Aula de Filosofia do 3º Ano Ensino Médio Politécnico - M, T, N.
Teoria do Utilitarismo
O Utilitarismo é uma escola filosófica que nasceu no século
XVIII, na Inglaterra. Ela estabelece a prática das ações de acordo com sua
utilidade, baseando-se para tal em preceitos éticos. Assim, uma atitude só deve
ser concretizada se for para a tranquilidade de um grande número de pessoas.
Portanto, antes da efetivação de uma ação, ela deve ser avaliada sob o ponto de
vista dos seus resultados práticos.
Esta expressão foi plasmada por
Jeremy Bentham, na primeira metade do século XIX, em referência à essência
desta doutrina. Mas ela foi usada originalmente por Stuart Mill, que estendeu o
uso desta filosofia aos aspectos consistentes da sociedade, tais como sistema
político, legislação, Justiça, política econômica, liberdade sexual, entre
outros. Ele também idealizou a fundação de uma Sociedade Utilitarista.
Pode-se dizer que do ponto de
vista filosófico o Utilitarismo visa alcançar o maior valor da existência
humana, a felicidade, não no sentido meramente individual, mas no aspecto
coletivo. Economicamente, é também a vantagem de todos que deve servir de
parâmetro para se tomar ou não uma decisão, ciente de que ela é ou não correta.
Assim, ele é oposto ao cultivo do egoísmo e à tomada de atitudes impulsivas,
que não medem as consequências. Segundo esta doutrina, a ação não depende da
motivação de quem a pratica, pois uma intenção negativa pode gerar consequências
úteis e benéficas.
De certa forma, pode-se afirmar
que esta linha filosófica já era cultivada na Antiguidade, principalmente por
Epicuro e seus discípulos, na Grécia Antiga. Além disso, alguns pesquisadores
apontam a existência, no século XVII, de traços do Utilitarismo na filosofia
moralista do Bispo Richard Cumberland. Pouco tempo depois, Francis Hutcheson
defendeu que “a melhor ação é a que busca a maior felicidade para o maior
número de indivíduos". David Hume também tentou compreender a fonte das
virtudes do ponto de vista da sua utilidade.
O Utilitarismo tem um aspecto
moral que procura entender a natureza do homem, e para isso leva em conta o fato
de que o indivíduo está sempre em busca do prazer, ao mesmo tempo em que tenta
fugir da dor. É neste ponto que esta doutrina intervém, pois sua função é
propiciar às pessoas o máximo de satisfação e alegria, e por outro lado impedir
o sofrimento. Portanto, ser útil é o valor moral mais elevado.
Esta escola filosófica também foi
conhecida como radicalismo filosófico, pelo seu empenho em restabelecer os
valores éticos e, muitas vezes, em transformar a própria sociedade. A
utilidade, para ela, é inclusive sinônimo de felicidade. Há uma diferença,
porém, entre os pensamentos de Bentham e Stuart Mill. O primeiro propõe uma
visão quantificada das ações, cabendo a seus agentes medir a quantidade de
prazer que pode resultar delas, para então decidir se as atitudes devem ou não
ser concretizadas.
Já Stuart Mill não concorda com
esta racionalização, apostando por sua vez na qualidade, tanto quanto na
quantidade. Assim, deve-se perceber, entre os vários tipos de prazer, quais são
os melhores e mais valorosos. Desta forma, este filósofo cria uma espécie de
hierarquia dos prazeres, na qual os intelectuais e afetivos estão acima dos
sensíveis.
Atualmente o Utilitarismo se
desdobra em várias direções. Seus principais seguidores, do século XVIII até
nossos dias, são James Mill, discípulo de Bentham e genitor de John Stuart,
Henry Sidgwick, J. C. Smart, Moore, Singer, Karl Popper e J. Rawls, além dos já
citados.
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