terça-feira, 24 de junho de 2014


Aula de Filosofia 3º ano Ensino Médio 
 Filosofia política
Platão - o primeiro filósofo a sistematizar uma ideia política

Entre as diversas questões que a filosofia visa investigar, pode-se perguntar sobre como é e como deveria ser o convívio em sociedade. Se for investigada a palavra política, que vem do grego, será compreendido que politika refere-se aos assuntos da cidade (pólis). É neste sentido que, em filosofia política, pergunta-se sobre a natureza das leis, a natureza do governo, a origem da organização social e sobre qual seria a melhor forma de convívio entre os indivíduos. Todos estes temas nos levam a pensar sobre o espaço público, que é o espaço da política.
O primeiro filósofo a sistematizar uma ideia política foi Platão (428-7 – 348-7 a.C.). Ele escreveu sobre o assunto principalmente em dois livros, A república e As leis. Nestes livros, apresenta a ideia de que uma sociedade bem ordenada é aquela onde cada indivíduo desempenha a função na qual é mais habilidoso. Os hábeis com as mãos deveriam ser artesãos, os fortes devem proteger a cidade e os sábios devem governá-la. Platão pensa também sobre como deve ser a educação nesta cidade ideal, para conseguir desenvolver em cada criança o seu potencial a fim de que possa executar melhor a sua função. Cada indivíduo, para ele, será livre enquanto estiver cumprindo as leis, criadas com o intuito de melhor conduzir a cidade.
Ainda no mundo grego, Aristóteles (384 – 322 a.C.) vai discordar de Platão. Em Política, Aristóteles pensa que a cidade ideal de Platão, onde há prioridade daquilo que é público sobre aquilo que é privado, não funcionaria muito bem. Para ele, as pessoas dão mais valor ao que pertence a si mesmo, do que ao que pertence a todos. Aristóteles se preocupou menos com hipóteses de uma sociedade perfeita e mais em compreender a realidade política de seu tempo, estudando as leis de diferentes cidades e as formas de governo existentes. A melhor forma de organização política, defendida por ele, é um sistema misto de democracia e aristocracia, chamado politia, para evitar os conflitos de interesses entre os ricos e pobres. É dele também a ideia de que o homem é um animal político, isto é, que faz parte da natureza humana se organizar politicamente.
A ideia de que é natural se organizar politicamente perdurou até o séc. XVII. Thomas Hobbes (1588 – 1679), conhecido por ter escrito Leviatã, propôs a ideia de que a sociedade se organiza a partir de um contrato social. Pensou assim, pois é possível imaginar uma hipótese sobre o convívio humano antes da formação das sociedades. Hobbes via esse momento como uma guerra de todos contra todos, onde, em liberdade, cada indivíduo iria apenas pensar em sua conservação. Deste momento, no qual o homem é o lobo do homem, a racionalidade faz o homem perceber que a melhor forma de conservar a sua vida é perdendo um pouco de liberdade. É neste instante que os homens assinam um contrato fictício de convívio social. A partir desta origem da sociedade, Hobbes pensa no melhor governo para evitar o retorno para um estado de natureza caótico. Com isto, vê a garantia da vida como função vital do Estado, que deve defendê-la mesmo que use de seu poder para coagir a liberdade dos cidadãos.
Pensando na ideia de um contrato social, John Locke (1632 – 1704), em seus dois tratados políticos, escreveu que antes da formação das sociedades os indivíduos não viviam em guerra, pois estavam debaixo de leis naturais. Para ele, é natural a garantia da vida e os homens racionais respeitariam esta lei. A formação das sociedades ocorre pela necessidade da garantia da propriedade. O melhor governo, para Locke, é aquele que garanta os direitos à vida, liberdade, propriedade e de se revoltar contra governos injustos e leis injustas.
Ainda pensando sobre a noção de contrato, Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) via o homem vivendo antes da formação das sociedades de forma bem otimista. Para Rousseau, havia terra e alimento para todos e não haveria motivos para que guerreassem entre si. Via no surgimento da propriedade o surgimento da desigualdade, de onde resultam diversos males sociais, como os roubos e os assassinatos. Neste sentido, sendo impossível retornar a um estado de natureza, o melhor governo é aquele que esteja de acordo com a vontade da maioria.

