APOSTILA DE SOCIOLOGIA PARA O 2º ANO/ENSINO MÉDIO
1.1. ANTROPOLOGIA
A antropologia é uma ciência social que surgiu no século
XVIII. Porém, foi somente no século XIX que se organizou como disciplina
científica. A palavra tem o seguinte significado, cuja origem etimológica
deriva do grego anthropos/antropo (homem, pessoa) e logos/logia (razão,
pensamento ou estudo). Esta ciência estuda, principalmente, os costumes, as
crenças, os hábitos e aspectos físicos dos diferentes povos e a evolução da
espécie humana.
A antropologia é o estudo do homem como ser biológico, social
e cultural. Sendo cada uma destas dimensões por si só muito ampla, o
conhecimento antropológico, geralmente a antropologia é organizada em áreas
especializadas com o objetivo de estudar detalhadamente os aspectos culturais
do ser humano, por isso, ela divide-se em:
Antropologia física ou biológica – estuda os aspectos
genéticos e biológicos do homem;
Antropologia social – estuda as organizações sociais e
políticas, instituições sociais, parentescos e etc.
Antropologia cultural – estuda os sistemas simbólicos,
religiões, comportamentos e etc.
A antropologia utiliza como fontes de pesquisas: livros,
imagens, objetos, depoimentos e as observações, através da vivência entre os
povos ou comunidades estudadas, são comuns e fornecem muitas informações úteis
ao antropólogo.
Qualquer que seja a definição é possível entender a
antropologia como uma forma de conhecimento sobre a diversidade cultural, isto
é, a busca de respostas para entendermos o que somos a partir do espelho
fornecido pelo “outro” – aquilo que representa o diferente, o estranho, no que
nos deixa perplexo. Assim ficamos vulneráveis sem o saber da certeza, expelimos
nossa ignorância quando julgamos e avaliamos o que não conhecemos, caindo nos
erros da generalização e do preconceito.
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1ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que significa a palavra antropologia?
b) – O que a antropologia estuda?
c) – O que é antropologia?
d) – Qual o objetivo do conhecimento antropológico?
e) – Cite e explique as divisões da antropologia.
f) – O que a antropologia utiliza como fontes de pesquisa?
g) – Segundo a perspectiva antropológica, como a compreensão
do “outro” pode contribuir para nossa vida em sociedade?
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1.2. CULTURA: SIGNIFICADO E CONCEITO
A palavra cultura vem do latim, significa colere, que definia
inicialmente o cultivo das plantas, cuidado com os animais e a terra (por isso,
agricultura). Define ainda o cuidado com as crianças e sua educação, cuidado
com os deuses (por isso, culto). Neste sentido o termo cultura seria colere =
cultivar ou instruir
Com a antropologia, o termo cultura passou a ter outro
sentido, definido pelo pesquisador inglês Edward Taylor que diz: “a cultura é
todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou
qualquer outra capacidade o hábito adquirido pelo homem como membro de uma
sociedade”.
1.3. NATUREZA, TRABALHO e CULTURA.
Tudo começa com a natureza (tudo aquilo não criado pelo homem
como água, vento, terra, etc) e, depois o ser humano, agindo sobre ela com seu
trabalho (toda atividade física e mental que o homem realiza criando ou
inventando bens e serviços) passa criar instrumentos e relações sociais com os
outros. Desde os primórdios sempre procuramos viver melhor, facilitar nosso
modo de vida, isso faz parte da nossa natureza humana – isso acontece graças a
tudo aquilo que nos diferencia dos outros animais como: a linguagem
comunicativa simbólica, capacidade de invenção e criação intencional e
planejada; tudo isso favorecida pelas nossas vantagens fisiológicas: como um
cérebro desenvolvido, posição ereta e liberação das mãos. Assim, o homem
primitivo criou o arco, a flecha, para facilitar a caça, criou a agricultura
para sempre ter alimentos, criou roupas, para se proteger do frio, casas para
se abrigar das tempestades (foi se criando a cultura material que são objetos e
utensílios que facilitam a vida das pessoas) etc.
O homem primitivo percebeu que junto com outros seres humanos
podia organizar uma vida social (sociedade) onde se protegeria dos grandes
animais ferozes e de seus inimigos rivais, bem como conseguir mais alimentos,
percebeu também que para perpetuar-se em grupos precisava de regras sociais que
conduzisse as novas gerações (surgiu a cultura imaterial que são os costumes,
as regras, os valores).
O mundo que resulta do pensar e do agir humano não pode ser
chamado de natural, pois se encontra transformado e ampliado por nós. Portanto,
as diferenças entre pessoa e animal não são apenas de grau, porque enquanto o
animal permanece adaptado a natureza, nós somos capazes de transforma-la através
do trabalho, tornando possível a cultura.
Ao mesmo tempo em que transforma a natureza, adaptando-a às
necessidades humanas, o trabalho altera o próprio indivíduo, desenvolvendo suas
faculdades. O trabalho é, portanto, condição de transcendência e, como tal,
expressão da liberdade.
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2ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – O que significa a palavra cultura?
b) – O que é cultura para a antropologia?
c) – Conceitue natureza e trabalho.
d) – O que é cultural material e cultura imaterial.
e) – Explique o que diferencia o homem de outros animais?
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2.1. MULTICULTURALISMO
O Multiculturalismo (ou pluralismo cultural) é um termo que
descreve a existência de muitas culturas numa localidade, cidade ou país, sem
que uma delas predomine, porém separadas geograficamente e até convivialmente
no que se convencionou chamar de “mosaico cultural”.
O multiculturalismo implica reivindicações e conquistas das
chamadas minorias (negros, índios, mulheres, homossexuais, entre outras).
A doutrina multiculturalista dá ênfase à ideia de que as
culturas minoritárias são discriminadas, sendo vistas como movimentos
particulares, mas elas devem merecer reconhecimento público. Para se
consolidarem, essas culturas singulares devem ser amparadas e protegidas pela
lei. O multiculturalismo opõe-se ao que ele julga ser uma forma de
etnocentrismo (visão de mundo da sociedade branca dominante que se toma por mais
importante que as demais).
2.2. RELATIVISMO CULTURAL e ETNOCENTRISMO
O relativismo cultural é um movimento que considera as
culturas de modo geral, diferente uma das outras em relação aos postulados
básicos, embora tenham características comuns.
Todos os povos formulam juízos em relação aos modos de vida
diferentes dos seus. Por isso, o relativismo cultural não concorda com a ideia
de normas e valores absolutos e defende o pressuposto de que as avaliações
devem ser sempre relativas à própria cultura onde surgem.
Os padrões ou valores de certo ou errado, dos usos e costumes
das sociedades em geral, estão relacionados com a cultura da qual fazem parte.
Dessa maneira, um costume pode ser válido em relação a um ambiente cultural e
não a outro.
O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem
como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais
correto e natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é responsável em
seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais. Estas
tendências contém o germe do racismo, da intolerância, e frequentemente, são
utilizados para justificar a violência contra outros. Entretanto o
etnocentrismo apresenta um aspecto positivo, ao ser agente de valorização do
próprio grupo.
Cada povo tem uma cultura própria, cada sociedade elabora sua
própria cultura e recebe influência de outras culturas; dessa forma, todas as
sociedades, desde as simples até as mais complexas, possuem cultura. Não há
sociedade sem cultura, assim como não existe ser humano destituído de cultura.
2.3. TRAÇO CULTURAL e COMPLEXO CULTURAL
Cultura, portanto, é um conjunto de elementos ligados
estreitamente uns aos outros, decompostos em parte. As mais simples são os
traços culturais, as unidades de uma cultura: uma ideia, uma crença, um lápis,
uma pulseira e etc.; representam traços culturais. Claro que, os traços
culturais, só têm significados quando considerado dentro de uma cultura
especifica, por exemplo: um colar pode ser um simples adorno para determinado
grupo é para outro ter um significado mágico ou religioso.
A combinação dos traços culturais forma um complexo cultural,
como exemplo tem o carnaval no Brasil onde se encontra um grupo de traços
culturais – relacionados uns com os outros: carro alegórico, música, dança,
instrumentos musicais, fantasias e etc. o futebol também é um complexo cultural
que está decomposto em vários traços culturais: o campo, a bola, o juiz, os
jogadores, a torcida, as regras do jogo e etc.
2.4. PADRÃO CULTURAL e ACULTURAÇÃO
Dentro de todas as sociedades existe um padrão cultural, que
é uma norma estabelecida pela sociedade, os indivíduos normalmente agem de
acordo com os padrões estabelecidos pela sociedade em que vivem. No Brasil, por
exemplo, o casamento monogâmico é um padrão de nossa cultura. Se existem
sociedades diferentes, é porque existem culturas diferentes, e na maioria das
vezes contatos entre essas culturas. Exemplo disso é a formação sociocultural
brasileira.
Durante a colonização no Brasil, ocorreram intensos contatos
entre cultura do colonizador português e as culturas dos povos indígenas e dos
africanos trazidos como escravos. Como consequências desse contato ocorreram
modificações que deram origem a cultura brasileira; esse contato e mudanças
culturais são conhecidos como aculturação.
2.5. CONTRA CULTURA e MARGINALIDADE CULTURAL
Nas sociedades contemporâneas encontramos pessoas que
contestam certos valores vigentes, opondo-se radicalmente a eles. Como exemplos
têm o trabalho, o patriotismo, a acumulação de riqueza e a ascensão social; são
valores culturais importantes na nossa sociedade, infligir esses valores
culturais significa o processo de contracultura. Exemplo: o movimento hippie da
década de 60, ele se pôs radicalmente a esses valores.
O contato entre cultura pode provocar além da aculturação,
uma série de conflitos mentais entre os indivíduos pertencentes a essas
culturas. Esses conflitos têm origem na insegurança que as pessoas sentem
diante de uma cultura diferente da sua: aqueles que não conseguem se integrar
completamente em nenhuma das culturas que os rodeiam ficam a margem da
sociedade. A esse fenômeno dar-se o nome de marginalidade cultural. Como
exemplo temos, no interior de São Paulo caingangue descaracterizados
culturalmente, eles não conhecem mais nada do seu passado, não se lembram de
sua língua, de seus cantos, de sua dança e de suas antigas práticas de
trabalho. Também não estão incorporados à cultura que os cerca. Eles são mansos
e tristes.
