10ª Aula de Sociologia 3º Ano Ensino Médio
A formação de uma sociedade do medo através da influência da
mídia
Raquel do Rosário e Diego Augusto Bayer
A Mídia tem um papel importante no campo político, social e econômico
de toda sociedade. Através desse mecanismo essa instituição incute na população
uma consciência, uma cultura, uma forma de agir e de pensar.
O crime desperta curiosidade na população por apresentar uma ameaça. A
mídia atua explorando essa fragilidade humana estimulando a sensação de
insegurança. A televisão tornou-se um fenômeno em massa, assim como, a alta
taxa de criminalidade e, com isto, também cresce a sensação de medo e
insegurança em toda população.
Por nos encontrarmos em uma crise de credibilidade política, os
telejornais procuram outras categorias informativas para traduzir o interesse
da sociedade — geralmente notícias violentas. Assim, a curiosidade pela
narração do crime e suas possíveis consequências acabam por ser uma das causas
de uma nova cultura de violência, em que essa aparece como um fato normal,
corriqueiro, que faz parte do cotidiano.
Não há com um grau de certeza a confirmação de que os meios de
comunicação influenciem na opinião pública, o fato é que existe uma influência
mútua entre o discurso sobre o crime — atos violentos — e o imaginário que a sociedade
tem dele e entre as notícias e o medo do delito. Com isso, pode-se sustentar
que existe uma relação sólida entre as ondas de informação e a sensação de
insegurança.
A televisão se tornou um eletrodoméstico indispensável em qualquer lar
e, hoje, informar é fazer assistir. Quando a transmissão é ao vivo, as imagens
passam uma veracidade ainda maior aos telespectadores que deixam de lado as
possíveis consequências do fato noticiado.
Em uma sociedade como o Brasil, com altos índices de criminalidade, acabam
por encontrar um mecanismo de escape na tela da televisão. Conforme relatam
Cristiano Luis Moraes e Marlene Inês Spaniol, os medos passam a ser
dramatizados em histórias de vingança e de criminosos que são levados aos
tribunais e posteriormente à prisão. Isso leva a sociedade a reagir contra o
crime como se ele fosse um drama humano, levando-nos a crer que os delinquentes
são em maior número e praticam mais delitos do que realmente o são.
A origem do Medo
Desde muito pequeninos aprendemos a temer o medo e a confiar em
celestiais criaturas e muitos passam a serem nossos monstros, concepções
imaginárias que nos assombram em um quarto escuro, em um sonho, em uma visita
ao médico ou dentista, em situações que estamos longe de nossos genitores e nos
sentimos ameaçados. No início de nossa existência tudo é seguro, puro e
invisível aos olhos. À medida que nos tornamos maiores – criança, adolescentes,
jovens, adultos e idosos – o medo passa a ser um de nossos principais inimigos
e será ele que, em muitos momentos, nos impedirá de seguir nossos sonhos, de
arriscar uma tentativa ou de fazer uma mudança radical. O medo passa a ser
parte de nossa vida e em tudo que fazemos sempre estará presente de alguma
forma e por algum motivo. Assim, aprendemos a temer o medo.
Segundo Bauman (2008, p. 8), medo é o nome que damos a nossa
incerteza: nossa ignorância da ameaça e do que deve ser feito. Vivemos numa era
onde o medo é sentimento conhecido de toda criatura viva.
Boldt (2013, p.96) assinala
Tema central do século XXI, o medo se tornou base de aceitação popular
de medidas repressivas penais inconstitucionais, uma vez que a sensação do medo
possibilita a justificação de práticas contrárias aos direitos e liberdades
individuais, desde que mitiguem as causas do próprio medo.
O medo pode surgir das mais variadas maneiras e nascer de qualquer
canto de onde vivemos, inclusive, em nossos próprios lares. Temos medo de
comida envenenada, de perder o emprego, de utilizar transporte público, de
pessoas desconhecidas que encontramos na rua, de pessoas conhecidas também, de
inundações, de terremotos, de furacões, de deslizamento de terras, da seca.
Temos medo de atrocidades terroristas, de crimes violentos, de agressões
sexuais, de água ou ar poluído, de entrar na própria casa e de sair dela, de
parar no semáforo. Temos medo da velhice e de ficarmos doentes, de sermos
ameaçados, furtados ou roubados. Temos medo da bolsa de valores e da crise
econômica. Temos medo de voar de avião. São tantos os nossos medos que não
caberia aqui relatarmos todos.
Para Bauman (2008, p.18), riscos são perigos calculáveis. Uma vez
definidos dessa maneira, são o que há de mais próximo da certeza. Ou seja, o
futuro é nebuloso e as pessoas não deveriam se preocupar em vencer ou não
qualquer situação de risco porque, talvez, nunca se chegue a enfrentá-la. Mas,
deve prever e tentar evitar oferecendo a si mesmo um grau de confiança e
segurança, ainda que sem garantia de sucesso.