A forma de pensar dos contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau) foi retomada no século XX por John Rawls (1921 – 2002). Para ele, a sociedade deve basear-se em princípios de justiça escolhidos na fundação da sociedade. Em igualdade, ele pensa, os indivíduos escolheriam dois princípios de justiça, o de liberdades iguais para todos e o de que as desigualdades devem trazer maior benefício para os menos favorecidos e serem acessíveis a todos por igualdade de oportunidade.
AULA DE FILOSOFIA 3º ANO ENSINO MÉDIO
Neopositivismo

Também designado por positivismo lógico e empirismo lógico, o determinismo denomina uma corrente filosófica que caracteriza o ponto de vista de um grupo de filósofos que constituíram o "Círculo de Viena".
Como grupo organizado, formado por homens da ciência e matemáticos, surgiu na década de 1920-30, em torno de Martz Schlick (professor de Filosofia na Universidade de Viena).
Em 1929 publicam O ponto de vista científico do Círculo de Viena, manifesto que expunha, em síntese, a postura filosófica do grupo e os problemas das filosofias, das matemáticas e das físicas que procuravam resolver. Citam a metafísica como o exemplo da ausência de sentido gerada pelo menosprezo da lógica real da linguagem.
Como refere Ayer (1978, El positivismo lógico), "no caso dos positivistas lógicos juntou-se o epíteto de "lógica" porque pretenderam incorporar os descobrimentos da lógica contemporânea. Pensavam que, em particular, o simbolismo lógico(desenvolvido nomeadamente por Russel) lhes seria útil, contudo a sua atitude geral é a mesma de Hume". Dividiam as proposições significativas em duas classes: as proposições formais, como as da lógica ou as das matemáticas puras, que diziam ser tautológicas, e as proposições fáticas, que requeriam ser verificáveis empiricamente.
"Supunha-se que estas classes continham todas as proposições possíveis de modo que se uma proposição não conseguisse expressar nada que fosse formalmente verdadeiro ou falso, nem expressar algo que pudesse submeter-se aprova empírica, se adotava o critério de que ela não constituía uma proposição em absoluto" (Ayer, 1978). A sua atitude empírica estende-se a todos os domínios do pensamento. Para eles, o tratamento matemático e lógico dos factos e aprova empírica são as fontes exclusivas do conhecimento científico.
O seu ataque à metafísica sustentava que as obras metafísicas não diziam nada que fosse verdadeiro ou falso e que ,portanto, não podiam trazer nada que pudesse aumentar o conhecimento. Condenavam, assim, os enunciados metafísicos, não por serem emotivos, mas por pretenderem ser cognoscitivos e disfarçarem-se daquilo que não eram. Para o positivista, o entendimento humano perde-se em contradição quando se aventura além dos limites da experiência possível. Deste modo, a sintaxe lógica evitará as ilusões da linguagem. Todas as ciências deveriam, por isso, exprimir-se na linguagem da Física.
Os positivistas lógicos fazem "depender a impossibilidade da metafísica não na natureza do que se pode conhecer, mas na natureza do que se pode dizer; a sua acusação contra o metafísico é no sentido de que viola as regras que um enunciado deve satisfazer para ser literalmente significativo" (Ayer).
Os positivistas vienenses interessaram-se principalmente pelas ciências formais e naturais e, embora não identifiquem a Filosofia como ciência, achavam que esta poderia contribuir para o progresso do conhecimento científico.

