quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Blaise Pascal: o Homem e a Ciência

Rogério Lacaz-Ruiz
Professor de Metodologia Científica FZEA/USP
  roglruiz@usp.br

Heloise Patrícia Quintino
Acadêmica de Zootecnia FZEA/USP
heloq@hotmail.com

Cíntia Kogeyama
Acadêmica de Zootecnia FZEA/USP
dolly2_98@yahoo.com

Luiz Flávio Pansani
Acadêmico de Zootecnia FZEA/USP
langousp@yahoo.com
 
"Quem deixa a Deus fora das suas contas, não sabe contar"

Introdução (1)

         
 Parece que as invenções sempre tiveram sua magia para atrair a atenção do homem comum. A expectativa diante do novo invento muitas vezes ultrapassa as fronteiras da técnica ou da ciência propriamente dita. Talvez seja por esta razão que as pessoas acabam caracterizando as descobertas científicas como a única solução. Na verdade, é realmente feliz quem sabe a verdadeira causa das coisas. As coisas, porém, estão e são e nós, diante desta variedade, procuramos agrupá-las e classificá-las segundo nossos interesses ou critérios. Como há um limite, as classificações acabam por reduzir tudo ao objeto em questão ou excluir importantes realidades. E o reducionismo aparece sempre que se deixa de analisar algo que faça parte do ser estudado. Em geral, a discórdia entre cientistas dá-se sobre aquilo que é acidental, embora também ocorra no essencial, justamente quando se deixa de contemplar o real.
          Pascal, como veremos neste estudo, soube separar a ciência em si, do ser humano, e não aceitou o matematicismo de Descartes, como reducionismo em relação à realidade humana. O coração tem razões que a própria razão desconhece e por isso a ciência e a técnica sempre ficarão aquém; é difícil dar uma resposta definitiva quando o assunto é o homem. A defesa da riqueza humana, consiste justamente em aprofundar em aspectos individuais e sociais que estejam de acordo com o real, sem esgotar o diálogo que cada um tem consigo mesmo e com o outro.
          Se Pascal merece ser estudado, é porque viveu intensamente situações que fazem o homem lembrar-se de quem é: a morte prematura da mãe, a vida mundana após a morte do pai, o convívio com os pobres, a doença, o diálogo com os demais, a busca da verdade de modo aberto e profundo dentro do universo infinito e da sua totalidade.
          Blaise Pascal revelou-se gênio desde cedo. Com 12 anos por si só descobriu a matemática, uma vez que foi impedido por seu pai o contato com livros sobre o assunto. Não parou por aí. A sua contribuição para a ciência foi significativa e de grande importância. Atuou na matemática, na física, na geometria, mas é com suas reflexões filosóficas e teológicas que mais surpreende a humanidade. Só não contribuiu mais, foi devido a sua morte prematura aos 39 anos. Seus escritos filosóficos "exprimem com incomparável eloquência às ansiedades que agitam a alma humana. Ao longo dessas páginas imortais, animadas de ardente misticismo, sente-se no entanto, a cada momento, a forte disciplina do espírito geométrico. Mais do que a disciplina: a inspiração. O pensamento de Pascal tem raízes profundas nessa análise do infinito" (Costa, 1971), que no seu tempo ressurgiram com nova roupagem. "Pascal foi geômetra no belo sentido pleno da palavra. Seu gênio multiforme procurou a verdade em todos os terrenos." (Costa, 1971)
          Mais de trezentos anos de sua morte se passaram, mas o momento não deixa de ser oportuno para recordar como Pascal viveu a ciência sem deixar que a ciência fosse sua vida.

A vida de Pascal

          Filho de Étienne Pascal e Antoniette Bejon, Blaise Pascal nasceu a 19 de junho de 1623, em Clermont-Ferrand, na França. "Quando tinha apenas três anos, Blaise perdeu a mãe e, como era o único filho do sexo masculino, o pai encarregou-se diretamente da sua educação. Étienne desenvolvia um método singular de educação do filho, com exercícios de diversos tipos para despertar o apego a razão e ao juízo correto. Geografia, história e filosofia eram disciplinas ensinadas, sobretudo, por meio de jogos. Étienne acreditava, entretanto, que aulas de matemática só deveriam ser mantidas ao filho quando este estivesse mais maduro." (Falceta, 1998b)
          Dessa forma, mantinha longe do menino os grossos livros de matemática. O pequeno teve, no entanto, despertada sua curiosidade sobre aqueles "estranhos" assuntos. De conversas que ouvia ou de obras que passavam pela censura do pai, logo descobriu as maravilhas da ciência dos números. Mesmo sem professor ou livro guia, passou a desenvolver seus estudos. "Um dia, o pai flagrou-o desenhando no piso figuras geométricas com carvão. Estavam ali, por intuição, várias das proposições da matemática de Euclides. Pascal chegou à 32a. fórmula proposta no livro 1 do velho sábio. Foi dado ao inquieto menino, então, permissão para que avançasse livremente sobre aqueles ramos do conhecimento.
          Pascal juntou-se aos sábios do círculo de Mersenne quando tinha 13 anos de idade. Ali, pode colecionar informações para desenvolver mais rapidamente seus trabalhos. Aos 17 anos, descobriu e publicou uma série de teoremas em geometria projetiva, fundamentais ao desenvolvimento tecnológico futuro, no campo da aviação." (Falceta, 1998c) Mais tarde, para ajudar o pai, sempre ocupados com números, dedicou-se a criar uma máquina de calcular. Por imaginar a revolução no futuro das máquinas de pensar, Pascal é o nome de um importante e famoso programa de base para computadores, usado em todo mundo. Pascal desenvolveu importantes estudos que tiveram como inspiração as descobertas do italiano Torricelli sobre a pressão atmosférica.
          A partir de 1647, Pascal passou a dedicar seus dias à aritmética. Desenvolveu cálculos de probabilidade, a fórmula de geometria do acaso, o conhecido Triângulo de Pascal e o tratado sobre as potências numéricas.
          Mas o trabalho excessivo minou a sua saúde, débil por constituição, e ele caiu gravemente enfermo. Em 1648 frequentou, com sua irmã Jacqueline, os seguidores de Saint-Cyran, que o levaram ao misticismo de Port-Royal. Depois da morte do pai, deu fervor religioso arrefeceu um pouco, iniciando-se o chamado período mundano de Pascal, devido em parte à proibição médica de dedicar-se a trabalhos intelectuais, prejudiciais à sua saúde, e em parte, de praticar exercícios de penitência. Mme. Perier, sua irmã, observa, porém, que neste período, "por graça de Deus, Pascal manteve-se longe dos vícios". A crise mundana foi superada na noite de 23 de novembro de 1654, graças a uma espécie de visão mística. Em recordação daquela noite, Pascal escreveu o seguinte Memorial:
Ano da graça de 1654, segunda-feira, 23 de novembro, dia de São Clemente, Papa mártir, e de outros no martirológio. Vigília de São Crisógono, mártir, e de outros. Das dez horas e meia da noite, mais ou menos, até cerca de meia-noite e meia. Fogo.
          Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó, e não dos filósofos e dos sábios.
Certeza, certeza, sentimento, alegria, paz.
Deus de Jesus Cristo.
Deum meum et Deum vestrum (meu Deus e vosso Deus).
Esquecimento do mundo e de tudo, menos de Deus.
Não se encontra fora das vias ensinadas no Evangelho.
Grandeza da alma humana.
Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci.
Alegria, alegria, alegria, lágrimas de alegria.
Eu me separei dEle,
Derliquerunt Me fontem aquae vivae (Abandonaram a Mim, fonte da água viva).
"Abandonar-me-ias vós, meu Deus?"
Que eu não separe dele pela eternidade.
A vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro e aquele que enviaste, Jesus Cristo.
Jesus Cristo, Jesus Cristo,
Eu me afastei dEle, evitei-O, reneguei-O, crucifiquei-O, que eu jamais me separe dEle. Não se conserva senão pelas vias ensinadas no Evangelho.
Renúncia total e doce.
Submissão completa a Jesus Cristo e ao meu diretor,
Alegria eterna por um dia de provação na terra.
Non obliviar sermones tuos. Amen (Não me esquecerei das tuas palavras. Amém) (Mondin, 1981)
          Pascal morreu em Paris, aos 19 de junho de 1662, depois de atrozes sofrimentos, que soube suportar com grande resignação. Suas últimas palavras foram: "Que Deus jamais me abandone!"

