sexta-feira, 13 de setembro de 2013

PREZADOS ALUNOS
COMUNICAMOS QUE A GREVE FOI SUSPENSA E A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA AS AULAS SERÃO RETOMADAS NORMALMENTE. AGUARDAMOS TODOS.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Porque o sapo não lava o pé, segundo vários intelectuais
Quando eu li o título deste texto em minha caixa de e-mails, achei que fosse mais um spam e quase o apaguei. Mas, por algum motivo, fui ler um trecho e percebi que era algo muito engraçado e criativo. Uma espécie de piada cult (e para poucos, é verdade! ). Alguns  trechos poderiam ser usados em sala de aula, como atividade. Mas vale mesmo como descontração…

POR QUE O SAPO NÃO LAVA O PÉ?

Explicações de vário estudiosos…

Olavo de Carvalho: O sapo não lava o pé. Não lava porque não quer. Ele mora lá na lagoa, não lava o pé porque não quer e ainda culpa o sistema, quando a culpa é da PREGUIÇA. Este tipo de atitude é que infesta o Brasil e o Mundo, um tipo de atitude oriundo de uma complexa conspiração moscovita contra a livre-iniciativa e os valores humanos da educação e da higiene!

Karl Marx: A lavagem do pé, enquanto atividade vital do anfíbio, encontra-se profundamente alterada no panorama capitalista. O sapo, obviamente um proletário, tendo que vender sua força de trabalho para um sistema de produção baseado na detenção da propriedade privada pelas classes dominantes, gasta em atividade produtiva alienada o tempo que deveria ter para si próprio. Em conseqüência, a miséria domina os campos, e o sapo não tem acesso à própria lagoa, que em tempos imemoriais fazia parte do sistema comum de produção.

Friedrich Engels: isso mesmo.

Michael Foucault: Em primeiro lugar, creio que deveríamos começar a análise do poder a partir de suas extremidades menos visíveis, a partir dos discursos médicos de saúde, por exemplo. Por que deveria o sapo lavar o pé? Se analisarmos os hábitos higiênicos e sanitários da Europa no século XII, veremos que os sapos possuíam uma menor preocupação em relação à higiene do pé – bem como de outras áreas do corpo. Somente com a preocupação burguesa em relação às disciplinas – domesticação do corpo do indivíduo, sem a qual o sistema capitalista jamais seria possível – é que surge a preocupação com a lavagem do pé. Portanto, temos o discurso da lavagem do pé como sinal sintomático da sociedade disciplinar.

Max Weber: A conduta do sapo só poderá ser compreendida em termos de ação social racional orientada por valores. A crescente racionalização e o desencantamento do mundo provocaram, no pensamento ocidental, uma preocupação excessiva na orientação racional com relação a fins. Eis que, portanto, parece absurdo à maior parte das pessoas o sapo não lavar o pé. Entretanto, é fundamental que seja compreendido que, se o sapo não lava o pé, é porque tal atitude encontra-se perfeitamente coerente com seu sistema valorativo – a vida na lagoa.

Friedrich Nietzsche: Um espírito astucioso e camuflado, um gosto anfíbio pela dissimulação – herança de povos mediterrâneos, certamente – uma incisividade de espírito ainda não encontrada nas mais ermas redondezas de quaisquer lagoas do mundo dito civilizado. Um animal que, livrando-se de qualquer metafísica, e que, aprimorando seu instinto de realidade, com a dolcezza audaciosa já perdida pelo europeu moderno, nega o ato supremo, o ato cuja negação configura a mais nítida – e difícil – fronteira entre o Sapo e aquele que está por vir, o Além- do-Sapo: a lavagem do pé.

John Locke: Em primeiro lugar, faz-se mister refutar a tese de Filmer sobre a lavagem bíblica dos pés. Se fosse assim, eu próprio seria obrigado a lavar meus pés na lagoa, o que, sustento, não é o caso. Cada súdito contrata com o Soberano para proteger sua propriedade, e entendo contido nesse ideal o conceito de liberdade. Se o sapo não quer lavar o pé, o Soberano não pode obrigá-lo, tampouco recriminá-lo pelo chulé. E ainda afirmo: caso o Soberano queira, incorrendo em erro, obrigá-lo, o sapo possuirá legítimo direito de resistência contra esta reconhecida injustiça e opressão.