As diversas disciplinas científicas, exprimindo-se pela mesma linguagem com vista a alcançarem previsões globais, constituiriam uma ciência unitária. O método lógico seria aplicado para a compreensão científica do mundo, alheia a ideias éticas e a qualquer metafísica.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

AULA DE HISTÓRIA 3º ANO ENSINO MÉDIO M, T e N.

Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa.
Esta aula abordará a Primeira Guerra Mundial, suas causas e consequências, entre as consequências; destaque para a Revolução Russa e a criação do primeiro Estado socialista da história.
Entre as causas da Primeira Guerra Mundial, temos a Unificação da Itália e da Alemanha, que contribuiu para a ruptura do equilíbrio político europeu. Assim, faz-se necessário analisar primeiro este processo para, em seguida, tratarmos da Primeira Grande Guerra.
Unificação Italiana.
Em 1850 a Itália encontrava-se dividida em vários Estados, de acordo com as decisões tomadas no Congresso de Viena, alguns ocupados pela Áustria. Entre estes Estados, o reino do Piemonte era o mais desenvolvido, tornando-se o ponto de partida para a unificação italiana.
Entre as causas da unificação italiana, temos o desenvolvimento industrial e o fortalecimento da burguesia, que via na unificação política uma necessidade para ampliar seus negócios econômicos: garantir a continuidade de seu crescimento interno e capacidade para concorrer no mercado externo.
Outro importante fator deste processo foi o desenvolvimento do nacionalismo, expressado pelo Risorgimento, movimento de caráter liberal tendo como líder, Camilo Benso, o conde de Cavour - ministro do reino do Piemonte. O nacionalismo desenvolveu a formação de sociedades secretas, que defendiam a unificação, com destaque para os carbonários.
As tendências políticas.
A alta burguesia industrial, que era representada pelo conde Cavour, defendia o liberalismo econômico e a monarquia constitucional parlamentar; a média burguesia e o proletariado eram defensores da criação de uma República e, por fim; havia a ideia de que a unificação italiana ocorresse em torno da Igreja, a Confederação dos Estados Italianos, sob a presidência do papa Pio IX.
A formação do Reino da Itália.
Em 1854 Cavour inicia o processo de unificação política da Itália, participando da Guerra da Criméia, auxiliando França e Inglaterra contra a Rússia. Em 1858, por conta deste auxílio militar, Cavour consegue apoio de Napoleão III, então imperador da França, na luta contra a Áustria pela unificação italiana.
A primeira etapa da unificação italiana foi a guerra contra a Áustria, e paralelamente a esta guerra, Garibaldi conquistava territórios na região da Romanha.
O próximo passo para a conclusão do processo foi a incorporação de Roma, sob o controle do papa e protegida pelo exército francês. Em 1870 eclode a guerra franco-prussiana, que vai acelerar a unificação da Itália. A derrota francesa facilita o domínio italiano sobre Roma, que se tornará a capital do novo reino. A anexação de Roma provocara a Questão Romana, onde o papa Pio IX não reconhece o Estado italiano unificado. Esta questão só será solucionada em 1929, com a assinatura do tratado de Latrão, surgindo o Estado do Vaticano, sob a soberania
do papa.
A unificação italiana ocorreu tardiamente, final do século XIX, fazendo com que a Itália chegasse atrasada na corrida colonial. A busca por mercados, já dominados pela Grã-Bretanha e França provocam um desequilíbrio político na Europa, sendo uma das causas da Primeira Guerra Mundial.
A unificação da Alemanha.
Após o Congresso de Viena, a Alemanha estará dividida em 38 Estados, formando a Confederação Germânica, presidida pela Áustria e tendo a Prússia como o Estado mais desenvolvido economicamente. A Áustria se opunha á unificação política, que será liderada pela Prússia.