Obras de Blaise Pascal

          "Blaise Pascal produziu polêmica e profunda obra filosófica. Desenvolveu experimentos que propiciaram saltos significativos no mundo científico, especialmente no campo da matemática e da física." (Falceta, 1998a)
          Na física, Pascal contribuiu no campo da hidrostática, desenvolvendo importantes estudos que tiveram como inspiração as descobertas do italiano Evangelista Torricelli sobre a pressão atmosférica (2) que reanimou a velhíssima controvérsia sobre o "horror ao vácuo" (3). Pascal, então, escreve um texto Prefácio ao tratado sobre o vácuo, no qual trata da questão da Ciência e da tradição. Neste texto Pascal divide o conhecimento humano em dois tipos: um baseado na autoridade e na tradição, sendo seu melhor exemplo a teologia; outro, na experiência e na razão sendo a física um modelo: "Mas o campo em que a autoridade tem a força principal, é o da teologia, pois ela é inseparável da verdade e somente pela autoridade, conhecemos a verdade: de modo que para obter certeza plena nas matérias mais incompreensíveis para a razão, basta mostrar que estão nos livros sagrados... Já o mesmo não ocorre com as matérias que caem no âmbito dos sentidos ou do raciocínio: aí, a autoridade é inútil e esses conhecimentos dependem só da razão. Razão e autoridade têm seus direitos delimitados: aqui prevalece uma; lá, reina a outra..." (Pieper, 1997)
          Pascal conclui dizendo: "Independentemente da força que tenha esta antiguidade, a verdade deve sempre prevalecer, mesmo que recentemente descoberta, já que a verdade é sempre mais antiga do que qualquer opinião que se tenha sobre ela: seria ignorar sua natureza, pensar que ela tenha começado a existir no momento em que ela começou a ser conhecida". (cf. Pieper, 1997)
          Assim, Pascal devido a sua educação liberal, interpretava os resultados obtidos de seus experimentos sem os preconceitos da época. Em uma de suas experiências ele teve a comprovação de que o equilíbrio da coluna de mercúrio se deve à pressão atmosférica. A experiência decisiva foi realizada no Puy-de-Dome, de acordo com as instruções de Pascal que a repetiu em Paris, na torre de Saint-Jacques. Desapareceram as últimas dúvidas: a altura da coluna de mercúrio varia com a altitude do lugar (4). Em 1653, Pascal enunciou e provou experimentalmente este princípio: O acréscimo da pressão em um ponto de um líquido em equilíbrio, transmite-se integralmente a todos os pontos deste líquido. Uma aplicação deste princípio é encontrada em máquinas hidráulicas que são capazes de "multiplicar forças", tais como a prensa hidráulica e o freio hidráulico.
          De 1639 a 1647, Pascal acompanha seu pai Etienne Pascal que foi enviado por Richelieu para Rouen, capital da Normandia. Como seu pai era coletor de impostos, Pascal construiu uma máquina de calcular para ajudá-lo na execução do seu trabalho. A Pascalina, depois de inúmeros esforços devido aos poucos recursos para época, chegou a ser patenteada mas sua fabricação em série foi descartada. Foi a partir de 1647, que Pascal dedicou-se mais aos estudos no campo da matemática. Ele passou, então, a dedicar-se aos estudos das probabilidades, realizando experiências com problemas aritméticos. A partir de suas observações dos jogos de dados desenvolveu os seus cálculos de probabilidades, a famosa fórmula da Geometria do Acaso. O Triângulo de Pascal foi um dos trabalhos resultantes dessas pesquisas com jogos de azar (5).
          Outro trabalho científico de Pascal nesta fase, foi o Tratado sobre as Potências Numéricas, no qual trata dos elementos "infinitamente pequenos". Pascal voltará a esse tema em 1658, em um trabalho sobre a área da cicloide, chegando notavelmente perto da descoberta do cálculo integral, "tão perto que Leibniz mais tarde escreveu que foi ao ler essa obra de Pascal que uma luz subitamente jorrou sobre ele." (Boyer, 1974). Entre outras obras suas, citam-se Nouvelles Expériences sur le Vide (Novas Experiências sobre o Vácuo, 1647) e Discours sur le Passions de l’Amour (Discurso sobre as Paixões do Amor); De Alea Geometriae(O Jogo da Geometria); MemorialOração para pedir a Deus a graça de fazer bom uso das enfermidades e Pensées(Pensamentos), neste último encontra-se a célebre sentença: O coração tem razões que a própria razão desconhece.
         
Convertido à religião, Pascal se dedica a filosofia

          Depois de participar de grupos dados à "libertinagem" e aos jogos de azar, o gênio Pascal experimentou uma revolução em sua vida. Em 1654, escapou da morte em um acidente de carruagem numa das pontes de Paris. Logo depois, em um êxtase espiritual, decidiu dedicar-se com fervor à militância religiosa e depois à contemplação e à oração. Após a conversão, documentada de forma comovente em Memorial, Pascal faz grandes progressos na vida espiritual como se pode ver também pela Oração para pedir a Deus a graça de fazer bom uso das enfermidades, escrito edificante e perene. "À conversão segue-se o reatamento de relações, cada vez mais freqüentes e intensas com Port-Royal, que por esta época, tinha recebido dentro de seus muros um pequeno grupo de leigos, desejosos de uma vida de penitência e de santificação." (Mondin, 1981)
          Pascal converteu-se, naquela época, ao jansenismo, uma corrente religiosa nascida no catolicismo. "O movimento teve início com o bispo holandês Cornélio Jansênio (1585-1638), que protestava contra o racionalismo supostamente exagerado da teologia escolástica." (Falceta, 1998d).
          "Em 1656 foi chamado a Port-Royal em auxílio de Arnauld (6), ameaçado de excomunhão por causa de suas posições jansenistas, e para defender o jansenismo dos ataques dos jesuítas (7). Pascal atendeu ao convite e escreveu as Cartas Provinciais, que fez circular anônimas, nas quais, com dialética habilíssima e com ironia ora sutil, ora dura, abordava os aspectos discutíveis da Companhia de Jesus.
          Mais tarde veio-lhe a ideia de escrever uma Apologia da Religião Cristã, projeto que não pôde realizar em virtude de sua morte prematura. Os fragmentos desta obra foram reunidos no volume intitulado Pensées (Pensamentos). "Para uns é um livro de fé; para outros, um livro em que uma alma humana se revela com maior naturalidade e verdade do que alhures; para todos uma obra prima sem igual na língua francesa".(Granges,1966) (8).
          Blaise Pascal foi exceção em sua época. Enquanto a maioria dos filósofos viviam quase exclusivamente de herança de Descartes, o autor que defendia o racionalismo e a especulação lógica, fria, clara e precisa aplicados a toda e qualquer forma de ciência, seja ela exata ou humana, Pascal moveu, então, uma guerra encarniçada contra esses conceitos. (9)
          Dos Pensamentos, quatro são críticas claras à Descartes, os de número 76 a 79.
76-Escrever contra os que aprofundam demais as ciências. Descartes. (Pascal, 1966). Neste pensamento, propõe-se escrever futuramente contra Descartes, por causa da importância excessiva dada por este à ciência.
77-Não posso perdoar Descartes; bem quisera ele, em toda sua filosofia, passar sem Deus, mas não pode evitar de fazê-lo dar um piparote para pôr o mundo em movimento; depois do que, não precisa mais de Deus. (Pascal, 1966). No pensamento 77, declara não poder perdoar a Descartes por ter dado pouco espaço a Deus em sua filosofia. (10)
78-Descartes: inútil e incerto. (Pascal, 1966).
79 - Descartes - Cumpre dizer, grosso modo: Isso se faz por figura e movimento, porque isso é verdadeiro; mas dizer quais e montar a máquina é ridículo, pois é inútil e incerto, e penoso. E ainda que fosse verdadeiro, não acreditamos que toda a filosofia valha uma hora de trabalho. (Pascal, 1966). Finalmente, no pensamento 79 sustenta que não vale a pena perder tempo com a filosofia de Descartes.
          Em muitos outros pensamentos Pascal critica Descartes, sem citá-lo. A sua crítica é dirigida especialmente contra o método geométrico cartesiano e contra a mentalidade geométrica do seu autor, que pretende reduzir tudo a idéias claras e distintas. Segundo Pascal, o método geométrico é válido para as ciências exatas, não para as humanas - filosofia, moral, religião - nas quais, em vez de idéias claras e distintas, prevalecem idéias complexas, mas carregadas de verdades. Pascal não condena totalmente o método geométrico; rejeita apenas a pretensão de aplicá-lo a qualquer verdade, em especial às da esfera religiosa. Segundo ele, o método geométrico não tem valor absoluto nem mesmo no reino da ciência, já que os primeiros princípios dela não são claros e distintos, mas confusos e obscuros; eles são aprendidos mais pelo coração do que pela razão. (11) Em conclusão, o erro de Descartes consiste em ter exagerado o fator intelectivo (negligenciando completamente o fator afetivo) e a importância da razão e da especulação (subestimando a contribuição do coração).