A mídia pode ser considerada aqui uma causadora da proliferação do
medo na sociedade, pois o medo deixou de relacionar-se a estórias de contos e
mitos, da imaginação durante reuniões de família, para ser um aglomerado de
imagens e informações que a televisão transmite todos os dias dentro de cada
lar e para todas as famílias. A sociedade deixou de imaginar os contos para
viver na realidade concreta as situações que são transmitidas através dos
telejornais e programas de entretenimento.
O mundo líquido mostrado por Bauman é uma espécie de irrealidade
dentro da qual estamos mergulhados, um mundo de aparência absoluta, de ameaças
que quase nunca se configuram reais, mas que nos sãos mostradas cotidianamente,
principalmente pela mídia. Diante disso, ele expõe o medo como uma forma
inconstante. Podemos ter medo de perder o emprego, medo do terrorismo, da
exclusão. O homem vive numa ansiedade constante, num cemitério de esperanças
frustradas, numa era de temores.
E, assim, passamos a construir inimigos e fantasmas, nos deixando
levar por todo tipo de informação que nos é imposta sem nem ao menos questionar
a real veracidade dos fatos. É inegável que vivemos em uma sociedade violenta,
com altos índices de barbáries, mas o problema não está na prevenção de
possíveis ameaças, mas em considerar que tudo e todos possam ser ameaçadores.
Ou seja, viver em alerta constante, excluindo pessoas e julgando indivíduos sem
nem ao menos conhecer por medo do perigo que esse indivíduo possa lhe trazer.
O sentimento de insegurança não deriva tanto da carência de proteção,
mas, sobretudo, da falta de clareza dos fatos. Nessa situação difunde-se uma
ignorância de que a ameaça paira sobre as pessoas comuns e do que deve ser
feito diante da incerteza ou do medo. A consequência mais importante é uma
crise de confiança na vida, uma vez que, o mal pode estar em qualquer lugar e
que todos podem estar, de alguma forma, a seu serviço, gerando uma desconfiança
de uns com os outros.
A influência da mídia e sua relação com o medo
A mídia tem por objetivo atender as expectativas imediatas dos
indivíduos. Ela pode ser definida como o conjunto de meios ou ferramentas
utilizadas para a transmissão de informações ao público assumindo um papel
muito importante na formação de uma sociedade menos conflituosa. Porém, em uma
realidade complexa como a nossa, a mídia desempenha um papel garantidor da
manutenção do sistema capitalista, fomentando o consumo, ditando regras e modas
e agindo sobre interesses comerciais.
A mídia notoriamente tem papel importante na conjuntura social atual,
pois exerce influência em todos os campos, seja na família, na política e na
economia, incutindo na população uma forma de agir e pensar importante para a
manutenção da ordem.
A mídia, quando tomou corpo de mercadoria, era disponibilizada somente
para as famílias mais abastadas. Aos pouco esse público foi sendo ampliado e o
acesso a esse tipo de informação chegou também à população menos favorecida
ocasionando o que temos hoje, um público em massa dos meios de informação
através, principalmente, da televisão.
Schecaira (apud BAYER, 2013) entende que a mídia é uma fábrica
ideológica condicionadora, pois não hesitam em alterar a realidade dos fatos
criando um processo permanente de indução criminalizante. Assim, os meios de
comunicação desvirtuam o senso comum através da dominação e manipulação popular,
através de informações que, nem sempre, são totalmente verdadeiras.
Com isso, propagando o medo do criminoso (identificado como pobre), os
meios de comunicação aprofundam as desigualdades e exclusão dessa parcela da
sociedade, aumentando as intolerâncias e os preconceitos. Utiliza-se do medo
como estratégia de controle, criminalização e brutalização dos pobres, de forma
que seja legitimo as demandas de pedidos por segurança, tudo em virtude do
espetáculo penal criado pela imprensa.
Criam-se normas penais para a solução do problema, porém, o Direito
Penal passa a ser apenas um confronto aos medos sociais, ao invés de atuar como
instrumento garantidor dos bens juridicamente protegidos.
Hoje, vivemos em constante situação de emergência e deixamos de
perguntar pelo simples fato de estar provada a barbaridade dos outros. A partir
daí, muros são construídos para separar a sociedade. Há muros que separam
nações entre pobres e ricos, mas não há muros que separam os que têm medo dos
que não têm (COUTO, 2011).
A manipulação das notícias através dos meios de comunicação aumenta os
medos e induzem ao pânico, reforçando uma falsidade à política criminal e
promovendo a criminalização e repressão, ofertando ao sistema penal uma
legitimação para uma intervenção cada vez mais repressiva, criando um
verdadeiro Estado Penal.