2.6. RAÇAS x ETNIAS
“Raças são populações mais ou menos isoladas, que diferem das
outras populações da mesma espécie pela frequência de características
hereditárias”. Não existe raça humana pura, pois o isolamento entre os grupos
humanos sempre foi relativo, nunca absoluto, graças às migrações de áreas para
outra e nesses contatos sempre ocorriam a miscigenação.
O conceito raça é biológico e não deve ser confundido com
noções culturais, sociais ou psicológicas. No ser humano, ao contrário de que
ocorre nos outros animais, os elementos biológicos, embora exerçam influência,
não determinam a vida do indivíduo.
A personalidade humana
não é determinada apenas por fatores hereditários: vai ser constituído ao longo
da vida e recebe influência do meio social, da educação e das experiências
poder apresentar importantes mudanças com o tempo. “A pesar dessa complexidade
podemos classificar, para níveis de estudo didáticos, três “troncos raciais” ou
raças maiores”: mongoloides (amarela), caucasoides (branca) e negroide (negra).
Tendo em vista todas as dificuldades que existem para aplicar
o termo raça à espécie humana, vários cientistas resolveram substituí-lo por
etnia, que se refere a vários grupos diferentes, mas que possuem traços comuns
(físicos ou culturais) e um sentimento de identificação de pertencer a um mesmo
grupo. Tornemos como exemplo a população brasileira, que é formado por várias
etnias: os negros, os indígenas, os descendentes de portugueses, de italianos,
de japoneses e outros. O termo raça não é adequado, pois tanto uma raça pode
estar presente em vários desses grupos como em alguns casos um grupo pode
abranger várias raças.
2.7. DINÂMICA CULTURAL / MUDANÇA CULTURAL
A cultura material e imaterial dos seres humanos se inova ou
evolui ao longo dos tempos, isso acontece devido acumulação e a transmissão de
conhecimentos, é o que denominamos genericamente de educação. A educação é
feita no interior da família, no convívio social. Nós dependemos dos outros
para que eles nos ensinem coisas que ajudem a viver melhor. Assim, dependemos
da cultura acumulada pelas gerações passadas para viver no presente e ter
esperança de viver melhor ainda no futuro.
O processo de aquisição cultural é acumulativo e seletivo e
ocorre através da comunicação. Mais explicitamente, a linguagem humana é um
produto da cultura, graças à linguagem e à comunicação ora que o homem preserva
e desenvolver sua cultura.
A cultura não é
estática, ela é dinâmica e, está sujeita a transformações; as culturas mudam
continuamente, assimilam novos traços ou abandonam os antigos, através de
diferentes formas: crescimento, transmissão, difusão, estagnação, declínio,
fusão; são aspectos aos quais as culturas estão sujeitas.
A mudança cultural, enquanto processo consciente ou
inconsciente, pelas quais as coisas se realizam se comporta ou se organizam.
Pode ocorrer com maior ou menor facilidade, dependendo do grau de resistência
ou aceitação. O aumento ou diminuição das populações, as migrações os contatos
com povos de culturas diferentes, as inovações científicas e tecnológicas, as
catástrofes (perdas de safras, epidemias, guerras), as depressões econômicas,
as descobertas (aquisição de um elemento novo, coisa já existente: lâmpada,
máquinas, etc.), a mudança de governo. As mudanças também ocorrem de forma
imaterial, como um novo costume, uma nova organização.
As alterações podem surgir em consequências de fatores internos
(endógenos) ou externos (exógenos): novos elementos são agregados ou os velhos
aperfeiçoados por meio de invenções; novos elementos são tomados de empréstimos
de outras sociedades; elementos culturais, inadequados ao meio ambiente, são
abandonados ou substituídos; alguns elementos, por falta de transmissão de
geração, se perdem.
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3ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é multiculturalismo?
b) – O que é relativismo cultural?
c) – O que se entende por etnocentrismo?
d) – Explique relacionando traço cultural e complexo cultural
e) – O que é padrão cultural?
f) – O que se entende por aculturação?
g) – Diferencie contra cultura de marginalidade cultural.
h) – Diferencie os conceitos de raça e etnia.
i) – Como ocorre o processo de aquisição cultural?
j) – Explique por que a cultura é dinâmica e como ocorre a
transformação cultural?
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3.1. FORMAÇÃO DA CULTURA BRASILEIRA
A cultura brasileira reflete os vários povos que constituem a
demografia desse país sul-americano: indígenas, europeus, africanos, asiáticos,
árabes, etc. como resultado da intensa miscigenação e convivência dos povos que
participaram da formação do Brasil surgiu uma realidade cultural peculiar, que
inclui aspectos das várias culturas.
O substrato básico da cultura brasileira formou-se durante os
séculos de colonização, quando ocorre a fusão primordial entre as culturas
fundamentais da formação cultural brasileira como a dos indígenas, dos europeus,
especialmente portugueses, e dos escravos trazidos da África subsaariana. A
partir do século XIX, a imigração de europeus não-portugueses e povos de outras
culturas, como árabes e asiáticos, adicionou novos traços ao panorama cultural
brasileiro. Também foi grande a influência dos grandes centros culturais do
planeta, como a França, a Inglaterra e, mais recentemente, dos Estados Unidos,
países que exportam habitantes e produtos culturais para o resto do globo.
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4ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique como ocorreu a formação da cultura brasileira?
b) – Cite alguns povos que contribuíram na formação cultural
brasileira.
c) – Em que período da história do Brasil se iniciou o
substrato básico de nossa cultura?
d) – Quais são as culturas fundamentais que influenciaram e
alicerçam basicamente a cultura brasileira?
e) – O que aconteceu a partir do século XIX na formação
cultural brasileira?
f) – Que países mais influenciam atualmente na cultura
brasileira?
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3.2. OS PORTUGUESES
Dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os
europeus aqueles que exerceram maior influência na formação da cultura
brasileira, principalmente os de origem portuguesa.
Durante século XV o território foi colonizado por Portugal, o
que implicou a transplantação tanto de pessoas quanto da cultura da metrópole
para as terras sul-americanas. O número de colonos portugueses aumentou muito
no século XVIII, na época do ciclo do ouro. Em 1808, a própria corte de D. João
VI mudou-se para o Brasil, um evento com grandes implicações políticas,
econômicas e culturais.
A mais evidente herança portuguesa para a cultura brasileira
é a língua portuguesa, atualmente falado por virtualmente todos os habitantes
do País. A religião católica, credo da maioria da população, é também
decorrência da colonização. O catolicismo, profundamente arraigando em
Portugal, legou ao Brasil as tradições do calendário religioso, com suas festas
e procissões. As duas festas mais importantes do Brasil, o carnaval e as festas
juninas, foram introduzidas pelos portugueses. Além destas, vários folguedos
regionalistas como as cavalhadas, o bumba-meu-boi, o fandango e a farra do boi
denotam grande influência portuguesa. No folclore brasileiro, são de origem
portuguesa a crença em seres fantásticos como a cuca, o bicho-papão e o
lobisomem, além de muitas lendas e jogos infantis como as cantigas de roda.
Na culinária, muitos dos pratos típicos brasileiros são o
resultado da adaptação de pratos portugueses às condições da colônia. Um
exemplo é a feijoada brasileira, resultado da adaptação dos cozidos
portugueses. Também a cachaça foi criada nos engenhos como substituto para a
bagaceira portuguesa, aguardente e derivada do bagaço da uva. Alguns pratos
portugueses também se incorporaram aos hábitos brasileiros, como as bacalhoadas
e outros pratos baseados no bacalhau. Os portugueses introduziram muitas
espécies novas de plantas na colônia, atualmente muito identificadas com o
Brasil, como a jaca e a manga.
De maneira geral, a cultura portuguesa foi responsável pela
introdução no Brasil colônia dos grandes movimentos artísticos europeus:
renascimento, maneirismo, barroco, rococó e neoclassicismo. Assim, a
literatura, pintura, escultura, música, arquitetura e artes decorativas no
Brasil colônia denotam forte influência da arte portuguesa, por exemplo nos
escritos dos jesuítas luso-brasileiro padre Antônio Vieira ou na decoração
exuberante de tália dourada e pinturas de muitas igrejas coloniais. Essa
influência seguiu após a independência, tanto, na arte popular como na arte
erudita.
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5ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Que país europeu mais influenciou na formação cultural
brasileira?
b) – Cite e explique as principais influências portuguesas na
formação cultural brasileira na religião, no folclore, lendas, jogos infantis e
culinária.
c) – Explique como ocorreu a colonização do território
brasileiro por Portugal?
d) – Qual a mais evidente herança portuguesa para a cultura
brasileira?
e) – Qual origem da cachaça na cultura brasileira?
f) – Cite e explique a influência literária e artística na
formação cultural do Brasil?
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3.3. OS INDIGENAS
A colonização do território brasileiro pelos europeus
representou em grande parte a destruição física dos indígenas através de
guerras e escravidão, tendo sobrevivido apenas uma pequena parte das nações
indígenas originais. A cultura indígena foi também parcialmente eliminada pela
ação da catequese e intensa miscigenação com outras etnias. Atualmente, apenas
algumas poucas nações indígenas ainda existem e conseguem manter parte da sua
cultura original.
A cultura e os conhecimentos dos indígenas sobre a terra
foram determinantes durante a colonização, influenciando a língua, a culinária,
o folclore e o uso de objetos caseiros diversos como a rede de descanso. Um dos
aspectos mais notáveis da influência indígena foi a chamada língua geral
(língua geral paulista, Nheengatu), uma língua derivada do Tupi-Guarani com
termos da língua portuguesa que servil de língua franca no interior do Brasil
até meados do século XVIII, principalmente nas regiões de influência paulista e
na região amazônica. O português brasileiro guarda, de fato, inúmeros termos de
origem indígena, especialmente derivados do Tupi-Guarani. De maneira geral,
nomes de origem indígena são frequentes na designação de animais e plantas nativos
(jaguar, capivara, ipê, jacarandá, etc.), além de serem muito frequentes na
toponímia por todo o território.
