segunda-feira, 14 de julho de 2014

AULA DE HISTÓRIA 3º ANO ENSINO MÉDIO
O Mundo Pós-Guerra Fria

1. INTRODUÇÃO

Na época da Guerra Fria, o poder das armas valia mais que o poder do dinheiro. O cenário mundial estruturava-se em torno das grandes potências termonucleares. O ocidente - essa expressão geopolítica que abarca os Estados de economia de mercado  tanto ocidentais como orientais organizava-se em torno da hegemonia dos Estados Unidos, cuja liderança militar formava par com o seu incontrastável poderio econômico.

O fim da Guerra Fria embaralhou as cartas do jogo planetário. A dissolução do bloco soviético, uma aparente vitória da superpotência da América do Norte, descortinou realidades novas, que prefiguram o próximo século. O poder mundial tende a se concentrar em macroáreas do hemisfério norte que aglutinam a riqueza e a capacidade de inovação tecnológica. A economia mundial globalizava-se e, simultaneamente, fragmentava-se em blocos regionais. A partilha do mercado mundial envolve as estratégias das grandes corporações econômicas e as políticas externas dos Estados.

A geometria de poder mundial em rearranjo faz emergirem megablocos econômicos regionais, como a União Europeia, o Nafta e a Bacia do Pacífico. Esse movimento de integração e abertura de mercados repercute sobre áreas do mundo subdesenvolvido, assumindo formas e expressões variadas. O México integra-se ao bloco comercial liderado pelos EUA; os novos países industrializados do leste asiático estreitam seus laços com o Japão; os antigos satélites da ex-União Soviética no leste europeu reestruturam as suas economias à sombra da Alemanha unificada.

2. ORDEM MUNDIAL DA GUERRA FRIA
2.1 - Quadro Resumo
Marco Inicial (1947) – Doutrina Truman
Marco Final (1989) – Queda do Muro de Berlim

Geopolítica – Bipolar

Poder Político – Militar

Potências – EUA x URSS

Oposição – Capitalismo (países ocidentais ou do leste) x Socialismo (países orientais ou do oeste)

Corrida Armamentista
Cenário Principal – Europa

País síntese – Alemanha

Cidade síntese – Berlim

Construção do Muro de Berlim – evitar a passagem de mão-de-obra de Berlim oriental socialista para Berlim ocidental capitalista

Criação de Planos Econômicos pelos EUA: Plano Marshall (Europa Ocidental) e Colombo (Ásia – principalmente para o Japão) – recuperação econ6omica para conter o avanço do socialismo

Bipartição do espaço europeu: Europa ocidental capitalista x Europa oriental socialista

"Cortina de Ferro" – Fronteira entre capitalismo x socialismo na Europa

Descolonização afro-asiática – a Europa perde as suas colônias

Nacionalismo Emancipador – as colônias passa a ser nações

Aumento da situação de subdesenvolvimento
Conferência de Bandung – reunião das ex-colônias africanas e asiáticas. Movimento dos países não alinhados – 3º mundo – equidistância das grandes potências (EUA e URSS)

Neocolonialismo: dominação econômica, financeira e tecnológica

Criação de organizações econômicas: MCE (Mercado Comum Europeu) ou CEE (Comunidade Econômica Européia) x COMECON

Criação de organizações político – militares: OTAN x PACTO DE VARSÓVIA

2.2 – A Crise Soviética
A URSS era um país socialista localizado na Europa e na Ásia, que era constituído por 15 repúblicas, onde a maior e mais importante era a Rússia (onde fica a capital do país – a cidade de Moscou)

A crise da URSS assinalou a crise no socialismo, a queda do Muro de Berlim, o fim da Guerra e consequentemente a passagem de um mundo bipolar para multipolar (pós – Guerra Fria).

Em 1985, Mikhail Gorbatchev assume o governo soviético e estabelece mudanças, como a Glasnost (abertura política) e a Perestroika (reestruturação econômica), porém não teve sucesso devido a diversidade étnica e a oposição dos burocratas.

A crise soviética provocou grande crise no socialismo do leste europeu, o que acabou causando a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria

2.2.1 – Fragmentação da URSS
Esta começa em Setembro de 1991 com a independência das Repúblicas Bálticas (Lituânia, Letônia e Estônia). Após este acontecimento a URSS passou a ser formada por 12 repúblicas. Em 08 de Dezembro de 1991, foi assinado o Acordo de Minsk por Rússia, Ucrânia e Bielorússia (Bielorus) formado a CEI (Comunidade dos Estados Independentes). Em 14 de Dezembro de 1991 teve a adesão de 8 países.

A CEI não funciona como país, pois é formada por países - membros, que têm leis e nacionalidade próprias.

2.3 – Queda do Muro de Berlim e Reunificação Alemã
No pós – 2º guerra, o território da Alemanha foi dividido em 2 partes: Alemanha ocidental – ocupada por EUA, França e Grã Bretanha (Capitalista) e Alemanha oriental – ocupada por URSS (Socialista).

A queda do Muro de Berlim (Novembro/89) foi o marco inicial da reunificação alemã, em Outubro de 1990. Agora, temos um país capitalista, cuja capital é Berlim.