1. O presente paper é um dos textos básicos dos Seminários "Ciência, Filosofia & Metodologia" que a cadeira de Metodologia Científica da FZEA-USP promove no campus de Pirassununga.
2. Em 1644, Torricelli havia efetuado sua célebre experiência de tubo com mercúrio. Schurmann, Paul F. Historia de La Física, 1946.
3. Os antigos acreditavam que a natureza teria "horror ao vácuo". Qualquer situação em que surgisse o vácuo seria um estado de desequilíbrio, e a natureza imediatamente alteraria o sistema, de forma a acabar com o vácuo. Segundo essa visão que até hoje subsiste no senso comum, o vácuo teria a capacidade de "puxar" os objetos. Chiqueto, M. J.; Valentim, B.; Pagliari, E. Aprendendo Física 1. 1996.
4. Este era um resultado razoável pois, quanto maior for altitude do local, mas rarefeito será o ar e menor será a espessura da atmosfera que está atuando na superfície do mercúrio. In: Máximo, A.; Alvarenga, B. Curso de Física. 1997.
5. O próprio triângulo tinha mais de 600 anos, mas Pascal descobriu algumas propriedades novas. Boyer, C. B. História da Matemática.1974.
6. Trata-se do jornalista Arnauld que foi condenado por sua obra. Pascal entra na polêmica instituída em defesa do jornalista e publica a Primeira Provincial.
7. Pascal considerava o jesuitismo um "simplificador" da religião, responsável pela substituição da angústia metafísica pela observância automática dos ritos.
8. Essa passagem é citada por Ch. M. des Granges na introdução de Pensamentos, traduzido por Sérgio Milliet e publicado em 1966. "...talvez parte da sugestão e do encanto das Pensées resida precisamente em sua fragmentariedade: em ser rajadas luminosíssimas ou ainda um grande feixe de luz intensa. São fragmentos de alma, estandartes de vida intensamente espiritual e religiosa, quase como parte de um longo e apaixonado rosário. As Pensées sempre me trouxeram a imagem de uma grande alma solitária e ardentemente mística, absorta em uma longa e silenciosa oração que quando alcança o cume da elevação e de amor, rompe o silêncio e se expressa com acentos lapidares, inconfundíveis, para recolher-se depois no êxtase inefável. (Sciacca, 1955, p.158)
9. Pascal disse: Quando comecei o estudo do homem, vi que estas ciências abstratas não são próprias do homem e que eu me encontrava mais fora de minha condição ao penetrá-las que os outros a ignorá-las. Perdoei esta ignorância, mas acreditei ter encontrado ao menos muitos companheiros no estudo do homem, que o no estudo verdadeiramente adequado. Me enganei; existe menos gente que se interesse disto que de geometria. E Sciacca (1955) comenta: "Sem dúvida, o estudo do homem não exclui o da geometria, nem este é antitético do primeiro. Pascal não gosta da geometria que no seu estudo se desinteressa do homem... Para falar com franqueza sobre a geometria, a considero o exercício mais nobre da mente; mas ao mesmo tempo a reconheço tão inútil que vejo pouca diferença entre um homem que  se dedique a geometria e um hábil artesão. só está em evidência porque confirma a convicção de Pascal de manter-se longe da pura geometria, de criticar o "geometrismo" como modelo de puro racionalismo; e por outro lado, de manter-se fiel a "geometria cristã", que nos números, e nas dimensões, no tempo e no espaço vê uma perspectiva da natureza, um reflexo da vida do homem e por isto uma mensagem da verdade cristã, cantada, em silêncio, pelo coração."
10. O ateísmo é a loucura da razão elevada a norma de vida, a lei do bem e da verdade: é a loucura do pecado que presume negar a loucura da Cruz. Mas no erro não existe paz: a alma não se aquieta. Quanto mais se esforça o homem em atrair tudo para si mesmo, mais se perde e mais se estranha." Algo semelhante disse S. Agostinho nas Confissões (1,1,1): ...nos fizestes para Vós e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Vós.
11. "A razão está dominada pela imaginação, mestra de erros e falsidades, e que nos engana precisamente porque o seu engano não é sempre o mesmo. Ela possui o grande dom de persuadir os homens. Por outra parte, a razão tem uma voz agradável, mas é incapaz de dar um preço as coisas. A imaginação não pode fazer sábio aos néscios, mas os faz felizes; ao contrário da razão, que não pode fazer mais que desgraçados aos seus amigos; por um lado os cobre de glória, outras de vergonha."(Sciacca, 1955, p.174)
 
Ao método geométrico de Descartes (esprit de géometrie), Pascal opõe o método afetivo (esprit de finesse); às idéias claras e distintas, as idéias emcionantes; à precisão da razão, o entusiasmo do coração. (Mondin, 1981). Pascal ao falar sobre o coração na sentença: "O coração tem razões que a própria razão desconhece", não se refere exatamente aos sentimentos, mas sim a um tipo peculiar de inteligência. (Gomiero, 1998) (12). O coração está na fonte dos conhecimentos humanos de maior valor, conhecimentos que a razão não pode compreender nem justificar: as verdades da moral, da religião e da filosofia. À razão pertencem os conhecimentos científicos.