Immanuel Kant: O sapo age moralmente, pois, ao deixar de lavar seu pé, nada faz além de agir segundo sua lei moral universal apriorística, que prescreve atitudes consoantes com o que o sujeito cognoscente possa querer que se torne uma ação universal.

Nota de Freud: Kant jamais lavou seus pés.

Sigmund Freud: Um superego exacerbado pode ser a causa da falta de higiene do sapo. Quando analisava o caso de Dora, há vinte anos, pude perceber alguns dos traços deste problema. De fato, em meus numerosos estudos posteriores, pude constatar que a aversão pela limpeza, do mesmo modo que a obsessão por ela, podem constituir-se num desejo de autopunição. A causa disso encontra-se, sem dúvida, na construção do superego a partir das figuras perdidas dos pais, que antes representavam a fonte de todo conteúdo moral do girino.

Carl Jung: O mito do sapo do deserto, presente no imaginário semita, vem a calhar para a compreensão do fenômeno. O inconsciente coletivo do sapo, em outras épocas desenvolvido, guardou em sua composição mais íntima a idéia da seca, da privação, da necessidade. Por isso, mesmo quando colocado frente a uma lagoa, em época de abundância, o sapo não lava o pé.

Soren Kierkegaard: O sapo lavando o pé ou não, o que importa é a existência.

George Hegel: podemos observar na lavagem do pé a manifestação da Dialética. Observando a História, constatamos uma evolução gradativa da ignorância absoluta do sapo – em relação à higiene – para uma preocupação maior em relação a esta. Ao longo da evolução do Espírito da História, vemos os sapos se aproximando cada vez mais das lagoas, cada vez mais comprando esponjas e sabões. O que falta agora é, tão somente, lavar o pé, coisa que, quando concluída, representará o fim da História e o ápice do progresso.

Auguste Comte: O sapo deve lavar o pé, posto que a higiene é imprescindível. A lavagem do pé deve ser submetida a procedimentos científicos universal e atemporalmente válidos. Só assim poder-se-á obter um conhecimento verdadeiro a respeito.

Arthur Schopenhauer: O sapo cujo pé vejo lavar é nada mais que uma representação, um fenômeno, oriundo da ilusão fundamental que é o meu princípio de razão, parte componente do principio individuationis, a que a sabedoria vedanta chamou “véu de Maya”. A Vontade, que o velho e grande filósofo de Königsberg chamou de Coisa-em si, e que Platão localizava no mundo das idéias, essa força cega que está por trás de qualquer fenômeno, jamais poderá ser capturada por nós, seres individuados, através do princípio da razão, conforme já demonstrado por mim em uma série de trabalhos, entre os quais o que considero o maior livro de filosofia já escrito no passado, no presente e no futuro: “O mundo como vontade e representação”.

Aristóteles. O [sapo] lava de acordo com sua natureza! Se imitasse, estaria fazendo arte . Como [a arte] é digna somente do homem, é forçoso reconhecer que o sapo lava segundo sua natureza de sapo, passando da potência ao ato. O sapo que não lava o pé é o ser que não consegue realizar [essa] transição da potência ao ato.

Platão:

Górgias: Por Zeus, Sócrates, os sapos não lavam os seus pés porque não gostam da água!

Sócrates: Pensemos um pouco, ó Górgias. Tu assumiste, quando há pouco dialogava com Filebo, que o sapo é um ser vivo, correto?

Górgias: Sou forçado a admitir que sim.

Sócrates: Pois bem, e se o sapo é um ser vivo, deve forçosamente fazer parte de uma categoria determinada de seres vivos, posto que estes dividem-se em categorias segundo seu modo de vida e sua forma corporal; os cavalos são diferentes das hidras e estas dos falcões, e assim por diante, correto?

Górgias: Sim, tu estás novamente correto.

Sócrates: A característica dos sapos é a de ser habitante da água e da terra, pois é isso que os antigos queriam dizer quando afirmaram que este animal era anfíbio, como, aliás, Homero e Hesíodo já nos atestam. Tu pensas que seria possível um sapo viver somente no deserto, tendo ele necessidade de duas vidas por natureza,ó Górgias?