A influência indígena é também forte no folclore do interior
brasileiro, povoado de seres fantásticos como o curupira, o saci-pererê,
boitatá e a iara. Na culinária brasileira, a mandioca, a erva-mate, o açaí, a
jabuticaba, inúmeros pescados e outros frutos da terra, além de pratos como os
pirões, entraram na alimentação brasileira por influência indígena. Essa influência
se faz mais forte em certas regiões do país, em que esses grupos conseguiram se
manter mais distantes da ação colonizadora, principalmente em porções da região
norte do Brasil.
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6ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique as consequências da colonização europeia sobre
os povos indígenas.
b) – Explique a influência da língua indígena na formação
cultural do Brasil.
c) – Explique a influência indígena no folclore brasileiro.
d) – Cite a influência da culinária indígena na cultura
brasileira.
e) – Em que regiões do Brasil se têm a maior influência
cultural do povo indígena?
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3.4. OS AFRICANOS
A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados
trazidos da África durante o longo período em que durou o tráfico negreiro
transatlântico. A diversidade cultural da África refletiu-se na diversidade dos
escravos, pertencentes a diversas etnias que falavam idiomas diferentes e
trouxeram tradições distintas. Os africanos trazidos ao Brasil incluíram
bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas deram origem às religiões
afro-brasileiras, e os hauçás e malês, de religião islâmica e alfabetizados em
árabe. Assim como a indígena, a cultura africana foi geralmente suprimida pelos
colonizadores. Na colônia, os escravos aprendiam o português, eram batizados
com nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo.
Os africanos contribuíram para a cultura brasileira em uma
enormidade de aspectos: dança, música, religião, culinária e idioma. Essa
influência se faz notar em grande parte do país; em certos Estados como Bahia,
Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio
Grande do Sul a cultura afro-brasileira é particularmente destacada em virtude
da migração dos escravos.
Os bantos, nagôs jejes no Brasil colonial criaram o
candomblé, religião afro-brasileira baseada no culto aos orixás praticada
atualmente em todo o território. Largamente distribuída também é a umbanda, uma
religião sincrética que mistura elementos africanos com o catolicismo e o
espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os orixás.
A influência da cultura africana é também evidente na
culinária regional, especialmente na Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro,
uma palmeira africana da qual se extrai o azeite de dendê. Este azeite é
utilizado em vários produtos de influências africanas como o vatapá, o caruru e
o acarajé.
Na música a cultura africana contribui com os ritmos que são
a base de boa parte da música popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de
influência africana, como o lundu, terminaram dando origem à base rítmica do
maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais. Também a
alguns instrumentos musicais brasileiros, como o berimbau, o afoxé e o agogô,
que são de origem africana. O berimbau é o instrumento utilizado para criar o
ritmo que acompanha os passos da capoeira, mistura de dança e arte marcial
criada pelos escravos no Brasil colonial.
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7ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique como a cultura africana chegou ao Brasil?
b) – Explique como a cultura indígena e africana foram
suprimidas pelos colonizadores?
c) – Quais os principais Estados brasileiros onde se tem a
maior influência da cultura africana?
d) – Explique a influência religiosa da cultura africana na
sociedade brasileira.
e) – Explique a influência da culinária africana na cultura
brasileira.
f) – Explique a influência da música e de instrumentos
musicais africanos na cultura brasileira.
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3.5. OS IMIGRANTES
A maior parte da população brasileira no século XIX era
composta por negros e mestiços. Para povoar o território, suprir o fim da
mão-de- obra escrava mas também para “branquear” a população e cultura
brasileiras, foi incentivada a imigração da Europa para o Brasil durante os
séculos XIX e XX. Dentre os diversos grupos de imigrantes que aportaram no
Brasil, foram os italianos que chegaram em maior número, quando considerada a
faixa de tempo entre 1870 e 1950. Eles se espalharam desde o Sul de Minas
Gerais até o Rio Grande do Sul, sendo a maior parte na região de São Paulo. A
estes se seguiram os portugueses, com quase o mesmo número que os italianos.
Destacaram-se também os alemães, que chegaram em um fluxo continuo desde 1824.
Esses se fixaram primariamente na região sul do Brasil, onde diversas regiões
herdaram influências germânicas desses colonos.
Os imigrantes que se fixaram na zona rural do Brasil
meridional, vivendo em pequenas propriedades familiares (sobretudo alemães e
italianos), conseguiram manter seus costumes do país de origem, criando no
Brasil uma cópia das terras que deixaram na Europa. Alguns povoados fundados
por colonos europeus mantiveram a língua dos seus antepassados durante muito
tempo. Em contrapartida, os imigrantes que se fixaram nas grandes fazendas e
nos centros urbanos do Sudeste (portugueses, italianos, espanhóis e árabes),
rapidamente se integraram na sociedade brasileira, perdendo muitos aspectos da
herança cultural do país de origem. A contribuição asiática veio com a
imigração japonesa, porém de forma mais limitada.
De maneira geral, as vagas de imigração europeia e de outras
regiões do mundo influenciaram todos os aspectos da cultura brasileira. Na
culinária, por exemplo, foi notável a influência italiana, que transformou os
pratos de massa e a pizza em comida popular em quase todo o Brasil. Também
houve influência na língua portuguesa em certas regiões, especialmente no Sul
do Território. Nas artes eruditas a influência europeia imigrante foi
fundamental, através da chegada de imigrantes capacitados em seus países de
origem na pintura, arquitetura e outras artes.
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8ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique como ocorreu o processo de migração europeia
para o território brasileiro?
b) – Quais foram os principais grupos de imigrantes europeus
e onde basicamente eles se instalaram colônias no território brasileiro?
c) – O que aconteceu com os imigrantes que se fixaram na zona
rural do Brasil meridional?
d) – O que aconteceu com os imigrantes que se fixaram nas
grandes fazendas e nos centros urbanos do Sudeste brasileiro?
e) – Cite e explique a influencias das culturas dos povos
imigrantes na cultura brasileira como na culinária e artes.
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4.1. CULTURA ERUDITA e CULTURA POPULAR
Ao analisar o “Renascimento”, movimento cultural surgido no
norte da Itália, nos séculos XIV e XV, percebemos que ele estava ligado a uma
determinada parcela da população da Europa: a burguesia.
A burguesia era formada por comerciantes que tinham como
objetivo principal o lucro, através do comércio de especiarias vindas do
oriente. Esse segmento da sociedade conquistou não apenas novos espaços sociais
e econômicos, mas também procurou resgatar ou fazer renascer antigos
conhecimentos da cultura greco-romana. Daí o nome Renascimento.
A burguesia não só assimilou esses conhecimentos como, ainda,
acrescentou outro, ampliando o seu universo cultural. Por exemplo, ao tentar
reviver o teatro de Sófocles e Eurípedes (que viveram na Grécia antiga), os
poetas italianos do século XVI substituíram a simples declaração pela recitação
contada dos textos acompanhada por instrumentos musicais. Dessa forma, acabaram
por criar um novo gênero a “ópera”.
Desde a sua origem, a burguesia preocupou-se com a
transmissão desse conhecimento a seus pares. A partir daí, então, foram
surgindo instituições como as universidades, as academias e as ordens
profissionais (advogados, médicos, engenheiros e outros). Com o passar dos
séculos e com o processo de escolarização, a cultura dessa elite burguesa tomou
corpo, desenvolveu-se com base em técnicas racionalistas e científicas. Surgiu
assim a cultura erudita.
Essa cultura “erudita”, ou “superior”, também designada de
“elite”, foi se distanciando da cultura, da maioria da população, pois era
feita pela e para a burguesia. Por isso, ao pensarmos em cultura erudita,
imediatamente concluímos que seus produtores fazem, parte de uma elite política,
econômica e cultural que pode ter acesso ao saber associado à escrita, aos
livros, ao estudo.
A cultura popular, por sua vez, mais próxima do senso comum e
mais identificada com ele, é produzida e consumida pela própria população, sem
necessitar de técnicas racionalizadas e científicas. É uma cultura em geral
transmitida oralmente, registrando as tradições e os costumes de um determinado
grupo social. Da mesma forma que a cultura erudita, a cultura popular alcança
formas artísticas expressivas e significativas.
Vale ressaltar que, ao afirmar que os produtores da cultura
erudita fazem parte de uma elite não significa dizer que essa cultura seja
homogênea, é impossível definir cultura erudita, porque não podem ser
homogeneizados os elementos culturais produzidos por intelectuais, fazendeiros,
empresários, burocratas, etc. porém, é igualmente impossível definir cultura
popular, dada as populações culturais diferenciadas de camponeses, operários,
classe média baixa, etc.
De qualquer forma, não podemos perder de vista que o espaço
reservado na sociedade para cada uma das duas culturas é bastante diferenciado,
este é um dos aspectos que diferencia essas duas culturas: enquanto a cultura
erudita é transmitida pela escola e confirmada pelas instituições (governo,
religião, economia), a cultura popular não é oficial, é a do povo comum, ela
expressa sua forma simples de conceber a realidade.
Não devemos esquecer que a cultura é dinâmica, por isso,
tanto a cultura popular quanto a cultura erudita estão sempre, com maior ou
menor intensidade, incorporando e reconstruindo novos elementos culturais sem
perder a sua essência expressiva.
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9ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique a relação entre Renascimento e burguesia.
b) – Explique por que a origem da cultura erudita está
relacionada à burguesia?
c) – O que é cultura erudita?
d) – O que é cultura popular?
e) – Qual o principal aspecto que diferencia a cultura
popular da erudita?
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4.2. CULTURA DE MASSA e INDÚSTRIA CULTURAL
A partir do final do século XX, a industrialização em larga
escala atingiu, também, os elementos da cultura erudita (pertence a uma elite
que pode ter acesso ao saber associado à escrita, aos livros, ao estudo) e da
cultura popular (aquela de senso comum produzida e consumida pela própria
população, sem necessita de técnicas racionalizadas e científicas, transmitida
oralmente, registrando as tradições e os costumes de um determinado grupo
social), dando início à “indústria cultural”.
O incessante desenvolvimento da tecnologia, tornando-a cada
vez mais sofisticada, principalmente nos meios de comunicação (fotografia,
disco, cinema, rádio, televisão, etc.), passou a atingir um grande número de
pessoas, dando origem à “cultura de massa”.