Ponto de Partida da Apologética de Pascal

          O mecanismo e o racionalismo haviam esvaziado a noção de mundo físico, as de bem e de mal e a necessidade de o homem encontrar um apoio exterior a ele. "Para Pascal, esse ponto de apoio não estaria situado nem na natureza física, nem na natureza humana (razão), mas em Jesus Cristo (13). Desse modo, somente a religião daria respostas plenamente satisfatórias as questões colocadas pela condição humana." (Gomiero, 1998).
          O ponto de partida da apologética de Pascal (ou seu cogito) é a constatação da dualidade da natureza humana: o homem é um amontoado de misérias e de grandezas. Um rei sem trono, mas sempre um rei. Um caniço, mas um caniço pensante. O homem é um complexo de bem e de mal, digno ao mesmo tempo de respeito e de desprezo. (14) Ao dualismo cartesiano de pensamento e extensão, Pascal opõe o dualismo de grandeza e miséria. À dúvida metódica de Descartes opõe uma desconfiança total na razão, no tocante à salvação eterna, que "não se encontra fora das vias ensinadas no Evangelho. (...) Que não se conserva senão pelas vias ensinadas no Evangelho. (...) Submissão completa a Jesus Cristo (...)." (Mondin, 1981). (15)
          A razão pode, sem dúvida, tomar conhecimento da dualidade que dilacera a vida humana até em suas manifestações mais íntimas, mas não pode fazer nada para superá-la. Somente a fé cristã pode explicar ao homem a origem desta ruptura e dar-lhe a graça de saná-la (16). Com isso Pascal não quer afirmar que a razão não tenha nenhum valor. Ele não ensina o fideísmo, como se vê claramente pelo uso freqüente que faz de argumentos racionais para defender o cristianismo. Ele prova, por exemplo, a verdade do cristianismo mostrando que o dogma do pecado original é a única explicação suficiente para todos os males que afligem a humanidade. Prova, em outro lugar, a existência de Deus, aplicando a ela o cálculo das probabilidades.(17) O argumento, em resumo, soa assim: "ninguém pode evitar o dilema: ou Deus existe ou não existe. É um problema que diz respeito à vida, não um problema puramente especulativo, uma vez que é necessário agir ou como se Deus existisse ou como se não existisse. (18) A neutralidade é impossível: É necessário apostar; não está em nosso arbítrio; somos obrigados; que alternativa escolhemos?" (Pascal, 1966).
          Consideremos o dilema como um jogo no qual sairá cara ou coroa. "Em qual apostaremos?" Segundo a razão, não se pode apostar nem em uma nem em outra porque, segundo a razão, nenhuma das alternativas pode ser excluída. Apostaremos na que corresponde melhor aos nossos interesses. "Admitamos que Deus exista. Que coisa nos arriscaremos a perder se viveremos como se Deus existisse? Os prazeres e os bens do mundo, isto é, bens finitos. Que coisa ganharemos? Um bem infinito." Então, se ganharmos, ganharemos tudo, e se perdermos, não perderemos nada. (19) Só nos resta, pois, apostar sem hesitação que Deus existe. Mesmo que se admitissem infinitas possibilidades negativas contra uma só favorável, ainda seria melhor apostar na existência de Deus, porque se tem pela frente uma eternidade de vida e de felicidade. Mas, na realidade, as probabilidades são finitas e o que se arrisca é finito em face de uma infinidade de vida infinitamente feliz. (20) "Isto encerra o jogo: quando se trata do infinito e quando não existe infinidade de probabilidades de perda contra as de ganho, não há igualdade: convém dar todos os bens deste mundo pela vida eterna." (Mondin, 1981).
          Deste argumento e do tom geral da filosofia de Pascal segue-se que, mais do que opor a razão ao coração, ele quer integrar a razão com o coração; mais do que negar valor à demonstração, ele deseja completar a demonstração dialética com a dedutiva.
         
Alguns "Pensamentos"

"Digo em verdade que se todos os homens soubessem o que dizem uns dos outros, não haveria quatro amigos no mundo. Isso se vê pela querelas que provocam as indiscrições ocasionais."
Os homens têm um grande defeito: falar demais. Faz uso do que "acha" ou sabe sobre o outro para fofocar, intrigar ou até mesmo difamar o mesmo. Se se soubesse o que os outros dizem, não haveria a amizade.

"Contrariedade - O homem é naturalmente crédulo, incrédulo, tímido, temerário."
"Descrição do homem - dependência, desejo de independência, necessidade."
"Condição do homem - inconstância, tédio, inquietação."
O homem é um ser muito complexo, inconstante. É um ser tão miserável que não consegue saber o que é e o que quer.

"Divertimento - Não tendo conseguido curar a morte, a miséria, a ignorância, os homens lembraram-se, para ser felizes, de não pensar nisso tudo."
O homem vendo que é incapaz de solucionar todos os problemas e que isso o aborrece, para ser feliz ignora-os.

"Que cada qual examine os seus pensamentos, e os achará sempre ocupados com o passado e com o futuro. Quase não pensamos no presente; e, quando pensamos é apenas para tomar-lhe a luz a fim de iluminar o futuro. O presente não é nunca o nosso fim; o passado e o presente são os nossos meios; só o futuro é o nosso fim. Assim, nunca vivemos, mas esperamos viver, e, dispondo-nos sempre a ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos."
O homem está tão preocupado com o passado e com o futuro que esquece de viver o presente. Esquece também que o passado não pode ser mudado. E que se o presente não for vivido como se deve, alterará o futuro.

"A sabedoria envia-nos à infância. Se não vos converterdes e não tornardes crianças não entrareis no reino dos céus."
"Quanto é difícil propor uma coisa ao julgamento de outra pessoa sem corromper-lhe o julgamento pela maneira pela qual a propomos."
O homem ao propor uma coisa ao julgamento de outro narra o fato sob o seu ponto de vista, por mais que queira se manter indiferente.

"Quando se lê depressa ou muito devagar, não se entende nada."
Ao ler muito rápido não há concentração para interpretar o que se lê. Ao ler muito devagar presta-se mais atenção no significado de cada palavra e não do conjunto como um todo

Comentários finais

          O gênio Blaise Pascal apresenta uma obra científica fragmentada e inacabada. Esbanjando magnificamente seu gênio, Pascal se limitou a apontar caminhos novos, que imediatamente abandonava. Seus sucessores, tais como Leibniz, percorreram-nos deslumbrados. Pascal foi sem dúvida o maior "poderia-ter-sido" da história da matemática: no entanto é um dos elos importantes no desenvolvimento da matemática.
          Após a sua conversão, Pascal passou a dedicar-se mais à reflexões filosóficas e teológicas. Suas obras nessa área (Pensamentos e as Provinciais) são temas de debate nas academias e congregações religiosas até hoje.
          Pascal em sua filosofia não quis opor a razão ao coração, e sim integrar ambos. E acreditava também ser a religião a única a dar respostas as questões colocadas pela condição humana.

12. "Nascemos com um traço de amor em nossos corações, que se desenvolve na medida em que o espírito se aperfeiçoa e que nos leva a amar o que nos parece belo sem que jamais nos tenha dito o que é. Além disso, o amor e a razão não são opostos, porqueo amor e a razão não são mais que a mesma coisa. Quanto maior o espírito, maiores as paixões."
13. "A verdade de Deus não pertence a pura ordem geométrica nem a pura ordem física; o Deus vivo não é uma proposição nem um fenômeno. Deus deve ser sentido, e é o coração quem sente a Deus, não a razão. Esta é a fé: Deus sensível ao coração, não a razão (cf. Pensée, 278). Isto é, Deus não é sensível a razão geométrica dos matemáticos e dos dogmáticos, senão a razão concreta, ao pensamento que também é coração. Pascal se opoe totalmente a uma interpretação sentimentalista ou fideista do problema de Deus. Por outro lado, é necessário não esquecer que Pascal se volta ao ateu e quer persuadi-lo. É possível persuadir o ateu com os argumentos racionais? Não. É necessário que o ateu esteja disposto a recebê-los, que deseje a Deus." (Sciacca, 1955, p.226)
14. Neste ponto, Pascal reconhece que A grandeza do pensamento reside na consciência da própria miséria. O homem sabe que é miserável: é pois miserável em quanto tal, mas é sublime porque o sabe. O homem é grande porque se reconhece desgraçado. (cf. Schurmann, 1946)
15. "Este é o cristianismo defendido por Pascal: Deus consola com a dor, cura com o ferro e o fogo, desperta ao toque da trombeta, sacode com a guerra interior. O homem que não está em guerra consigo mesmo está em guerra com Deus, porque está em paz com o pecado. A guerra que fere nossa consciência é o sinal da graça divina; Deus nos chama e o mundo nos retém. A boa vontade do homem e a graça divina colaboram para que o desapego seja completo e alegre. Desde o cume da fé, não entre as ataduras e as leis mortais da sociedade humana, fundamentada na imaginação enganadora e na outra concupiscência, nos amamos e já não nos odiamos a nós mesmos: amamos aos outros homens e não nos afastamos deles. Se realiza o milagre da solidão cristã, a única que é comunhão de espíritos, a única povoada de caridade."(Sciacca, 1955, p.214)
16. Para Pascal A fé é dom de Deus; jamais afirmaremos que é um dom da razão (cf. Pensée 279). "Para que Deus exista por convicção racional é necessário que inexista pelo movimento do coração que o busca. Deus está escondido não só para a razão, como também para o coração. (Sciacca, 1955, p.227)
17. "O argumento da aposta vê chegado ao seu tempo quando se coloca o dilema entre o Deus do catolicismo e o nada. O argumento é uma aplicação do cálculo da de probabilidades ao problema da existência de Deus. Assim, pois, se move no âmbito da lógica matemática." (Sciacca, 1955, p.242)
18. Somente dois tipos de pessoas podem ser razoáveis: as que servem a Deus com todo o coração porque o conhecem e as que o buscam com todo o coração porque não o conhecem. (Pensamentos, 194) "É vão tentar provar a existência de Deus com as obras da Natureza. Quem crê, quem tem viva no coração a fé, vê claramente que tudo que existe é unicamente obra de Deus. Mas em quem se encontra apagada a luz da fé, ausente a graça, ainda empregando toda sua inteligência na busca de algo que possa conduzi-los ao conhecimento de Deus, não encontram na natureza mais que escuridão." (Sciacca, 1955, p.225)
19. "Por isto, o finito se anula ante o infinito, se faz o puro nada. Assim ocorre com nosso intelecto diante de Deus, e assim com nossa justiça diante da justiça divina. Sabemos que existe um infinito, mas ignoramos sua natureza. Sabemos que existe, mas não o que é. Do mesmo modo se pode saber que existe um Deus, sem saber o que é. Graças a fé conheceremos no céu a sua natureza. Por isto Deus é "infinitamente incompreensível." Quem poderia empreender a solução de um problema semelhante?" (Sciacca, 1955, p.242-242).
20. O convite está feito, o desafio proposto: "Aposte pois, o libertino e esteja seguro de que em qualquer caso não ficara desiludido. A cada novo passo que deres por este caminho, descobrireis cada vez maior probabilidade de vencer, e cada vez mais a nulidade de tudo que arriscais: finalmente reconhecereis ter apostado por algo certo, infinito, em troca do qual não ofereceste nada." (Sciacca, 1955, p.255)