Górgias: Jamais ouvi qualquer notícia a respeito.

Sócrates: Pois isto se dá porque os sapos vivem nas lagoas, nos lagos e nas poças, vistos que são animais, pertencem e uma categoria, e esta categoria é dada segundo a característica dos sapos serem anfíbios.

Górgias: É verdade.

Sócrates: precisando da lagoa, ó Górgias meu caro, tu achas que seria o sapo insano o suficiente para não gostar de água?

Górgias: não, não, não, mil vezes não, Ó Sócrates!

Sócrates: Então somos forçados a concluir que o sapo não lava o pé por outro motivo, que não a repulsa à água

Górgias: de acordo

Diógenes, o Cínico: Dane-se o sapo, eu só quero tomar meu sol.

Parmênides de Eléia: Como poderia o sapo lavar os pés, ó deuses, se o movimento não existe?

Heráclito de Éfeso: Quando o sapo lava o pé, nem ele nem o pé são mais os mesmos, pois ambos se modificam na lavagem, devido à impermanência das coisas.
Epicuro: O sapo deve alcançar o prazer, que é o Bem supremo, mas sem excessos. Que lave ou não o pé, decida-se de acordo com a circunstância. O vital é que mantenha a serenidade de espírito e fuja da dor.

Estóicos: O sapo deve lavar seu pé de acordo com as estações do ano. No inverno, mantenha-o sujo, que é de acordo com a natureza. No verão, lave-o delicadamente à beira das fontes, mas sem exageros. E que pare de comer tantas moscas, a comida só serve para o sustento do corpo.

Descartes: nada distingo na lavagem do pé senão figura, movimento e extensão. O sapo é nada mais que um autômato, um mecanismo. Deve lavar seus pés para promover a autoconservação, como um relógio precisa de corda.

Nicolau Maquiavel: A lavagem do pé deve ser exigida sem rigor excessivo, o que poderia causar ódio ao Príncipe, mas com força tal que traga a este o respeito e o temor dos súditos. Luís da França, ao imperar na Itália, atraído pela ambição dos venezianos, mal agiu ao exigir que os sapos da Lombardia tivessem os pés cortados e os lagos tomados caso não aquiescessem à sua vontade. Como se vê, pagou integralmente o preço de tal crueldade, pois os sapos esquecem mais facilmente um pai assassinado que um pé cortado e uma lagoa confiscada.

Jacques Rousseau: Os sapos nascem livres, mas em toda parte coaxam agrilhoados; são presos, é certo, pela própria ganância dos seus semelhantes, que impedem uns aos outros de lavarem os pés à beira da lagoa. Somente com a alienação de cada qual de seu ramo ou touceira de capim, e mesmo de sua própria pessoa, poder-se-á firmar um contrato justo, no qual a liberdade do estado de natureza é substituída pela liberdade civil.

Max Horkheimer e Theoror Adorno: A cultura popular diferencia-se da cultura de massas, filha bastarda da indústria cultural. Para a primeira, a lavagem do pé é algo ritual e sazonal, inerente ao grupamento societário; para a segunda, a ação impetuosa da razão instrumental, em sua irracionalidade galopante, transforma em mercadoria e modismo a lavagem do pé, exterminando antigas tradições e obrigando os sapos a um procedimento diário de higienização.

Antonio Gramsci: O sapo, e além dele, todos os sapos, só poderão lavar seus pés a partir do momento em que, devido à ação dos intelectuais orgânicos, uma consciência coletiva principiar a se desenvolver gradativamente na classe batráquia. Consciência de sua importância e função social no modo de produção da vida. Com a guerra de posições – representada pela progressiva formação, através do aparato ideológico da sociedade civil, de consensos favoráveis – serão criadas possibilidades para uma nova hegemonia, dessa vez sob a direção das classes anteriormente subordinadas.

Norberto Bobbio: existem três tipos de teoria sobre o sapo não lavar o pé. O primeiro tipo aceita a não-lavagem do pé como natural, nada existindo a reprovar nesse ato. O segundo tipo acredita que ela seja moral ou axiologicamente errada. A terceira espécie limita-se a descrever o fenômeno, procurando uma certa neutralidade.