No ano de 1834 foi criado o Zollverein ( união aduaneira dos Estados germânicos) possibilitando uma expansão do capitalismo, que só seria efetivada através da unificação política. O mentor do processo de unificação será Otto von Bismarck, chanceler da Prússia.
A processo da unificação será possível a partir da aliança entre a alta burguesia alemã e os junkers, a aristocracia prussiana que controlava o exército e administração.
As guerras pela unificação.
A Guerra dos Ducados, em 1864, marca o início da unificação alemã. Guerra contra a Dinamarca pelos ducados de Schleswig-Holstein, que tinha população alemã. Nesta guerra houve uma aliança com a Áustria;
A Guerra das Sete Semanas, em 1866, envolvendo a Prússia contra a Áustria, com vitória espetacular dos prussianos. A Confederação Germânica foi dissolvida surgindo a Confederação
Germânica do Norte. Ao tentar anexar os Estados alemães do Sul, houve uma forte reação da França - temendo que a Alemanha se transformasse em grande potência europeia. A unidade da Alemanha só seria garantida após um conflito com a França;
A Guerra Franco-Prussiana, ocorrida em 1870. O estopim da guerra foi a candidatura do príncipe Leopoldo de Hohenzollern ao trono da Espanha. Napoleão III vetou a candidatura, exigindo que Guilherme I; rei da Prússia e parente de Leopoldo, prometesse que nenhum príncipe germânico se candidatasse ao trono espanhol. Guilherme I passou um telegrama a Bismarck, para que fosse encaminhado à Napoleão III. O telegrama foi adulterado por Bismarck, tornado um insulto ao povo francês. A guerra foi declarada.
A guerra foi vencida pela Prússia, possibilitando a anexação dos Estados do Sul e, no ano de 1871, Guilherme I foi coroado imperador da  Alemanha, sendo proclamado - na Sala dos Espelhos do Palácio de Versalhes - o II Reich alemão.
No mesmo ano a França assinou o Tratado de Frankfurt, permitindo à Alemanha a anexação da Alsácia-Lorena e impunha a  França uma pesada indenização de guerra ( 5 milhões de francos ). Este tratado contribuiu para o desenvolvimento do revanchismo francês, uma das principais causas da Primeira Guerra Mundial.
Para a França, a derrota na guerra Franco-prussiana acarretou a queda do II Império francês e a proclamação da República. A população de Paris, insatisfeita com os resultados da guerra, com a escassez de alimentos rebelou-se e ocupou o poder. Estava assim instalada a Comuna de Paris, o primeiro ensaio de um governo formado por trabalhadores de toda a história.
A experiência da Comuna foi destruída pelo exército francês em 27 de maio de 1871, com mais de 20.000 "comunardos" executados. A Comuna de Paris tornou-se um exemplo para o movimento operário europeu.
A Primeira Guerra Mundial (1914-18).
As causas da guerra.
Um dos principais fatores da eclosão do primeiro grande conflito mundial foi o choque imperialista entre as grandes potências europeias, ou seja, a disputa por mercados consumidores e fornecedores. A unificação italiana e alemã contribuiu para a quebra do equilíbrio europeu, visto que ameaçava os mercados industrias da França e Inglaterra. Como exemplo, a construção da estrada de ferro Berlim-Bagdá - unindo a Alemanha aos lençóis petrolíferos do Oriente Médio - ameaçando a hegemonia britânica na região.
O revanchismo francês, após a guerra Franco-prussiana, bem como os interesses imperialistas, possibilitaram a formação do chamado Sistema de Alianças - que reuniu algumas potências europeias em dois blocos distintos: Tríplice Aliança, consolidada em 1822, e formada pela Alemanha, Império Austro-húngaro e Itália; e a Tríplice Entente, surgida em 1907 e composta pela França, Rússia e Grã-Bretanha.