Referências Bibliográficas

Anônimo Compton’s Interactive Encyclopedia verbete Richelieu. Compton’s New Media, Inc. 1994.
Boyer, C.B. História da Matemática. São Paulo: Universidade de São Paulo. 1974. p. 264-267.
Chiqueto, M.J.; Valentim, B.; Pagliari, E. Aprendendo Física 1. São Paulo : Scipione. 1996. p. 306-307.
Costa, M.A. As Idéias Fundamentais da Matemática e outros ensaios. São Paulo : Universidade de São Paulo. 1971. p. 153-157
Falceta, W. A fé na ciência.. [on line]: Disponível na internet via correio eletrônico: http://www1.estado.com.br/edicao/especial/cientis/cumali.html 1996. Arquivo capturado em 1º de abril de 1998a.
Falceta, W. As fraquezas humanas e o risco do acerto. [on line]: Disponível na internet via correio eletrônico: http://www1.estado.com.br/ edicao/especial/cientis/cumai1.html 1996. Arquivo capturado em 1º de abril de 1998b.
Falceta, W. Matemática de Euclides descoberta às escondidas [on line]: Disponível na internet via correio eletrônico: http://www1.estado.com.br/ edicao/especial/cientis/cumai5.html 1996. Arquivo capturado em 1-4-98.
Falceta, W. Do jogo de dados às invenções de Deus [on line]: http://www1.estado.com.br/edicao/especial/cientis/cumai88.html 1996. Arquivo capturado em 1º de abril de 1998d.
Gomiero, A. Blaise Pascal in Enciclopédia Abril [on line]: Mensagem pessoal enviada para os autores. 14 de abril de 1998.
Máximo, A.; Alvarenga, B. Curso de Física. vol.1. 4ed. São Paulo: Scipione. 1997. p.346-356.
Mondin, B. Curso de Filosofia. Os filósofos do Ocidente vol.2. 6ed. São Paulo : Paulus. 1981. p. 79-83.
Pascal, B. Pensamentos (Pensées). In: Milliet, Sérgio (trad. e org.) & Des Granges, Ch. M. (introdução e notas) Rio de Janeiro : Tecnoprint Gráfica S.A. 1966, p.1-324.
Pieper, J. A tese de Pascal: Teologia e Física. In: Lauand, L.J. (org. e trad.) Interfaces. São Paulo: Mandruvá. 1997. p. 25-38
Schurmann, P. F. História de la Fisica. Buenos Aires : Nova Buenos Aires.1946, p.491-492.
Sciacca, M.P. Pascal. Barcelona : Luis Miracle, 1955. 256p.

domingo, 22 de novembro de 2015

Nehemias Gueiros adicionou 3 novas fotos.
ENCONTRADOS MOSAICOS GREGOS DE 2.200 ANOS
Três mosaicos em perfeito estado de conservação foram encontrados na antiga cidade grega de Zeugma, hoje situada em território da Turquia, próximo à fronteira da Síria.
Os incrivelmente bem preservados mosaicos datam do século II A.C., mas continuam intactos como no primeiro dia.
Existem atualmente duas cidades antigas com o nome Zeugma - uma em Dacia (hoje Romênia) e outra na moderna província de Gaziantep, na Turquia. A cidade turca era considerada um dos maiores centros de treinamento do Império Romano do Leste e viçejo até o Terceiro Século - quando foi completamente destruído por um rei Sassânida e depois atingida por um violento terremoto. A cidade jamais se recuperou.
Hoje, Zeugma é uma tesouro de maravilhas arqueológicas com pelo menos 2.000 casas em excelentes condições de preservação. As escavações começaram em 2007 e continuam até hoje.
O fato de ter sido destruída e depois coberta de pedras e cascalho após o terremoto, protegeu a cidade de futuros caçadores de tesouro
Para tornar as coisas ainda mais interessantes, Zeugma esteve completamente submersa até recentemente, quando um projeto de construção civil recebeu verbas e foi iniciado, revelando a rica cidade.
Por certo ainda existem inúmeros outros achados arqueológicos por serem decobertos em Zeugma, mas estes mosaicos são soberbos.
Representam as Nove Musas da Ciência e das Artes da Mitologia Grega:
CLIO (Musa da História)
EUTERPE (Musa da Música)
MELPÔMENE (Musa da Tragédia)
THÁLIA (Musa da Comédia e da Poesia Leve)
TERPSÍCORE (Musa da Dança)
ERATO (Musa da Poesia Lírica)
POLÍMNIA (Musa do Hino Sagrado)
URÂNIA (Musa da Astrologia e da Astronomia)
CALÍOPE (Musa da Poesia Épica)
As incríveis estórias da História.
Nas duas primeiras fotos, o mosaico das Nove Musas Gregas, preservado intacto durante 2.200 anos. A terceira foto mostra Oceanus, filho de Uranus e criador da água salgada do mar e sua esposa Tétis, que segundo os gregos criou todos os rios, lagos e fontes do mundo.
Clicar nas imagens individuais para legendas e melhor resolução.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Como surgiu o islamismo?


islamismo
O islamismo surgiu no século VI na Arábia, região do Oriente Médio que era habitada na época por cerca de 5 milhões de pessoas. “Eram grupos tanto sedentários como nômades, organizados em tribos e clãs. A população era na maioria politeísta, mas existiam algumas tribos judaicas e algumas de tradição cristã”. Nesse contexto surgiu o criador do islamismo, o profeta Maomé, chamado de Muhammad pelos muçulmanos. Órfão desde cedo, ele se tornou um condutor de caravanas, o que lhe possibilitou o contato com noções básicas da religião cristã. Quando adulto, o futuro profeta passou a se dedicar a retiros espirituais e, segundo os seguidores do Islã, começou a ter visões divinas com mensagens que deveria divulgar. As primeiras pregações públicas de Maomé em Meca (sua cidade natal) tiveram pouco sucesso e geraram atritos locais.
Admirador do monoteísmo (a crença em um só deus), ele criticava uma das maiores fontes de renda de Meca: a peregrinação dos idólatras, que adoravam as várias divindades dos templos locais. Maomé passou a pregar a crença num único deus, Alá, e reuniu suas mensagens num livro sagrado para os muçulmanos, o Corão. Perseguidos em Meca, o profeta e seus adeptos fugiram para criar a primeira comunidade islâmica em Medina, um oásis próximo.
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Essa migração forçada, conhecida como Hégira, marca o início do calendário muçulmano. Aos poucos, o profeta atraiu cada vez mais seguidores até ter força para derrotar os rivais que o expulsaram de Meca.
Usando como doutrina a nova religião – que assimilava tradições judaicas, combinada a conceitos cristãos e ideais das tribos árabes –, ele conseguiu unificar toda a Arábia sob sua liderança. Após morrer, em 632, seu sogro Abu Bakr passou a conduzir a expansão do islamismo, que nos séculos seguintes se espalhou pela Europa, Ásia e África, levado não apenas por árabes, mas também por outros povos convertido

Para pensar…
ESSE É UM CONFLITO EM NOME DE DEUS OU EM NOME DO  EGOÍSMO HOMEM?
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O conflito entre árabes e judeus na disputa pela Palestina tem suas raízes na Antigüidade. A presença judaica na Palestina remonta ao segundo milênio antes de Cristo. A partir da Diáspora judaica no ano 70 e da expansão islâmica na Palestina em 635, a região foi ocupada pelos árabes.

