivos
gastos militares, Roma cessou suas conquistas territoriais,
acarretando uma diminuição no número de escravos e,
conseqüentemente, uma expressiva queda na produção agrícola.
Como resultado desta crise econômica o Estado romano passa a
aumentar, de forma sistemática, os impostos. O aumento dos
impostos reflete em um aumento no preço das mercadorias, gerando
um processo inflacionário. Diante desta situação, a política de pão e
circo deixa de existir - pois o Estado não pode mais arcar com a
distribuição gratuita de alimentos - contribuindo para aumentar as
tensões sociais.
Como se não bastasse tudo isto, as fronteiras do Império
Romano começam a serem invadidas pelos chamados povos
bárbaros, trazendo um clima de insegurança e pânico a todos.
Conseqüências da crise imperial.
-ÊXODO URBANO: uma saída da população urbana para o
campo, fugindo da crise econômica e dos bárbaros. No campo, esta
população tinha uma oportunidade de trabalho pois, em virtude da
diminuição do número de escravos, os grandes proprietários passam
a necessitar de força de trabalho.
-O COLONATO: como solução para a falta de força de trabalho e
de uma forte onda inflacionária, desenvolve-se no campo o regime de
colonato, onde o grande proprietário arrenda lotes de terras para os
camponeses que, em troca, trabalhavam e produziam para o grande
proprietário. O colono passa a ser um homem preso à terra. A
economia passa a ser auto-suficiente.
-INFLAÇÃO: com a queda da produção agrícola, o Estado tem
sua arrecadação de impostos diminuída e, em contrapartida, um
aumento das despesas - como a manutenção do exército para a
defesa das fronteiras dos ataques bárbaros. Na falta de dinheiro, o
Estado passa a exercer uma política emissionista ( emissão de moeda
) provocando uma desvalorização do dinheiro. Sem dinheiro, o Estado
inicia a sua falência.
-CRISE MILITAR: sem recursos para manter o exército, o
Estado romano passa a recrutar bárbaros para defender as suas
fronteiras, que em troca do serviço prestado recebiam terras.
No campo, a ausência militar e a necessidade de garantir a
propriedade, leva o grande proprietário a contratar mercenários para
a defesa da terra, criando um exército pessoal.
-O CRISTIANISMO: um outro elemento que contribuiu para a
crise de Roma foi a difusão da religião cristã. O fortalecimento do
cristianismo ocorria, simultaneamente, com o enfraquecimento de
Roma. Os cristãos não aceitavam as instituições romanas, ligadas ao
paganismo; não reconheciam a divindade do imperador e não
aceitavam a escravidão.
As autoridades romanas iniciam uma política de perseguição
sistemática aos cristãos, considerando-os culpados por todas as
calamidades que ocorriam. No entanto, quanto mais os cristãos eram
perseguidos e torturados, maior o número de adeptos.
Reformas do Baixo Império.
Procurando evitar o colapso político-administrativo total do
Império, alguns imperadores empreenderam algumas reformas, com
o objetivo de reestruturar o império.
DIOCLECIANO: dividiu o poder imperial em quatro parte - a
tetrarquia - procurando aumentar a eficiência administrativa ao
descentralizar a organização do Estado; reintroduziu o serviço militar
obrigatório; incentivou o regime de colonato; editou a lei do Preço
Máximo, para combater a inflação; ampliou a perseguição aos
cristãos.
CONSTANTINO: sucessor de Diocleciano, realizando a
reunificação do Império e transferindo a capital de Roma para
Bizâncio na parte oriental do Império ( futura Constantinopla ); o
Édito de Milão (313) , legalizando o cristianismo. Esta medida tinha
também um interesse econômico. O pagão, de perseguidor passa a
ser perseguido, e seus bens ( maiores que os do cristão ) confiscados
pelo Estado, constituindo assim, uma forma de aumentar o erário
estatal.
TEODÓSIO: realizou a divisão do Império romano em duas
partes:
Império romano ocidental - Roma
Império romano oriental - Constantinopla
À partir do século IV a pressão dos bárbaros sobre as fronteiras
de Roma aumenta. Uma imensa onda de tribos - fugindo dos Hunos -
inicia a penetração na parte ocidental de Roma.
Por conta da fraqueza interna, Roma foi saqueada e dominada
no ano de 476 por Odoacro, que se declarou rei da Itália. Esta data é
considerada o ponto final da história romana. Quanto ao lado oriental
de Roma, este sobrevivi até o ano de 1453 com o nome de Império
Bizantino.