O pan-eslavismo, defendido pela Rússia, que levava o Império russo a apoiar os movimentos nacionalistas ocorridos nos Balcãs, tornado a Rússia uma aliada da Sérvia na luta contra o Império Austro-húngaro.
O nacionalismo da Sérvia serviu de causa imediata para o início da Primeira Guerra Mundial. Os povos eslavos da península Balcânica dominados pelos austríacos - região da Bósnia-Herzegóvina - rebelaram-se, sendo apoiados pelos sérvios. Na capital da Bósnia, Saravejo, um estudante; pertencente a um organização secreta chamada Mão Negra, assassinou o arquiduque austríaco Francisco Ferdinando, no dia 28 de junho de 1914.
O Império Austro-húngaro atacou a Sérvia que recebeu apoio da Rússia. A partir daí, o sistema de alianças funcionou automaticamente:
a.        Alemanha declarou guerra à Rússia; a França declarou guerra à Alemanha e, pouco depois, foi a vez da Grã-Bretanha declarar guerra à Alemanha.
As fases da Primeira Guerra.
A Primeira Guerra Mundial apresentou três fases distintas:
A primeira fase da guerra ( 1914/15), foi caracterizada pela movimentação das tropas. O alemães adotaram o Plano Schlieffen, que consistia num ataque à França, através do território da Bélgica. A invasão da Bélgica serviu de pretexto para a Grã-Bretanha declarar guerra à Alemanha.
A principal batalha nesta fase de movimento foi a batalha do Marne, forçando um recuo das tropas alemãs. Enquanto isto, na frente oriental o exército alemão não encontrava dificuldades para enfrentar o exército russo, pouco preparado para a guerra.
Depois da batalha do Marne, a frente ocidental conhece a Segunda fase da guerra, denominada "guerra suja de trincheiras".
A "guerra de trincheiras" foi uma guerra de posições, onde cada exército procurava vencer o opositor pelo desgaste. Esta fase provocou o desenvolvimento da indústria bélica, com o uso de metralhadoras, tanques de guerra e do avião.
Duas batalhas ilustram esta fase, a batalha de Somme e a batalha de Verdun. No ano de 1917, dois acontecimentos mudaram por completo os rumos da guerra: a entrada dos Estados Unidos e a saída da Rússia.
A Rússia saiu da Primeira Guerra Mundial em função da Revolução Bolchevique - que será analisada adiante; já os Estados Unidos entraram no conflito procurando garantir seus negócios na Europa. França e Grã-Bretanha eram devedores dos norte-americanos e, uma possível vitória da Tríplice Aliança poria em risco os investimentos norte-americanos. Quando os alemães torpedearam navios norte-americanos, foi declarada guerra à Alemanha.(06/04/1917).
A terceira, e última fase, volta a ser de movimento, marcada pelo avanço dos aliados e recuo das "potências centrais". Após uma rebelião popular contra a guerra- acompanhada de uma greve geral- o Kaiser Guilherme II abdica e, no dia 11 de novembro de 1918 assina o armistício. Com o fim do II Reich é instalada na Alemanha a República de Weimar.
As alianças durante a guerra.
Os italianos, que inicialmente, estavam na Tríplice Aliança, passaram para a Tríplice Entente, sob promessas de que receberia territórios na Turquia, Áustria e colônias da Alemanha; o Império Otomano - dominado pelo turcos - foram aliados dos alemães, assim como a Bulgária. Japão, Sérvia, Portugal, Grécia, Romênia e Brasil foram aliados da Tríplice Entente.
OS TRATADOS DE PAZ.
Antes do término da guerra, o presidente dos Estados Unidos, Woodron Wilson , elaborou uma proposta de paz, conhecida como Programa dos 14 pontos, proclamando uma paz sem anexações ou indenizações. Determinava a diplomacia aberta, a liberdade dos mares, a redução das barreiras aduaneiras, amplo desarmamento, afirmação do princípio da autodeterminação dos povos e a criação da Sociedade das Nações, com o objetivo de garantir a paz mundial. No entanto, durante a assinatura dos tratados de paz, os 14 pontos de Wilson foram colocados de lado.
A Conferência de Paris.