No início da Idade Média, a Palestina pertencia ao Império Romano e era habitada, em sua maioria, por cristãos. Somente no século VII, a região foi conquistada pelos muçulmanos, durante os séculos seguintes, o controle da Palestina oscilou entre diferentes grupos até a incorporação da região pelo Império Otomano.
No século XIX, a maioria dos judeus concentrava-se no Leste Europeu e dedicava-se ao comércio e ao empréstimo de dinheiro a juros. Com o desenvolvimento das burguesias nacionais e da Revolução Industrial, os judeus foram confinados em guetos e sofreram várias perseguições que resultaram na emigração para a Europa Ocidental.
Depois da 1ª Guerra Mundial, os países europeus, de olho no petróleo e na posição estratégica da região, passaram a dominar a área. Em 1918, a Inglaterra ficou responsável pela Palestina. Um ano antes, o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Lord Balfour, apoiou a fundação de uma pátria nacional judaica na Palestina.
Isto aconteceu ao mesmo tempo em que os ingleses haviam prometido aos árabes a independência em troca de apoio para ajudar a expulsar os turcos da região.
Acreditando nas promessas de Balfour, milhares de judeus foram para a Palestina, compraram terras e se estabeleceram em núcleos cada vez maiores. Neste período, começaram os choques entre judeus e árabes, que assistiam os judeus conquistarem boa parte das terras boas para o cultivo.


Durante a 2ª Guerra Mundial – em função da perseguição alemã -, a emigração judaica para a região aumentou e a tensão chegou a níveis insuportáveis.
Em 1948, os ingleses deixaram a administração da região para a Organização das Nações Unidas que, sob o comando do presidente norte-americano Harry Truman, determinou a divisão da Palestina em duas metades.
Os judeus transformaram suas terras áridas em produtivas, já que era uma sociedade moderna e ligada ao Ocidente, aumentando ainda mais as diferenças econômicas entre judeus e árabes.
Neste mesmo ano, foi proclamada a criação do Estado de Israel. Os palestinos reagiram atacando Jerusalém que, segundo a ONU, deveria ser uma área livre.
Desde então, o Oriente Médio se tornou palco de conflitos entre israelenses e palestinos. O motivo da guerra está muito além das diferenças religiosas, passa pelo controle de fronteiras, de terras e pelo domínio de regiões petrolíferas.
https://historiacolegiao.wordpress.com/2012/08/27/como-surgiu-o-islamismo/

"O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante do idiota que quer bancar o inteligente" 

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Cientistas comprovam a reencarnação humana

 
Cientistas comprovam a reencarnação humana
Desde que o mundo é mundo discutimos e tentamos descobrir o que existe além da morte.
Desta vez a ciência quântica explica e comprova que existe sim vida (não física) após a morte de qualquer ser humano.
Um livro intitulado “O biocentrismo: Como a vida e a consciência são as chaves para entender a natureza do Universo” “causou” na Internet, porque continha uma noção de que a vida não acaba quando o corpo morre e que pode durar para sempre. O autor desta publicação o cientista Dr. Robert Lanza, eleito o terceiro mais importante cientista vivo pelo NY Times, não tem dúvidas de que isso é possível.
Além do tempo e do espaço
Lanza é um especialista em medicina regenerativa e diretor científico da Advanced Cell Technology Company. No passado ficou conhecido por sua extensa pesquisa com células-tronco e também por várias experiências bem sucedidas sobre clonagem de espécies animais ameaçadas de extinção.
Mas não há muito tempo, o cientista se envolveu com física, mecânica quântica e astrofísica. Esta mistura explosiva deu à luz a nova teoria do biocentrismo que vem pregando desde então. O biocentrismo ensina que a vida e a consciência são fundamentais para o universo.
É a consciência que cria o universo material e não o contrário.
Lanza aponta para a estrutura do próprio universo e diz que as leis, forças e constantes variações do universo parecem ser afinadas para a vida, ou seja, a inteligência que existia antes importa muito. Ele também afirma que o espaço e o tempo não são objetos ou coisas mas sim ferramentas de nosso entendimento animal. Lanza diz que carregamos o espaço e o tempo em torno de nós “como tartarugas”, o que significa que quando a casca sai, espaço e tempo ainda existem.
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A teoria sugere que a morte da consciência simplesmente não existe. Ele só existe como um pensamento porque as pessoas se identificam com o seu corpo. Eles acreditam que o corpo vai morrer mais cedo ou mais tarde, pensando que a sua consciência vai desaparecer também. Se o corpo gera a consciência então a consciência morre quando o corpo morre. Mas se o corpo recebe a consciência da mesma forma que uma caixa de tv a cabo recebe sinais de satélite então é claro que a consciência não termina com a morte do veículo físico. Na verdade a consciência existe fora das restrições de tempo e espaço. Ele é capaz de estar em qualquer lugar: no corpo humano e no exterior de si mesma. Em outras palavras é não-local, no mesmo sentido que os objetos quânticos são não-local.
Lanza também acredita que múltiplos universos podem existir simultaneamente. Em um universo o corpo pode estar morto e em outro continua a existir, absorvendo consciência que migraram para este universo. Isto significa que uma pessoa morta enquanto viaja através do mesmo túnel acaba não no inferno ou no céu, mas em um mundo semelhante a ele ou ela que foi habitado, mas desta vez vivo. E assim por diante, infinitamente, quase como um efeito cósmico vida após a morte.
Vários mundos
Não são apenas meros mortais que querem viver para sempre mas também alguns cientistas de renome têm a mesma opinião de Lanza. São os físicos e astrofísicos que tendem a concordar com a existência de mundos paralelos e que sugerem a possibilidade de múltiplos universos. Multiverso (multi-universo) é o conceito científico da teoria que eles defendem. Eles acreditam que não existem leis físicas que proibiriam a existência de mundos paralelos.
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O primeiro a falar sobre isto foi o escritor de ficção científica HG Wells em 1895 com o livro “The Door in the Wall“. Após 62 anos essa ideia foi desenvolvida pelo Dr. Hugh Everett em sua tese de pós-graduação na Universidade de Princeton. Basicamente postula que, em determinado momento o universo se divide em inúmeros casos semelhantes e no momento seguinte, esses universos “recém-nascidos” dividem-se de forma semelhante. Então em alguns desses mundos que podemos estar presentes, lendo este artigo em um universo e assistir TV em outro.
Na década de 1980 Andrei Linde cientista do Instituto de Física da Lebedev, desenvolveu a teoria de múltiplos universos. Agora como professor da Universidade de Stanford, Linde explicou: o espaço consiste em muitas esferas de insuflar que dão origem a esferas semelhantes, e aqueles, por sua vez, produzem esferas em números ainda maiores e assim por diante até o infinito. No universo eles são separados. Eles não estão cientes da existência do outro mas eles representam partes de um mesmo universo físico.
A física Laura Mersini Houghton da Universidade da Carolina do Norte com seus colegas argumentam: as anomalias do fundo do cosmos existe devido ao fato de que o nosso universo é influenciado por outros universos existentes nas proximidades e que buracos e falhas são um resultado direto de ataques contra nós por universos vizinhos.
Alma
Assim, há abundância de lugares ou outros universos onde a nossa alma poderia migrar após a morte, de acordo com a teoria de neo biocentrismo.
Mas será que a alma existe? Existe alguma teoria científica da consciência que poderia acomodar tal afirmação? Segundo o Dr. Stuart Hameroff uma experiência de quase morte acontece quando a informação quântica que habita o sistema nervoso deixa o corpo e se dissipa no universo. Ao contrário do que defendem os materialistas Dr. Hameroff oferece uma explicação alternativa da consciência que pode, talvez, apelar para a mente científica racional e intuições pessoais.
A consciência reside, de acordo com Stuart e o físico britânico Sir Roger Penrose, nos microtúbulos das células cerebrais que são os sítios primários de processamento quântico. Após a morte esta informação é liberada de seu corpo, o que significa que a sua consciência vai com ele. Eles argumentaram que a nossa experiência da consciência é o resultado de efeitos da gravidade quântica nesses microtúbulos, uma teoria que eles batizaram Redução Objetiva Orquestrada.
Consciência ou pelo menos proto consciência é teorizada por eles para ser uma propriedade fundamental do universo, presente até mesmo no primeiro momento do universo durante o Big Bang. “Em uma dessas experiências conscientes comprova-se que o proto esquema é uma propriedade básica da realidade física acessível a um processo quântico associado com atividade cerebral.”
Nossas almas estão de fato construídas a partir da própria estrutura do universo e pode ter existido desde o início dos tempos. Nossos cérebros são apenas receptores e amplificadores para a proto-consciência que é intrínseca ao tecido do espaço-tempo. Então, há realmente uma parte de sua consciência que é não material e vai viver após a morte de seu corpo físico.
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Dr. Hameroff disse ao Canal Science através do documentário Wormhole: “Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir e os microtúbulos percam seu estado quântico. A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída, não pode ser destruída, ele só distribui e se dissipa com o universo como um todo.” Robert Lanza acrescenta aqui que não só existem em um único universo, ela existe talvez, em outro universo.
Se o paciente é ressuscitado, esta informação quântica pode voltar para os microtúbulos e o paciente diz: “Eu tive uma experiência de quase morte”.
Ele acrescenta: “Se ele não reviveu e o paciente morre é possível que esta informação quântica possa existir fora do corpo talvez indefinidamente, como uma alma.”
Esta conta de consciência quântica explica coisas como experiências de quase morte, projeção astral, experiências fora do corpo e até mesmo a reencarnação sem a necessidade de recorrer a ideologia religiosa. A energia de sua consciência potencialmente é reciclada de volta em um corpo diferente em algum momento e nesse meio tempo ela existe fora do corpo físico em algum outro nível de realidade e possivelmente, em outro universo.
E você o que acha? Concorda com Lanza?
Grande abraço!
Indicação: Pedro Lopes Martins
Artigo publicado originalmente em inglês no site SPIRIT SCIENCE AND METAPHYSICS.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015