Ao contrário das culturas erudita e popular, a cultura de
massa não está ligada a nenhum grupo social especifico, pois é transmitida de
maneira industrializada, para um público generalizado, de diferentes camadas
socioeconômicas. O que temos, então, é a formação de um enorme mercado de
consumidores em potencial, atraídos pelos produtos oferecidos pela indústria
cultural. Esse mercado constitui, no que chamamos de “sociedade de consumo”.
Com a industrialização dos elementos da cultura erudita e da
popular, o produto cultural irá se apresentar de uma forma esteticamente nova e
diferente. Podemos tomar como exemplo a gravação de uma sinfonia de Beethoven
executada com o auxílio de sintetizadores e outros aparelhos de alta tecnologia,
cujo ritmo e som diferentes quase original uma nova obra.
A indústria cultural, utilizando-se dos meios de comunicação,
primeiramente lança seu produto em grande quantidade (milhares, milhões de
discos, por exemplo) e depois induz as pessoas a consumirem esse produto,
apelando para outras razões além de seu valor artístico.
A cultura de massa, ao divulgar através dos MDCM produtos
culturais de diferentes origens (erudita ou popular), possibilita o seu
conhecimento por diferentes camadas sociais, criando também um campo estético
próprio e atraente voltado para o consumo generalizado da sociedade.
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10ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é indústria cultural?
b) – O que é cultura de massa?
c) – Por que a cultura de massa não está ligada a cultura
erudita e nem à cultura popular?
d) – Explique como os MDCM contribuem para a indústria
cultural e a cultura de massa?
e) – O que significa a sigla MDCM? Cite exemplos.
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4.3. M.D.C.M. – INSTRUMENTOS DE PODER
Vivemos nessa era interligada em que pessoas de todo o
planeta participam de uma única ordem informacional uma situação que é, em
grande parte, resultado do alcance internacional das comunicações modernas. As
transformações na mídia ou nas comunicações de massa contribuem radicalmente na
alteração da vida das pessoas e suas relações no meio sociocultural.
Quando se fala em mídia de massa ou comunicação de massa está
se referindo a uma ampla variedade de formas de meios de comunicação que
abrange um volume de audiência enorme e que envolve milhões de pessoas em toda
uma sociedade moderna e globalizada como a nossa. São m.d.c.m.: a televisão, os
jornais, o cinema, as revistas, o rádio, a publicidade, vídeos games, CDs,
internet, celulares e etc.
A mídia de massa não pode mais ser vista como um simples meio
de entretenimento, como se fosse algo que não interferisse na vida das pessoas;
as comunicações de massa são instrumentos de informação que influência em nossa
forma de pensar e agir, atingindo o comportamento individual, social, cultural
e institucional; como o caso da alteração de valores sociais dos jovens, as
banalidades de questões sociais (pobreza, desemprego, violência, corrupção) e a
opinião pública (posicionamento reflexivo e prático das pessoas em determinadas
situações especificas sobre questões socioeconômicas, política-jurídico e
cultural-ideológica).
Os donos dos M.D.C.M. são os novos donos de um poder moderno
e tecnológico, pois eles têm em suas mãos instrumentos que podem influenciar,
controlar, manipular ou interferir nas estruturas sociais, seja nas
instituições sociais, econômicas ou políticas; a mídia de massa tem dono, são
grupos de pessoas que vivem de lucro, logo suas empresas estão a serviço de seus
interesses, que com certeza não é o da sociedade como um todo. Os m.d.c.m são
os parceiros número um do capitalismo. A mídia exerce seu poder de uma forma
ideológica, camuflando suas intenções através de várias apresentações de
marketing sistematicamente e intensivamente até “inculca” na cabeça das pessoas
perspectivas alheias aos seus próprios interesses isso acontece dentro de
comerciais, novelas, filmes, desenhos, programas, séries, telejornais ou
jornais escritos, revistas, rádios e etc. Quase imperceptível, principalmente
aos olhos e ouvidos de pessoas sem instrução intelectual.
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11ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é viver em uma era de ordem informacional?
b) – O que se entende por mídia de massa ou comunicação de
massa?
c) – Explique por que as mídias de massa ou os meios de
comunicação não podem ser mais vistos como um simples meio de entretenimento?
d) – Quem são os novos donos do poder nesta sociedade da
informação?
e) – Explique como funciona o poder da mídia de massa sobre a
sociedade?
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4.4. M.D.C.M: “APOCALÍPTICOS” x “INTEGRADOS”
Os teóricos se divergem quando se fala da influência dos
m.d.c.m na sociedade, existem os apocalípticos, que são autores que criticam os
meios de comunicação de massa e, os “integrados” que elogiam os m.d.c.m.
Entre os motivos para criticar os m.d.c.m, segundo os
“apocalípticos” estariam:
*A veiculação que eles realizam de uma cultura homogênea (que
não considera as diferenças culturais e padroniza o público);
*O seu desestimulo à sensibilidade;
*O estimulo publicitário (criando, junto ao público, nova
necessidade de consumo – consumismo);
*A sua definição como simples lazer e entretenimento,
desestimulando o público a pensar, tornando-o passivo e conformista.
Entre os motivos que estariam para elogiar os m.d.c.m,
apontados pelos “integrados”, estariam:
*Serem os m.d.c.m a única fonte informação possível a uma
parcela da população que sempre esteve distante das informações;
*As informações veiculadas por eles podem contribuir para a
própria formação intelectual do público;
*A padronização de gosto gerada por eles funciona como um
elemento unificador das sensibilidades dos diferentes grupos.
Os “apocalípticos” estariam equivocados por considerarem a
cultura de massa ruim simplesmente por seu caráter industrial, não se pode
ignorar que a sociedade atual industrial e que as questões estruturais têm que
ser pensadas a partir dessa constatação.
Os “integrados” estariam errados por esquecerem que
normalmente a cultura de massa é produzida por grupos de poder econômico com
fins lucrativos, o que significa a tentativa de manutenção dos interesses
desses grupos através dos próprios m.d.c.m. Além disso, não é pelo fato de
veicular produtos culturais que a cultura de massa deva ser considerada
naturalmente boa, como querem os “integrados”.
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12ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique a diferença entre os apocalípticos e os
integrados.
b) – Cite e explique os motivos que levam os apocalípticos a
criticarem os m.d.c.m.
c) – Que motivos levam os integrados a elogiar os meios de
comunicação de massa?
d) – Por que os “apocalípticos” estariam equivocados em
criticar os m.d.c.m?
e) – Por que os “integrados” estariam errados em elogiar os m.d.c.m?
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4.5. CULTURA, IDEOLOGIA, MDCM e ALIENAÇÃO
Tanto o conceito de cultura como o de ideologia tem como
questão explicita ou implícita pensar a relação “ideias versus contexto”, isto
é, como se relaciona o campo das ideias e das representações que os homens
constroem sobre a sociedade (o chamado universo simbólico) e o campo da
produção e reprodução material dessa sociedade.
Existe uma distinção e complexa relação entre a cultura e
ideologia. De maneira geral, a crítica que se faz ao conceito de cultura é a de
que ele não trabalha satisfatoriamente com a questão da política, do poder. Com
a relação ao conceito de ideologia, o que se contesta nele é a submissão que
estabelece do simbólico ao econômico, como se o simbólico fosse uma mera
reprodução jurídica, moral, ética, estética, dos preceitos econômicos de uma
dada sociedade.
A cultura e a ideologia são dois elementos essenciais que
estão relacionados aos aspectos políticos e econômicos. Podemos encontrar em
nossa sociedade modos de agir, pensar e sentir influenciados por determinações
ideológicas, bem como, alterações ideológicas por influencias culturais.
Segundo o pensador marxista, Antônio Gramsci, em seu conceito
de hegemonia, expressa a cultura como um processo social global, no qual os
homens determinam suas vidas (sua forma de pensar, sentir, agir); e pensava na
ideologia como um sistema de valores e significados que expressam ou
projetariam os interesses de uma classe em particular.
Os meios de comunicação veiculam uma vida ideal – prazer,
dinheiro, saúde, felicidade familiar, aventura, riqueza, juventude bonita e etc
– a um público que, em sua grande maioria, não pode conquista-la. Por outro
lado, as mensagens veiculadas parecem ter efeito de conformar a população a se
satisfazer com imagens.
Os m.d.c.m., principalmente a televisão, vendendo imagens, ideias,
valores e produtos, inacessíveis a maioria do povo, atuariam como um
instrumento de alienação e conformidade das verdades e mentiras (que ser humano
já não sabe distinguir). Esses instrumentos tentam manipular e controlar a
opinião pública, reforçando a ideologia da classe dominante. Os programas
jornalísticos passam informações fragmentadas sem a possibilidade de
relaciona-los como se fossem coisas independentes: notícias de esporte, de
política, economia, natureza, etc.
Como o consumo alienado não é um meio, mas um fim em si
torna-se um poço sem fundo, desejo nunca satisfeito, um sempre querer mais. A
ânsia do consumo perde toda relação com as necessidades reais do homem, o que
faz com que as pessoas gastem sempre mais do que têm. Os m.d.c.m. contribuem
para a estimulação artificial do consumo, que é a aquisição de objetos sem
necessidades úteis: compra-se livro e você não lê, compra-se roupas que nem
veste, etc.
O próprio comércio
facilita tudo isso com as prestações, cartões de crédito, liquidações e ofertas
de ocasião, “dia das mães”, “dia dos pais”, “dia das crianças”, etc. O mercado
usa a obsolescência programada para que o consumidor faça o rodízio de
substituição de seus produtos, isto é, os produtos já têm uma durabilidade
programada e devem ser substituídos porque já quebrou ou porque seu design é
antiquado.
A existência de grande parcela da população com baixo poder
aquisitivo, reduzida apenas ao desejo de consumir, é conformada por um
mecanismo da própria sociedade que impedem a tomada de consciência: as pessoas
têm a ilusão de que vivem numa sociedade de mobilidade social e que, pelo
empenho no trabalho, pelo estudo, há possibilidade de mudança, ou seja, “um dia
eu chego lá...”, e se não chegam, “é por que não tiveram sorte ou competência”.
Por outro lado, uma série de escapismos na literatura e nas
telenovelas fazem com que as pessoas realizem suas fantasias de forma imaginária,
isto sem falar na esperança semanal da Loto, Sena, jogo do bicho, rifas, bingos
e demais loterias. Além disso, há sempre o recurso ao ersatz, ou seja, a
imitação barata da roupa, da jóia, etc.