Liberal de Orkut (esse indivíduo cada vez mais anônimo): o sapo não lava o pé por ser um indivíduo liberto da opressão estatal. Mas qualquer coisa é só arrumar um emprego público e utilizar o lavado do Leviatã!

SOBRE SEU AUTOR:


Depois de que este texto foi publicado neste blog, uma leitora nos revelou, finalmente, quem é o autor deste texto. Como disse na apresentação, eu o recebi por e-mail e na época estava assinado como “autor desconhecido”. Agora sei que esse texto é de Carlos Frederico Pereira da Silva Gama e foi publicado pela primeira vez no site Usina de Letras. Agradeço a contribuição da leitora Luciana.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013


A antiga cidade egípcia perdida submersa sob o mar há 1.200 anos está começando a se revelar como era a vida no lendário porto de Thonis-Heracleion.


Heracleion desapareceu sob o Mediterrâneo em torno de 1.200 anos atrás  Foto: Franck Goddio / Hilti Foundation, gráfico: Yann Bernard

Durante séculos, acreditava-se ser uma lenda, uma cidade de extraordinária riqueza mencionada por Heródoto, visitado por Helena de Tróia e Paris, seu amante, mas aparentemente esta enterrado no fundo do mar.
A verdade, Heracleion é que existiu de fato. Há uma década, mergulhadores começaram descobrir os seus tesouros, os arqueólogos têm produziram um retrato de como era a vida na cidade na época dos faraós.
A cidade, também chamada de Thonis, desapareceu sob o Mediterrâneo em torno de 1.200 anos atrás, e foi encontrado durante uma pesquisa da costa egípcia no início da década passada.
Agora sua vida no centro das rotas de comércio naqueles tempos clássicos estão se tornando mais claros. Pesquisadores ja tem a visão de que esta cidade foi o principal centro costumes, através do qual todo o comércio da Grécia e em outras partes do Mediterrâneo entravam no Egito.

  • Foto: Christoph Gerigk
Eles descobriram os restos de mais de 64 navios enterrados na argila grossa e areia que agora cobre o fundo do mar. As moedas de ouro e pesos feitos de bronze e pedra também foram encontrados, sugerindo o comércio que passou.
16 estátuas gigantes foram descobertas e trazidas para a superfície,  os arqueólogos também encontraram centenas de estátuas menores de deuses  no fundo do mar.
Lajes de pedra inscritas em  os egípcio e grego antigo antigos  também foram trazidas para a superfície.
Dezenas de pequenos sarcófagos de pedra calcária também foram recentemente descobertas por mergulhadores e acredita-se que com animais mumificados, colocados lá para apaziguar os deuses.
Dr. Damian Robinson, diretor do Centro Oxford de Arqueologia Marítima da Universidade de Oxford, que faz parte da equipe que trabalha no local, disse: "É uma grande cidade que estão escavando.
"O sitio tem uma preservação incrível. Estamos agora começando a olhar para algumas das áreas mais interessantes dentro dele para tentar entender a vida que lá existiu.
"Estamos recebendo um retrato rico de coisas como o comércio que estava acontecendo lá e a natureza da economia marítima no período final egípcio. Havia objetos que vinham da Grécia e dos fenícios.

Foto: Christoph Gerigk
"Temos centenas de pequenas estátuas de deuses e estamos tentando descobrir onde os templos para esses deuses estavam na cidade.
"Os navios são realmente interessantes, uma vez que é o maior número de navios antigos encontrados em um só lugar e encontramos mais de 700 âncoras antigas até agora."
Os pesquisadores, que trabalham com os fabricantes de documentários de TV alemães, também criaram uma reconstrução da cidade tridimensional.
No seu coração teve um enorme templo ao deus Amon-Gereb, o deus supremo dos egípcios na época.
Deste estendeu uma vasta rede de canais e canais, o que permitiu a cidade se tornar o mais importante porto do Mediterrâneo na época.
No mês passado, os arqueólogos de todo o mundo reuniram-se na Universidade de Oxford para discutir as descobertas,  começam a emergir os tesouros encontrados em Heracleion, nomeado para Hércules, que segundo a lenda , esteve lá.