Complemento de Estudos do Medievo- 1º Ano Ensino Médio










A Inquisição tinha poderes absolutos. FALSO
Olivier Tosseri
Prisões arbitrárias, condenações sem julgamento e torturas: os inquisidores eram mais cruéis e autoritários que a justiça secular, certo? Errado!
Que imagens nos vêm à mente quando pensamos na palavra “Inquisição”? Confissões arrancadas sob tortura e o brilho das fogueiras expurgando os pecados de hereges. Em termos práticos, o Santo Ofício foi um tribunal da Igreja Católica romana, investido do direito canônico e encarregado de tomar decisões sobre os casos de comportamento contrário aos dogmas religiosos. Essa jurisdição excepcional representava, em meio à fragilidade dos tribunais eclesiásticos regulares, a autoridade do próprio papa.
Com a renovação do direito romano, já na Idade Média, a área de atuação dos procedimentos inquisitoriais foi sendo gradualmente alterada. Em um primeiro momento, durante os séculos XII e XIII, seu objetivo foi preservar a disciplina eclesiástica; em seguida, a Igreja passou a se servir da repressão na luta contra as heresias, mas de uma maneira diferente daquela que costumamos imaginar.
Os castigos aplicados pela instituição, por exemplo, eram reproduções das punições já instituídas pelo poder temporal, que em geral se encarregava de condenar e queimar os hereges, as feiticeiras ou os sodomitas. Em uma sociedade na qual imperava a fé, é de supor que os poderes civis se apropriassem, na tentativa de combater a desordem social ou os inimigos públicos, das prerrogativas religiosas.
Os procedimentos do tribunal eclesiástico eram tão rudimentares quanto os da autoridade civil da época. Algumas vezes, eram até mais progressistas: um notário transcrevia todos os debates, e os acusados não ficavam presos durante todo o inquérito, podendo recusar determinado juiz ou apelar para Roma contra alguma decisão do tribunal. Os que confessavam seus erros recebiam uma penitência religiosa – a fustigação pública durante a missa, a responsabilidade de cuidar de um pobre, o confisco dos bens, o exílio ou a peregrinação. Caso contrário, eram excomungados.
O recurso da tortura, muito comum nos tribunais seculares, não foi uma constante na Inquisição: a instituição recorreu muito raramente a esse procedimento. Ao todo, menos de 10% dos julgamentos envolveu a agonia física dos acusados. Com a imposição de uma regra que proibia os eclesiásticos de derramar qualquer gota de sangue dos réus, várias das confissões obtidas sob tortura perderam sua validade. Ao fim e ao cabo, o tribunal religioso condenou pouco.
Ou seja: o aparelho repressor da Inquisição foi bem menos implacável do que o civil. Por que, então, mantemos essa imagem tão sombria do Santo Ofício?
A memória coletiva acabou retendo o episódio da cruzada contra os albigenses, lançada pelos grandes barões do norte da França para acabar com a heresia dos cátaros no sul do país entre 1208 e 1249. Mas foi, sobretudo, o fanatismo do inquisidor espanhol Tomás de Torquemada, no século XV, que marcou definitivamente o espírito do Ocidente europeu. Então vieram a Reforma protestante do século XVI, o antipapismo da Igreja Anglicana, a luta do iluminista Voltaire contra o obscurantismo e, finalmente, o anticlericalismo dos séculos XIX e XX: um conjunto de elementos que pintaram um quadro tenebroso e distorcido da Inquisição. E essa é a imagem que ainda repousa na mentalidade de nosso tempo.
“Os que não aprendem com a História, vão repetir sempre os mesmos erros”.
Parte superior do formulário