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13ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Tanto o conceito de cultura quanto o de ideologia tem
uma questão explicita ou implícita. Explique esta questão.
b) – De maneira geral, qual a crítica que se faz ao conceito
de cultura?
c) – O que se contesta ao conceito de ideologia?
d) – Explique a relação entre cultura, ideologia, política e
economia.
e) – O que é consumo alienado?
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5.1. GÊNERO x SEXUALIDADE
O termo gênero tem sido desde a década de 1970, o termo usado
para teorizar a questão da diferença sexual. Foi inicialmente utilizado pelas
feministas americanas que queriam insistir no caráter fundamentalmente social
das distinções baseadas no sexo. A palavra indica uma rejeição ao determinismo
biológico implícito no uso de termos como sexo ou diferença sexual.
A expressão sexo ou diferença sexual enfatiza as
características físicas, biológicas, anatômicas e fisiológicas dos seres
humanos que os definem como macho/fêmea. Sendo o sexo uma construção natural,
com a qual se nasce. Baseado nessas características criou-se culturalmente o
preconceito da superioridade masculina sobre a feminina, desenvolvendo papéis
sociais específicos que moldam a sociedade.
A expressão gênero representa as relações sociais entre seres
de sexo diferentes sem enfatizar um preconceito desigual relacionado com a
diferença de anatomia ou fisiológica que caracterizam homens e mulheres. Dentro
desse novo conceito busca romper-se com a ideologia de papéis pré-definidos
enraizados na cultura estrutural da moderna sociedade humana.
5.2. HISTÓRIA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO
Na Pré-História, a mulher tinha um enorme peso nas sociedades
de todo o mundo. Não eram sociedades matriarcais, e sim matricêntricas, pois a
mulher não dominava, mas as sociedades eram centradas nela por causa da
fertilidade. Assim, pela sua inexplicável habilidade de procriar, as mulheres
eram elevadas à categoria de divindades.
Na antiguidade, o homem era absoluto e a mulher equiparada a
um escravo, pois ela não considerada uma cidadã, elas não tinham acesso ao
saber, vistas apenas como receptoras da semente masculina.
Na Idade Média, a
Igreja Católica medieval considerava a mulher como causa e objeto do pecado,
pois tinha como referência a ideia do pecado original, cometido por Eva. Assim,
sendo, era considerada a porta de entrada para o demônio. Só não eram
consideradas assim quando eram virgens, mães, esposas, ou quando viviam no
convento.
A partir do século XVIII, que começou as verdadeiras
mudanças, principalmente na maneira de pensar sobre o papel da mulher, graças
ao Iluminismo e à Revolução Francesa, criou-se um contexto fértil para o
surgimento de novas ideologias. Datam dessa época as primeiras obras de
carácter feminista, escritas por mulheres como as inglesas Mary Wortley Montagu
(1689-1762) e Mary Wollstonecraft (1792), "A Vindication of the Rights of
a Woman", que propunha a igualdade de oportunidades na educação, no
trabalho e na política.
A partir do século XIX, no contexto da Revolução Industrial,
o número de mulheres empregadas aumentou significativamente. Foi a partir desse
momento, também, que as ideologias socialistas se consolidaram, de modo que o
feminismo se fortificou como um aliado do movimento operário. Nesse contexto
realizou-se a primeira convenção dos direitos da mulher em Sêneca Falls, Nova
York em 1848. Também em Nova York, em 1857, aconteceu o movimento grevista
feminino que, reprimido pela polícia, resultou num incêndio que ocasionou a
morte de 129 operárias, justamente no dia 8 de Março (Dia Internacional da
Mulher).
Atualmente, esta luta social se expressa por múltiplas ações
comuns e em grande parte de formas de organização e movimentos. A luta feminista (“sistema dos que preconizam
a igualdade dos direitos do homem e da mulher”); cujo objetivo desta luta
diversificada das mulheres é a sua aspiração à emancipação e à mudança para um
respeito social mais dignificante.
Ainda assim, não desapareceram de súbito os preconceitos
sobre a mulher, pois esses preconceitos têm na maior parte uma raiz histórica
que não reside na essência do sistema socioeconômico.
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14ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Qual a origem do termo gênero?
b) – O que significa a expressão sexo ou diferença sexual?
c) – O que significa a expressão gênero?
d) – Explique a importância da mulher na sociedade
pré-histórica?
e) – Como a igreja medieval considerava a mulher?
f) – A partir de que momento e situações históricas o papel
da mulher começou a se evidenciar na história das sociedades?
g) – Em que momento e em que ideologia o feminismo começou a
se fortalecer?
h) – Por que se comemora o dia 8 de março como o dia
internacional da mulher?
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5.3. RELAÇÕES DE GÊNERO E PATRIARCALISMO
Desde o início a história social, a civilização ocidental,
foi moldada dentro de uma estrutura social patriarcalista, onde o poder
decisivo da família, da fazenda, do comércio, do governo, estava nas mãos do
pai, do senhor, do chefe, do rei. Mas com o desenvolvimento socioeconômico das
sociedades modernas, essa estrutura social patriarcalista passa a sofrer
modificações.
Com o resultado da transferência dos meios de produção da
família patriarcal aos donos das fábricas, as mulheres e os escravos passaram a
ser desnecessários para a produção doméstica. Assim inicia-se uma
desvalorização da mão-de-obra feminina, passando a se tornar concorrentes no
mercado de trabalho, passaram a ser vítimas de diversos preconceitos e de uma
ideologia machista.
O declínio do patriarcalismo que vemos na nossa sociedade,
apesar de sua persistência é fruto das lutas das mulheres. Não é uma simples
evolução da natureza ou uma concessão dos homens.
A luta feminista não é contra os homens, mas contra as
relações sociais patriarcais, das quais os homens também são vítimas. É uma
luta que inclui também homens insatisfeitos com a dominação machista patriarcal
– porque o homem não consegue encontrar a companheira que complemente, mas
somente subalterna: companheirismo só pode ocorrer numa relação onde os
diferentes se reconhecem como diferentes, mas não estabelecem hierarquias, isto
é, companheirismo sé é possível numa relação de igualdade entre os diferentes.
O patriarcalismo interiorizado impede também muitos varões de
usufruírem dos muitos aspectos humanizantes da vida como a emotividade, a
sensibilidade, a expressão da afetividade, a intuição e o perdão. Sendo também
um dos principais impedimentos repressores das diversas manifestações dos
comportamentos de sexualidades.
A conquista social da mulher é limitada a determinados países
e classe sociais. No Brasil, o maior preconceito vivenciado, pelas mulheres
está no mercado de trabalho. A remuneração, não acompanhou o crescimento
profissional feminino, mesmo conseguindo uma escolaridade superior à dos
homens, as mulheres ainda ganham bem menos.
A nova mulher busca a conquista no ramo do trabalho, passando
dessa forma a exigir mais nas qualidades de um homem, pois hoje não são
submissas, nem inferiores a eles. Elas conquistaram a licença a maternidade,
leis sérias contra o assédio sexual. Ressaltando com destaque a Lei número
11.340 de 07 de agosto de 2006, conhecida como lei Maria da Penha, que
significou o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher quando
ocorridas no âmbito doméstico ou familiar.
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15ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é uma sociedade patriarcalista?
b) – A partir de que momento a mulher passa a ser concorrente
do homem na sociedade contemporânea?
c) – Explique por que a luta feminista não é contra os
homens?
d) – Por que alguns homens apoiam a luta feminista?
e) – Como está a conquista social da mulher e qual sua
principal dificuldade no Brasil?
f) – O que a nova mulher busca conquistar no mundo do
trabalho?
g) – O que é a “Lei Maria da Penha”?
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5.3. SEXUALIDADE
Entende-se como sexualidade o conjunto de variações do
comportamento referentes aos desdobramentos dos estímulos sexuais em relação ao
prazer e perpetuação da espécie na caracterização da forma atos sexuais.
O comportamento sexual difere em cada ser humano. Os valores
sociais tendem a dividir em blocos determinados padrões de conduta sexual. As
principais variações do comportamento observadas são:
Heterossexualidade – é o comportamento sexual onde existe uma
combinação binária no relacionamento macho-fêmea. Neste caso, há uma clara
associação de libido, sentimentos e desejos pelo sexo oposto. Este
comportamento pode assumir um padrão monogâmico ou poligâmico. Os
heterossexuais são as bases de todas as sociedades modernas.
Homossexualidade – é o
comportamento sexual no qual o indivíduo sente atração pelo mesmo sexo. Quando
indivíduos de comportamentos sexuais diferentes deste têm uma reação contrária
a este comportamento surge a homofobia, que é a aversão ao comportamento
homossexual. Existem três grandes variações no comportamento homossexual:
indivíduos classificados como passivos (faz papel feminino), ativos (faz o
papel masculino) e versáteis (fazem os dois papéis). A homossexualidade pode
ser masculina ou feminina. Por convenção é comum a utilização popular para o
termo “gay” quando se expressa um comportamento sexual de um indivíduo
masculino e o termo “lésbico” para um comportamento sexual de um indivíduo feminino.
Bissexualidade – é um comportamento sexual onde o indivíduo
sente atração tanto pelo sexo masculino como feminino. Há uma combinação de
heterossexualidade com homossexualidade. Que pode tanto ocorrer em paralelo, em
relacionamentos extraconjugais, ou por fases, onde há momentos de
homossexualismos e alternados com momentos de heterossexualismo.
Pansexualidade – é um comportamento sexual no qual o
indivíduo busca em primeiro lugar o romantismo, a sensibilidade, o lirismo e o
amor por outro indivíduo. Para ele a questão de sexo vem em segundo plano.
Transexualidade – é a busca incessante por copiar o sexo
oposto através de características alegóricas ou fantasiosas como o excesso de
maquiagem, salto alto no caso do transexual que imita o feminino, e sapato no
caso do transexual que imita o masculino. São pessoas conhecidas por sua
alegria, entretenimento, vida noturna e diversão. Os representantes clássicos
desta classe são as Drag Queen’s e travestis.
Transgêneros sexuais – é um comportamento determinado
principalmente pela genética invertida em relação ao sexo. Assim indivíduos que
nasceram com o sexo masculino e que possuem feições do sexo feminino e
vice-versa que têm comportamentos sexuais em relação a suas feições físicas.