Dr. Robinson afirma: "Foi o maior porto de comércio internacional para o Egito neste momento. É onde a tributação foi tomada em importação e exportação. Tudo isso foi executado pelo templo principal. "


Foto: Reuters
Submerso menos de 150 metros de profundidade na água, o local fica onde  é hoje a Baía de Aboukir. No século 8 aC, quando acredita-se que a cidade teria sido  construída, na foz do delta do rio Nilo,  que se abria para o Mediterrâneo.
Os cientistas ainda têm pouca idéia do que levou a cidade a afundar na água cerca de 1.000 anos mais tarde, mas pensa-se que o gradual aumento do nível do mar, combinada com um colapso repentino do sedimento instável,a cidade construída caiur em cerca de 12 pés.
Com o tempo, a cidade desapareceu da memória e da sua existência, juntamente com outros povoados perdidos ao longo da costa, só era conhecido de alguns textos antigos.
Arqueólogo subaquático francêsFrank Dr Goddio foi o primeiro a descobrir a cidade ao fazer o levantamento da área, enquanto procurava navios de guerra franceses que afundaram lá na batalha do Nilo século 18.


Quando os mergulhadores começaram a peneirar através das espessas camadas de areia e lama, eles mal podiam acreditar no que eles estavam  encontrando.
"A evidência arqueológica é simplesmente impressionante", disse o Professor Sir Barry Cunliffe, um arqueólogo da Universidade de Oxford também tem vindo a tomar parte na escavação.
"Ao menter intocada e protegida por areia no fundo do mar durante séculos elas são brilhantemente preservada."
Os pesquisadores agora também esperam encontrar alguns sarcófagos usado para enterrar os seres humanos em algumas das áreas periféricas em torno da cidade submersa.
"As descobertas aumentam a importância do local específico da cidade que está na 'boca do Mar do grego'", disse o Dr. Goddio, que liderou a escavação.
"Estamos apenas no início de nossa pesquisa. Nós, provavelmente, teremos de continuar trabalhando nos próximos 200 anos para Thonis-Heracleion ser plenamente revelado e compreendido. "

fonte The Telegraph

Período crucial da história do Egito teria ocorrido 500 anos mais tarde do que se pensava

A linha do tempo da história do Egito - que influenciou toda a civilização da Antiguidade - está começando a ser reescrita por conta das novas ferramentas à disposição do estudo da arqueologia. Até então, a datação histórica da civilização egípcia era feita por meios convencionais, como a análise do estilo de cerâmica e outros objetos encontrados em sítios arqueológicos. Porém, com o uso de medições de radiocarbono é possível estabelecer o momento crucial na História em que o Egito se tornou um estado único, que marcou o surgimento de uma civilização duradoura no hemisfério ocidental.
As conclusões são surpreendestes e demonstram que esta civilização teve um desenvolvimento rápido, já que este período crítico teria ocorrido 500 anos após a data usada por estimativas convencionais, que varia largamente, entre 3.400 a 2900 a.C.Com esta nova datação pelo radiocarbono, calcula-se que a ascensão do rei Aha - o primeiro de oito soberanos do Egito antigo - teria ocorrido entre 3.111 e 3.045 a.C, com chance de 68% de acerto. O estudo foi conduzido por Michael Dee, da Universidade de Oxford e publicado no periódico Proceedings of the Royal Society A. O trabalho se baseou em mais de 100 amostras de vestígios (cabelo, ossos e plantas) que estão em sítios funerários e/ou são mantidos em museus.    

Antes de compor um único estado, houve um período turbulendo entre o Alto e o Baixo Egito. Com a unificação egípcia, as pessoas começaram a se assentar permanentemente às margens do rio Nilo e desenvolveram a agricultura, o que impulsionou o comércio.
De acordo com os resultados do estudo, o pesquisadores acreditam que o Egito se formou muito mais rapidamente do que se pensava anteriormente. Suas origens remontam a um milênio antes da construção das pirâmides. O trabalho dos pesquisadores de Oxford ainda afirma que Aha e seus sete sucessores governaram um território que se espalhou por uma área similar ao Egito atual.
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