Conferência de Paz que tomou as decisões diplomáticas após a primeira guerra. Ficou estabelecida a Paz dos Vencedores, marcada pelo espírito revanchista.
AULA DE HISTÓRIA 2º ANO ENSINO MÉDIO M, T, e N. HISTÓRIA DO BRASIL


O Sistema Colonial
O chamado Sistema Colonial Tradicional desenvolveu-se, na América, entre os séculos XVI e XVIII. Sua formação está intimamente ligada às Grandes Navegações e seu funcionamento obedece aos  princípios do Mercantilismo.
Como vimos, o Estado Moderno, através das práticas mercantilistas, buscava o acúmulo de capitais e as colônias irão contribuir de forma decisiva para este processo. Assim, através da exploração colonial os Estados Metropolitanos se enriquecem- como também sua burguesia.
O Sistema Colonial Tradicional conheceu dois tipos de colônias: a colônia de povoamento e a colônia de exploração.
COLÔNIA DE POVOAMENTO: característica das zonas temperadas da América do Norte e marcada por uma organização econômico-social que buscava manter semelhanças com suas origens europeias: predomínio da pequena propriedade, desenvolvimento do mercado interno, certo desenvolvimento urbano, valorização dos princípios de liberdade ( religiosa, econômica, de imprensa ), utilização do trabalho livre, desenvolvimento industrial e desenvolvimento do comércio externo.
COLÔNIA DE EXPLORAÇÃO: típica das zonas tropicais da América, onde predomina a agricultura tropical escravista e monocultora. Não houve desenvolvimento de núcleos urbanos nem do mercado interno, ficando esta área dependente da Metrópole. A principal característica desta área foi a Plantation- latifúndio, monocultor escravocrata.
A colonização inglesa na América do Norte apresentou as duas formas coloniais. As treze colônias inglesas pode assim ser divididas: as colônias do norte e do centro serão colônias de povoamento; as colônias do sul serão colônias de exploração.
2 As colônias do norte tiveram suas origens nas lutas sociais que ocorreram na Inglaterra, quais sejam, as perseguições aos puritanos pela Dinastia Stuart ( 1603/1642 ). Com a Revolução Puritana (1640/1660) o contingente que chega à colônia é basicamente formado por nobres aristocráticos. Desde cedo, os colonos do norte demonstram sua vocação comercial, dinamizando o mercado externo através do chamado "comércio triangular".
A título de exemplificação, segue uma forma do comércio triangular:
Da Nova Inglaterra com a África - comércio do rum, que seria trocado por escravos;
Da África para as Antilhas - comércio de escravos, que seriam vendidos para o trabalho nas fazendas de açúcar;
Das Antilhas para a Nova Inglaterra - melaço - subproduto da cana para a fabricação do rum.
Já as colônias do sul desenvolveram-se obedecendo os critérios do mercantilismo ( monopólio). Houve predomínio do latifúndio monocultor ( algodão ) e utilização da mão-de-obra escrava.
As colônias de exploração irão apresentar aspectos comuns, quanto a sua organização econômica.
Aspectos da economia colonial.
Uma economia colonial, área de exploração vai apresentar os seguintes elementos:
Economia complementar e especializada- a principal função de uma colônia era complementar a economia metropolitana, produzindo artigos que pudessem ser vendidos a altos preços no mercado europeu; daí sua especialização em certos gêneros tropicais, como tabaco, algodão e cana-de-açúcar.
Integrada ao capitalismo - a economia colonial atendia os interesses do capitalismo europeu. A utilização da mão-de-obra escrava não representa um paradoxo, ao contrário, foi mais um elemento utilizado para o processo de acumulação de capitais. O tráfico negreiro era altamente lucrativo.
3 Pacto colonial - o elemento definidor das relações entre Metrópole e colônia, foi o monopólio. Este será implantado através do pacto colonial, onde a colônia é obrigada a enviar para a Metrópole matérias primas (gêneros tropicais e metais preciosos) e comprar da Metrópole artigos manufaturados e escravos.