Pedofilia – é um comportamento sexual no qual o indivíduo
adulto tem a necessidade de praticar sexo com menores de idade. Para a
sociedade contemporânea este tipo de comportamento é considerado um crime, pois
a indução da criança a tira da sua faixa de crescimento, proporcionando uma
maturação fora do tempo causando um trauma para toda sua vida.
Monogâmico – é aquele que a pessoa busca apenas um único
parceiro para toda a vida ou parte dela. Nunca um indivíduo está com mais de
uma pessoa ao mesmo tempo. A fidelidade é um componente principal no
relacionamento. O monogâmico pode ter mais de um parceiro sexual nos seguintes
casos: em caso de morte do parceiro vir a ter compromisso com outro ou no caso
de separação definitiva também encontrar outro parceiro para ter um
relacionamento fixo. O monogâmico não admite o sexo livre ou o sexo com outros
parceiros ao mesmo tempo. Pode ter comportamento heterossexual, homossexual ou
bissexual, mas neste último caso nunca está com dois relacionamentos no mesmo
período.
Poligâmico – é aquele que o indivíduo possui ao mesmo tempo
mais de um relacionamento sexual. Pode ser por meio do consentimento do outro
parceiro ou pelo o que é mais comum, através de camuflagem que permite ter
vidas anônimas em relação a uma vida social estável e aparente. Não significa,
entretanto que o poligâmico faça sexo grupal, embora em muitos casos também
possa ser verificado. O comportamento poligâmico pode estar inserido na
heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade, grupal e outras afins.
Assexual – é aquele que possui uma indiferença ao sexo pela
falta de libido natural ou por aversão ao sexo. Este comportamento está mais
associado a problemas hormonais do que um fator de convicção ideológica ou
filosófica. O assexual se sente um ser completo e não busca em si mesmo, no
sexo oposto e nem no próprio sexo formas de satisfazer o desejo, já que este
não se manifesta.
Metrossexual – é aquele que o indivíduo forma uma postura de
preocupação excessiva com a aparência e pratica relações sexuais com o sexo
oposto. Embora o termo tenha sido usado inicialmente apenas para os homens
heterossexuais ele pode ser aplicado também para as mulheres. O objeto de
desejo sexual é a própria pessoa que deve se cuidar bem para se destacar em
sociedade.
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16ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que se entende por sexualidade?
b) – Diferencie monogamia de poligamia.
c) – Diferencie heterossexualidade de homossexualidade.
d) – Diferencie transgênero sexual de transexual.
e) – O que é uma pessoa assexual?
f) – O que é um metrossexual?
g) – O que é pedofilia?
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6.1. POVOS TRADICIONAIS E SUSTENTABILIDADE
São populações tradicionais da Amazônia: indígenas,
seringueiros, castanheiros, extrativistas, ribeirinhos, pescadores artesanais,
quebradeiras de coco, pequenos agricultores, quilombolas, povos da floresta.
Essas comunidades vivem preservando a cultura da floresta, vivem da agricultura
de subsistência, da pesca e da caça e coletam produtos naturais para constituir
renda.
Esses povos são
culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas
próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos
naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa,
ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e
transmitidos pela tradição.
A Amazônia é palco de comunidades tradicionais que utilizam
os recursos provenientes da cobertura florestal e usam os recursos no presente
sem comprometer o futuro. Essa intrínseca relação de dependência entre os
comunitários e a floresta torna as populações tradicionais mais vulneráveis às
mudanças climáticas (fenômenos naturais), transformando-as nas principais
vítimas da destruição do meio ambiente, ocasionada pela cultura exploratória
que impera na Amazônia.
Neste contexto tronou-se necessário fomentar o
desenvolvimento de projetos sustentáveis, cujo objetivo, é promover a geração
de emprego e renda, a preservação do meio ambiente e o fortalecimento da
cultura da floresta. Desenvolvimento sustentável ou Sustentabilidade significa:
“satisfazer as necessidades das atuais gerações sem comprometer a habilidade de
futuras gerações em atender às suas próprias necessidades”.
Muitos desses projetos são direcionados para a capacitação
das comunidades para que possam gerir e dar continuidade aos trabalhos. São
exemplos de projetos sustentáveis: cursos de novas técnicas de plantio, cultivo
e criação de animais e capacitação para a fabricação de objetos artesanais,
biojóias e ecoturismo.
A importância desses povos está no fato de: se as populações
tradicionais são beneficiadas com os produtos provenientes da floresta, as
riquezas biológicas encontradas na Amazônia são preservadas por essas
comunidades que atuam como guardiãs da natureza, reduzindo gradativamente a
exploração dos recursos naturais pelos grileiros, sojeiros, pecuaristas e
demais criminosos ambientais interessados em destruir a biossociodiversidade da
maior floresta tropical do Planeta. A preservação dos valores e da cultura das
populações tradicionais contribuirá para o avanço de um modelo de
desenvolvimento sustentável na Amazônia, garantindo o fortalecimento da
cidadania dos povos da floresta.
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17ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem são as populações tradicionais da Amazônia?
b) – Como vivem as populações tradicionais da Amazônia?
c) – Como são culturalmente e socialmente organizados os
povos tradicionais da Amazônia?
d) – Explique a relação entre os comunitários, a floresta e
os fenômenos naturais.
e) – Devido a que contexto tornou-se necessário fomentar
projetos sustentáveis na Amazônia?
f) – Quais os objetivos dos projetos sustentáveis na
Amazônia?
g) – O que significa desenvolvimento sustentável ou
sustentabilidade?
h) – Cite exemplos de projetos sustentáveis.
i) – Explique a importância dos povos tradicionais da Amazônia.
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6.2. BIODIVERSIDADE E BIOPIRATARIA
A biodiversidade amazônica se conta em termos sempre
superlativos em números de plantas, peixes, aves, mamíferos, animais marinhos e
insetos, sem contar os microrganismos que são milhões de espécies. Talvez
apenas 1% desta mega-biodiversidade amazônica tenha sido estudada do ponto de
vista químico ou farmacológico. Estudos químicos e farmacológicos é a base para
a pesquisa e desenvolvimento de produtos farmacêuticos e talvez a esperança de
encontrar dentro desta vasta biodiversidade soluções medicinais para doenças incuráveis.
No entanto da rica fauna e flora, que tem gerado tantos produtos para o mundo,
nenhum medicamento foi produzido até hoje, pelos cientistas brasileiros para a
nossa sociedade.
A biodiversidade amazônica está ameaçada, pois num ritmo
acelerado de desmatamentos e queimadas, graças à irresponsabilidade, ganância e
incompetência dos governos. Em menos de 10 anos, todas as plantas medicinais
existentes estarão extintas, restando apenas um deserto vazio.
A biopirataria é o contrabando de diversas formas de vida da
flora e fauna, mas principalmente, a apropriação e monopolização dos
conhecimentos das populações tradicionais no que se refere ao uso dos recursos
naturais. Ainda existe o fato de que estas populações estão perdendo o controle
sobre esses recursos. Este conhecimento, portanto, é coletivo, e não
simplesmente uma mercadoria que se pode comercializar como qualquer objeto no
mercado.
Porém, nos últimos anos, através do avanço da biotecnologia,
da facilidade de se registrar marcas e patentes em âmbito internacional, bem
como dos acordos internacionais (TRIPs) sobre propriedade intelectual, as
possibilidades de tal exploração se multiplicaram.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
18ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é biodiversidade? E como podemos relaciona-la a
amazônica?
b) – Qual a importância da biodiversidade para os estudos
químicos e farmacológicos?
c) – Por que a biodiversidade amazônica está ameaçada?
d) – O que é biopirataria?
e) – O que está acontecendo com o conhecimento das populações
tradicionais no que se refere aos recursos naturais?
f) – Como as pesquisas sobre a biodiversidade e biotecnologia
se protegem do perigo de perder o controle de seus conhecimentos e recursos?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6.3. TRABALHO ESCRAVO
O Pará é o Estado com a maior incidência de trabalho escravo,
essa questão tem sua raiz na história recente da Amazônia e do Pará, mas
persistem até hoje, dado que o Estado brasileiro não assumiu, séria e
eficazmente, a responsabilidade e o empenho de combatê-los e de puni-los.
O trabalhador escravo, geralmente nordestino, desconhecendo
completamente a geografia da região, quando contratado para o corte de madeira
ou para desmatamentos seguidos da formação de pastos em fazendas, torna-se uma
presa fácil dos "gatos" (empreiteiros – responsáveis pela contratação
de mão-de-obra para trabalhar em fazendas ou projetos econômicos), porque não
sabe em que ponto da região se encontra, não sabe como fugir, nem tem meios
para fazê-lo e é vigiado constantemente.
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19ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Qual Estado brasileiro tem a maior incidência de trabalho
escravo?
b) – Onde podemos encontrar a origem do trabalho escravo e
qual foi o papel do Estado nesta questão?
c) – Explique como ocorre o processo que origina o trabalhador
escravo na Amazônia?
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6.4. ESTRUTURA FUNDIÁRIA E GRILAGEM
O termo estrutura fundiária corresponde à forma como está
organizada a distribuição de terras, neste caso a Amazônia apresenta características
peculiares ao seu processo histórico de colonização e ocupação.
Atualmente a questão da terra na Amazônia é bastante
complexa, pois envolve diversas situações que tem origem histórica, econômica,
política e cultural.
Desde o início da colonização do Brasil, até 1821, as terras
eram doadas como sesmaria, após o requerente comprovar o uso da terra há pelo
menos 3 anos. Depois se criou o sistema de capitanias hereditárias onde as
terras eram oferecidas aos nobres e comerciantes portugueses.
Em 1850 foi criada a primeira Lei de terras, a criação desta
Lei garantiu os interesses dos grandes proprietários do Nordeste e do Sudeste
que estavam iniciando a promissora produção do café. A Lei definia que: as
terras ainda não ocupadas passavam a ser propriedade do Estado e só poderiam
ser adquiridas através da compra nos leilões mediante pagamento à vista, e não
mais através de posse, e quanto às terras já ocupadas, estas podiam ser
regularizadas como propriedade privada.
Em 1930 a Lei de terra adquire um acréscimo: autoriza-se a
desapropriação de terra com interesse público e a propriedade deveria ser
indenizada.