A mídia exerce influência sobre a representação do crime e também do
delinquente em razão do constante destaque que se dá aos crimes violentos.
Assim, a mídia vai colaborando o processo de construção de “imagem do inimigo”
– no Brasil quase sempre como dos setores de baixa renda – mas também auxilia
na tarefa de eliminá-los, desconsiderando da ética e justificando a opressão
punitiva.
Através de uma seleção de conteúdos a mídia tem o poder da construção
da realidade, que é um poder simbólico. Esse poder simbólico procura reproduzir
uma ordem homogeneizada do tempo e do pensamento, com um único objetivo, a
dominação de uns sobre os outros. Com isto, criam sujeitos incapazes de
contestar o que se lhes é apresentado de forma a garantir a ordem, a torná-los
submissos e dominados.
A mídia incute na sociedade uma política de higienização e rotulação
dos desiguais que devem ser banidos da convivência social. Diante da propagação
dessa política, cada vez mais os cidadãos são colocados diante de questões
criminais que parecem nunca se resolver provocando uma sensação de
intranquilidade e medo. Esse último, por sua vez, é agravado pela sensação de
vulnerabilidade e de impossibilidade de defesa.
A realidade entre medo e verdade
A frequente exposição da crescente criminalidade através da mídia cria
um sentimento de insegurança irreal, sem qualquer fundamento racional.
Na realidade, o principal objetivo da mídia é chamar a atenção do
público e obter lucro. Assim, a mídia passa a utilizar expedientes
sensacionalistas com fatos negativos como crimes e catástrofes, disseminando um
sentimento de insegurança no seio social, ocasionando o surgimento da cultura
do medo e formando uma “Sociedade do Medo”. Ou seja, nem tudo que vimos nos
telejornais são de extrema veracidade, grande parte desta informação tem uma
intenção do porquê ser transmitida e, essa intenção, estará sempre relacionada
a um fim lucrativo e dominador social.
De acordo com Silveira (2013), para dar sustentação ao ciclo que por
diversas formas fomenta o consumo e acarreta o lucro, a mídia, seguindo os
ditames da indústria cultural, interage com o público receptador das
informações de uma forma muito particular, visto que consegue se adaptar
perfeitamente às mais diversas classes, idades e tipos de pessoas, buscando uma
relação com o público médio.
Há mais medo do que medo propriamente dito. A televisão tenta retratar
os fatos de forma a tornar a informação o mais real possível aproximando os
acontecimentos do cotidiano das pessoas e fazendo-as crer que aquela situação
de risco poderá acontecer a qualquer momento dentro de suas próprias casas, nos
seus grupos sociais. Assim, os telejornais propagam informações
sensacionalistas através da exploração da dor alheia, do constrangimento de
vítimas desoladas e da violação da privacidade de algumas pessoas. Para chamar
a atenção do público, ainda lançam mão de outros recursos semelhantes, como a
incitação de brigas entre vizinhos nos bairros populares e os crimes de violências
sexuais cometidos por membros de uma mesma família.
Desta forma, mesmo que estejamos mais seguros do que em toda história
da humanidade, mesmo assim, as pessoas continuam a se sentir ameaçadas,
inseguras e apaixonadas por tudo aquilo que se refira à segurança e à proteção.
Isso se dá através do que Silveira (2013) chama de “cultura do medo”, ou seja,
o que tem levado as pessoas a intensificarem suas próprias medidas visando uma
suposta diminuição de vulnerabilidade, como a construção de muros e barreiras,
assim como a se isolarem dentro de suas próprias casas, evitando sair a eventos
e espaços públicos por medo da violência, o que configura uma mudança radical
de comportamento, algo que beira a paranoia.
Esta forma de isolamento dos conflitos ocasiona uma espécie de divisão
social, onde as pessoas economicamente privilegiadas passam a ocupar bairros
considerados “nobres” e condomínios vigiados continuamente, restando para a
camada mais pobre da população, territórios completamente negligenciados pelo
Estado, locais em que a “elite” busca o distanciamento, diz Silveira (2013). E
complementa ainda Silveira (2013, p. 300) que “O homem enfrenta grandes
dificuldades em conseguir ver o outro como um semelhante e não como um
concorrente a ser eliminado”.
Toda essa realidade que se forma na “cultura do medo” acaba por
contribuir para o reforço dos preconceitos na esteira da ignorância e da
insegurança. Com isso, cria-se a “Sociedade do Medo” aqui abordada que, além de
cruel e preconceituosa, passa a ser ignorante e submissa a tudo que lhe é
apresentado como verdade absoluta.