Cultura romana.
A cultura romana foi profundamente influenciada pela cultura
grega. O teatro será um dos divertimentos de Roma. Os romanos
gostavam ainda das lutas de gladiadores e corridas de biga. O
martírio dos cristãos também servia de entretenimento.
Na literatura - cuja época de ouro foi o período de Augusto -
destacam-se Horácio, Virgílio e Tito Lívio autor de "A História de
Roma".
A principal contribuição dos romanos para a posteridade foi,
sem dúvida alguma, no campo do Direito. O Direito romano continua
a ser a base da ciência do Direito ainda hoje.
Outro importante legado é o latim, origem de muitas línguas
modernas, tais como o português, o italiano, o francês e o espanhol.
Para finalizar, o grande desenvolvimento de Roma - em todos
os aspectos, assim como o grego - só foi possível graças ao uso do
trabalho escravo.
Exercícios.
1) (FUVEST) O Estado Romano no Baixo Império carcterizou-se
pela:
a) aceitação do princípio da intervenção do Estado na vida
social e econômica:
b) tentativa de conduzir os negócios públicos exclusivamente a
partir de um determinado grupo social;
c) estabilidade nas relações entre o poder central e os governos
provinciais;
d) perfeita harmonia dos órgãos legislativos quanto às idéias de
expansão territorial;
e) absoluta identidade de pensamento quanto às atitudes
frente ao problema religioso.
2) (UEMS) Entre as reformas introduzidas em Roma por
Augusto, podemos citar:
a) o estabelecimento do divórcio;
b) a drástica redução dos efetivos militares;
c) a restauração do antigo sistema de cobrar os impostos
provinciais;
d) a criação de um sistema centralizado nos tribunais;
e) a redução da autonomia das províncias.
3) (FUVEST) Diocleciano ( 284-304 ) e Constantino ( 312-337)
destacaram-se no história do Império Romano por terem:
a) conquistado e promovido a romanização da Lusitânia,
incorporando-a ao Império;
b) introduzido em Roma costumes religiosos e políticos dos
etruscos;
c) concedido à plebe defensores especiais - os tribunos da
plebe - que protegiam seus direitos;
d) consolidado o Direito Romano na chamada Lex Duodecim
Tabularum;
e) estabelecido medidas visando deter a crise que abalava o
Império.
4)(PUC) Os irmãos Graco:
a) defenderam os camponeses sem terra contra a aristocracia;
b) foram os conquistadores de Cartago;
c) eram os principais líderes do partido aristocrático;
d) elaboraram a primeira lei escrita de Roma;
e) foram os autores da Lei das Doze Tábuas.
5) (FUVEST) A expansão de Roma durante a República, com o
conseqüente domínio da Bacia do Mediterrâneo, provocou
sensíveis transformações sociais e econômicas, entre as quais:
a) um marcante processo de industrialização, êxodo urbano e
endividamento do Estado;
b) o fortalecimento da classe plebéia, expansão da pequena
propriedade e propagação do cristianismo;
c) o crescimento da economia agropastoril, intensificação das
exportações e aumento do trabalho livre;
d) o enriquecimento do Estado Romano, aparecimento de uma
poderosa classe de comerciantes e aumento do número de
escravos;
e) a diminuição da produção nos latifúndios, acentuado
processo inflacionário e escassez de mão-de-obra escrava.
6) (UnB) A República foi um dos mais significativos períodos da
história romana, marcado por:
(0) intensas lutas sociais envolvendo patrícios e plebeus;
(1) uma tendência ao expansionismo, cuja primeira etapa foi
a conquista da Itália;
(2) uma forte presença do Senado que, entre outras funções
, administrava as províncias, supervisionava as finanças
públicas e conduzia a política externa;
(3) uma vitória decisiva sobre Cartago ( Guerras Púnicas ),
que abriu as portas do Mediterrâneo à dominação
romana;
(4) uma equiparação da elite patrícia com a classe plebéia,
em termos de poder político e de força econômica, como
decorrência de suas conquistas.
7) (OSEC) Sobre a ruralização da economia ocorrida durante a
crise do Império Romano, podemos afirmar que:
a) proporcionou ao Estado a oportunidade de cobrar mais
eficientemente os impostos;
b) foi a causa principal da falta de escravos;
c) foi conseqüência da crise econômica e da insegurança
provocada pela invasões dos bárbaros;
d) incentivou o crescimento do comércio;
e) proporcionou às cidades o aumento de suas riquezas.