Em 1964 os militares criam o estatuto da terra, que ainda
está em vigor, apesar de garantir a reforma agrária, se criou várias formas de
inibir tal processo, como o código civil brasileiro.
No caso da Amazônia,
nos anos de 1970 e 1980 (governo militar), a terra pública, habitada
secularmente por colonos, ribeirinhos, índios, caboclos em geral, foi sendo
colocada à venda em lotes de grandes dimensões para os novos investidores, que
as adquiriam diretamente dos órgãos fundiários do governo ou de particulares
(que, em grande parte, revendiam a terra pública como se ela fosse própria). Em
ambos os casos, era frequente que as terras adquiridas fossem demarcadas pelos
novos proprietários numa extensão muito maior do que a dos lotes que
originalmente haviam adquirido, isto ocorria através da grilagem. A Grilagem é
um ato que corresponde a falsificação de documentos para que de forma ilegal
uma pessoa tornar-se dono por direito de terras devolutas ou de terceiros, por
meio de documentos fraudados, adulterados ou falsificados.
O termo grilagem provém da técnica usada para o efeito, que
consiste em colocar escrituras falsas dentro uma caixa com grilos, de modo a
deixar os documentos amarelados (devido os excrementos) e roídos, dando-lhes
uma aparência antiga e, por consequência, mais verossímil.
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20ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que significa o termo estrutura fundiária?
b) – Explique como foi a distribuição de terra no Brasil
desde a colonização até 1821?
c) – O que aconteceu com a distribuição da terra a partir de
1850?
d) – O que definia a Lei da terra de 1850?
e) – O que é acrescentado à Lei da terra em 1930?
f) – O que se cria a partir do governo militar de 64 sobre
fundiária?
g) – O que acontece com a questão da terra na Amazônia entre
as décadas de 70 e 80?
h) – Explique como acontece o processo de grilagem de terra
na Amazônia?
i) – O que é grilagem?
j) – Qual a origem do termo grilagem?
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6.5. PISTOLAGEM E IMPUNIDADE
A pistolagem, fenômeno que começou também a integrar o
cotidiano de ocupação da terra, é algo recente na Amazônia, datando de mais ou
menos trinta anos. Mas, não só neste aspecto o pistoleiro da Amazônia difere do
cangaceiro e do capanga do nordeste. Ele tem uma origem histórica e social
diferente da deles e possui uma natureza também própria. O pistoleiro surge na
região para proteger contra invasão (por parte de posseiros) as grandes
extensões de terras adquiridas mas ociosas ou improdutivas. Um pistoleiro pode
ser contratado para expulsar colonos que as ocuparam; para assassinar
lideranças e sindicalistas. Ou ainda, para "ajudar" nas ações
policiais de despejo de posseiros. Como o contingente policial era, e ainda é
insuficiente para cumprir ordens de mandado emanadas da Justiça, alguns
fazendeiros inseriam pistoleiros nos contingentes policiais encarregados da
expulsão.
Sob o olhar conivente e tolerante do Estado empresas e
grileiros formaram milícias privadas, a que chamam de "vigilância" ou
"segurança", montadas para garantir a posse e a defesa da terra nas
distantes terras amazônicas. Assim, estabeleceu-se na região um
compartilhamento de objetivos comuns entre fazendeiros interessados nas terras,
autoridades que ignoravam a participação das milícias privadas de defesa das
fazendas, políticos beneficiados com terras e a pistolagem.
Após o governo da ditadura militar de 64, o Estado não
conseguiu mais recuperar para si o poder de polícia que, informalmente, havia
antes delegado ou repartido com os fazendeiros da região para ajudarem a
"por ordem" nas questões fundiárias e nos conflitos delas
decorrentes. A origem central da pistolagem na Amazônia, no nosso entendimento,
é clara: decorre da repartição do poder do Estado com os integrantes,
defensores e prepostos do novo capital que se instalou desordenadamente na
região desde os anos de 1970.
Sobre a violência no campo, o Estado tolerou durante várias
décadas esta divisão do poder de polícia, ignorando ou à revelia das denúncias
da OAB, da Comissão Pastoral da Terra e de outras organizações sobre a
participação de pistoleiros nessas polícias privadas. Esta prática flagrante de
violação dos direitos humanos mais elementares enraizou-se nas relações sociais
e políticas da região. Hoje, o Estado procura retomar o controle desta situação
que envergonha a sociedade brasileira, mas tem dificuldade em dominar esta
anomalia que ele próprio deixou crescer.
Mesmo nos crimes em
que houve julgamentos, as ações judiciais só foram possíveis depois de longos
anos de luta, pressão e denúncias das entidades de direitos humanos nacionais e
internacionais. Isto evidencia, claramente, a morosidade da justiça paraense,
calcada em empecilhos nas comarcas do interior e da capital onde, ao que tudo
indica, fica sujeita à pressão do poder político e econômico, que acaba
retardando ou influenciando no andamento dos processos e dos julgamentos.
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21ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique a origem do fenômeno pistolagem (ou do pistoleiro)
na Amazônia?
b) – Qual a relação do papel do Estado na origem da
pistolagem na Amazônia?
c) – Sobre a violência no campo como o Estado vem garantindo
os direitos humanos na Amazônia?
d) – Como a justiça paraense vem resolvendo a questão dos
crimes pela posse da terra na Amazônia?
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7.1. INTRODUÇÃO
Os seres humanos individualmente ou em comunidade, numa
região ou país lutam pela sobrevivência e pela prosperidade sem cuidar muito do
que daí possa resultar para os outros. As consequências são desastrosas e
globais e não dependem do grau de desenvolvimento.
Nos países industrializados, os elevados padrões de consumo
estimulam a utilização dos recursos não renováveis e favorecem o desperdício.
Nos países em desenvolvimento, com dívidas externas asfixiantes, a luta pela
sobrevivência determina níveis de exploração dos recursos insustentáveis no
futuro.
A crescente internacionalização da economia alarga a dimensão
das consequências do funcionamento do sistema a todo o planeta. Os efeitos
ambientais globalizam-se; a economia e a ecologia não podem dissociar-se.
7.2. CONSUMO, DESIGUALDADE, POBREZA E MEIO AMBIENTE.
O consumo refere-se às mercadorias, aos serviços, à energia e
aos recursos que são esgotados pelas pessoas na vida em sociedade.
A questão do consumo é um fenômeno que apresenta tanto
dimensões positivas quanto negativas. Por um lado, níveis crescentes de consumo
em todo mundo significam que as pessoas estão vivendo em melhores condições de
que no passado.
O consumo está associado ao desenvolvimento econômico – com a
elevação dos padrões de vida, as pessoas têm mais condições de arcar com
comida, roupas, itens pessoais, lazer, carros e assim por diante. Por outro
lado, o consumo também pode trazer impactos negativos. Os padrões de consumo
podem causar danos à base de recursos ambientais e exacerbar os padrões de
desigualdade.
As desigualdades de consumo entre os ricos e os pobres são significativas.
Os 20% mais ricos da população mundial são responsáveis por 86% das despesas de
consumo privado, ao passo que os 20% mais pobres respondem por apenas 1,3%
desses gastos. Os 10% mais ricos consomem 58% da energia total, 84% de todo
papel, 45% de toda a quantidade de carne e peixe, e são proprietários de 87% de
todos os veículos.
Os atuais padrões de consumo não são apenas extremamente
desiguais, mas também estão produzindo um impacto severo sobre o meio ambiente.
Por exemplo, o consumo de água doce dobrou desde 1960, a queima de combustíveis
fósseis praticamente quintuplicou durante os ultimas 50 anos, e o consumo de
madeira subiu até 40% em relação aos 25 anos atrás. O sortimento de peixes está
diminuindo, as espécies selvagens estão entrando em extinção, o fornecimento de
água está se tornando mais escasso e as áreas arborizadas estão encolhendo.
Os padrões de consumo não estão apenas esgotando os elementos
naturais existentes, como também estão contribuindo para sua degradação através
dos resíduos e das emissões de substâncias nocivas.
Por fim, apesar de os ricos serem os principais consumidores
mundiais, os impactos mais violentos dos danos ambientais causados pelo aumento
do consumo recaem sobre os pobres. Os ricos estão em melhores condições para
desfrutar dos diversos benefícios do consumo sem terem que lidar com seus
efeitos negativos.
Em um nível local, os grupos abastados geralmente têm
dinheiro para abandonarem áreas difíceis, deixando a maior parte dos custos
para os pobres. Usinas químicas, estações de energia elétrica, grandes
estradas, ferrovias e aeroportos, em geral, situam-se próximo a áreas de baixa
renda. Em um nível global, é possível perceber o andamento de um processo
semelhante: a degradação do solo, o desmatamento, a falta de água, as emissões
de chumbo e a poluição do ar são problemas que estão concentrados no mundo em
desenvolvimento. A pobreza também intensifica essas ameaças ambientais. As pessoas
que possuem poucos recursos têm poucas escolhas senão maximizar os recursos
disponíveis a elas. Consequentemente, à medida que a população humana aumenta,
é cada vez maior o número de pressões que se aplicam a uma base de recursos em
retração.
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22ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é consumo?
b) – Explique diferenciando os impactos positivos e negativos
do consumo em nossa sociedade.
c) – Explique como as desigualdades de consumo entre ricos e
pobres são significativos?
d) – Explique exemplificando como os atuais padrões de
consumo estão produzindo um impacto severo sobre o meio ambiente?
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7.3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MEIO AMBIENTE.
Em vez de exigir a volta do domínio do crescimento econômico,
os avanços mais recentes concentram-se na noção de desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento sustentável significa que o crescimento deve, aos menos
idealmente, ser conduzido de tal forma a permitir a reciclagem dos recursos
físicos, ao invés do seu esgotamento, e a manutenção de níveis mínimo de
poluição. O termo “desenvolvimento sustentável” foi introduzido primeiramente
no relatório Our Common Future (Nosso Futuro Comum), de 1987, encomendado pelas
Nações Unidas, também conhecido como Relatório Brundtland, pois a comissão
organizadora que elaborou o relatório foi presidida por G. H. Brundtland, na
época primeira ministra da Noruega. O desenvolvimento sustentável foi definido
como o uso de recursos renováveis para promover o crescimento econômico, a
proteção das espécies animais e da biodiversidade e o compromisso com a
manutenção da pureza do ar, da água e da terra. O desenvolvimento sustentável é
aquele que “atende as necessidades de hoje, sem comprometer a capacidade de as
próximas gerações atenderem às suas próprias necessidades”.