A queda do Muro de Berlim estabelece o fim da Guerra (fim do mundo bipolar), abrindo espaço para o início do mundo multipolar, com a formação de blocos econômicos.


3. ORDEM MUNDIAL PÓS-GUERRA FRIA

3.1 – Quadro Resumo: Geopolítica da Multipolaridade
Forma de Poder: Econômico – Tecnológico – Comercial

Oposição: Países do Norte Ricos x Países do Sul Pobres

Potências: EUA, Japão e Alemanha

Formação dos Megablocos econômicos: União Europeia, Nafta e Bloco Oriental

Revigoramento: Neoliberalismo e do Neocolonialismo (separatista)

Tendências no Mercado: Regionalização e Globalização (mundialização)

Problemas: Xenofobia e racismo, fundamentalismo, questão ecológica, monopólio tecnológico com instrumento de dominação dos países do norte, narcotráfico e fome.

3.2 – Multipolaridade
A nova ordem mundial é marcada não mais pelo poder das armas, mas pelo poder do dinheiro, as relações econômicas estão mais intensas e não estão mias apoiadas em dois polos, mas sobre os megablocos econômicos e geopolíticos.

Serão citadas algumas mudanças com o aparecimento dessa ordem multipolar:

Neoliberalismo

Surgiu como doutrina econômica sistematizada no final da década de 1930.

Os princípios defendidos por seus teóricos são basicamente os mesmos do liberalismo, diferindo apenas naquilo que a nova realidade do capitalismo impõe. A supressão de livre – concorrência, determinada pela formação dos monopólios, oligopólios, trustes, etc. trouxe à baila a necessidade de intervenção do Estado na economia. Para os neoliberais, portanto, os mecanismos de mercado são capazes de organizar a vida econômica, política e social, desde que sob a ação disciplinadora do Estado.

Na prática do Estado neoliberal há uma redução dos gastos públicos em educação, saúde e habitação, enfim, seguridade social.

Globalização

É a mundialização do capitalismo, onde a competição e a competitividade entre as empresas tornaram-se questões de sobrevivência.

A globalização pode ser resumida em duas características: internacionalização da produção e das finanças e, o Estado passa de protetor de economias nacionais é provedor do bem-estar social, a adaptar-se à economia mundial ou às transformações do mundo que ela própria e a exaltação do livre mercado provocam.

Regionalização

Na época da Guerra Fria tudo girava entre dois polos, ou duas potências, EUA e URSS, com a nova ordem internacional o eixo econômico passou a ser outros países que se estruturaram em megablocos, a economia ficou em regiões, em blocos.

UNIÃO EUROPÉIA – Europa
NAFTA – (Acordo de livre comércio da América do Norte) – América do Norte + México
BLOCO ORIENTAL
MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) – América do Sul
ALCA (Área de livre comércio das Américas) – América (Todas)
APEC (Ásia – Pacífico)

Tigres Asiáticos

Os Tigres Asiáticos são formados por 3 países (Coréia do Sul, Formosa ou Taiwan e Singapura) e uma ex-possessão britânica (Hong – Kong: devolvida em 1997 para China Popular)

China Popular

Teve abertura econômica (capitalismo), mas não política. Assim poderá ser a potência das próximas décadas.

Xenofobia

Quando a economia dos países desenvolvidos estava em expansão, a presença da mão-de-obra do imigrante era bem vinda. Porém, diante da recente recessão, os trabalhadores imigrantes passaram a concorrer pelo mercado de trabalho com os trabalhadores locais, o que provocou uma aversão ao estrangeiro (xenofobia).

Neo-Nacionalismo: Separatista

Com todo esse avanço há povos que querem se separa de seus países dentre alguns temos:

Quebec – Canadá
País Basco – Espanha / França
Caxemira – Índia / Paquistão
Tchetchênia – Rússia
Kosovo – Iugoslávia
Tibete – China Popular
Curdos – Turquia, Iraque, Irã, Síria e outros
Daguestão – Rússia

Países Emergentes:

Grupo de país subdesenvolvidos favoráveis aos investimentos estrangeiros. Ex.: Brasil, México, Argentina, China e África do Sul.

Fundamentalismo:

Ato de seguir fielmente as diretrizes impostas pelas potências; utilizando aqui no sentido de fazer política usando a religião como instrumento. Ex.: grupos islâmicos extremistas, principalmente no Oriente Médio e na Argélia (GIA – Grupo Islâmico Armado).

A Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica

A ciência, no estágio atual da terceira revolução industrial, está estreitamente ligada à atividade industrial e às outras atividades econômicas: agricultura, pecuária, serviços. É um componente fundamental, pois, para as empresas, o desenvolvimento científico e tecnológico é revertido em novos produtos e em redução de custos. Permitindo a elas maior capacidade de competição num mercado cada vez mais disputado.

A microeletrônica, o microcomputador, o software, a telemática, a robótica, a engenharia genética e os semicondutores são alguns símbolos dessa nova etapa.


A Revolução técnico-científica, movida pela produtividade, ao mesmo, tempo em que pode gerar mais riquezas e ampliar as taxas de lucros, é também responsável pelo emprego de centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.

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