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Império Bizantino


Império Bizantino foi herdeiro do Império Romano do Oriente tendo sua capital em Constantinopla ou Nova Roma. Durante o seu período de existência, o grande governante que teve em sua região foi Justiniano, um legislador que mandou compilar as leis romanas desde a República até o Império; combateu as heresias, procurando dar unidade ao cristianismo, o que facilitaria na monarquia.
Internamente enfrentou a Revolta de Nika (fruto da insatisfação popular contra a opressão geral dos governantes e aos elevados tributos), já no aspecto externo realizou diversas conquistas, pois tinha o objetivo de reconstruir o antigo Império Romano. Contudo, esse império conseguiu atravessar toda a Idade Média como um dos Estados mais fortes e poderosos do mundo mediterrâneo. É importante ressaltar que o Império Bizantino ficou conhecido por muito tempo por Império Romano do Oriente. No entanto, este não foi capaz de resistir à migração ocorrida por germanos e por hunos, o que acabou por fragmentar em reinos independentes.
Descrição: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/03/imperio-bizantino-550x337.jpg
Área dominada pelo Império Bizantino entre 1000 e 1100.
Descrição: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/03/constantino-I.jpg
Constantino I
Como população teve a concentração dos Sírios, Judeus, Gregos e Egípcios. Destacando-se três governadores durante todo império: Constantino (fundador de Constantinopla); Teodósio (dividiu efetivamente o império); e, Justiniano. Este durante o seu governo atingiu o apogeu da civilização bizantina. Pois, teve uma política externa; retomou vários territórios; modificou aspectos do antigo Direito Romano (o Corpus juris Civilis – Corpo do Direito Civil); e ainda, realizou a construção da Igreja de Santa Sofia, altamente importante por seu legado cultural arquitetônico.
Com a utilização de uma política déspota e teocêntrica, utilizou uma economia com intervenção estatal, com comércio e desenvolvimento agrícola. Além do mais, durante o período denominado por Império Bizantino, a economia era bastante movimentada, principalmente no comércio marítimo e sob o controle o estado. Sendo que, o seu controle deu-se por Constantinopla até o século XI.
Descrição: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/03/constantinopla-300x210.jpg
Muralhas de Constantinopla
A sociedade urbana demonstrou enorme interesse pelos assuntos religiosos, facilitando o surgimento de heresias, como por exemplo, a dos monofisistas e dos iconoclastas, e de disputas políticas.
No âmbito religioso, as heresias deram-se através do arianismo que negaram a Santíssima Trindade; além do caso do arianismo, teve ainda, a questão monofisista, esta nega a natureza humana de Cristo, afirmando que Cristo tinha apenas natureza divina (o monofisismo foi difundido nas províncias do Império Bizantino e acabou identificada com aspirações de independência por parte da população do Egito e da Síria); por fim, no tocante à iconoclastia, ocorre a grande destruição de imagens e a proibição das mesmas nos templos.
Durante o período que ficou conhecido por Cisma do Oriente, ocorre a divisão da Igreja do Oriente, a igreja divide-se em Católica Romana e Ortodoxa Grega.
Fontes:
ARAUJO, Adriene. Idade Média. Alta Idade Média – Império Bizantino. Disponível em: http://www.juliobattist.com.br/tutoriais/adrienearaujo/historia008.asp, acessado em 08/03/2010.
BORGES, Lucio Machado. A Queda de Constantinopla e o Mediterrâneo Bizâncio – História Virtual. Disponível:  http://contextopolitico.blogspot.com/2009/06/queda-de-constantinopla-e-o-html. Acessado em 26 de fevereiro de 2010.
Império Bizantino: Continuação do Império Romano no Oriente – “Rica em prestígio, mais rica ainda em dinheiro”. Disponível em: http://www.culturabrasil.org/bizantino.htm, acessado em: 13 de fevereiro de 2010.
Formação do Império Bizantino
Retornando ao século IV em meio a um período de conturbações dentro do Império Romano, formou-se neste momento o que ficou conhecido historicamente por Império Bizantino, no local da antiga colônia grega de Bizâncio foi fundada por Constantino I a cidade de Constantinopla (atual Istambul, capital da Turquia).  Em Roma, o imperador Teodósio dividiu o Império Romano em dois eixos: Ocidente e Oriente.

No Império Romano do Oriente sempre se teve uma boa abertura comercial, e ainda, por apreender uma abastada agricultura e obter bons lucros em suas relações com o Ocidente, acabou sendo menos afetado durante a crise do escravismo. Sendo que, o império proporcionou contrastes com as sociedades da Europa Ocidental. O desenvolvimento agrícola e comercial fortaleceu o império para uma posterior resistência a invasores. As atividades desenvolvidas levaram a formação de uma mistura de elementos ocidentais com orientais gerando um enorme aparato, principalmente na cultura, enriquecendo as cidades de beleza. Porém, essa cultura não sobreviveu muito tempo, pois foi substituída pela helenística.

A decadência e a ruralização Ocidental levaram Constantino a construir a cidade de Constantinopla (no Oriente), assim, firma suas origens em Roma. A sua construção ocorreu entre o Mar Negro e o Egeu. Os bizantinos mantiveram uma política de subordinação ao despotismo e a uma teocracia monárquica. A formação populacional deu-se através dos povos sírios, judeus, persas, gregos e egípcios.

Dentro do Império Bizantino, a autoridade era o imperador, este recebia o auxílio de uma extensa burocracia, o imperador era o componente fundamental das estruturas políticas dominantes (exercia seus poderes no exército e na igreja). A tática adquirida pelo o Império Bizantino (apelando para a guerra e utilizando uma diplomacia para afastar e/ou englobar diversos povos enfraquecidos por sua dominação) fez com que ele cruzasse por onze séculos.

Já que estamos falando de divisão política, destacamos aqui os responsáveis pela formação, crescimento e resistência do Império Bizantino, sendo os seguintes: Constantino (fundador da cidade de Constantinopla – na época era a capital do Império Romano Oriental); Teodósio (responsável pela divisão efetiva do império); e Justiniano (este acabou sendo de todos os imperadores o mais destacado, pois utilizou uma política extensionista, formulou o Corpo do Direito Civil e foi responsável pela construção da Igreja Santa Sofia).

Na sociedade bizantina teve-se uma discussão em torno da fé cristã, o que induziu para o surgimento de heresias. Essa discussão seguiu com diversas interpretações sobre a origem e natureza de Cristo (essa discussão representava vários negócios, fossem econômicos, políticos e/ou eclesiásticos). Logo após as heresias inicia-se um período de declínio.

Bibliografia:
ARAUJO, Adriene. Idade Média. Alta Idade Média – Império Bizantino. Disponível em: http://www.juliobattist.com.br/tutoriais/adrienearaujo/historia008.asp, acessado em 08/03/2010.

Império Bizantino. Continuação do Império Romano no Oriente. “Rica em prestígio, mais rica ainda em dinheiro. Disponível em: http://www.culturabrasil.org/bizancio.htm, acessado em 13 de fevereiro de 2010.

O Império Bizantino. Disponível em: Áticahttp://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=78, acessado em 13 de fevereiro de 2010.

Arianismo

Arianismo é uma linha filosófica que circulava principalmente, nos primeiros séculos da era cristã e consistiu na negação da consubstanciação, ou seja, Jesus e Deus Pai não seriam a mesma pessoa, segundo tal teoria. O arianismo afirmava que há apenas um Deus e que este não seria Jesus. Jesus é filho de Deus e não o próprio Deus para os adeptos do arianismo. Seria um superior ao homem, mas não Deus.

O Cristo é considerado por essa linha de pensamento, uma criatura elevada, por ser filho de Deus, mas CRIATURA. Essa doutrina foi sugerida no século IV d.C. pelo professor Arius. O contexto histórico – teológico era o seguinte: A Igreja estava ainda em processo de discussão de suas doutrinas e dogmas. Um dos principais assuntos nessa época era a existência da Trindade, ou seja, o mistério de Deus Uno e Trino ao mesmo tempo.

Qual a importância de Jesus para o arianismo?

Jesus como ser superior aos homens, para o arianismo, tinha um importante papel na humanidade por ser Ele o Cristo. Porém um Cristo criatura. Jesus teria sido criado em algum momento e não existente eternamente.

Os fatores divinos presente em Jesus Cristo seriam méritos dados por Deus Pai para o exercício da missão messiânica de Jesus na Terra e por honra do Filho.
Resumindo a filosofia de Ário, esta dizia que o Filho teria surgido paralelamente ao restante das criações. Quando Deus criou tudo, do nada, foi aí que criou Seu Logus, ou Filho.

Quem combateu essa doutrina?

Santo Atanásio
Santo Atanásio de Alexandria, considerado Doutor da Igreja Católica, foi o principal e mais corajoso combatente da heresia cristã presente no Arianismo. Sua defesa da divindade de Jesus se resume na seguinte frase: “Deus é Pai apenas porque é o Pai do Filho. Assim o Filho não teria tido começo e o Pai estaria com o Filho eternamente. Portanto, o Filho seria o filho eterno do Pai, e o Pai, o Pai eterno do Filho.”

Através do Concílio de Nicéia, o pensamento de Ário foi rebatido e depois de, aproximadamente, um século de discussões, o Arianismo foi declarada pela Igreja como heresia e seus pensamentos, dissidentes da doutrina cristã.

O Arianismo ainda existe?


Não com o nome original, mas ainda perseveram linhas de pensamento com cunho arianista. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, trazem filosofias bem semelhantes ao pensamento principal do arianismo. A Igreja mundial do poder de Deus, seita que vem se alastrando por diversas áreas do mundo, também defende o pensamento de que Jesus não existe desde sempre e para sempre. Seu fundador disse falando sobre Jesus: Ele é a imagem do Deus invisível, a encarnação do verbo. Mas ele não é sempiterno, é eterno. O pai que é Deus é sempiterno, aquele que antes dele nunca existiu como ele, nem existirá depois dele, sempre existiu e sempre existirá. A primeira obra dele foi Jesus Cristo”.