Após a publicação de Nosso Futuro Comum, a expressão
“desenvolvimento sustentável” passou a ser amplamente utilizada tanto pelos
ambientalistas quanto pelos governos. Foi empregada na Conferência das Nações
Unidas realizadas no Rio de Janeiro em 1992, a Conferência da Terra, aparecendo
posteriormente em outras reuniões de cúpula organizada pelas Nações Unidas.
Alguns teóricos criticam a noção de desenvolvimento
sustentável, pois consideram muito vaga e omissa em relação às necessidades
especificas dos países mais pobres. Para eles, a ideia do desenvolvimento
sustentável tende a concentrar sua atenção apenas sobre as necessidades dos
países mais ricos, desprezando os aspectos em que os altos níveis de consumo
nos países mais afluentes são atendidos às custas de outros povos. Por exemplo,
as exigências de que a Indonésia preserve suas florestas tropicais poderiam ser
consideradas injustas, pois a Indonésia necessita bem mais dessa receita da
qual deve abrir mão, ao aceitar a conservação, do que os países
industrializados.
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23ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que significa desenvolvimento sustentável?
b) – Qual a origem do termo “desenvolvimento sustentável”?
c) – Por que alguns teóricos criticam a noção de
desenvolvimento sustentável?
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7.4. CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO E SUSTENTABILIDADE.
Face à delapidação dos recursos no nosso planeta, teremos que
crescer a um ritmo mais lento e até inverter as tendências de crescimento
demográfico, de modo a reduzir as necessidades de consumo sem prejudicar o
processo de desenvolvimento. A sustentabilidade do desenvolvimento está
intimamente relacionada com a dinâmica do crescimento demográfico.
Se for verdade que a redução das taxas atuais de crescimento
populacional nos países em desenvolvimento é um imperativo ao desenvolvimento
sustentável, também não é menos verdade que qualquer indivíduo que viva num país
industrializado representa um encargo maior para a capacidade da Terra do que
qualquer cidadão de um país mais pobre.
As ameaças à sustentabilidade dos recursos tanto vêm das
desigualdades de acesso a esses mesmos recursos, como da forma como são usados,
ou simplesmente do número de pessoas que os utilizam. Os padrões de consumo são
tão importantes como o número de consumidores para a conservação dos recursos.
O equilíbrio entre a dimensão da população e os recursos
disponíveis, a taxa de crescimento demográfico e a capacidade da economia em
satisfazer as necessidades básicas da população, sem pôr em risco as gerações
futuras serão com certeza o grande desafio das políticas de desenvolvimento nos
próximos anos.
O caminho a percorrer rumo à sustentabilidade não é fácil,
pois terá obviamente que passar por um conjunto de ações diversificadas:
*Limitar o crescimento demográfico;
*Controlar o impacto deste crescimento sobre os recursos;
*Aumentar a eficiência dos recursos (menos desperdício, menor
consumo, maior durabilidade);
*Elevar o potencial humano (educação e formação);
*Melhorar os sistemas de segurança social.
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24ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Explique como a dinâmica do crescimento demográfico pode
comprometer o desenvolvimento sustentável?
b) – Quais as causas que ameaça a sustentabilidade?
c) – Quais as ações fundamentais para o desenvolvimento
sustentável?
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8.1. VIOLÊNCIA e CRIME
Em um sentido amplo podemos dizer que violência é toda
atitude ou comportamento que desrespeita as boas relações de convivência
social, causando danos a outras pessoas, seres vivos ou objetos (meio ambiente,
patrimônio público e etc). Exemplo falta de saudações ou atos sócio educacionais
como: bom dia, obrigado, licença, por favor, aperto de mãos, manifestações de
carinho com os entes queridos. Podemos ressaltar também qualquer tipo de
preconceito ou racismo como atos de violência inaceitável.
Em um sentido restrito violência se refere a invasão da
autonomia e integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso
excessivo de força, além do necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia (deriva de vis, força,
vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa ou ente. Neste caso a
violência converte-se em crime, que é a transgressão das regras legais de uma
determinada sociedade e, que se comprovada, o ato criminoso sofre sanções
penais e legais prescritas ou consuetudinárias.
8.2. ASPECTOS DA VIOLÊNCIA
A violência penetrou em todos os aspectos da vida, ela se
manifesta constantemente e cotidianamente, na economia (exploração do homem
pelo homem, coação do Estado, dependência material, discriminação do trabalho
da mulher, trabalho infantil, imposições injustas, etc.); na política (o
domínio de um ou vários partidos, o poder do chefe, o totalitarismo, a exclusão
dos cidadãos na tomada de decisões, a guerra, a revolução, a luta armada pelo
poder, etc.); na ideologia (implantação de critérios oficiais, proibição do
livre pensamento, subordinação dos meios de comunicação, manipulação da opinião
pública, propaganda de conceitos de fundo violento e discriminador que resultam
cômodos à elite governante, etc.); na religião (submissão dos interesses do indivíduo
aos requerimentos clericais, controle severo do pensamento, proibição de outras
crenças e perseguição de hereges), na família (exploração da mulher, ditado
sobre os filhos, agressões, etc.), no ensino (autoritarismos de gestores,
castigos, proibição de programas livres de ensino, etc.), no exército
(voluntarismo de chefes, obediência irreflexiva de soldados, castigos, etc.),
na cultura (censura, exclusão de correntes inovadoras, proibição de editar
obras, ditados da burocracia, etc.,).
Uma das principais caraterísticas de nossa sociedade é a
situação social de paranoia ou sensação de insegurança, isto é, os indivíduos
passam a viver em um clima de constante ameaça psicológica, traumatizados pela
possibilidade de ser vítima de atos violentos. Uma das causas dessa sensação é
a constante propagação e aumento das vitimizações de crimes urbanos.
8.3. TIPOS DE VIOLÊNCIA
Violência Física – A violência física é o uso da força com o
objetivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes.
São comuns, murros, estalos e agressões com diversos objetos
e queimaduras.
A violência física pode ser agravada quando o agressor está
sob o efeito do álcool, ou quando possui uma Embriagues Patológica ou um
Transtorno Explosivo.
Violência Psicológica – A violência psicológica ou agressão
emocional, tão ou mais prejudicial que a física, é caracterizada pela rejeição,
depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. É
uma violência que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente
provoca cicatrizes para toda a vida. Existem várias formas de violência
psicológica, como a mobilização emocional da vítima para satisfazer a
necessidade de atenção, carinho e de importância, ou como a agressão
dissimulada, em que o agressor tenta fazer com que a vítima se sinta inferior,
dependente e culpada. A atitude de oposição e aversão também é um caso de
violência psicológica, em que o agressor toma certas atitudes com o intuito de
provocar ou menosprezar a vítima. As ameaças de mortes também são um caso de
violência psicológica.
Violência verbal – A violência verbal não é uma forma de
violência psicológica. A violência verbal normalmente é utilizada para oportunizar
e incomodar a vida das outras pessoas. Pode ser feita através do silêncio, que
muitas vezes é muito mais violento que os métodos utilizados habitualmente,
como as ofensas morais (insultos), depreciações e os questionários infindáveis.
Violência sexual – Violência na qual o agressor abusa do
poder que tem sobre a vítima para obter gratificação sexual, sem o seu
consentimento, sendo induzida ou obrigada a práticas sexuais com ou sem
violência física. A violência sexual acaba por englobar o medo, a vergonha e a
culpa sentidos pela vítima, mesmo naquelas que acabam por denunciar o agressor,
por essa razão, a ocorrência destes crimes tende a ser ocultada.
Negligência – A negligência é o ato de omissão do responsável
pela criança/idoso/outra (pessoa dependente de outrem) em proporcionar as
necessidades básicas, necessárias para a sua sobrevivência, para o seu desenvolvimento.
Os danos causados pela negligência podem ser permanentes e graves.
8.4. O CICLO DA VIOLÊNCIA
Quando a violência se manifesta ela já é consequência de
diversas orientações dentro das relações sociais. A dinâmica e a complexidade
da vida social moderna criam um clima propicio para despertar atitudes antissocial
no ser humano.
Sendo um fenômeno
provocado pela estrutura social e resultante em conflitos que se expressam nos
vários grupos no qual fazemos parte. Neste sentido, todo nosso comportamento é
determinado por algo exterior a nós. Normalmente as nossas atitudes refletem em
consequências de outras gerando um ciclo ou uma teia de relações conflituosas
devidas os conjuntos das diversas relações sociais que existem.
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25ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é violência?
b) – Cite alguns tipos de violência corriqueiros em nosso
meio social.
c) – Qual a origem do termo violência?
d) – O que é crime?
e) – Explique os aspectos da violência na: economia,
política, ideologia, religião, família, ensino exército e cultura.
f) – Explique o que se entende por sensação de insegurança e
sua causa?
g) – Cite e explique os diversos tipos de violência que
existem na sociedade.
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ATIVIDADE DE PESQUISA:
a) – Pesquise em todas as fontes possíveis e copie no seu
caderno, o que é Bullying e como se manifesta em nossa realidade social? Como
podemos resolver este problema social?
b) – Pesquise em todas as fontes possíveis e copie no seu
caderno, o que é Racismo, como se manifesta e qual a Lei que pune este tipo de
violência?
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BIBLIOGRAFIA
BENTO, Mª Aparecida Silva. Cidadania em Preto e Branco.
Editora Ática. São Pulo, 2003.
GALLIANO, Alfredo Guilherme. Iniciação à sociologia. São
Paulo; Harbra, 1981.
LARAIA, Roque Barros. Cultura – Um conceito antropológico,
17ª Ed. Rio de Janeiro. Editora VOZ, 2004
SODRÉ, Nelson Werneck; Síntese de História da Cultura
Brasileira, São Paulo: Bertrand Brasil, 2003.
BOSI, Alfredo; Cultura Brasileira: Temas e Situações; São
Paulo: Editora Ática, 2002.
MOTA, Carlos Guilherme; Ideologia da Cultura Brasileira
(1933-1974); São Paulo: Editora Ática.
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