César Vinícius Kogut e Wânia Rezende Silva expõe que o medo é fenômeno
de paralisação do senso normal da vida, altera relações de formas e espaços,
traz à tona uma imagem duvidosa, reflete insegurança, tristeza e dá noção de
fragilidade. Por isso, uma das missões fundamentais do Estado deveria ser
realizar ações para minimizar problemas e reduzir o medo proporcionando à
população uma melhor qualidade de vida, libertando os indivíduos desse
sentimento para que vivam em segurança.
Saber que este mundo é assustador não significa viver com medo. Nossa
vida está longe de ser livre do medo, assim como, livre de ser livre de perigos
e ameaças, porém, não podemos permitir que o que vimos na TV influencie nossa
vida a ponto de pararmos de viver, a ponto de guardarmos sonhos que gostaríamos
de realizar ou de nos impedir de promover uma mudança. Não devemos nos
preocupar com o que ainda não aconteceu, mas procurar sim evitar situações que
possam nos colocar em risco e, até mesmo, nos proteger do perigo. Tudo, porém,
sem permitir que o medo e a insegurança tome conta de nosso ser e do que somos.
Julga-se importante estabelecer os limites éticos da atuação da mídia,
de forma que, respeitem a ordem legal, discipline as atividades e defina suas
responsabilidades em relação às pessoas atingidas pela informação que se
divulga, sem, é claro, que se perca o direito de informar e de ser informado. É
preciso que a mídia banalize menos e instrua mais, sem decidir por si o que as
pessoas devem pensar e a forma como elas devem agir em relação ao que foi
noticiado.
Por vivermos em uma sociedade complexa, onde o Estado já não mais é
capaz de cumprir com seu papel de proporcionar segurança à população, facilita
ainda mais a instalação do medo inconsciente das pessoas.
Assim, resta à sociedade acreditar naquilo que é transmitido pela
mídia e esperar por um futuro melhor, com menos violência e crimes hediondos.
Até lá, a vida segue com uma completa divisão social, na medida em que a elite
escolhe seus inimigos nas camadas mais pobres da população e continuam
condenando aqueles que menos recursos têm: os já predestinados ao fracasso no
sistema.
Como expõe Loïc Wacquant: “tranque-os e jogue fora a chave’ torna-se o
leitmotiv dos políticos de última moda, dos criminólogos da corte e das mídias
prontas a explorar o medo do crime violento (e a maldição do criminoso) a fim
de alargar seus mercados”. Afinal, é esta política que ultimamente tem ganho
voto e feito os políticos se elegerem.
Agora, quando os seus direitos e suas garantias fundamentais forem
tiradas, só lhe restará sentar no meio fio e chorar, afinal, você pode ter
legitimado tudo isso. Cuidado, muito cuidado.
Raquel do Rosário é Formada em Letras pela Universidade da Região de
Joinville (UNIVILLE); Especialista em Inglês como segunda língua pela Central
Piedmont Community College (CPCC) – Carolina do Norte / USA; Mestre em Ciências
da Educação pela Universidade Católica Portuguesa (UCP) – Lisboa / Portugal; Graduanda
do Curso de Direito pelo Centro Universitário – Católica de Santa Catarina /
Brasil. Email: raquelteacher@hotmail.com
Diego Bayer é Advogado criminalista, Doutorando em Direito Penal,
Professor de Penal e Processo Penal da Católica de Santa Catarina e autor de
obras jurídicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAYER, Diego Augusto. A Mídia, a reprodução do medo e a influência da
política criminal. In. Controvérsias Criminais: Estudos de Direito Penal,
Processo Penal e Criminologia. Jaraguá do Sul. Letras e Conceitos. 2013.
BAUMAN, Zygmunt. Medo Líquido. Tradução, Carlos Alberto Medeiros. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar; Ed. 2008.
BOLDT, Raphael. Criminologia midiática: Do discurso punitivo à
corrosão simbólica do Garantismo. Curitiba: Juruá, 2013.
KOGUT, César Vinícius & SILVA, Wânia Rezende. A Mídia e seus
Efeitos sobre o Medo Social. SESP– UEM.
MORAES, Cristiano Luis de Oliveira & SPANIO, Marlene Inês. Punição
e mídia: análise de alguns aspectos que influenciam na violência e na
criminalidade.
PELUZO, Vinicius de Toledo Pisa. Sociedade, mass media e Direito
Penal: uma reflexão. Revista da Escola Paulista da Magistratura, 2003.
SILVEIRA, Felipe Lazzari da. A cultura do medo e sua contribuição para
a proliferação da criminalidade. 2º Congresso Internacional de Direito e
Contemporaneidade. Santa Maria / RS UFSM - Universidade Federal de Santa Maria,
2013.
WACQUANT, Loïc. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados
Unidos. Trad. Nilo Batista. Rio de Janeiro: Revan, 2001.
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