Através das relações coloniais, foi possível o desenvolvimento pleno do capitalismo na Europa. O objetivo máximo do mercantilismo – o  acúmulo de capitais - só foi possível em virtude da existência de uma área extraterritorial auxiliando a Europa em manter uma balança comercial favorável.
AULA DE FILOSOFIA 3º ANO ENSINO MÉDIO - M,T E N.- FILOSOFIA ANALÍTICA


A filosofia analítica  é a vertente que parte da crença de que a lógica, desenvolvida por Gottlob Frege e Bertrand Russell, entre outros, teria implicações filosóficas gerais e poderia contribuir, assim, para um exame mais profundo de conceitos e na elucidação de algumas ideias.
Ela foi introduzida na Inglaterra em 1912, com a chegada de Wittgenstein em Cambridge, justamente para realizar pesquisas junto a Bertrand Russell. Assim, no período que se estende entre as duas guerras mundiais, com o impulso fundamental dado pelos textos de Russell e pelo Tratactus Logico-Philosophicus de Wittgenstein, de 1922, a filosofia analítica cresceu e tornou-se preponderante no seio da filosofia inglesa.

Os conceitos dos dois filósofos foram bem recebidos e desenvolvidos pelos positivistas lógicos do Círculo de Viena, bem como por Reichenbach e seu grupo de Berlim, nos anos 30. Estas ideias ganharam ainda mais força nos países em que a língua inglesa predomina, de 1945 até a década de sessenta, conhecida então como ‘filosofia linguística’. Até hoje a vertente analítica é preponderante na filosofia britânica, no seu ponto de vista pré-linguístico.

Os filósofos analíticos iniciais eram Frege, Russell, George Edward Moore e Ludwig Wittgenstein. Na Inglaterra esta corrente se posicionava contrariamente ao hegelianismo, escola que integrava o idealismo alemão. Hoje esta filosofia encontra-se disseminada, além das nações que falam o idioma inglês, na região escandinava, em alguns países do Leste Europeu, assim como na Polônia e em Israel.

Pode-se dizer que, a princípio, a Filosofia Analítica caminhou por duas vertentes – o Positivismo Lógico e a Filosofia Linguística -, ambas com precedentes importantes. O positivismo, oriundo do atomismo lógico criado por Bertrand Russell e da filosofia inovadora de Wittgenstein. A filosofia linguística, nascida de G. E. Moore, que sempre destacou a importância da análise do senso comum e da linguagem cotidiana.

Muitas vezes este período compreendido pelo predomínio do Positivismo Lógico e da Filosofia Linguística é conhecido como era da “Análise Clássica”. É importante também perceber que esta Filosofia é muito mais um movimento do que uma escola filosófica, porque seus seguidores não têm em comum as mesmas bandeiras conceituais, a não ser alguns princípios gerais. Os principais pontos em comum são a crença de que o motivo principal da filosofia é a linguagem; e a ideia de que a metodologia filosófica a ser seguida é a análise lógica.

O único conceito que mantém coesa a filosofia analítica é o da lógica contemporânea. O positivismo lógico era a principal vertente, a qual predominou até o começo dos anos 50. Mas a publicação de “Dois Dogmas do Empirismo”, de Quine, em 1951, deu início à diversificação de orientações dentro da Filosofia Analítica. De um lado, ela caminhou para a ciência cognitiva e a filosofia da mente; de outro, na direção de uma metafísica, diria até uma teologia analítica; em sentido diverso, orientou-se por uma filosofia política e, seguindo outra vereda, envolveu-se com várias pesquisas sobre a ética.

Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_anal%C3%ADtica
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/quinton.htm

http://www.chaves.com.br/TEXTSELF/PHILOS/filosan.htm